Capítulo 86
744palavras
2022-07-24 07:58
Tornei-me um homem completamente focado no trabalho. Não queria me envolver com ninguém. Eu não queria me machucar de novo. Então as mulheres que frequentavam minha casa jamais tinham uma segunda chance de voltar. Houve um tempo que eu fazia sexo com uma mulher diferente a cada dia. Mas daí, houve o dia que eu percebi que minha cama estava sempre cheia, mas meu coração continuava vazio. E encontrei Simon e soube que Juliet nunca pisou os pés em Paraíso. Depois de alguns anos, quase não aguentando de curiosidade em saber o que havia acontecido com ela, como estava, se estava bem, se ainda lembrava de “nós”, mandei investigarem sobre ela. Quando soube que estava com Tom eu tive vontade de matá-la com minhas próprias mãos... E destruí-los, até não restar nada deles. Eu sabia que Tom não prestava, em nenhum sentido. Quem não sabia que ele tinha mulheres em todos os lugares? Imaginei se ela sabia... E a vida era tão boa ao lado dele que ela fingia e deixava tudo assim? Até que tive a ideia de oferecer parte da sociedade a ele. O intuito sempre foi chegar a ela. E eu tinha tanto ódio dentro de mim, misturado ao amor que já não sabia o que era um e o que era outro. Pensava que não havia espaço para amá-la quando tudo que eu queria era fazê-la passar pela dor que passei na ausência dela. Sempre imaginei que ela estava bem sem mim... Porque ela era Juliet... E sempre ficava bem depois de tudo. Então ela chegou... E tudo mudou tão rapidamente... O amor parecia querer destruir todo o ódio dentro de mim. E não... Ela não era feliz. Ela era tão inocente perto de Tom. Justo ela, que sempre foi esperta, que tomava conta da situação, que sempre foi segura de si. Tom não lembrar de mim me surpreendeu muito. Então eu ainda tinha dúvidas se ele realmente havia esquecido meu rosto ou preferiu fingir isso. Havíamos nos visto poucas vezes, mas nos vimos. E várias vezes com ela junto. Inclusive quando eu estava jantando com ela e ele a levou de carro, achando que pudéssemos ter um lance. Sem contar a última vez que a vi, quando discutimos com ela dentro do carro dele. Mas se ele sabia quem eu realmente era, pagou para ver quando a trouxe. Então, cá estava eu, um homem que planejou por tanto tempo vingança contra a mulher que destruiu seu coração e logo foi morar com outro vivendo uma vida normal como se tudo estivesse bem. Inicialmente eu pensei: cara, ela superou tudo tão rápido e você esta aí, chorando por ela ainda.
Então, na primeira oportunidade ela diz “eu te amo ainda”, tão francamente, tão honestamente, que me deixou sem palavras. E eu não pude responder da forma que queria. Eu recusei seu amor... Eu menti não sentir nada por ela. Mas eu pouco tempo ela rompeu minha barreira falsa... Que só ela tinha como fazer. Olhar o cordão no pescoço dela com os dois pingentes me fez imediatamente lembrar da noite que o dei a ela, quando tirei sua virgindade, num dos momentos mais lindos da minha vida. Tantos anos depois e aquilo ainda estava junto dela. E sim, o cordão me abalou profundamente. Foi como voltar no tempo e reviver cada momento novamente. Aquilo sempre foi um laço que nos unia... Só nunca pensei que fosse eterno... Mas era, como os sentimentos que eu tinha por ela.
Depois que cheguei em Paraíso e não a encontrei, procurei por Simon Dawson. Não foi difícil encontrá-lo. O pai dela era bem conhecido não só em Paraíso, mas em várias cidades vizinhas, pelos seus negócios. Eu o vi poucas vezes. Mas queria muito que ela visse quem ele realmente era. Conheci Joana na faculdade. E só fui saber da relação dela com Dawson depois. E achei a coincidência perfeita. Nada melhor que estar com a filha adotiva do pai de Juliet para ela ver como era ser trocada por alguém. “Família é família”... Essas foram as palavras dela. Eu fiquei claramente fora do círculo familiar. Então a ideia inicial era casar com Joana. E lhe dizer, na cara “Aceite tudo, família é família”. Mas não consegui chegar a tanto. Não seria capaz de me unir àquela mulher para acabar com a minha vida e com talvez qualquer chance de um dia ter Juliet de volta. Porque no fim, eu nunca perdi as esperanças.