Capítulo 47
1252palavras
2023-01-31 20:39
Victoria Becker narrando:
- Ele acordou _disse minha sogra.
Fui pega de surpresa, eu estava paralisada.

- Marius acordou? _perguntei para ter a confirmação.
- Sim, o Dr. Adam me ligou agora, o mesmo disse que uma das enfermeiras estava trocando seus curativos quando o mesmo acordou _disse, a mesma estava agitada_ mas ele ainda está muito confuso, estou indo pra lá agora com o Anton.
- Estou indo pra lá também _falei.
Encerrei a ligação e olhei para as meninas.
- Marius acordou _falei.
- Sério? Então vamos pra lá _disse Eliza.

- Eu vou arrumar Helena _falei.
- Eu posso ficar com ela _disse Joana_ eu vou cuidar muito bem da minha afilhada.
- Faz isso por mim? _perguntei a ela.
- Claro my boo, vá lá ver o seu amor _disse sorrindo carinhosamente_ Helena ficará bem comigo.

- Eu te amo amiga, você é a melhor _beijei sua bochecha.
Corri para o quarto e peguei minha bolsinha e um casaco, eu estava com uma roupa simples mas não me importava, apenas prendi o cabelo e sai.
Me despedi da minha filha e sai acompanhada por Eliza, entramos no carro dela e seguimos até o hospital.
Chegamos lá ao mesmo tempo que meus sogros, então entramos todos juntos e fomos ao encontro do Dr. Adam.
Encontramos o mesmo na recepção.
- Onde está meu filho? _perguntou Crystal.
- Que bom que chegaram _disse o doutor_ ele ainda está na UTI, e está bem, vou permitir a entrada de vocês, mas peço silêncio pois lá tem outros pacientes que precisam de descanso.
Assentimos e ele logo nos levou até onde meu amor estava.
Vejo o mesmo quietinho enquanto olhava pro teto, seu lindos olhos azuis que eu tanto senti saudade.
- Amor _corri para abraçá-lo.
Sinto seus braços me abraçarem fortemente, ele tentava buscar todo contato possível.
- Eu estou aqui... Você está bem meu amor _sussurrei no seu ouvido.
- Eu te amo _disse com a voz falha.
Me afasto dele com dificuldades, ele não queria me soltar de jeito nenhum, olho em seus olhos e beijo seus lábios calmamente.
Logo me afasto por completo dele e deixo que seus pais e Eliza falem com ele, passo minhas mãos carinhosamente pela sua barriga e pernas, agradeço a Deus por ele estar bem.
- Eu... _sua voz falhou, e ele não conseguiu terminar a frase.
- Você está bem? _perguntou Dr. Adam quando o monitor começou a apitar_ se acalma Marius.
- Você precisa se acalmar filho _disse Anton segurando em seus ombros.
- Como vou me acalmar? não estou sentindo minhas pernas _gritou ele desesperado.
Derepente tudo ficou em silêncio, Marius respirava ofegante enquanto o Doutor o avaliava.
- Deve ter sido uma paralisia _disse Adam_ ela não deve ser permanente.
- Então ele vai voltar a sentir as pernas? _pergunta crystal.
- Creio que sim, mas ele irá precisar de um fisioterapeuta para ajudá-lo _nos alertou.
- Vou procurar pelo melhor fisioterapeuta dos Estados Unidos _disse Anton_ Marius voltará a andar o mais rápido possível.
- Viu amor, logo você estará bem _falei me aproximando dele e segurando sua mão.
- Minha cabeça está doendo _disse ele.
- Vou pedir para a enfermeira te trazer um remédio _disse Dr. Adam saindo.
- Onde está minha coisinha rosa? _perguntou.
- Está em casa, e também está com muita saudade.
- Quero logo poder vê-la, também estou com saudade _disse.
- Você lembra do acidente? _perguntei.
- Eu só lembro do jatinho caindo, e depois um barulho alto... Não lembro de mais nada _disse_ ainda estou bem confuso.
- Aos poucos você vai melhorar, amor _falei beijando sua testa.
- Eu quero ver minha filha logo _disse.
- Logo você irá para o quarto, e eu irei levá-la para você vê-la _falei_ agora você precisa descansar.
A enfermeira entrou no quarto com o remédio de Marius e o mesmo logo tomou, ficamos ali até que ele dormisse novamente.
- Amanhã ele irá ser transferido para o quarto _avisou Dr. Adam.
- Tudo bem, amanhã viremos vê-lo _disse minha sogra.
Antes de ir embora, andei até Marius e beijei sua testa, sussurrei baixinho que o amava.
Fico preocupada pelo fato dele não sentir suas pernas, mas não posso demonstrar desespero na sua frente, tenho que apoia-lo e sempre falar que vai ficar tudo bem.
Afinal, ele realmente vai ficar bem, ele vai dar a volta por cima e superar tudo isso.
Volto pra casa com Eliza, mas ela apenas me deixa na entrada do prédio e vai embora, subo até meu apartamento.
Estava tudo em silêncio, Joana já estava dormindo, vou até o quarto de Helena e a mesma estava dormindo tranquilamente.
Minha filha estava tão fofinha, a mesma estava com um pijaminha rosa com estampa de coelhos, ela abraçava o coelhinho de pelúcia que o pai dela deu, seu cabelinho escuro estava solto e todo bagunçado, Helena tem muito cabelo, e eu acho a coisa mais fofa do mundo, minha cabeludinha.
Ouço um pequeno barulho vindo do quarto de hóspedes, me abaixo e deixo um beijo da testa da minha filha antes de sair pra ver o que era.
Me assusto quando vejo Joana caída aos pés da cama, a mesma estava com a mão sobre o peito e sua respiração desregulada, ela estava muito ofegante.
Ando rapidamente até ela e me ajoelho na sua frente, levanto seu rosto para que ela me encare.
- Respira comigo _falei.
Eu sabia que ela estava tendo um ataque de pânico, eu já tive isso quando mais nova, é uma sensação horrível.
Começo a inspirar e expirar, ela me olha atentamente e logo começa a repetir meus movimentos, a mesma foi se acalmando aos poucos.
Ela estava toda suada.
- Vamos tomar um banho? _me levantei e estendi minha mão pra ela.
A mesma ficou meio receosa mas logo segurou na minha mão e se levantou, andamos até o banheiro, retirei minha roupa ficando apenas de peças íntimas e entrei no box.
Eu não iria forçá-la, por isso deixei ela vir por conta própria, o que não demorou muito, ela logo se juntou a mim.
- Lembra de quando tomávamos banho juntas? Fazíamos a maior bagunça _falei.
- Minha mãe ficava uma fera _disse, a mesma ainda estava um pouco fechada, preciso fazer ela se soltar.
- E quando íamos tomar banho escondidas no lago e o Brandon pegava nossas roupas? _falei sorrindo.
Brandon era um vizinho da Joana, por um tempo crescemos juntos, mas seus pais mudaram e nunca mais o vimos, éramos pequenas ainda.
- Brandon era um chato _disse ela.
- E ele gostava de você _falei.
- Gostava? Então por que ele me irritava tanto? _disse_ por causa dele tínhamos que voltar pra casa nuas, apenas com algumas folhas escondendo nossas partes íntimas e também pelos arbustos.
Soltei uma gargalhada, Joana não aguentou e acabou rindo também.
- Por onde será que ele anda agora? _perguntei.
- Não sei, ele já deve ser casado, já deve ter filhos... _disse.
- Você gostava dele também, não era?
- Gostava... Mas éramos jovens demais para saber como amar _disse.
A mesma me abraçou e deitou sua cabeça no meu ombro, fiz carinho em seus cabelos e depois fiz cócegas nela, a mesma gargalhou enquanto se afastava.
Voltamos a tomar banho, fiz hidratação no cabelo dela e ela fez no meu, a mesma já tinha até esquecido do seu ataque de pânico.
Não sei o que causou aquilo, mas isso afetou muito ela...