Capítulo 114
2654palavras
2022-07-25 06:13
Quando chegamos em casa, no final do dia, Nicolas disse enquanto eu ainda estava na porta, a um passo de entrar:
- Providenciei uma casa para Lorraine, Felipe e Vi.
- Mas... Ela já deu certeza se ficaria?
- Vai dar.
Eu o abracei:
- Estou feliz... Lorraine perto de mim é tudo que eu preciso.
- Eu sei...
- E sua mãe longe. – confessei, baixando minha cabeça.
- Ela logo vai partir, não se preocupe.
- Assim eu espero.
- Pode vir hoje à noite? – ele convidou. – Quero você na banheira. – falou no meu ouvido.
Eu ri:
- Você é muito direto, senhor Welling.
- Prefiro senhor perfeito.
- Hum, achei que não fosse o senhor perfeito.
- Repetindo: só para você...
- Ok, eu vou participar da sua festa na banheira, senhor perfeito.
- Estarei esperando... Com tudo que você tem direito.
Quando entrei em casa, Otto, Felipe e Lorraine já estavam discutindo sobre a casa nova que eles ganharam na Villa.
- Lorraine, me diga que você aceitou.
- Claro que aceitamos, prima.
Corri até ela e lhe abracei com força:
- Eu não podia estar mais feliz. Com você por perto eu me sinto sempre segura.
- Por que será? – brincou Felipe.
- Lorraine é o tipo de prima que entra numa briga por você. – eu ri.
- Claro que sim... Defendo quem eu amo. E se você convidar Alissa e Val de novo para Paraíso, eu jogo elas em alto mar, juro.
- Você sempre implicou com elas...
- Não me descem... Soam-me falsas. Detesto gente que se finge de puritana e sem defeitos. Tipo: “você quebrou a porra do pacto”... Ah, vão se foder.
Vitória levantou a cabeça, deixando sua brincadeira e me perguntou:
- Você vai se foder, Ju?
Felipe imediatamente pegou a menina no colo e disse:
- Lorraine, eu sabia que isso ia acontecer. Como vou explicar para a menina, agora?
Lorraine pegou a mão de Vi, ainda no colo do pai e disse:
- Vem cá, Vi... Você e o papai... Temos que conversar sobre os maus modos da mamãe.
Eles subiram enquanto eu deitei no sofá, com a cabeça no colo de Otto.
- Cansada? – ele perguntou alisando meus cabelos.
- Muito... Hoje eu fui conversar com Joana.
- De novo?
- Tentei fazê-la entender que Simon pode ter sido o responsável pela morte da minha mãe.
- E ela aceitou a sua hipótese? – ele perguntou ironicamente. – Juliet, esta menina tem o mesmo caráter de Simon.
- Infelizmente eu percebi isso.
- Fico inseguro de você tão perto dela diariamente.
- Pai, sabe que hoje, depois de tanto tempo, conversei com Tom de forma séria?
- Sobre o que conversaram?
- Sobre Simon e Joana. Ele me alertou que são piores do que eu imagino.
- Ainda assim ele está junto deles?
- Lembra que Nick também sabia a verdade e não se desvencilhou. A diferença é que Tom provavelmente tem ligação direta com o que Simon vende. E isso me preocupa muito.
- Não vai dizer que está pensando em perdoar Tom.
- Pai, eu não fui muito honesta com Tom. Sim, ele foi um canalha, admito. Mas enquanto ele estava viajando, eu fui para trás do restaurante com Nicolas. E só não aconteceu nada porque você chegou... A tempo de impedir.
- Filha, como você tem coragem de me contar isso?
Eu ri:
- Acho que você já sabia... Só estou confirmando.
- Vou botá-la de castigo, dona Juliet.
- Eu não cheguei a fazer nada... Ou melhor, quase nada. – coloquei minhas mãos na frente do rosto, envergonhada.
- Não acho que Tom tenha sido fiel neste tempo todo com você.
- Eu também não acho... Mas nunca tive provas de que ele me traiu.
- Será que precisaria, Juliet?
- Enfim, não consigo odiá-lo... Esta é a verdade. Não sei se é porque eu ainda lembro daquele homem que conheci no Manhattan, tão gentil... Que me fazia sentir tão especial. Ou o homem que tentou me dar uma vida boa... Mas a vida que ele acreditava ser perfeita não era o que eu queria exatamente. Eu não fui honesta com ele, pai. Eu nunca deixei de gostar de Nicolas... E não era só pensamentos... Eu tentei inclusive encontrá-lo nas redes sociais.
- Espero que Tom não caia no poço profundo que as drogas podem levá-lo.
- Eu também.
- Você é uma boa pessoa, Juliet. A mulher que sempre dá segundas chances.
- Talvez eu não seja tão ruim, não é mesmo?
Ele alisou meu rosto:
- Ei, você nunca foi ruim... Quem daria tantas segundas chances na vida? Nicolas ganhou uma segunda chance, Simon ganhou uma chance, Val e Alissa ganharam uma segunda chance... E agora Tom ganha a segunda chance dele.
- Cadu ganhou muitas chances... – observei, rindo e levantando. - Vou tomar um banho.
- Posso pedir para prepararem a janta?
- Não vou jantar. Vou para a casa de Nick.
- Jantar com a sogra? – ele ironizou. – Vai dizer que ela ganhou uma segunda chance também?
- Nem pensar. Vou comer no quarto. Não me imagino dividindo a atenção dele com ela na mesa.
- Mal ela sabe que é melhor ter você ao lado dela do que contra... Você vai deixá-la completamente fora do jogo, não é mesmo?
Eu já estava no topo da escada quando disse:
- Sou adepta de segundas chances... Mas antes da chance, a pessoa tem que passar por umas batalhas para provar que merece.
- Tenho pena de Maria Emília.
- Não tenha... Ela merece.
Tomei um banho tranquilamente e vesti uma camisola em cetim e renda e por cima um roupão. Quem ia para a casa do namorado de roupão? Eu, Juliet.
Eu estava saindo na porta quando Lorraine disse:
- Porra, vocês deviam casar logo. Isso é cômico. Me diz que você não está nua por baixo nisso.
- Claro que não... Tenho cara de quem fica nua embaixo de um roupão? – ironizei.
- Tem. – ela riu.
- Sabe outro desejo que eu tenho?
- Confessa, prima... Estou curiosa.
- Esperar na esquina usando um casaco longo, estilo sobretudo. Só ele, entende?
- Ah, entendo sim... Já falou isso para o senhor perfeito?
- Vou devagar... A prostituta no motel de beira de estrada não deu nada certo. Tenho medo de ele ter ficado um pouco decepcionado.
- Puta que pariu, você estava com o gesso. Agora não tem erro, vai ser legal.
- Lorraine, sexo depois de ter filhos é diferente?
- Olha, para mim que não curto estas coisas diferentes que vocês fazem é. Mas aposto que vocês dois vão tirar de letra.
- Você não gosta de inovar?
- Literalmente, não. Sou a louca que não curte nem preliminares... Gosto do sexo mais rápido... Tipo, “me come logo e para de frescura”.
Otto tossiu, fazendo-se ouvir. Olhamos para ele sentado na rua, nos encarando.
- Pai... O que... Você está fazendo aí?
- Relaxando... Olhando para a lua... E vou tentar não lembrar de tudo que ouvi cada vez que olhar para vocês de agora em diante.
- Tio... Diga que não ouviu “toda” nossa conversa.
Fiquei corada e ela também. E eis uma coisa que era difícil de acontecer conosco.
- Suas mães botariam vocês de castigo. – ele disse.
- Eu... Vou indo... Para a casa de Nicolas... E vou tentar esquecer que vi você aí, pai.
Ele riu:
- Ok, finjam que não me viram.
- Tio... – Vitória saiu correndo pela porta e se jogou no colo dele. – Me diz o nome daquela estrela? – ela apontou.
- Claro, Vi...
- Vou entrar antes que ele olhe para mim de novo. – disse Lorraine fechando a porta.
E eu abri a porta da casa de Nicolas sem bater. Assim que fechei, encontrei Maria Emília deitada no sofá, sobre algumas almofadas, olhando o celular.
- Não se bate mais na porta? – ela ironizou. – E se eu estivesse nua, ou com alguém numa situação embaraçosa?
- Boa noite para você também, sogra. – fui subindo as escadas e destilei meu veneno: - Se você estivesse nua no sofá da sala, eu mandaria Nicolas interná-la. E situações embaraçosas, se está se referindo a sexo, deve ser feita entre quatro paredes. A não ser que encontre um homem como seu filho, que literalmente gosta de sexo nos lugares mais inusitados.
Ela me encarou, furiosa, mas sem palavras para se defender.
- Boa noite, sogrinha. Durma com os anjos... E não se preocupe em me desejar o mesmo, pois eu estarei dormindo com o seu filho... – joguei um beijo sarcástico e segui sem olhar para trás.
Mulherzinha insuportável.
Abri a porta do quarto e Nicolas estava deitado na cama, somente de cueca, olhando televisão.
- Que visão dos infernos. – falei.
- Eu de cueca?
- Olhando televisão. – falei. – Isso é coisa de velho.
- Mas sem sua presença eu sou um velho... O que vou fazer sem você a não ser me entreter com a televisão?
- Ok, chegou seu entretenimento. – falei retirando o roupão e deixando minha camisola sexy à mostra.
Ele foi saindo da cama e eu ordenei:
- Nem pensar, senhor perfeito... Continue onde está. Por enquanto só pode me olhar... E não me tocar.
- Hum... Estou curioso com o que planejou para esta noite.
Fui até próximo da cama e coloquei meu pé em cima do colchão, levantando lentamente a camisola enquanto passava os dedos na minha perna. Deixei minha calcinha de renda à mostra, colocando minha mão dentro dela. Senti meus dedos adentrando na minha fenda molhada, enquanto mordi meu lábio, desejosa.
- Pelo menos não vai ter medo de perder a virgindade agora. – ele riu.
- Ora, cale a boca, Nick.
- Então me deixei ajudá-la.
- Sem ajuda. – com a outra mão desci a calcinha, fazendo com que ele viesse para mais próximo de mim, me olhando atentamente.
Continuei a sentir prazer com meus próprios dedos, vendo-o ficando duro e louco para me tocar, o que me deixava ainda mais louca.
Retirei a camisola sem pressa, enquanto ele pegou minha mão, chupando meus dedos um a um enquanto olhava nos meus olhos, ardendo de desejo e pegando fogo tanto quanto eu.
Fui descer meu pé para trocar de posição e acabei me desequilibrando, e caindo no chão.
Abri meus braços, tocando o tapete felpudo com minhas mãos enquanto começava a rir.
- Você se machucou? – ele perguntou preocupado, vindo até mim rapidamente, se ajoelhando ao meu lado.
- Só o meu orgulho... – confessei.
Nicolas ajoelhou-se sobre mim e eu pude sentir sua ereção na minha barriga. Desci meus olhos até sua cueca e disse:
- Era para ser diferente... Então vamos fazer sexo no chão do seu quarto, senhor perfeito.
Ele tocou meus seios nus e depois pegou novamente meus dedos, colocando-os em seu peito.
- Saudade de nós...
- Fizemos isso hoje de manhã, namorado. – retirei seu membro para fora da cueca, tocando-o.
- Sério? Nem lembro disso...
- Está esquecendo quando faz sexo com a sua garota?
Ele riu, enquanto descia e sugava um dos mamilos enrijecidos:
- Nunca... Só quero você... Mais e mais.
Desci a cueca enquanto ele dava atenção para o outro seio:
- Juro que não planejei cair...
- Mas você é a Juliet... Que fodeu um mês com uma perna quebrada. Acho que estamos no lucro que não quebrou nada desta vez...
Ele desceu a boca quente pela minha barriga, chegando na minha fenda completamente molhada. Segurei seus cabelos enquanto sua língua explorou cada pedaço da parte mais íntima do meu corpo.
- Isso é muito melhor... Do que eu estava fazendo. – confessei com a voz fraca enquanto arqueava meu corpo em transe.
Pelo meio das minhas duas pernas dobradas vi seus olhos azuis enquanto sua voz ordenou:
- Goze para mim, rainha do drama... E grite o quanto me ama.
Sua língua começou a intensificar os movimentos enquanto ele apertava meu clitóris com o dedo.
- Mais forte, Nick... Se me ama mais forte... – tentei gritar.
Porra, a mãe dele estava em casa. Mas pelo que lembro ele mandou eu gritar que o amava enquanto ele me fazia gozar.
- Eu amo você... E como você me fode, Nicolas... – gritei enquanto gemia desesperadamente, conforme ele pediu e bem mais espalhafatosamente do que costumava fazer.
Ele me virou de costas, puxando minhas pernas na nossa posição preferida.
- Agora sim... Somos nós dois... Como eu gosto...
Ele enrolou os dedos nos meus cabelos, puxando-os com força:
- Eu gosto muito disso... Porque é como você goza...
- Eu gozo de qualquer jeito que você fizer... Porque é você...
Ele alisou minha bunda delicadamente antes de me dar uma palmada forte, fazendo meu corpo ir para frente e o som ecoar no quarto.
- Ai, doeu, Nick. – reclamei.
- Eu sei que você gosta assim, sem piedade... – ele deu outra palmada forte do outro lado.
Mordi meu lábio com força e implorei:
- Quero você Nick... Dentro de mim.
Recebi dois tapas fortes antes de ele se enterrar em mim. Seus movimentos eram fortes e precisos e meus joelhos queimavam no tapete com a fricção do meu corpo. Ele também não tinha mais piedade ao puxar meus cabelos. E aquilo me dava um prazer inexplicável. Eu poderia ficar horas ali, sentindo ele dentro de mim e a sensação incrível que o corpo dele causava no meu. Ele começou a estremecer e soltou meus cabelos, segurando meus seios com força enquanto entrava cada vez mais fundo, cobrindo meu corpo com o seu... Então gozei enquanto o senti se derramando dentro de mim, dizendo num fio de voz:
- Juliet... Amo você... Porra, como eu amo você.
Deitei de costas no chão, olhando para ele exausto e ao mesmo tempo satisfeito:
- Também amo você, Nick... E ouvir você dizendo isso enquanto goza é simplesmente a coisa mais perfeita que existe.
Ele colocou o dedo indicador no meu nariz enquanto o descia lentamente, com olhar fixo no seu dedo que descia pelos meus lábios, contornando meu pescoço, meu colo, passando pelo meio dos seios e chegando até o meu umbigo. Recebi um beijo na barriga e um olhar cheio de amor:
- Eu sou completamente louco por você, rainha do drama.
Eu ri:
- Mesmo eu caindo da sua cama enquanto tento seduzi-lo?
- Esta é você, meu amor. E eu já disse que eu não trocaria nada?
- Nada mesmo?
- Talvez um pouquinho o humor... A bipolaridade... As dúvidas, a dificuldade de esquecer o passado, o parte de ser vingativa e...
- Você me trocaria inteira, Nick!
- Nada... Absolutamente nada. – ele riu, colocando o dedo sobre meus lábios, em seguida descendo até eles.
Sentir o beijo dele depois do sexo era como a sobremesa depois da comida. Estávamos tão cheio de desejo que nossas bocas não se tocaram antes. Agora eu sentia sua língua na minha, quente, rápida, querendo que a minha correspondesse no mesmo ritmo frenético. Passei meus braços sobre seu pescoço e o senti me levantando enquanto me conduzia no seu colo. Não abri meus olhos. Só queria o beijo dele, independente de onde ele me levaria. Senti meu corpo emergindo na água morna quando ele largou meus lábios. Fui colocada na banheira de hidromassagem, que esperava por mim, exatamente como ele havia prometido: sexo na banheira.
Olhei enquanto ele entrava, sentando atrás de mim, encaixando meu corpo junto do dele. Descansei minha cabeça no ombro dele enquanto brincava com a espuma branca. Sua boca encontrou a minha novamente enquanto seus braços me envolveram num abraço forte. Mordi seu lábio com força, ouvindo ele dizer, sem se desvencilhar do beijo:
- Esta é minha garota...