Capítulo 19
966palavras
2022-09-07 02:54
"Ele sabe o meu nome!" Ficou impressionada ao ouvi-lo dizer o seu nome. Parecia até uma melodia. E ela ainda nem sabia o dele...
— Que foi? Eu errei o seu nome?
— Não, pelo contrário, você acertou. Como sabia?

— Foi na noite da festa na Torre Eiffel. Aquele cara que apareceu do nada, fugindo da sua amiga, disse o seu nome e ficou gravado na minha memória, pois eres un nombre lindo... assim como su duena (sua dona).
— Ah sim... obrigada. — Corou ao ser elogiada por ele. Fazia algum tempo que não escutava um elogio, ainda mais de um homem tão bonito.
Finalmente chegaram ao tal bar. Entraram e fizeram seus pedidos. Helena nem fazia muita ideia de onde estava, já que não prestou muita atenção no caminho. Estava tão encantada pelo seu acompanhante, que não reparou em nada a sua volta.
— Então, você é daqui? — Ela perguntou para puxar assunto.
— Não, assim como você, vim apenas para conhecer a cidade. Eu sou do México, mas moro na Flórida, Estados Unidos. E em qual região do Brasil você mora?
— Sou de São Paulo, capital. Moro com meus pais e irmãos. Conhece o Brasil?

— Não, mas adoraria conhecer. Tem o maior espetáculo do planeta, o Carnaval. Fora o futebol, que é o melhor do mundo. — De repente, ele meio que mudou de assunto: — A propósito, essa sua amiga com quem você brigou... é a mesma de quem aquele cara estava fugindo?
— Sim, é ela mesma.
— Vocês não brigaram por causa daquele sujeito não, né? Ou foi?
— Antes fosse..., não foi bem uma briga, não chegamos a discutir. Eu só não quis conversar com ela na hora.

Helena, que até a um minuto atrás estava sorrindo, se entristeceu. Percebeu que na hora não deu nenhuma chance para Samantha se explicar. Trouxe a sua amiga no lugar de Luiz para se divertirem junto com Dayane, e não para ficar se aborrecendo, ainda mais por causa dele.
— Quer voltar para casa e conversar com sua amiga? — Perguntou ao notar o seu estado e ela fez que sim com a cabeça. Chamaram o garçom para acertarem os pedidos. Quando saíram do bar, ele disse:
— Se você brigou com sua amiga por causa daquele cara, um conselho: ele não vale a pena.
— O que houve com ele? — Perguntou para fugir um pouco do assunto.
— Bom, a minha maior vontade era de jogá-lo de lá do alto da Torre Eiffel. Mas achei melhor chamar um táxi para levá-lo até em casa. Estava muito transtornado para ir para casa sozinho. Ou a sua amiga deve ter o assustado ou então ele é muito do imbecil.
Helena riu, lembrando do episódio. Realmente Pierre estava muito engraçado, com aquela cara de quem viu assombração. Mas também ficou assustada quando ouviu o seu acompanhante dizer que queria jogá-lo do alto da Torre Eiffel.
— Por que você queria jogá-lo de lá?
— Como por quê? Estava com la chica que eu queria e muito conhecer e de repente me aparece um mané para estragar o nosso momento? E onde que eu ia fugir feito um covarde, cuando una bella mujer me quieres? (quando uma bela mulher me quer).
— Bom deixa para lá, já passou. Mas você tem razão, eu tenho que conversar com a minha amiga. Preciso dar um basta nessa situação de uma vez por todas.
Ele sorriu para ela. Gostou de sua determinação.
*
Ao chegarem em frente aos seus prédios, ele perguntou:
— Você quer subir ao meu apê?
— Mas tenho de conversar com a minha amiga.
— Ela pode esperar. Se for uma boa amiga, vai esperar.
— Não posso...
— Por que não pode?
— Bom... a gente se conheceu agora... e eu não sei muita coisa sobre você... para falar a verdade, eu ainda nem sem o seu nome.
— Não seja por isso. — Ele endireitou todo o corpo, se curvou perante ela e fez um gesto galanteador, lhe estendendo a mão para cumprimentá-la: — Mucho gusto señorita (muito prazer senhorita) eu sou Carlos Sabriel De los Reyes. Mas pode me chamar apenas de Sabriel.
"Nossa, que nome lindo! É tão lindo quanto ele!" Pensou.
— Ok... Sabriel. — Repetiu o nome dele, puxando bem o “L” no final: _ É diferente.
— Si lo sé (sim eu sei). Segundo mi madre, és un nombre de angel. (minha mãe, é um nome de anjo).
E realmente ele parecia um anjo, com aqueles cabelos castanhos claros e olhos azuis, só faltou as asas e o halo.
— Agora que você já sabe o meu nome, você vai subir, né?
— Eu vou subir, mas para a minha casa.
— Ora vamos lá, vem comigo! Quero apreciar um pouco mais a sua companhia.
Helena começou a se divertir com a situação. Bem que ela sentiu vontade de ir até a casa dele, mas estava com receio. Em outros tempos, talvez iria sem problema nenhum. O olhou de cima a baixo, dando uma conferida no material...
Melhor não, pois ainda não o conhecia direito. Além do mais, realmente tinha que conversar com Samantha. Ela é do tipo que jamais deixaria uma amiga para trás por causa de homem, mesmo que esteja muito a fim dele.
E ele insistia: — vamos fazer assim: você vem comigo até a porta, não precisa nem entrar. É só para conhecer a minha casa. E quando quiser, é só vir me visitar.
Vendo que ele não iria desistir, ela concordou: — Ok, eu vou me arriscar.
— Não vai se arrepender, tem a minha palavra de honra! — Ela deu risada quando ele fez o famoso gesto dos escoteiros.
— Para a sua segurança, espero eu.