Capítulo 94
1424palavras
2022-07-24 08:03
Chegamos por volta do meio-dia. Antes de descermos do carro, ele me deu um longo beijo e perguntou:
- Ainda quer seu pagamento, Vivian?
- Quero, Edward.
Ele abriu um compartimento do carro e tirou uma pequena caixa de joia de dentro. Abriu e tinha uma gargantilha em prata. Nicolas retirou o meu pingente, dado há quase oito anos atrás, e o colocou nela, me entregando.
- Sua parte. – ele disse.
Olhei para meu pingente de volta. A chave em forma de trevo que abria o coração dele era minha novamente. Nicolas pegou da minha mão e fechou no meu pescoço.
- Obrigada. – falei emocionada. – Isso é muito importante para mim.
- Para mim também... Por isso peguei a minha parte de volta. Porque o meu coração sempre será seu... E de mais ninguém.
- Que bom que o tempo nos uniu novamente... Eu não saberia viver sem você, Nick.
- Nem eu sem você, rainha do drama.
O abracei com força e depois disse:
- Preciso de ajuda para sair do carro.
Ele me ajudou a descer e me levou até a porta da casa. Assim que abri, Otto veio até nós:
- Poderiam pelo menos ter avisado que passariam a noite inteira fora. Liguei e ninguém foi capaz de me atender. Eu só soube que ela estava bem porque fui na sua casa e as empregadas disseram que você não estava também.
- Desculpe, Otto. – Nicolas falou sinceramente.
- Pai, está tudo bem. Eu já sou adulta, esqueceu? Em breve faço 27 e não 17. – eu ri, entrando.
Otto veio atrás de mim:
- Então, deveria saber que eu me preocupo. Você pode ter quantos anos for, enquanto eu for vivo, vou me preocupar com você.
- Estou bem, pai... Até demais. Me ajuda a subir?
- Eu ajudo. – falou Nicolas.
- Nick... Ainda está aqui? Achei que já tivesse ido.
- Fiquei para ajudá-la se fosse preciso. – ele riu, olhando para Otto. – E pegar você no colo para facilitar sua vida na escadaria.
Ele me levantou com facilidade, subindo comigo no colo enquanto eu me aconchegava a ele.
- Você vai deixar Juliet mal acostumada. – disse Otto.
- Não tem problema... Assumo isso. – falou Nicolas, enquanto abria a porta do meu quarto e me colocava sobre a cama.
- Eu acho um problema... – Otto seguiu.
- Já conhece o SPA, Otto? – perguntou Nicolas cortando a frase dele.
- SPA? Ainda não... – ele falou confuso. – Onde fica?
- Pois então, quer ir hoje ou amanhã? Posso mandar alguém levar você. Aposto que não vai mais querer sair de lá... É considerado um dos maiores espaço de SPA do país.
Ele falava enquanto levava Otto para fora do quarto, com o braço no ombro dele.
Aproveitei que estava sozinha e sobre a cama e fechei meus olhos, cansada. Coloquei a mão sobre meu pingente. Havia sido uma noite linda. E eu não esqueceria nunca mais. Eu estava cansada. Fechei meus olhos e acabei adormecendo.
Despertei sentindo alguém abraçado a mim na cama. Estava escuro. Eu senti o cheiro de Nicolas e pensei que pudesse ser um sonho. Virei-me com dificuldade e o vi me olhando na penumbra, deitado ao meu lado, com o braço sobre mim.
- O que você está fazendo aqui? – perguntei.
- Senti saudade.
- Eu... Dormi quanto tempo?
- A tarde toda e emendou a noite. – ele alisou meu rosto.
- Otto deixou você dormir aqui?
Ele riu:
- Ei, você já é uma mulher... Dona da própria vida. Otto não decide com quem você dorme. Principalmente se esta pessoa for eu.
- Aposto que você o subornou... Levando ele para alguma parte do resort.
- Otto já conhece o meu resort melhor do que eu, pode acreditar.
- Ainda estou com sono... E cansada... E com fome. – confessei.
- Quer sair para comer?
- Não...
- Então vamos pedir algo?
- Pode ser pizza?
- Faz um bom tempo que não como pizza. Acho que pode ser. – ele disse sentando na cama e pegando o celular, fazendo o pedido.
Fui até o armário e coloquei uma camisola. Havia pego no sono com a roupa da noite anterior. Antes que eu deitasse, ele perguntou:
- Isso é para mim?
- Poderia ser, sim. Mas não aguento mais. Estou cansada mesmo. Esta droga de gesso não colabora. Será que posso tirar antes do tempo?
- Claro que não, Juliet.
Voltei para a cama e deitei. Ele deitou ao meu lado, virando o rosto para mim.
- Nick... Nós estamos juntos?
- Achei que sim. Se é por falta de um pedido, quer ser minha namorada, Juliet?
Eu alisei o rosto dele:
- Quero. – respondi dando um leve beijo nos lábios dele. - Nick, eu quero pedir uma coisa.
- O que é?
- Não quero que Tom saiba. Ao menos não por enquanto. Ele não vai aceitar isso muito bem.
- Eu já disse que não tenho medo de Tom, Juliet.
- Eu sei que você não tem medo dele e vice-versa. Ainda assim. É muito recente meu término com ele. Tom vai achar que foi traído.
- E não foi?
- Nicolas, eu nunca havia traído ele antes. Só aconteceu porque foi com você.
- Eu sei disto. Mas Tom não merece consideração nenhuma. Acha que ele nunca traiu você?
- Eu suspeito que sim. Mas nunca tive provas disto. Então prefiro seguir com minha consciência tranquila. Ele pode não ser uma boa pessoa, ter vários defeitos. Mas quem não tem? Foram cinco anos vivendo com ele. Não quero que ele saia com raiva de mim... Ou querendo vingança, entende?
- Eu respeito isso, Juliet, se é sua vontade. Vamos namorar escondido, como fizemos quando você não queria contar para Val?
Eu ri:
- Não seria bem isso...
- Posso dormir aqui de vez em quando?
- Não todos os dias. – impus.
- Aceito. E você vai voltar a trabalhar pra ele?
- Não... Mas vou ajudá-lo a fechar tudo, conforme combinado. Ele só aceitou esta sociedade porque confiava no meu trabalho. Vou terminar minha parte e deixá-lo com tudo pronto.
- E depois?
- Depois assumimos nosso relacionamento. E vemos o que será feito... Ainda não sei.
- Deixamos seguir para ver como ficará?
- Sim.
- E se der em casamento? – ele perguntou sorrindo lindamente para mim.
- Hum... Isso é um pedido?
Ele subiu para cima de mim, tendo cuidado para machucar a minha perna. Colocou meus braços para cima e segurou-os com uma mão e a outra acariciou minha boca:
- Casa comigo, Juliet?
Eu comecei a rir. Ele desceu a boca até a minha e puxou meu lábio inferior levemente com seus dentes, me fazendo estremecer. Depois foi descendo até meu pescoço e terminou no meu colo.
- Eu aceito. – falei fechando meus olhos e sentindo sua língua entrar na minha boca exigentemente.
Fomos interrompidos pela campainha.
- A pizza chegou. – ele lamentou.
- Estou morrendo de fome.
- E quando você não está? – ele perguntou colocando um roupão e descendo.
Sentamos na cama e comemos a pizza. Nicolas conseguia ser divertido quando queria.
- Como acertou os meus sabores prediletos? – perguntei.
- Eu sei tudo sobre você, rainha do drama.
- Por isso eu amo você, senhor perfeito.
Ele estava retirando a caixa vazia quando eu disse, lambendo meus dedos de molho:
- Nick, Joana realmente me convidou para a festa dela.
- Quando foi isso?
- Ontem pela manhã, quando ela esteve aqui em casa.
- Joana esteve aqui? Por que você não me contou antes?
Ele ficou nervoso e seus olhos escureceram. O que o preocupava?
- Você... Não deve ir a festa dela.
Achei estranho. Se Nicolas me preparava uma surpresa, como ela havia dito, por que ele não quereria que eu fosse à festa? Ela havia dito para eu não contar para ele, mas claro que eu não faria o que ela pediu. No entanto fiquei bastante curiosa com a atitude dele. E a dela também.
- Por que não devo ir a festa se ela me convidou? Poderíamos ir juntos... Então todos saberiam a verdade sobre nós. O que acha? – sugeri.
- Não. – ele foi enfático.
- Por qual motivo? Você não quer que ela nos veja juntos?
- Não é isso...
- Então o que é?
- Eu... Preciso lhe contar uma coisa, Juliet.
- Conte, Nick. – falei curiosa.