Capítulo 103
2085palavras
2022-07-25 06:07
- Não vou ficar aqui... Foi bem difícil. Vocês não tem noção da dor que eu senti. E ele sabia que isso aconteceria quando planejou.
- Ele não planejou da forma com aconteceu. – disse Dani.
- Meninas, parem de defender Nick... “Eu” sou a amiga de vocês, não lembram? Vocês não tem noção das coisas que Simon me disse. Foi horrível.
Elas me abraçaram:
- Vamos esquecer o que houve com seu pai... Combinado? Pelo menos enquanto estivermos aqui. – pediu Lorraine.
- Quanto tempo vocês ficam? – perguntei.
- Até o senhor perfeito nos mandar embora.
“Então vocês ficarão aqui para sempre”! Pensei comigo.
- Por que não traz as meninas, Ju? – falou Dani.
- Como assim?
- Alissa e Val.
- Mas... Isso seria viável? – me questionei.
Lorraine pegou minha cabeça e girou na direção de Nicolas, que estava sentado na piscina, molhando as pernas enquanto conversava com Otto e Felipe. Ela ficou segurando meu rosto e disse:
- Está vendo aquele bonitão ali? Para ele tudo é viável. Ele nos trouxe do raio que o parta numa avião particular para “tão, tão distante”. Vai lá, faz beicinho e traz as amigas puritanas virgens. E de jatinho, girl.
- Nossa, isso seria tão perfeito. – eu disse. – Eu não vejo elas há tantos anos...
- Seriam dias inesquecíveis. – falou Dani. – E você pode fazer isso.
Eu respirei fundo e fui até ele. Sentei ao seu lado e coloquei minhas pernas na água. Felipe estava entretido com Vitória e Otto estava indo em direção ao bar molhado. Senti sua perna tocar na minha propositalmente e um arrepio percorreu meu corpo enquanto ele me olhou e sorriu daquele jeito que acabava comigo.
- Você não foi justo comigo... – falei.
- Não?
- Sabia que eu não partiria se elas viessem.
- Exatamente por isso eu as trouxe.
- Acha isso certo?
- Rainha do drama, no amor vale qualquer coisa... Já ouviu isso? Se for para ter você, vou jogar sujo mil vezes se for necessário.
- Idiota! – bati no braço dele, que deu um gemido de dor. - O que houve na sua mão?
Ele olhou e pôs a mão enfaixada na minha perna:
- Ontem, depois que deixei você em casa, voltei para a festa de Joana.
- E você brigou, Nick? – perguntei furiosa.
- Tive que quebrar um nariz lá, rainha do drama.
- De quem?
- Do homem que chamou você de vagabunda.
- Tom? – perguntei sentindo nojo.
- Sim.
Segurei os dedos dele e acariciei, vendo alguns arroxeados na parte que não estava coberta.
- Não precisava ter feito isso...
Ele alisou meu rosto, em seguida ajeitando uma mecha dos meus cabelos para trás da orelha:
- Precisava. Nunca vou admitir ninguém falar qualquer coisa para ofender a mulher que eu amo.
Retirei as mãos dele e disse:
- Doeu muito?
- Sim... Mas aposto que doeu mais nele. Acho que quebrei o nariz de Tom. Pelo menos não quebrei minha mão... Amanhã ou depois o médico disse que estarei pronto para outra.
- Você nunca deu um soco, Nick?
- Já dei... Coincidentemente em Tom, alguns dias atrás. – ele riu. – Mas nunca dei um tão forte e com tanta raiva. Eu poderia ter matado ele, Juliet... Se eu tivesse uma arma. – ele confessou, desviando o olhar do meu.
- E como vai ser agora, Nick? Ele vai ficar aqui, ligado a você para sempre. Enquanto eu não for embora, Tom ficará atormentando você.
- Seu lugar já foi ocupado na empresa, rainha do drama.
Olhei para ele surpresa:
- Já? Ele me substituiu bem rápido para quem não tinha quem trabalhasse melhor que eu. – ri.
- Adivinha quem?
- Joana.
- Exatamente.
Senti a raiva tomando conta de mim:
- Eu não posso acreditar nisso.
Ele encostou na minha mão e novamente acariciei seus dedos, sem me dar conta.
- Era difícil aturar Tom lá dentro. Agora com Joana meus dias serão um verdadeiro inferno.
- Achei que você gostava dela. – ironizei.
- E eu que você gostasse dele. Porra, será que você não entende que eu sou louco por você?
Olhei no fundo dos olhos dele e disse:
- Se você é tão louco por mim, vamos nos unir. E acabar com Simon e Joana.
- E Tom?
- Tom é só um brinquedinho nas mãos de Joana. Ele não é uma pessoa ruim.
- Ele te ofendeu na frente de todos os meus sócios, Juliet. E depois me disse que você gostava de ser fodida de quatro... E ganhar tapas na bunda. E que era mais cara que qualquer outra vagabunda.
Senti meu rosto corar e demorei um tempo para explicar:
- Só aconteceu uma vez. E... Eu estava bêbada... E...
- Pensou em mim. – ele me encarou. – Foi isso que eu disse pra ele... Depois de lhe dei um soco.
Fiquei em silêncio. Eu poderia também espalhar aos quatro ventos meus momentos de intimidade com Tom, dizendo que ele raramente me fazia gozar, mesmo com seu pau enorme. Que ele fazia sexo quatro a cinco vezes na noite e que ainda assim era ruim de cama. Mas eu nem tinha certeza se ele realmente era ruim ou simplesmente eu que não gostava porque ele não era o que eu desejava. Era Nicolas que estava sempre no meu pensamento. Ainda assim, eu jamais falaria sobre nossos momentos íntimos para os outros, como ele estava fazendo como forma de denegrir minha imagem. E daí que eu gostava de ser fodida de quatro e ganhar tapas na bunda? Eu não podia ter desejos por ser mulher? Se fosse ele, todos achariam que ele era “o cara”. Mas como era eu, a mulher, tinha que me envergonhar? Eu não me envergonhava do que eu gostava... Só não queria que Nick pensasse que eu fiz aquilo com Tom inúmeras vezes... Porque era uma coisa nossa... Só nossa, criada no primeiro motel que fomos, depois do show do TNT, com a moto amarela, sendo meu presente de aniversário.
- Eu gosto de se fodida de quatro, levando tapas na bunda... E daí? – falei, ainda vermelha de raiva.
Ele me encarou e eu confessei:
- Mas eu só gozo fazendo isso com você...
- E como quer que eu não te beije aqui e agora se você diz isso assim, olhando nos meus olhos?
Ele se aproximou e senti sua boca na minha. Seus lábios envolveram os meus calmamente, deliciosamente, sem que ele usasse a língua. Achei que seria um beijo mais quente, mas ele se afastou e disse:
- Eu amo você, rainha do drama. E sempre vou amar. E se você quiser se vingar de mim agora, fique à vontade. Eu mereço, sei disto. Pode fazer qualquer coisa comigo... Porque eu sempre vou ser seu... Ontem, hoje e sempre.
Passei minhas unhas levemente no braço dele e vi sua pele se arrepiar.
- Hum, olha o que eu causo em você, senhor Welling. – eu sorri sedutoramente.
- Quer me ver de pau duro na piscina? Ok, continue rainha do drama. Vou pegar você no SPA... De quatro, até você não suportar mais. Farei você gozar tantas vezes que me implorará para parar de fodê-la.
- Eu jamais mandaria você parar...
- Ninguém fode ninguém agora. – disse Lorraine sentando ao lado de Nicolas, tranquilamente. – Traga as amigas dela, senhor perfeito. Depois você fode quantas vezes quiser.
- Amigas? – ele me olhou.
- Queremos Alissa: a julgadora e Val: a sua beijadora.
- Pode fazer isso por mim? – fiz beicinho.
Ele tocou meu rosto:
- Se é isso que você quer, claro que posso.
- Quero vê-las... E que elas conheçam este lugar.
- Tudo bem... Mas não esqueça de dizer que Paradise foi feito para você.
- Puta que pariu... Caiu um cisco no meu olho. – disse Lorraine.
Ele riu:
- Aposto que a primeira frase de sua filha foi “puta que pariu”.
- Se fosse, Felipe me matava. Ele me critica o tempo todo... E isso é muito foda. Aliás, Nicolas, quer ser padrinho do meu bebê que está aqui? – ela perguntou botando a mão na barriga.
- Você está grávida? De novo? – ele perguntou confuso. – Mas isso é bom, não veja como uma crítica.
- Eu não prometi um monte de pestinhas acabando com o seu casamento?
Ele riu:
- Eu aceito... Fico feliz com o convite.
- Como você consegue ser assim? – perguntei.
- Um amor de pessoa? – ela ironizou.
- Tão cara de pau.
- Se você não se aproveita dele, eu vou. E o convido para padrinho porque eu sempre gostei dele e nunca duvidei de que vocês seriam um casal... Muito feliz. E ainda serão.
Ele sorriu e me encarou, satisfeito com as palavras da minha prima.
- Não somos mais um casal. – eu disse.
- Como se isso fosse possível... – ele argumentou.
- Não são um casal... São amigos novamente? Amigos que se beijam? Porque eu vi...
- Aquilo não foi um beijo. – eu disse.
Nicolas pegou meu rosto e em segundos senti sua língua dentro da minha boca, quente, exigente, desejosa. Claro que eu poderia dizer que não... Mas beijar aquele homem era simplesmente uma das coisas que eu mais gostava de fazer na vida. Foi difícil me conter, deixar minhas mãos na pedra quente da piscina e não envolvê-lo e grudá-lo ao meu corpo, sentindo sua pele encostar na minha, me queimando por completo. Ele ainda fazia meu coração palpitar, depois de tantos anos. E aquele frio na barriga, típico do nervosismo.
Quando ele me soltou, simplesmente me joguei na piscina, ou eu o levaria para o tal SPA, fazendo-o cumprir a promessa de sexo de qualidade, do jeito que eu gostava, me fazendo gozar até implorar para ele parar.
Lorraine também se jogou na água e foi encontrar o marido e a filha. Nadei um pouco, sendo observada por Nicolas o tempo todo. Depois voltei, me escorando na borda da piscina, ao lado dele.
- Não vai entrar? – perguntei.
- Não posso molhar minha mão...
Puxei as pernas dele, que caiu na água imediatamente. Ele veio até mim, me deixando encurralada com seus braços abertos sobre a borda.
- Isso é um perdão? – ele perguntou.
- Isso é uma brincadeira entre amigos.
- Então você não perdoou o namorado, mas o amigo sim?
- Não me pressione, Nick. Deixe-me odiar você em paz, alguns dias que seja.
- Nem pensar... – ele veio me beijar novamente e eu virei meu rosto.
Ele não se importou... Beijou meu rosto, seguindo pelo meu pescoço, onde deu um leve chupão. Senti sua ereção imediatamente.
- Guarde isso, amigo. – falei.
- Topo ser seu amigo. Mas seremos amigos que se beijam e fazem sexo.
- Nem pensar. Eu só quero que você me ajude.
- No que, rainha do drama?
- Quero que me ajude a destruir Simon e Joana.
Ele ficou em silêncio por um longo tempo.
- Ei, você está aí, Nick?
- Sempre, meu amor... E sim, vou fazer qualquer coisa que você queira... Menos deixá-la. Isso você não pode me pedir.
Puxei a bunda dele para mim, esfregando meu corpo no dele, ouvindo um gemido contido enquanto ele fechava os olhos.
- Sexo sem compromisso pode ser feito com qualquer pessoa... Até com você. – falei provocativa.
- Pode meu usar para sexo... Não tem problema. Adoro ser usado por você. E sim, vou acabar com Simon Dawson, nem que para isso tenha que dar cada centavo que eu tenho.
- Quero isso também. – falei tocando no membro duro dele, que pulsava na minha barriga.
- Isso é tudo seu, rainha do drama. Quer conhecer um lugar?
Afastei-me e disse:
- Não, obrigada, senhor perfeito. Lembrei que tenho alguns compromissos.
- Ei, você vai me deixa aqui... Assim?
- Vou. – falei enquanto saia da piscina e pegava minha toalha e enxugava meu corpo.
- Estou adorando sua vingança, Juliet.
Mal sabia ele que não era uma vingança. Que eu o amava e queria aproveitar cada minuto com ele. Meu coração ainda doía com o que ele pensou em fazer comigo. Mas era exatamente isso... Ele pensou. Mas não fez. Ainda assim eu sabia que ali não era meu lar. Mais cedo ou mais tarde eu teria que deixar tudo pra trás. E isso incluía ele.