Capítulo 5
1792palavras
2022-08-10 18:43
Daiana Hezera Núnez
Já tem alguns dias que estou a trabalhar no café do senhor Diego, ele e o seu filho Caio têm feito de tudo para enturmar-me neste país, bom as coisas estão a correr bem. E o Caio ele é um rapaz tão Simpático,atencioso e muito carinhoso comigo e com os outros, sem contar nas aulas da língua holandesa que ele têm dando-me gratuitamente e eu bem que insisti pagar as aulas mas ele negou alegando que não tem nada que pagar pois já somos amigos e não é para me gabar mas eu estou a me sair muito bem.
Os meus olhos estão focado em cada movimento que Caio faz, ele está a atender um grupo de adolescentes que entrou faz uns três minutos atrás, eu não sei o que está a acontecer comigo mais desde que ele começou a dar-me as aulas e a forma como ele me olha e fala mexeu algo aqui dentro, — Talvez sejam coisas da minha cabeça mas não consigo tirar o brilho dos seus olhos quando fala comigo.— Que cabeça minha mais é claro que um homem como ele jamais se interessaria por alguém como eu. Esses pensamentos fazem o meu coração despedaçar-se em pedaços pequenos.
Depois de alguns segundos Caio, veio a caminhar perto de mim com um grande sorriso estampado no seu rosto belo automaticamente , ergo o meu corpo ficando na posição correta como hoje é quinta-feira é meu dia de ficar no caixa. Sorrio para ele assim que chegou perto de mim , Caio depositou a bandeja que estava nas suas mãos sobre o balcão.
— O que se deve a esse sorriso? – Eu perguntei-lhe assim que ele descansou o seu corpo sobre o balcão .
— Bom talvez deve-se a uma linda rapariga que os meus olhos estão a ver agora. — Respondeu ele alargando ainda mais o seu sorriso e eu fiquei envergonhada e senti o meu rosto aquecer mais então Caio, ficou sério e disse.— Olha próxima semana os meus pais vão celebrar vinte e cinco anos de casado e claro eles darão uma pequena festa, bom na verdade será mais um churrasco para amigos mas próximo e você já é uma grande amiga minha e quero que vá lá, uhn bom, a festa uhn que dizer o churrasco será às dezoito horas e trinta minutos. — Quando ele fechou a boca eu encará-lo com surpresa até agora ele é o único amigo que tenho desde que me conheço com pessoas, em em São Tomé e Príncipe, nunca tive um amigo eu sou uma pessoa muito tímida e socialização também nunca foi o meu ponto forte, sempre tive esse problema em fazer amigos e não sei porque a última pessoa que eu pensei que seria uma amiga isso no ensino médio apenas usou-me para conseguir fazer um trabalho de geografia e sem contar que nunca me convidaram para as suas festa de aniversários e nas da escola sempre ficava sozinha.
Eram muito tristes, o lado bom é que eu tenho e sempre terei a amizade da minha mãe já a do meu pai não sei . Ainda estava com os meus olhos arregalados sobre o Caio e ele por sua vez encara-me com expectativas, a verdade é que não sei o que dizer, é a primeira vez que alguém me convida para ir a algum sítio e eu fico sem o que dizer.—mas também o que esperar né? — Disse o meu subconsciente, ignora ele e engulo em seco e abro a boca para dizer alguma coisa mas simplesmente as palavras não saem, abaixei a minha cabeça envergonhada. — Nossa Daiana, sabes mesmo conversar! — Outra vez essa voz do subconsciente se fez presente na minha mente ironicamente .
— Ei, ai, o casal sozinho estamos a trabalhar ou a namorar.— Levantei a minha cabeça assim que a Emma terminou de berrar, se antes estava com vergonha agora com certeza quero enterrar a minha cabeça no burro , para além dos outros funcionário rirem-se de mim os clientes que estão presentes também começaram a rir-se de mim. A Emma é uma rapariga bonita ela é loira tem olhos verdes e um rosto bem desenhado até parecer com aquelas super modelos e tal, ela é alta mais que eu acredito que tenha 1m e Setenta de altura, já para não falar do seu corpo cheio de curvas ela branca e holandesa. Pelo poucos dias que estou a trabalhar aqui já vi que ela não foi muito com a minha cara e sinceramente eu não sei o porquê da implicância com a minha pessoa, a um dias trás ela desejou um chácara de café sobre mim sorte que o café não estava quente e ele em vez de pedir desculpa simplesmente foi-se sem olhar para trás isso, eu também não faz nada pois não queria arranjar problemas com os funcionários antigos .
E além disso o café é o primeiro estabelecimento que abriu as suas portas para mim e arrumar confusão está fora do meu objectivo.
— Não liga para ela, pois a Emma é mesmo assim. — Sai do s meus devaneios com a voz do Caio ecoando no fundo dos meus tímpanos, ergo a minha cabeça e direciono os meus a sua pessoa e sem palavras para dizer no momento apenas acenou em positivo com a cabeça e depois levantei os meus polegares para cima dizendo que está tudo bem. —E sobre a festa do aniversário dos meus pais, eles não vão te maltrata se esse é o seu medo, fica tranquila que a minha mãe por mais difícil que seja ela é bem legal trata todo mundo com muito carinho e com certeza você não seria a primeira a se maltrata por ela.
— Não! Não é isso Caio, eu tenho a certa que toda a sua família são gente boa, só que é uhn, o problema sou eu. — Disse baixando a cabeça outra vez envergonhada, sinto os dedos delicado do Caio no meu queixo levantando para cima porém eu desvio o meu olhar que se encontra com da Emma, vejo um ponto de interrogação que formou-se no meio da sua testa, ela ficamos a nos encarar por mais alguns segundos depois ela saiu batendo os seus em direção a cozinha. Não entendi nada. —Mais o que se passa com esta rapariga? — Também gostaria de entender. Caio ainda está com os seus dedos sobre o meu queixo, dou um sorriso amarelo e suspiro fundo. — Olha, Caio eu nem sei o que dizer direto, nunca fui a um churrasco e eu não quero estragar a festa do seus pais com as minhas trapalhadas.
—Claro que não, eu também vou esta lá. — Respondeu ele sorrindo do que disse e completou dizendo. — Eu ajuda-a com que for necessário, não precisas de ter medo que a minha família não morde. — Nós dois rimos da tentativa dele fazer piada com o momento.
— Está bem, eu vou pensar ok. — Respondi após recuperar-me do ataque de riso. no entanto Caio, abriu um grande sorriso de orelha a orelha e declarou.
— Você não vai se arrepender .
— Ai ai, calma ai eu disse que pensarei.
— E eu sei que você vai.
Após a nossa conversa, Caio e eu voltamos a trabalhar perto do meio dia e hoje o café está meio vazio, não há tantos clientes como é de costume, a maior parte preferiu pedir por encomenda. Olho em volta alguns clientes alheio aos seus pensamentos enquanto outros estão a jogar a conversa fora, o cheiro de café pronto despertar o meu estômago e isso me faz constatar que ainda não matei o meu bicho(pequeno almoço) e nem almocei, agora a minha barriga está a cobrar. Verifico a hora e vejo que já está na minha hora, contabilizar quanto tem no caixa e quando termino fecho com a chave e guardo-na no meu bolso da casa branca o Caio saiu só ficou eu e mais algumas raparigas no café. Estava prestes a sair quando a Emma e a Cláudia aproximaram-se de mim com um sorrisinho posto no canto das suas bocas.
— Aí nós estamos a sair para almoçar, e como você não é nossa amiga então não está convidada. E como o Caio não está aproveita e vê se compra algo mais chique porque só isso você consegue. — Ela cuspiu as palavras na minha cara acompanhado pelo olhar de nojo, olhei para as minhas roupas e não vi nada de vulgar, uma calça branca simple uns all star coloridos e claro t-shirt preta do Café, sim eu sei que estou muito simples comparando as suas roupas de marcas . Respirei fundo ignoro o seu insulto, humilhação e digo.
— Você não pode sair agora, esta é a minha hora de ir almoçar e vocês só pode sair depois da minha volta foi isso que ficou combinado com o Caio. — Elas apenas riram-se como se tivesse contando a maior piada ou simplesmente de todo século.
— Querida, faz um coisa limpa tudo isso aqui porque só gente da sua laia sabem fazer e de licença que nós temos muito o que fazer. — Emma disse de que param de rir, após isso as duas deram-me as costas e puseram-se a andar para fora mas antes Emma virou-se e disse. — Nós não vamos voltar tiramos o dia de folga tchau querida. — Dito isso ambas sair pela porta de frente como se nada tivesse acontecido. Respirei fundo e contei até dez para não soltar.
Olhei para cima na tentativa de reprimir as lágrimas que formaram-se nos meus olhos e e suspirei mais uma vez e disse para mim mesmo — Isso é para a minha família e eu faço tudo por ela isso pela minha mãe querida.
— Então acho que somos só nós duas mesmo né? — Levei a mão ao coração pelo susto que lei, virei-me e deparei-me com uma moça morena baixinha assim como eu, bom quase ela sorriu-me e aproximou-se de mim e prossegui com a sua fala. — Ah! Não liga para o que a Emma diz, o problema ela é mesmo assim e já agora eu sou a Aline. — Aline estendeu a sua mão para a minha direção e eu, de primeira fiquei assim meio desconfianda e só para transparecer mal educada acertei a sua mão e respondi -lhe.
— Meu nome é Daiana.
Após as presunções eu a Aline ficamos a conversa e ao mesmo tempos a atender os clientes, já tinha se passado a hora do almoço então só deu tempo de tirarmos cinco minutos para lanchar e o mesmo é que me sustentou até o fim do despedimento.