Sabriel estendeu a mão para Helena, pedindo para que o acompanhasse até o outro quarto. Para ela ter aceitado, estava conseguindo ganhar a sua confiança. Quando entrou no outro quarto, deu de cara com uma linda e imponente cama de dossel. Pelo modelo, deve ter mais ou menos a idade do piano.
Ela não tirava os olhos da cama. E ele não tirava os olhos dela.
— Fique à vontade para experimentar.

— É sério isso?
— Sim, foi a primeira coisa que fiz quando a vi.
Helena foi até a cama para observar melhor. Tocou nas cortinas e nos detalhes trabalhados. Passou as mãos na bela colcha de algodão fino. Enquanto alisava o tecido da coberta, sem querer olhou para ele. Sabia o que ele queria. Então ela subiu e se deitou na cama de dossel.
Quando ela se deitou, Sabriel só pensava com ele mesmo, o quanto ela ficava bem em sua cama. Era uma bela imagem digna de ser uma obra de arte. E quando ela se virou de lado, ficando de barriga para baixo, dando uma empinada para cima com a bunda e balançando as pernas, como se fosse uma pin up? Pronto! Vários pensamentos indecentes começaram a invadir a sua cabeça...
Na verdade, invadiram as duas cabeças...
"Ay bendito, essa chica deve ser algum tipo de feiticeira, pois ela me lançou algum encanto!"

E realmente Sabriel estava totalmente encantado por Helena.
— Você não vai me contar a sua história? — Perguntou, mais uma vez o tirando da sua hipnose.
— O quê?
— Não foi para isso que você me trouxe para cá?

— Ah sim, me desculpe, eu me distraí. Só um momento...
"Ah, mas é claro que você se distraiu!" Helena sabia e muito bem com o que ele se distraiu. Dava para ler o pensamento dele. E ela estava se divertindo e muito com isso.
Sabriel pegou o seu notebook e se sentou ao lado dela. Acessou o YouTube e mostrou alguns vídeos dele cantando quando criança.
— É você? Oh que fofo que você era!
Helena ficou muito impressionada ao vê-lo cantando tão bem e com tão pouca idade. Desde cedo, tinha uma bela voz, pura, cristalina e angelical. Em meados dos anos noventa, ele foi astro mirim de um programa infantil que fez sucesso em quase toda a América Latina, La Pandilla (A Turma) e ele era conhecido na época como Angelito.
— O que aconteceu com o restante do elenco?
— Nós crescemos e isso fez com que programa começasse a perder a audiência. Tentaram substituir cada integrante à medida que este crescia, a ideia deu certo por um tempo, até o dia em que não funcionou mais. Quando acabou de vez, cada um de nós seguiu o seu caminho e de preferência bem longe do meio artístico.
E após contar a sua história, ela tocou em sua mão e olhou no fundo de seus olhos.
— Você era uma gracinha quando mais jovem. Parecia mesmo um anjinho..., mas eu prefiro você agora.
— Agora? — Perguntou não entendendo o que ela queria dizer.
— Sim, você era muito lindo nesta época. — Explicou apontando para o notebook: — mas você era apenas um menino... e certas coisas não dá para fazer com meninos.
Ela chegou aonde ele queria.
— Você até que é uma boa observadora... acho que consegui o pacote completo.
Ele se inclinou para beijá-la, mas ela recuou. Helena se levantou do seu lado da cama para ir até o lado dele. Foi caminhando devagar sem tirar os olhos dele. Quando chegou na pilastra da cama próxima a ele, se atreveu a fazer uns passos de pole dance... claro que não sabia, mas mesmo assim ele adorou.
Sabriel sentiu todas as células do seu corpo entrarem em erupção, quando Helena chegou perto dele e abriu as suas pernas com um dos joelhos e se encaixou ali entre elas. Ele a encarava daquele jeito...
Enquanto se abraçavam, um tentava descobrir o corpo do outro. Enquanto Helena beijava a testa de Sabriel, ele afastava seus cabelos para chegar até a suas costas. Apertou a sua cintura com aqueles braços fortes. E ela gemeu quando ele deu um aperto no seu traseiro. Nesta hora, ela jogou a cabeça para trás e ele aproveitou para dar um cheiro em seu pescoço. Beijou e deu uma leve mordida, acompanhada de uma chupada gostosa. Ela parou para analisar o local onde ele mordiscou.
— Não se preocupe, não ficou marcado.
Continuaram de onde pararam. Ele voltou a beijar seu pescoço e foi descendo até os seios, enfiando e esfregando o rosto entre eles, mesmo por cima do tecido.
"Eu devia ter vindo com um vestido com um decote maior!" Pensou na hora.
Não resistindo mais, ele resolveu tirar o seu vestido. Ela estava de meia calça... Enquanto ele levantava o vestido até a cintura, ela foi subindo em cima dele, fazendo com que ele se deitasse na cama. Ela ficou por cima, montada nele. Dava para senti-lo pulsando por dentro da calça...
Helena foi se inclinando em direção ao seu rosto. Sentiu o coração dele batendo junto com o dela. Quando chegou mais perto do seu rosto, deu uma leve roçada em seus lábios e pôde sentir o seu hálito quente e cheio de desejo.
E finalmente ela lhe deu aquele beijo... aquele mesmo beijo que dera na escada na noite anterior. Ele já sabia o que significava e não pensou duas vezes, aproveitou o fato dela estar por cima, a abraçou e se levantou com tudo com ela agarrada a ele para inverter a posição. Lá estava Sabriel por cima dela, com as pernas enroscadas na sua cintura. Quando tudo ia bem, lembrou de um certo detalhe.
— Acho que não tenho preservativos...
Ela se levantou e pediu um instante. Lembrou que havia um pacote em sua bolsa: — eu já volto.
Lá foi ela pegar o pacote na bolsa que deixou na sala. Aproveitou a ocasião para ir ao banheiro. Uma vez lá dentro, agradeceu por estar em dia com a sua depilação. Fez os cálculos e sorriu consigo mesma ao concluir que a sua menstruação estava longe de descer. Enquanto tirava a meia calça, pediu força, coragem e muito tesão para a sua deusa interior. Quando voltou ao quarto, ouviu uma voz bem familiar...
Era a voz de Núbia!
Ao ouvir aquela voz, Helena entrou no quarto e viu Sabriel assistindo horrorizado o vídeo de Núbia a difamando. E não era o mesmo vídeo, mas sim outro.
— Por que você tá vendo essa merda? — Gritou horrorizada com aquilo.
— Foi sem querer, fui colocar num vídeo romântico e vi nas notificações, um vídeo com a sua foto! — respondeu assustado com o desespero dela.
No novo vídeo, Núbia dizia que Helena foi à Paris para "rodar bolsinha" junto com suas amigas, que ela não passava de uma prostituta barata, que sua pose de boa moça era fachada para dar o golpe do baú em seus acompanhantes, que queria tirar o Luiz dela...
Como aquela bruaca sabia que ela estava em Paris com suas amigas?
— Mas o que significa isso? — Perguntou todo confuso, olhando para ela. Helena já logo imaginou que ele deveria estar pensando mil e umas besteiras sobre ela. Não aguentou mais aquela humilhação, pegou as suas coisas e foi embora.
— Espere, aonde você vai nervosa desse jeito?
Nem se deu ao trabalho de ficar para explicar. Ele não ia acreditar.
Ela saiu correndo escadaria abaixo. Queria sair dali... queria sumir... queria morrer... e nesta correria, acabou pisando em falso em um dos degraus da escada e caiu, se arrebentando toda.
Ficou ali mesmo caída no chão, chorando de soluçar...