Capítulo 15
1369palavras
2022-08-18 14:38
EM TERRA SOMBRIAS
A moça em vez de vir até mim e averiguar a situação Simplesmente ignorou, indo em direção a cômoda e quando por lá chegou depositou o bandeja que até então não havia reparado.
— Ei, você não ouve o que disse? — Pergunto-lhe e a mesma volta a ignorar-me .
Virou-se de frente para e suspirou e disse:
— Prepare comer primeiro ou tomar banho e trocar os curativos? — Olhei novamente para a janela e um sentimento estando passou sobre mim, epa já que os donos não se importam não será eu.
Então respirei fundo e com os passos lentos fui até a rapariga que aparenta ser da minha faixa etária, a mesma está vestida com um uniforme azul e rosa, suponho que deva trabalhar cá, ela tem os cabelos castanho na altura dos ombros, alta e o rosto angelical, é muito bonita, neste momento recordo-me da minha nudez e couro pois acredito que a minha aparência não esteja numa das melhores, na verdade acho que até a bruxa dos setenta e um assustaria.
— Eu acho que vou tomar banho primeiro.
— Está certo senhora.
— Desculpe, mas quem é você? Você trabalha para aquele homem ?— Faço duas perguntas de uma vez só assim que cheguei a me sentar novamente sobre a cama.
Ela por sua vez olhou-me com os olhos arregalados e engoliu em seco, mas tentou disfarçar e respondeu:
— Meu nome é Cathia senhora, e a outra pergunta não poderei responder-lhe, sinto muito.
Fiquei curioso sobre isso, mas decidi não insistir mais no assunto.
— Bom Cathia o meu é Daiana, e como você fala a minha língua. — Eu estou a tentar ser gentil e fazer amizades com ela, talvez ela seja a minha salvação. E sair daqui é meu maior sonho. Não sei a quanto tempo estou aqui tudo que sei é que perdi tudo de mais precioso nesta vida, a minha mãe.
— Senhora eu vou preparar o seu banho e depois a ajudarei com os ferimentos. — Respondeu-me ela fugindo do assunto, pelos visto será muito difícil sair daqui.
— Desculpe por isso. — Ela simplesmente deu um aceno de cabeça e desapareceu do meu campo de visão.
Fiquei a espera dela enquanto isso penso quando a minha vida deu a volta e da pior forma possível, eu realmente deveria ser uma pessoa horrível em outra vida. Ainda não aceito isso, eu nunca fiz nada a ninguém portanto não entendo esse sofrimento e os traumas que tudo isso está a deixar em mim, as marcas que irei carregar pelo resto da minha vida, se que ele me deixar viver. Parece que foi ontem que estava nas praias lindas de São Tomé e Príncipe, junto da minha mãe, ou então no campo a colher do bom produto que plantamos.
Não é justo isso, não comigo e nem para a minha mãe e Caio.—porque tudo isso tinha que acontecer?— Quando dei por mim já estava a chorar, as lágrimas quentes banham o meu rosto a angústia e a dor é muita para uma pessoa só, acho que não irei aguentar por mais tempo a suportar toda esta dor.
Sou tirada dos meus devaneios com A Cathia a chamar por mim, Limpei as minhas lágrimas e levantei os meus olhos a ela e disse:
— Sim?
— O seu banho já está pronto,podemos seguir?— Disse ela com o seu olhar sobre mim de pena, eu via isso pois está bem estampado.
Apenas ignorei e respondi:
— Podemos sim.
Cathia, começou a caminhar até mim e quando chegou ajudou-me a pôr-me em pé e com os passos lentos fomos andando até o quarto de banho. — Espera esse quarto tem quarto de banho? Como não vi antes.
Assim que chegamos na porta do quarto de banho Cathia, abriu a mesma , e entramos, olhei tudo nele é simples assim como o quarto, apenas uma banheira com o chuveiro por cima, uma sanita, e lavatório lado da mesma.
Cathia, ajudou a entrar na bacia e com todo o cuidado me sentei e assim ela começou a banhar o meu corpo. Ao sentir a água morna contra o meu corpo, as feridas começaram a arder um pouco. Respirei fundo e deixei com que ela fizesse o seu trabalho , apesar de ser tomar banho não questionei o porquê disso.
Após o banho já estavam no quarto e Cinthia limpou os ferimentos nas pernas coxas e no meu rosto. Depois disso, vesti-me com um vestido florido que chega até o joelho, o mesmo é de alças grossas e uma cueca branca.
Depois disso Cathia, se afastou e trouxe consigo a bandeja, eu estava sentada sobre a cama e assim que ela chegou perto a mim disse:
— Senhora o seu almoço.
— Almoço!— Exclamei em surpresa, como assim almoço? Que hora são?
— Sim senhora, já passam do meio dia.– Disse ela naturalmente, enquanto isso eu estou completamente plastificada. A olho assustada e então resolvi perguntar.
— Há quanto tempo estou aqui?
— Senhora, por favor coma o tempo está a esgotar. -- Disse ela respondendo com outra fala.
— Não. Eu não vou comer porcaria nenhuma, até você responder as minhas questões. — Disse determinada olhando fixamente para ela que está com o rosto pálido.
— Por favor senhora;
Então levanto-me e começo a caminhar até a porta assim que cheguei a até ela e levei a mão a maçaneta na tentativa de abri-la mas a mesma estava trancada. Virei-me para a Cinthia que estava estática que nem uma estátua e disse.
— Cinthia, abra essa porta, eu quero sair daqui agora. — Ela não responde. Então vejo as lágrimas começarem a cair dos seus olhos pelo seu rosto. Fiquei confusa a situação mas no momento estava só a importar-me com a minha saída. Se eu soubesse que isso custaria a sua vida com certeza ficaria quieta.
— CINTHIA, ABRA A PORTA. — Esbravejei nervosa. Ela chorava por medo eu acho e eu por nervosismo. Vendo que ela não fará o que eu estou a pedir virei-me para a porta e com toda a força que sobrou de mim comecei a bater nela e gritar. Posso até dizer que eu surtei.
— Socorro, ALGUÉM ME TIRA DAQUI POR FAVOR.
— Senhora, por favor venha, o senhor Fornella não irá gostar disso.
Não liguei para o que ela disse , apenas gritava e chorava para sair desse lugar.
— Você não entende, eu não quero ficar aqui. Por favor Cinthia, Ajude-me por favor— Eu disse, ela apenas olha-me com pena e abre a sua cabeça em negação. E antes que eu abrisse a minha boca a porta se abriu atrás de mim eu e Cinthia, viramos-nos a direção dela e por ela passou ele.
Ai eu senti que podia desmaiar,pois a minha cabeça ficou zonza assim que olhei naquelas esferas negras com a noite sem estrela. E tudo que ele fez e me obrigou a ver veio a minha cabeça como um soco.
— Pelos visto continua a tentar sair daqui e a desobedecer. -- Assim que a sua voz grave e estrondosa se fez presente pelo espaço senti o impacto da apreciação pelo meu corpo inteiro.
Sua presença deixa o meu estado espiritual e mental totalmente abalado. Eu não consigo ter controle de mim mesmo, o medo e pavor começam a entrar pelas minhas veias como se tivesse a injetar droga nelas. A Cinthia que até então chorava está completamente imóvel no seu lugar, nenhuma som sai da sua boca assim como eu nenhuma das duas ousa se pronúncia pois a presença dele no pequeno quarto deixa tudo quente ao mesmo tempo gelado é como se uma tempestade caísse sobre nós.
— Senhor...Eu.. — Cinthia ainda tentou dizer alguma coisa, mas foi impedida com simples gestos e assim que as suas mãos grandes voltaram para o bolso da calça social Cathia, imediatamente fechou a sua boca.
— Saia, Cathia, e leve consigo essa bandeja. — Ele disse sem tirar os olhos de mim.
E sem olhar para trás e aos tropeços suas próprias pernas Cinthia , saiu nos piscar de olhos. E o meu medo triplicou.
— Agora só você e eu.