Capítulo 9
1119palavras
2022-12-04 00:55
Tessa Bennett
Entramos no carro, Ralf permanece em silêncio, e esse silêncio estava me incomodando tanto, então decido quebrá-lo.
— Vai levar-me de volta para casa? — Pergunto quase sussurrando.
— Quer ir para casa moça?
— Na verdade, não.
— Que bom, pois o nosso passeio ainda não acabou.
— Estou com muita vontade de tomar um gelado.
— Me desculpa Tessa, mas o gelado vai ter que ficar para outro dia.
— Tudo bem. E a propósito você lembra muito o temperamento de um ex-namorado meu.
— Olha só... Então você teve um namorado?
— Tive sim, ele foi o meu único namorado. — Dou um sorriso ao lembrar do Derek.
— Pelo sorriso que deu, você parecia gostar muito dele.
— Sim, eu amava muito ele.
— E por que terminaram?
— Ele faleceu. — Falo com a voz triste.
— Desculpe eu não...
— Tudo bem, você não sabia.
— Depois dele, você teve mais alguém?
— Não, ele foi o único namorado que tive, o Derek foi o meu primeiro amor. Inclusive ele também era da máfia.
— Sério! Ele se chamava Derek, é isso?
— Sim, seu nome era Derek.
— Não me lembro de ter ouvido esse nome antes.
— E você?
— O quê tem eu?
— Já teve alguém?
— Não — Responde rapidamente.
— Tá falando sério?
— Sim, porquê?
— Sei lá, é estranho.
— Estranho porquê? — Gargalhou.
— Por que você me parece ser um homem interessante. — O meu rosto corou assim que terminei a minha frase.
— Se interessaria por mim moça?
Dou um sorriso amarelo antes de responder.
— Claro que sim. — Respondo e abaixo a cabeça.
Antes de falar, tenho certeza que ele olhou por longos minutos para mim, pois ficou em total silêncio.
— Fico lisjogiado, mas já disse que você não faz o meu tipo.
Por que perguntou então seu projeto de mafioso.
— É a segunda vez que joga isso na minha cara.
— Então sou o tipo de homem que lhe atrai?
— Preciso mesmo responder?
— Mas é claro!
— Não obrigada, já me humilhei o bastante.
— Você merece ter alguém especial como você.
— Algo bem difícil.
— Concordo. E respondendo a sua pergunta não, eu nunca tive alguém.
— Por quê?
— Acho que estou melhor sozinho.
Ralf Campbell
Depois da minha frase ficamos um tempo em silêncio. Até que decido quebrá-lo.
— Não está curiosa para saber onde estou te levando?
— Claro que sim Ralf. — Dou risada.
— Vou levar-lhe num lugar onde eu costumo ir quando quero esfriar a cabeça.
— Está bem.
Chegamos no lugar, ajudo ela a descer do carro e caminhamos juntos lado a lado, ela segurava o meu braço, seguimos até um enorme barranco, onde o chão estava cheio de flores-do-campo, de cima do barranco dava para ver toda a cidade.
— O cheiro é bom. — Ela sorri.
— Consegue dizer o que está cheirando tão bem? — Encaro o seus olhos sem vida, que brilhavam como se estivessem vendo toda aquela paisagem.
— Parece cheiro de mato, flores...
— É exatamente isso. — Ela sorri.
— Descreve o lugar para mim? — Segura no meu braço.
— Claro que sim. — Olho o seu lindo rosto antes de descrever o lindo lugar a nossa volta — A sua frente, tem a vista privilegiada de toda a cidade, todo o chão a nossa volta está repleto de flores amarelas, e ao nosso redor só tem mata verde.
— Parece ser lindo. — Disse sorrindo.
Por um momento sinto o meu coração bater descompassado enquanto observo a felicidade no seu rosto, levanto o meu braço lentamente e levo a minha mão até o seu rosto, mas recuo no meio do caminho quando sinto alguns pingos de chuva molharem o meu rosto.
— Vem, vamos nos abrigar? — Falei segurando a sua mão.
— Vamos voltar para o carro?
— Não, ele está muito longe, logo ali tem uma cabana, vamos até lá.
Fomos até a cabana que estava recém-construída.
Minutos depois percebo ela arrepiando-se, então deduzo que ela está com frio, tiro a minha camisa e dou para ela vestir.
— Veste isso? — Lhe entrego a camisa.
— Mais e você não está com frio?
— Eu estou bem.
— Obrigada — Falou vestindo a minha camisa — Será que essa chuva vai demorar passar?
— Olha... Parece que será uma chuva passageira. — Olho para o céu, depois encaro o lindo rosto da Tessa. Sua pele parecia muito macia, com uma pigmentação equilibrada, olhos médios; nariz, boca e olhos levemente baixos; bochechas arredondadas; queixo pequeno e uma testa curvada pouco proeminente.
— Está me olhando?
— Como sabe?
— Eu só sinto. — Aproximo um pouco e apoei a minha mão na parede atrás dela.
— Você tem os olhos lindos moça? — Falo bem pertinho do rosto dela.
— Se eu fosse seu tipo, diria que está querendo me beijar. — Fala inclinando a sua cabeça para trás, fazendo nossas bocas ficarem bem próximas.
— Leu os meus pensamentos moça. — Mordo o meu lábio inferior enquanto olho para a boca apetitosa dela.
Levo a minha mão até o seu rosto e faço um leve carinho.
— Não vai beijar-me?
— Quer que eu lhe beije?
— Quero, beije-me Ralf?
Seguro carinhosamente o queixo dela e a beijo ardentemente, trago ela para perto de mim e dou um leve puxão contra o meu corpo, fazendo os seus pés saírem lentamente do chão, Tessa entrelaça as suas pernas em volta da minha cintura, encosto ela na parede, e continuo com o nosso beijo gostoso e quente.
Tessa Bennett
— Pensei que não fosse seu tipo. — Fala dando fim ao nosso beijo.
— Eu só estava fazendo um charme.
— A chuva parou?
— Sim, já quer ir? — Faço um carinho nos seus cabelos.
— Acho melhor irmos.
— Você que manda.
Ralf deu-me o seu braço para segurar, seguro e vamos para o carro dele.
Um tempo depois...
— É melhor você parar um pouco distante da minha casa.
— Vou parar uma rua antes da sua.
— Está bem. Obrigada pelo passeio, eu gostei muito. — Falo enquanto me desprendia do cinto de segurança.
— Não precisa agradecer.
Ralf desce, da a volta no carro e me ajuda a descer.
— Até mais Ralf. — Dou um sorriso.
— Espere, antes de ir me da um beijo?
— Alguém pode nos ver.
— Está bem. Me passa o seu número?
— Não estou com o meu celular aqui.
— Sem problemas, até mais.
Vou caminhando até a minha casa lentamente.