Capítulo 93
1779palavras
2022-07-24 08:02
Fazer sexo com Nicolas Welling era algo que eu gostava muito. Talvez fosse um dos melhores prazeres da minha vida. Mas a porra do gesso atrapalhava muito. Então duas vezes foram suficientes. Porque com Nicolas não importava quantas vezes fizéssemos... Sempre era perfeito. E pela minha experiência com Tom nos últimos anos, eu preferia uma “bem dada” a cinco “mais ou menos”. Talvez Tom se achasse “o cara” e se gabasse por aí, dizendo que me comia cinco vezes na noite. Mal sabiam que nem sempre eu gozava uma. Nicolas sempre se preocupou em me satisfazer também. Ele olhava nos meus olhos quando eu gozava, sentindo junto de mim tudo que ele conseguia me proporcionar. Era uma troca mútua de carícias e prazer. Eu não sei se isso era pura química, atração física ou amor. Ou quem sabe as três coisas juntas.
Nos deitamos abraçados o restante da noite e ficamos quase duas horas conversando sobre coisas engraçadas que fizemos no passado, desde que nos conhecemos. Estar deitada nos braços dele e sentindo seus dedos alisarem minha pele despretensiosamente era o que eu mais desejei nos últimos seis anos, desde que me separei dele.
Acordei na manhã seguinte e me espreguicei antes de abrir meus olhos. A claridade ofuscou minha visão quando os abri. A da noite era tão perfeita que esquecemos de fechar as persianas. Senti a perna de Nicolas sobre a minha e seu braço cobria meu corpo. Não... Eu nunca mais queria escapar dele em toda a minha vida. Fiquei observando-o dormir tranquilamente, com o semblante leve. Ele fazia outro desejo se realizar... Na verdade, ele realizou todos os meus desejos sexuais da adolescência. Minha mãe não estava nem estaria mais comigo. Mas eu havia resgatado ele. E ele me completava. Mordi seu lábio levemente e ele levou a mão à boca, abrindo os olhos. Deu um sorriso quando me viu, olhando para ele:
- Agora você zela meu sono e ainda me morde? Nem me recuperei da outra mordida ainda.
- Quero meu pagamento, Edward.
- Só no carro, quando formos embora.
Toquei no cordão com os pingentes e disse:
- Carreguei por seis anos isso comigo... Sem nunca tirar.
- E eu carreguei a falta dele, por seis anos. Quando o vi no seu pescoço achei que eu ia desmaiar.
Eu ri:
- Não pareceu que você gostou. Lembro exatamente das suas palavras...
- Ah, não repita, por favor. Quanto tempo durou minha tentativa frustrada de magoar você?
- Mais tempo do que você pensa...
- Minhas palavras doíam mais em mim do que em você. – ele passou a mãos nos meus lábios e depois mordeu o inferior, levemente.
Quando ele foi soltar, envolvi seus lábios nos meus, puxando-o para um longo e apaixonado beijo.
- Posso ficar mal acostumado e querer acordar assim todos os dias...
- Talvez um dia. Gosto de acordar com você enrolado no meu corpo.
- Tive todo cuidado com sua perna.
- Estou com vontade de tirar esta droga de gesso e ficar de quatro de uma vez.
- Cara, você é muito safada. Fala-me isso cinco minutos depois de acordar...
Fiquei olhando nos olhos dele e tentando ter certeza de que aquele momento realmente estava acontecendo... Nós dois, virados um para o outro, juntinhos numa cama.
- Ei, você está aí? – ele perguntou, alisando meu rosto ternamente.
- Sempre, Nick.
- Eu amo você, rainha do drama.
- Eu amo você, Nick.
Ele me abraçou com força e eu fiquei ali, nos braços dele, sem pressa de sair. Nada mais importava no mundo: só eu e ele.
- Quer passar o dia na praia?
- Com este gesso não... Queria um banho.
- Posso lhe dar um banho.
- Jura?
- Sim... Só não garanto que será só isso.
- Um banho com segundas intenções?
- Eu sempre tenho segundas intenções com você.
- Podemos tomar café da manhã antes? Para mim o melhor dos hotéis é o café da manhã. – falei levantando meu corpo com dificuldade, a fim de sentar na cama.
Ele arqueou as sobrancelhas:
- Vindo de você, eu não esperava outra coisa.
- Você não me levou para jantar, Nick. Estou com fome.
- Achei que tivesse comido no luau.
- Frutas e drinques? Só pode estar brincando.
- Acho que vejo algumas celulites aqui... – ele passou o dedo e depois mordeu a minha coxa.
- O tempo passou... Não tenho mais dezoito anos.
- Eu queria ter visto cada uma delas aparecer.
- Vai ver as próximas... Assim como as rugas. – eu ri. – Agora vamos, eu preciso mesmo de um banho.
Ele me levou no colo até a mesa em formato de ilha que ficava junto da sala. Interfonou pedindo o café da manhã no quarto. Eu virei minha cadeira para a praia, olhando o sol dar o seu espetáculo desta vez. O mar era tão azul quanto os olhos de Nicolas. Haviam tão poucas ondas que eu creio que as pausas entre uma e outra poderia durar até alguns minutos. A areia era completamente clara. E toda a extensão da praia tinha coqueiros plantados em linha reta, parecendo uma maquete de tão perfeito. Nicolas foi até o vidro e disse:
- Existe algo mais lindo que isso?
- Não. – admiti.
- Eu nunca pensei que fosse amar tanto este lugar.
- E por que trabalha tanto e não aproveita?
- Uma forma de tentar esquecer algumas coisas. Mas posso tentar dar uma pausa de vez em quando.
- Eu acho tudo lindo... Mas não tenho certeza se gosto mais daqui do que da minha casa.
Ele me encarou:
- Está falando sério?
- Sim.
- Acha que não se acostumaria?
- Não tenho certeza. Assim como também não tenho certeza se quero continuar trabalhando com o que faço hoje.
- Mas você é muito boa no que faz, Juliet.
- Mas eu não amo isso, entende?
- Eu entendo. Mas você é jovem ainda. Tem tempo para descobrir o que realmente gosta de fazer.
- Não sou tão nova, Nick. Já vou fazer 27.
- Não importa, Juliet. Um dia você vai descobrir o que faz seus olhos brilharem de verdade.
- Além de você? – eu ri.
- Além de mim. – ele veio até mim e me deu um beijo.
A campainha tocou. Era nosso café, que foi servido na mesa. Quando as duas pessoas terminaram de organizar, não havia espaço para mais nada.
- Nem sei o que comer primeiro... – confessei.
- Quem sabe o bolo de coco?
- Bolo de coco de hotel não é igual o do meu pai.
- Pelo menos prove, rainha do drama.
Enquanto eu servia o bolo, recebi uma xícara de café das mãos dele. O fitei, sorrindo e dissemos ao mesmo tempo:
- Quente, muito leite, pouco café e muito açúcar.
Começamos a rir.
- Eu nunca esqueci como fazer o seu café. – ele disse, sentando ao meu lado.
- E nunca provei café melhor que o seu. – admiti. – Aliás, só o da minha mãe.
- Ah, existe algo que dona Olga fazia que não era perfeito?
- Creio que não.
- O bolo é bom... Mas não é perfeito.
- Não pensei que você dissesse que era. – ele riu.
Depois de comer, pedi:
- Nick, preciso mesmo de um banho. Estou me sentindo horrível. Tem areia nos meus pés desde ontem.
Ele me pegou no colo imediatamente, me levando para o banheiro.
- Não precisa me carregar assim, Nick. Vou ficar mal acostumada depois.
- Fico com dó quando vejo você caminhando com dificuldade usando as muletas.
- Não dói. Só cansa um pouco.
Ele ligou o botão da banheira, jogando o líquido perfumado e que criava espuma dentro, enquanto a água subia.
- Você não pode me botar aí dentro... – falei olhando a água convidativa.
- Você pode ficar submersa e deixar sua perna para fora.
- Isso não vai dar certo.
- Vai sim.
Eu estava vestindo a camiseta dele. Nicolas retirou-a lentamente, passando os dedos pela minha pele. Fiquei só de calcinha e ele me olhou, mordendo o lábio com desejo. O fogo acendeu em mim ao vê-lo me desejar daquela forma. Ele retirou minha calcinha e me pegou no colo, me ajeitando na banheira com água morna e perfumada. E realmente minha perna ficou levantada, para o lado de fora, sem molhar o gesso.
- Um banho perfeito... – falei, fechando meus olhos enquanto recostava minha cabeça na almofada confortável, me sentindo relaxada.
Senti sua mão esfregando meus ombros com a espuma que estava em cima da água. Não abri meus olhos, deixando que as mãos dele massageassem delicadamente meus seios. Quando vi, ele estava dentro da banheira, me empurrando cuidadosamente para frente enquanto se ajeitava atrás de mim, aconchegando minhas costas ao peito dele.
Passei as mãos nas pernas dele:
- Pela rapidez, achei que tinha entrado de roupa. – observei fechando meus olhos novamente, sentindo seu membro já ereto nas minhas costas.
Ele não disse nada. Suas mãos alcançaram meus seios novamente e foram descendo lentamente pela minha barriga. Em pouco tempo uma mão me segurava pela coxa escorregadia enquanto a outra alisava avidamente minha fenda, fazendo-me gemer e empurrar meu corpo de encontro ao dele. Sua boca quente beijava meu pescoço, deixando-me enlouquecida de prazer. Porra, eu era uma mulher com uma perna quebrada sendo fodida na banheira. Nem nos meus sonhos mais erótico eu imaginei isso. Porque era absolutamente hilário. Os movimentos dele se intensificaram e ele colocou um dedo dentro de mim, e eu dei um gemido mais alto, me esfregando nele. Ajeitei-me mais para o lado direito de Nicolas, descansando a cabeça no ombro dele, conseguindo alcançar seu membro completamente duro e pulsante. Dois dedos alcançaram minha parte mais quente e que apelava por ele e comecei a bombeá-lo, seguindo o ritmo que ele adentrava em mim. Senti seus dedos se intensificarem e gozei enquanto continuava a masturbá-lo, até ouvir seu gemido alto enquanto sentia sua ejaculação quente sobre a minha mão que cobriu seu membro, sentindo tudo que ele tinha para mim.
Ficamos ali, um tempo, sem dizer nada, sentindo nossos corações baterem descompassados. Fechei meus olhos e descansei minha cabeça no peito dele, sentindo suas mãos me envolverem.
- Amo você, Juliet. – ele disse.
- Amo você, Nick... Mas quero levantar daqui... Acho que esta banheira pode estar pior que a cama redonda do motel onde escrevi nossos nomes.
Saímos da banheira, nos vestimos e partimos de volta para Paraíso, certos de aquela noite talvez tivesse sido uma das mais especiais que passamos juntos.