Capítulo 8
729palavras
2022-04-19 07:31
Era uma bela manhã de primavera, a temperatura estava amena e as cerejeiras carregadas de flores, davam ao reino um ar romântico e convidativo. Prevendo isso, Takara arquitetou um belo passeio para os dois casais, os quais desejava que se entendessem.
Era bem cedo quando Ami despertou, pulando da cama quase derrubando Katherine que meditava calmamente sentada no chão próxima à cama. A garota se assustou, perguntando a irmã que, após o esbarrão, voltou a meditar:
– O que está fazendo?

– Meditando.
– Não vai se arrumar?
– Para que?
– Katherine?!
– Sim?
– O passeio é hoje. Vamos ficar a sós com os príncipes.

– Hum! Por isso está tão animada?
– Claro! Eu preciso ficar linda para meu futuro marido.
– Você realmente quer impressioná-lo? Gostou mesmo dele, não foi?
– Óbvio que gostei! Você precisava ver como ele se preocupou comigo quando achei que algo havia acontecido com você. Ele é um príncipe.

– Sim, verdade. O pai dele é um rei.
– Katherine?!
– O que é, Ami?
– Por que não se anima um pouco?
– Me animar? Com o quê?
– O seu Inu vai, sabia?
– Problema dele, eu tenho mais o que fazer.
– Katherine?!
– O que você quer?
Responde impaciente com a insistência da irmã:
– Você vai se casar com ele, podia estar mais animada.
– Você está louca, irmã? Você lembra o que ele disse?
– Você viu como ele te beijou?
– Foi por educação e tradição, nada demais.
– Não me pareceu um beijo por educação, mas sim um beijo cheio de desejo e foi correspondido por você.
– Desejo? O que você sabe sobre isso, Ami?
– Já vi muitos casais apaixonados se beijando e aquilo, com certeza, era um beijo de verdade.
– Pare de ler histórias sobre príncipes e princesas.
– Mas irmã... dê uma chance para ele.
– Por que eu faria isso, Ami?
– Porque eu sei que você gosta dele.
– Para ele, eu sou apenas uma humana inferior, jamais aceitará esse casamento e nem eu.
– Não teria tanta certeza.
– Ami, vai se arrumar e me deixe em paz.
– Como quiser, mas você vai.
– Não tenha tanta certeza.
Diz Katherine, abrindo os olhos, pegando a parte de cima de sua roupa que mais lembrava algo entre um casaco e um vestido de cor escura juntamente com suas espadas e facas e sua inseparável máscara, saindo pela janela com um pouco de pressa antes que Ami a visse e chamasse sua mãe, nesse caso, teria de ir ao passeio de qualquer maneira. Apenas saltou pela janela, pousando delicadamente sobre a grama verde. Saiu andando pelo lado do castelo, fechando os botões de sua roupa sem pressa. Estava curiosa sobre as terras próximas ao castelo, andou para a parte de trás, deixou seu dragão porque o pai perceberia a movimentação dele.
Próximo à parte de trás do castelo, Seidy e Ren conversavam. Desde que a general havia chegado, o rapaz quase não saia de perto dela, passava todo o tempo possível insinuando-se para ela. Naquela manhã, não era diferente. Ao ver a princesa passar a distância considerável deles, Ren pergunta:
– Aquela não é a princesa?
Seidy aperta os olhos, tentando reconhecer e diz, gargalhando:
– Sim, é ela mesma.
– Por que está saindo assim?
– Com certeza não vai ao encontro com o príncipe youkai.
– Por que ela faria isso?
– Ele falou umas coisas na frente dela, acho que foi infeliz no que disse.
Diz Seidy, fazendo cara feia. Ren olha sobre o ombro e diz, preocupado:
– O que ele disse, afinal?
– Que não se casaria com ela por ser uma humana e a chamou de inútil. Nós temos nosso orgulho e, pelo visto, não vai desculpá-lo.
– Mas parece que se casam no próximo mês.
– Eu não sei de nada.
Responde a garota, afastando-se para cuidar dos dragões e dar ordens a seus subordinados. O que o casal de guerreiros não havia percebido era a presença de Cho que os escutava enquanto tratava de alguns feridos, estava saindo sem ser percebida, quando uma jovem mestiça de youkai chamou sua atenção, parecia-lhe família. Não se deteve com a jovem que dormia, seguiu para o castelo, tinha que falar com o jovem príncipe antes que a princesa humana desaparecesse.