Capítulo 120
1980palavras
2022-07-25 06:17
Paramos num hotel de luxo, longe dali. Assim que entramos na recepção, todos os olhares ficaram sobre mim. Já era tarde da noite, ainda assim havia muitas pessoas no hall de entrada.
Nicolas seguiu sem se importar, segurando minha mão. Quando entramos no elevador, ele perguntou, rindo:
- Ladra de ponto?
- Achei que elas iriam me bater. Fiquei com medo.
- Não quis que fosse um risco para você... Mas achei que ia gostar que parecesse real.
- Eu amei a surpresa... Aliás, você sempre me surpreende... – fiquei na ponta dos pés, enlaçando seu pescoço.
Ele abriu o cinto do sobretudo, deixando meu corpo à mostra. Passou a mão pelas minhas nádegas, seguindo pelos meus peitos enquanto o observei mordendo o lábio inferior, lascivamente.
- Todo mundo ficou me olhando na recepção. – observei ironicamente, deixando o sobretudo cair.
- Eles têm inveja porque a prostituta mais linda é a minha.
A porta do elevador se abriu e ele me pegou no colo, enquanto nos encaminhávamos para a porta do nosso quarto.
- Obrigada pela noite maravilhosa, Nick. Amei estar na nossa moto novamente.
- Ei, rainha do drama, a noite nem começou. – ele abriu a porta.
Observei a sala de estar pequena e aconchegante. A porta envidraçada dava para uma sacada de frente para o mar. O quarto era logo adiante, junto de uma banheira gigantesca.
- A noite vai sair cara, senhor perfeito. – observei enquanto tentava desembaraçar meus cabelos com os dedos.
Ele riu:
- Você está linda... E eu pago o preço que for... Pela minha Juliet.
Virei de costas enquanto ele abriu o vestido apertado, deixando-me somente com o espartilho.
- Suas costas estão avermelhadas. – ele disse.
- Deve ser o fogo que corre pelas minhas veias. – brinquei.
- Ou errei o número do seu vestido.
- Porra, não fala isso...
Ele foi traçando uma trilha de beijos nas minhas costas, lentamente. Depois me empurrou até a cama, onde deitou-se sobre mim, me encarando com seus olhos azuis profundos, que eram a minha perdição. Não precisávamos dizer mais nada. Tudo já havia sido dito... Desde o primeiro “eu te amo”, no meu quarto, há anos atrás. Eu ainda sentia a mesma coisa... Talvez mais forte do que naquela época. Não consegui esperar... Eu o puxei para minha boca, devorando-a como eu gostava, sentindo seu gosto, sua língua quente e macia tocando na minha, explorando cada canto profundamente.
Suas mãos alisavam meu corpo com calma, sem nenhuma pressa. Aquela era a nossa noite, mais uma vez perfeita ao lado do meu Nick.
Ele abriu o corpete enquanto ainda me beijava, com habilidade.
- Quantas vezes você já fez isso? – perguntei com uma pitada de ciúme.
- Confesso que é minha primeira vez... Por que a pergunta?
- Você fez isso com tanta rapidez... Parece que nasceu abrindo corpetes.
Ele riu:
- Eu mesmo comprei e pedi para a vendedora o mais lindo e fácil de abrir... Mas juro que não testei antes numa prostituta, rainha do drama.
Suguei seu lábio inferior e depois mordi. Ele levou a mão à boca:
- Se você soubesse o quanto isso me excita...
- Quer de novo?
- Seria capaz de me devorar, rainha do drama...
- Eu seria... E você sabe disso. – falei apertando as nádegas dele.
Foi suficiente para Nicolas não aguentar mais e arrancar o restante da peça, incluindo a calcinha.
- Gosto desta pressa. – provoquei.
Ele desceu a boca ao meu seio, chupando intensamente o mamilo enrijecido enquanto sua mão alcançou minha intimidade completamente molhada. Desabotoei sua calça, retirando-a rapidamente junto da cueca.
- Ei, onde aprendeu a fazer isso tão rápido? – ele brincou, com a voz rouca de desejo.
- Aprendi a fazer isso com um certo senhor perfeito, que me tira completamente a sanidade.
Sentei na cama e retirei sua camisa. Em seguida joguei-o sobre o colchão macio, beijando seu peito e descendo até seu membro duro e pulsante, que acolhi habilidosamente na minha boca. Fiz questão de chupar profundamente e encará-lo enquanto o fazia, vendo cada sensação que aquilo causava nele. Depois subi em cima de Nicolas, sentando vagarosamente em seu pau lambuzado com minha saliva. Suas mãos alcançaram minha cintura enquanto eu o sentia completamente dentro de mim, centímetro por centímetro, fazendo meu corpo estremecer a cada movimento. Fechei meus olhos e deixei-me levar pelas sensações perfeitas que nossos corpos causavam um no outro. Aquilo me fazia esquecer qualquer coisa... Como se o mundo fosse somente nós dois, naquele lugar. Gozei intensamente quando ele me tocava em meu ponto de prazer enquanto eu o cavalgava ferozmente. Mas não houve tempo para descanso. Nicolas me colocou de quatro, puxando meu corpo para beirada da cama e adentrou-se em mim com fúria e desejo. Seus dedos enlaçaram meus cabelos com força, da forma como eu gostava enquanto as estocadas soavam como fortes batidas na minha bunda.
- Me bate para eu gozar, Nick... – pedi num fio de voz.
E como sempre, ele me atendia. Nicolas começou a dar palmadas que ecoavam no quarto, num som que me fazia delirar em prazer. Gozei quando ele soltou meus cabelos e puxou meu quadril de encontro a ele, ao mesmo tempo que o senti se derramar dentro de mim.
- Feliz 27 anos, rainha do drama. – ele disse se jogando ao meu lado na cama enquanto olhava atentamente para mim.
- Ao seu lado sempre existe felicidade, senhor perfeito.
- A banheira espera por nós. – ele disse sem se mover.
Eu ri:
- Vamos aproveitar. Não sei quando vou poder voltar naquela esquina. Elas queriam me bater eu acho.
- Minha pequena no meio das prostitutas... – ele riu alisando meu rosto. – Mas se saiu bem...
- Só as pernas delas eram quase do meu tamanho por inteiro... Será que existe alguma cláusula que obriga prostitutas a serem altas e magras? – me questionei em voz alta.
- Não entendo muito disso. – ele confessou.
- Uma delas tem até um filho... E um marido. Não sei se é casada ou ele é ex...
- E espero que não tenha intenção de descobrir.
- Eu gostei delas.
- Não! Nem pensar. – ele me olhou seriamente, como se desvendasse os meus pensamentos.
Sorri e levantei da cama:
- Te encontro na banheira, senhor perfeito.
Passamos o domingo na praia onde ficava o Hotel. E nada de Vivian ou Edward. Éramos Nicolas e Juliet, que nadaram no mar, comeram sorvete, sentaram na areia e se divertiram como duas pessoas normais. Claro que tive que comprar roupas, pois passar o dia de prostituta não estava nos meus planos.
Como Nicolas tinha que sair mais cedo na segunda-feira para o escritório, acabei indo com Edu. Lorraine e Felipe estavam organizando seus pertences para se mudar para outra casa na Villa e tudo estava uma verdadeira bagunça. Acabei me atrasando um pouco. Levei um espelho e comecei a me maquiar no carro.
- Atrasada, senhora Welling? – Edu brincou.
- Um pouco. Mas posso apostar que meu chefe vai me perdoar.
- E então... Tudo certo no ponto de encontro naquele dia? – ele perguntou curioso.
Eu ri:
- Tudo certo... Exceto o fato que quase apanhei por esta roubando ponto das garotas.
Ele gargalhou:
- Imaginei que não seria tão fácil.
- Por sorte fui salva por um cliente.
Ele virou e me olhou confuso.
- Foi Nick, seu bobo.
Ele suspirou aliviado:
- Fiquei assustado.
- E você e Eliete, como estão?
- Eu poderia dizer que estamos bem. Mas por enquanto não queremos nada sério. Estamos nos conhecendo. E eu estou com plano de deixar o resort e investir no ponto comercial à beira mar da minha mãe. É um lugar promissor.
- Isso seria ótimo, Edu. Claro que sentirei sua falta, mas ao mesmo tempo se você quer isso, tem que tentar.
- Eliete também acha que devo arriscar.
- Se não der certo, você volta para o Paradise. Mas se não tentar, nunca vai saber.
- Eu sei...
Assim que chegamos ao prédio, ele disse:
- Acho que vou fazer isso hoje mesmo.
- Está falando sobre pedir demissão?
- Sim... Sabe aquele minuto de coragem que dá uma vez na vida?
- Sei... – eu sorri. – Vai lá. Vou estar aqui torcendo para que tudo dê certo.
Dei um beijo no rosto dele e fui em direção ao elevador. A porta estava fechando quando uma mulher colocou o braço entre ela, fazendo-a abrir novamente. Ela entrou com um garoto pequeno na mão. Ele tinha os cabelos escuros e levemente crescidos. Encarou-me com seus olhinhos castanhos claros e suas bochechas fofas.
- Oi... – ele disse acenando.
- Oi... – eu sorri e acenei de volta.
Que porra era essa de crianças fazerem meu coração bater mais forte nos últimos dias? Será que depois de 27 anos meu instinto materno começava a se manifestar dentro de mim? O pequeno era fofo e usava calça jeans e camisa xadrez azul claro, marinho e branca. Era um mini homem, literalmente. Observei a mãe dele, alta, não retirou os óculos escuros. Não era tão simpática quanto o filho, com certeza. O garoto não tirava os olhos de mim e sua boca não se fechava, ainda num meio sorriso.
- Bonito... – ele apontou para o meu colar, que trazia o pingente com a chave e os trevos.
- Obrigada.
A mulher pegou o menino no colo:
- Ele pronuncia muito bem as poucas palavras que fala.
- Quantos anos ele tem? – perguntei.
- Dois. – ela disse enquanto ele mostrava os dois dedos, orgulhoso.
- Você é fofo. – falei para ele enquanto a porta do elevador se abria. – Qual seu nome?
- Ivan.
- Bonito nome. – observei. Tão forte quando o menino que o carrega, pensei.
Ela ficou com o menino no colo, parada, sem saber para onde ir.
- Eu... Posso ajudá-la de alguma forma? Trabalho aqui. – ofereci.
- Sim... Preciso falar com o dono do resort. – Ela disse firmemente. – Quero lhe apresentar seu filho.
Senti como se me faltasse o ar naquele momento e o chão estivesse se movendo embaixo dos meus pés, tentando me sugar a qualquer momento.
- É isso mesmo que quero causar. – ela disse me olhando sob os óculos pretos, que não deixavam aparecer seus olhos. – Impacto. Você ficou pálida. Está na hora de ele saber que teve um filho... E assumir isso para todos.
Meu Deus! Nicolas tinha um filho! Era como se eu tivesse levando um soco no estômago. Senti náuseas, mas respirei fundo repetidas vezes e disse, tentando parecer normal:
- Venha comigo...
Ela e o pequeno Ivan me acompanharam enquanto seguíamos pelas mesas onde todos trabalhavam compenetrados, sem perceber nossa presença. Senti minhas pernas trêmulas e passei diretamente por Eliete, em sua mesa.
- Juliet, ei, espere. – ela levantou.
Abri a porta com força, fazendo-a estourar na parede. Nicolas estava sentado em sua cadeira e à sua frente um homem com um laptop, compenetrado.
- Juliet? – ele me olhou confuso.
Fui até ele e comecei a lhe bater com a minha bolsa, com força, enquanto ele tentava se defender com os braços. Ele levantou enquanto Eliete tentava me segurar. Mas eu estava fora de mim, só queria quebrar cada pedaço daquela cara linda e canalha dele.
- Seu idiota, mentiroso...
Ele só se defendia com os braços enquanto eu bati até me cansar. Quando não aguentava mais joguei a bolsa longe. Eu estava suada e meus cabelos completamente desgrenhados. Olhei para a mulher com o menino no colo. Porra, o pequeno havia visto a cena lamentável. Ele não tinha culpa de nada... Nicolas era culpado. Só ele e mais ninguém.
O menino olhou atentamente para Nicolas e disse com a voz doce:
- Papai?