Capítulo 48
1187palavras
2023-01-31 20:40
Marius fitzy narrando:
Vou recuperando meus sentidos lentamente, meu corpo não estava dolorido, será que essa é a sensação da morte?
Eu estava muito confuso, minha visão estava um pouco embaçada mas dava para saber que eu estava em um lugar todo branco.

Pelo menos eu fui pro céu.
Fico quieto por alguns segundos até que ouço uma porta sendo aberta, no céu tem portas?
- Vejo que acordou, está se sentindo bem? _falou alguém ao meu lado.
Tento falar mas só sai resmungados.
- Você deve estar muito confuso, vou tentar te explicar algumas coisas _disse a voz feminina, agora com a visão melhor, vejo que não estou no céu, e sim, em um hospital_ você está em um hospital, sofreu um acidente e teve que fazer uma cirurgia, mas não se preocupe, você está bem.
Apenas confirmo com a cabeça.

- Irei avisar o Dr. Adam que está acordado, sua família irá ficar muito feliz em saber disso _disse, mas logo saiu.
Minha família, eles devem ter ficado muito preocupados, principalmente Victoria.
Meu corpo ainda estava recuperando os sentidos aos poucos, minha cabeça estava confusa... Eu nem conseguia me mecher por causa dos vários fios ligados a mim.
Fico olhando pro tento pensando em tudo que passei, ainda não estou acreditando que meu jatinho caíu, e que eu sobrevivi.

Já fazia um bom tempo que eu estava naquela posição, até que senti alguém se jogar em cima de mim.
Era Victoria.
Abracei ela fortemente, não queria solta-lá, seu cheiro, seu calor... Eu senti tanta falta.
Mas ela se afastou para que meus pais falassem comigo, enquanto isso a mesma acariciou minha barriga e desceu pelas minhas pernas, mas eu não senti.
Eu não estava sentindo o toque dela nas minhas pernas...
Começo a me desesperar, meus pais, Eliza e Victoria ficaram em silêncio quando eu contei o que estava acontecendo, minha cabeça começa a doer e o Doutor diz que irá mandar uma enfermeira me dar remédio.
Não demorou muito até que a mulher trouxesse, meus pais e Victoria ficaram comigo até eu dormir.
Minha cabeça ainda estava muito confusa, e agora sem sentir minhas pernas... Será que eu vou ficar assim pra sempre?
[...]
Desperto com alguém mechendo nos meus braços, abro os olhos e vejo que é uma senhora, a mesma estava tirando alguns fios que estavam ligados ao meu braço e peitoral.
- O rapazinho irá sair da UTI e irá para o quarto _disse ela.
Mesmo com um pouquinho de dificuldade, consegui falar.
- Não sou rapazinho, tenho 28 anos, em breve irei ter 29 _falei.
- Em comparação a minha idade o senhor é sim um rapazinho _disse sorridente, ela era muito simpática.
- Quanto tempo estou aqui? _perguntei.
- Você deu entrada no hospital a quinze dias atrás _respondeu calmamente_ tinha muitos machucados e precisou fazer uma cirurgia na coluna.
- Por isso não sinto minhas pernas? _falei.
- Você pode ter tido uma paralisia, isso pode não ser permanente _respondeu ela_ você irá fazer a fisioterapia e ficará bem, logo você estará andando por todo lugar.
- Eu tenho uma filha _falei_ ela é linda, é a minha cara.
- Que ótimo, então logo você estará correndo com sua filha por aí, e fazendo diversas travessuras _disse.
- Sabia que eu quero ter mais filhos _falei_ mas minha mulher não me deu outro filho.
- Gravidez é complicado para mulheres, elas sentem dores, muitas dores, o corpo vira uma bomba de emoções _disse_ homens apenas engravidam a mulher e pronto, só esperar nascer, enquanto elas passam por todo um processo de dores e mudanças.
- Vendo por esse lado... Talvez Victoria não quer sentir dor novamente _falei_ ela sofreu muito na primeira gravidez.
- Esse pode ser um dos motivos, ou, ela apenas quer esperar um tempo _disse.
A porta é aberta por dois enfermeiros, eles entram com uma maca.
- Iremos fazer a tranferência do senhor para o quarto _disse um deles_ Dr. Adam já está a caminho para fazer todo um suporte.
Assim eles me colocaram na maca, foi bem complicado, ainda mais por eu não sentir minhas pernas, eu estava me sentindo inválido...
O Doutor chegou e logo eles me levaram para o quarto, fui colocado em uma cama e me senti mais confortável.
Aquele lugar era mais ventilado e mais... Animado, apesar de hospitais serem tristes, pelo menos no meu ponto de vista.
- Seus familiares logo viram te visitar _disse o Doutor_ hoje a tarde sua fisioterapeuta também virá aqui para fazer uma avaliação.
Apenas assenti.
O mesmo logo saiu e eu me aconcheguei na cama, as vezes eu tentava mecher a pernas, mas vendo que não ia conseguir, fiquei ainda mais frustrado, e então desisti de tentar.
Fiquei viajando nos meus pensamentos até que a porta foi aberta, era Victoria, em seus braços a minha filha sorri animadamente ao me ver.
Pego ela em meus braços e choro quando sinto seu corpinho abraçado ao meu.
- Eu senti tanta saudade de você meu amor _beijei sua bochecha gordinha.
A cama era bem espaçosa então chamei Victoria para se deitar comigo, a mesma meio receosa se deita ao meu lado, Helena estava sobre minha barriga.
- Cuidado amor, você ainda não está recuperado 100%  _disse minha mulher preocupada.
- Tudo bem, cadê o amor da vida do papai?
- Papa _disse Helena me fazendo arregalar os olhos.
- O que você disse? _perguntei_ fala, papai.
- Papa _disse novamente, meus olhos já estava marejados.
Olho pra Victoria, a mesma também estava com os olhos cheios de lágrimas.
- Você falou amor _disse minha mulher beijando a bochecha de nossa filha, a minha pequena soltou uma risadinha.
- Papa, Papa, Papa _disse várias vezes.
- Sua safadinha, fala mamãe? _disse Victoria.
- Papa _disse.
- Isso é injusto _disse Victoria ficando emburrada.
- Não é não, papai ama muito essa bebê _falei enchendo ela de beijos.
- Eu preciso te falar uma coisa _disse Vic tomando minha atenção.
- O que seria?
- Lembra que antes de você voltar eu falei que tinha uma surpresa? _começou.
- Sim.
- Então... Eu estou grávida _disse, acho que meu coração parou por alguns segundos.
- Grávida? Bebês? Meu filho? _perguntei.
- Sim, sim, e sim _disse sorrindo.
Comecei a chorar e ela me abraçou, até Helena se deitou sobre meu peito e me abraçou.
- Eu... Te amo _falei_ amo todos vocês.
Victoria se deitou novamente ao meu lado e eu coloquei minha mão sobre sua barriga, a mesma tinha uma pequena elevação, bem pequena mesmo, mas ainda sim dava para sentir.
- A gente também te ama _disse ela deitando a cabeça sobre meu ombro.
Naquele momento com elas até esqueci de todos os problemas que eu estava passando.
Eu não queria pensar neles por agora, mas quando chegasse o momento de encará-los, irei enfrentar todos eles com toda a força e coragem que tenho, não irei fraquejar, eu preciso ser forte, eu sou forte.
E agora eu tenho mais um filho a caminho, tenho que ser forte por mim, por Victoria, por todos eles.