Capítulo 92
2350palavras
2022-07-24 08:02
E Nicolas estava certo. Tinha mesmo um motel minúsculo ao lado do posto de gasolina, na autoestrada. O carro de Nicolas devia valer mais que o prédio em péssimo estado. Antes que eu pudesse dizer que estava disposta a mudar de ideia, ele já tinha pago e entrado com o carro. Ele me ajudou a descer. O piso da garagem estava com várias lajotas quebradas. A porta tinha várias marcas.
- Isso parece feito com uma faca. – eu ri, analisando.
- Não duvido... Vai que uma mulher achou o marido com a amante e ficou esfaqueando a porta... Ou talvez até matou o adultero dentro do quarto.
- Nick... Não falei assim. Eu vou ficar com medo.
Ele abriu a porta. A cama era redonda, talvez das primeiras que existiu no mundo. Os lençóis eram para ser brancos, mas estavam longe do tom desejado. Tinha um coração vermelho na parede, parecendo feito à mão, com tecido de cetim. As paredes eram cobertas por nomes de pessoas e palavrões. O banheiro não tinha porta. Fui pulando até lá, para bisbilhotar. Um vaso sanitário, uma pia simples e um banheiro com chuveiro.
- Rainha do drama, corre o risco de pegarmos uma doença sexualmente transmissível se deitarmos nesta cama. E você pode até sair grávida... E talvez o filho nem seja meu... Deve ter esperma por todo este lençol.
Começamos a gargalhar:
- Acho que a Vivian vai querer o hotel de luxo, Edward... Ou melhor, senhor perfeito.
Ele suspirou:
- Graças a Deus... Você tomou juízo.
Ele ia me pegar no colo para levar para o carro quando eu recusei:
- Quero uma caneta antes.
- Uma caneta?
- Acha mesmo que vou sair daqui sem colocar nosso nome na parede?
- Está falando sério?
- Claro... Vim até aqui... Não vai ser para nada. Vamos colocar nosso nome no meio desta gente toda que esteve aqui...
- Vou ver se acho uma caneta no carro.
Ele saiu enquanto eu lia os nomes dos vários casais, palavras sórdidas ou apelidos carinhosos. Era bem engraçado.
Ele trouxe a caneta:
- Juliet, às vezes você parece a minha rainha do drama de oito anos atrás... Com seus dezoito aninhos.
- Eu sou a mesma, Nick... O tempo passou, mas eu ainda estou aqui. E você me trouxe de volta. Acho até que me resgatou exatamente onde me deixou... Aos vinte anos. – afirmei.
Ele enlaçou os braços na minha cintura e me puxou para perto dele:
- Eu amo você...
- O que acha que eu escrevo? – perguntei ansiosa.
Ele suspirou:
- Vamos lá... Seja criativa.
Mordi a caneta, pensativa...
- Sabe o que eu acho? – ele perguntou.
- O quê?
- Foi um pecado não ter trazido você antes para Paraíso.
- Boa ideia... – falei encontrando um lugar vago na parede.
Escrevi:
“Rainha do drama e Senhor Perfeito: Pecadores em Paraíso”.
- O que isso que dizer? – ele perguntou observando com a cabeça levemente inclinada, enquanto lia.
- Quer dizer que cometemos vários pecados em Paraíso... Eu traí Tom, você tentou me maltratar e se vingar, eu terminei com Tom, você com Joana, eu usei Edu...
Ele me abraçou com força, apertando meus ossos:
- Eu tenho mais pecados que você, rainha do drama... Muitos mais.
- Você é o senhor perfeito... Você não tem tantos pecados. – apertei-o com força, como ele fazia.
- Podemos ir embora agora? Definitivamente, não gosto deste lugar.
Voltamos para o carro e Nicolas seguiu o caminho pela autoestrada.
- Aonde vamos agora? – perguntei.
- Para onde você merece: o paraíso. É só isso que tenho para lhe oferecer.
Ele pegou a minha mão. Peguei meu celular no bolso dele e conectei nossas músicas prediletas para irmos escutando.
- Isso me faz voltar no tempo. – ele admitiu.
- Eu também... E isso é bom. – eu apertei a mão dele.
Deitei a cabeça no ombro dele e fiquei ali, até chegarmos a um gigantesco e luxuoso hotel com vista para o mar. Nicolas parou o carro e logo um empregado veio pegar a chave para estacionar:
- Senhor Welling, é um prazer tê-lo aqui.
- Obrigada.
Ele me ajudou a descer e fomos até a recepção. Mesmo com as muletas, ele me ajudava sempre.
- Senhor Welling. – a recepcionista o olhou atentamente, dando um sorriso. – Seja-bem vindo ao nosso humilde hotel.
Ele sorriu:
- Poderia providenciar a melhor suíte para nós, por favor?
- Claro, sem dúvida. Pode subir. – ela entregou o cartão para ele.
Nos encaminhamos até o elevador.
- Ei, este hotel é seu? – perguntei curiosa.
- Não. Mas é de um amigo da faculdade. Erguemos nossos negócios quase ao mesmo tempo. E por sorte ambos tivemos sucesso.
Assim que chegamos ao último andar, a porta do elevador se abriu, nos deixando de frente para a porta de vidro onde não se via nada do lado de dentro.
Antes de abrir, ele disse:
- Suíte principal... Cobertura de frente para o mar.
Ele abriu a porta e eu fiquei ali, pasma ao ver o luxo. Era tudo em branco ou tons claros. Não havia paredes externas... Era tudo vidro de frente para o mar, que iluminado pela luz da lua ficava simplesmente parecendo uma pintura.
Sofás brancos em couro macio e convidativos com um tapete peludo eram acompanhados por um belo bar espelhado. Uma pequena e bem equipada cozinha com ilha e duas cadeiras confortáveis davam ainda mais requinte ao lugar. Outra parede envidraçada e escura escondia o que havia pelo lado de dentro, que tive quase certeza ser um quarto.
- Quantas mulheres você já trouxe aqui? – perguntei curiosa enquanto ia até o vidro, que me dava visão de toda extensão da praia.
- Nenhuma... Que merecesse estar aqui.
Olhei para ele:
- Isso é lindo! Nunca vi nada igual na minha vida.
- É só um hotel. – ele riu. – Eu tenho um resort.
- Eu prefiro o hotel. – falei sinceramente, sentindo meu coração bater forte com toda a visão na minha frente.
- Podemos morar aqui daqui há quatro anos.
- Quatro anos?
Ele me enlaçou pela cintura enquanto tentava seguir meus olhos na direção que eles olhavam:
- Quando nos casarmos.
Eu ri:
- Podemos pensar... Mas eu prefiro uma casa normal. Fugimos para cá quando você quiser encontrar uma prostituta.
- Não quero mais prostitutas baratas. Quero mais requintadas... – ele beijou meu pescoço.
- Motel de beira de estrada... Riscar da lista.
- Nem quando éramos pobres fomos num motel barato. – ele riu.
- Se você me dissesse que existia este lugar, eu não teria deixado você me levar para o motel “capenga”. – comecei a rir.
- Pelo menos deixamos nossos nomes na parede.
Eu me virei para ele e olhei nos seus olhos:
- Eu amo você, Nick... Ontem, hoje e sempre.
- Também amo você, rainha do drama. E nunca vou deixar de amar...
Ele me pegou no colo e me levou até a porta do quarto, abrindo-a. A luz ligou automaticamente. O cômodo era enorme, com uma cama king perfeitamente arrumada com diversos travesseiros enormes e confortáveis. Havia espelho na parede onde ela estava encostada e o banheiro era com a parede em vidro, de onde se via o Box e a enorme hidromassagem.
- Ah, eu não vou poder usar a banheira. – lamentei enquanto ele me colocava sobre a cama.
- Quem sabe deixa a perna para fora? – ele sugeriu.
- Não... Vai doer.
- Voltamos quando sua perna melhorar. O que acha? Ou mando fazer uma hidro para você na sua casa... Ou na minha.
- Nick, sobre isso. Precisamos conversar.
- Não... Não viemos aqui para conversar, Vivian. Estou pagando por cada momento com você, lembra? E não é barato.
Ainda deitada na cama retirei meu vestido lentamente, ficando só de lingerie. Ele retirou meu calçado e ficou de pé, me observando:
- Estou nervoso. – ele admitiu, sorrindo. – Como na primeira vez que fizemos isso.
- Não pareceu nervoso atrás do restaurante...
- Era diferente...
- Vem, Nick... Eu quero você. – confessei. – Já aguento mais esta espera.
Ele retirou a camiseta e observei seu peito nu, sem poder encostar por ele estar de pé e eu deitada. Sorri:
- Você ganhou uns músculos.
- Tentei... Mas não deu muito certo. Não tenho tempo para malhar.
- Deveria... Eu gostei do resultado.
- Posso pensar... – ele desceu o zíper da calça, retirando-a. - Nunca transei com uma mulher engessada.
- Nem eu... – comecei a rir. – Vamos ver como funciona isso. Mas posso ter que fazer um desconto, por não ser possível fazer algumas coisas.
- Não me peça para bater na sua bunda...
- Me deve esta, então, senhor perfeito.
- E você me deve uma de quatro... – ele riu.
Ajeitei-me nos travesseiros enquanto ele ficou ao meu lado e abriu meu sutiã, lentamente. Os dedos dele na minha pela deixavam rastros de fogo. Ele me fitou por um tempo e nossos olhos se encontraram. Mergulhei no azul profundo que ficou na minha lembrança por tantos anos. Eu queria me afogar... E nunca mais voltar. Ele desceu os lábios e me beijou docemente, enquanto suas mãos alisavam minha perna delicadamente, fazendo eu me arrepiar. Quando seus dedos chegaram pela parte de dentro da minha coxa eu gemi entre o beijo e ele mordeu levemente meu lábio. Sua mão encontrou minha calcinha molhada e ele acariciou toda a extensão. Sua boca deixou a minha e mesmo ele descendo pelo meu pescoço sem pressa, senti falta da sua língua na minha. Um seio foi abocanhado sensualmente e senti sua língua quente no meu mamilo e me curvei, me excitando ainda mais. Beijos molhados desceram pela minha barriga até chegarem na calcinha. Sua língua contornava a parte de cima do tecido enquanto sua mão adentrava pela lateral, tocando lentamente meu pronto de prazer, depois descendo por toda a extensão da minha fenda.
- Nick... – falei num fio de voz.
- Pode gritar, pode fazer o que quiser... Ninguém nos ouvirá aqui. – ele disse sem sair de onde estava.
Abri minhas pernas e ele retirou minha calcinha. Sua língua passou lentamente por toda minha extensão, e recebi uma leve mordida no meu ponto de prazer, dando um gemido alto enquanto meu corpo se contorcia em êxtase. Logo a língua dele entrou em mim, com movimentos rápidos enquanto usava o dedo no meu clitóris. Apertei o tecido do lençol com toda força enquanto gozava intensamente, não lembrando a última vez que havia sentido aquilo.
A boca dele encontrou a minha novamente, exigente, misturando nossos gostos numa ânsia sem limite. Mordi a língua dele levemente, fazendo ele sorrir em meio ao beijo:
- Amo... – ele sussurrou na minha boca.
Toquei seu membro endurecido, o querendo como nunca quis algo em toda a minha vida. Ele tentou ficar de joelhos sobre mim, mas machucava minha perna conforme ele se mexia.
- Porra, com tantas prostitutas fui pegar justo você, Vivian. – ele me encarou.
- Porque sou a melhor...
Ele me girou com habilidade e me penetrou enquanto deixava-me de costas para ele, unindo nossos corpos num só enquanto me abraçava. Mordi meu lábio enlouquecida de prazer ao senti-lo se movimentar dentro de mim.
- Preservativo... – falei tentando encontrar minha sanidade.
- Vou pegar... – ele saiu e voltou rapidamente, envolvendo seu pênis na borracha de látex.
Por incrível que pareça, nunca havíamos feito sexo naquela posição tão básica. Mas era a única que nos cabia no momento. E talvez no próximo mês inteiro. Estávamos relaxados e não tínhamos pressa. Enquanto ele me fodia com movimentos lentos e ágeis, seu dedo estimulava meu clitóris... E eu tentava aguentar para gozar novamente, junto dele.
Eu gostava da força do corpo dele no meu, do som que ele produzia enquanto entrava em mim, do cheiro que ele exalava enquanto me comia. Guiei o dedo dele para dentro da minha boca e o chupei avidamente enquanto senti ele se estremecer e gozar junto de mim. Acabei mordendo o dedo dele com força, fazendo ele dar um gemido de dor.
Nicolas passou sobre o meu corpo e deitou de frente para mim, com a cabeça nos travesseiros e me encarou:
- Por que você me morde? – ele passou o dedo nos meus lábios.
- Porque eu sempre tenho vontade de devorar você...
- Como eu consigo amar tanto você, rainha do drama?
- Porque você é o meu senhor perfeito. – alisei o rosto dele.
- Não usa mais anticoncepcional?
- Não...
- Por que parou?
- Porque sempre usei preservativo com Tom...
- Por cinco anos?
- Por cinco anos. – confessei. – Você sempre soube do meu medo de engravidar... E definitivamente, Tom não poderia ser o pai dos meus filhos. Além do fato de eu não confiar muito na fidelidade dele.
- Entendo... – ele alisou meu rosto. – Será que pode voltar a tomar anticoncepcional?
- Posso... E você me traz um exame mostrando que não contraiu nenhuma doença em seis anos.
- Você é má. – ele disse enquanto se dirigia ao banheiro.
- Ei, eu poderia ajudá-lo aí, tipo lhe dar um banho. Mas estou impossibilitada, infelizmente.
- Esperar seis anos e pegar a mulher engessada... Você é meu carma, Juliet Welling.
Eu ri alto enquanto ele abria o chuveiro.
- Eu só quero saber do meu pagamento, senhor perfeito. E eu não sou senhora Welling.
- Tinha que valer a pena, não lembra? – ele gritou enquanto eu o observava no banho. – E todo mundo chama você de senhora Welling, porque eu não posso?
- Ah, Nick, vire de costas para mim. – gritei.
- Está falando sério? – ele disse virando enquanto se ensaboava.
- Adorei a visão do meu quarto... De um lado o mar perfeito iluminado pela lua... Do outro o meu homem tomando banho com sua bundinha perfeita... Ah, eu sou feliz. – coloquei minhas mãos para trás da nuca, sorrindo.