Capítulo 78
1670palavras
2022-07-18 05:24
Retirei a camiseta dele e observei seu peito nu sob a luz fraca da noite. Passei minha língua lentamente pelo seu peito, sem pressa, sem culpa... Por que eu só queria aquilo naquele momento. Voltei para seu ombro e mordi com força, arrancando um gemido dele enquanto pegou meus cabelos e me fez encará-lo, me beijando novamente, com força. Libertei-me do beijo com um sorriso e dei-lhe leves chupões por toda extensão do seu pescoço:
- Como vou explicar estas marcas amanhã? – ele perguntou com voz baixa.
- Você não tem a quem explicar... – falei.
- E você, vai explicar como?
Ele me virou e senti seu membro ereto enquanto ele mordeu levemente meus ombros, retirando as alças do meu vestido e descendo conforme ia dando chupões pela extensão das minhas costas.
- Não acredito que veio jantar sem sutiã com o motorista. – ele observou, me virando novamente para ele enquanto me admirava. – Será punida por isso. – ele disse mordendo os bicos enrijecidos com certa força e depois lambendo, me arrancando um gemido.
Sua boca desceu pela minha barriga, com sua língua quente cobrindo cada parte da minha pele enquanto eu segurava seus cabelos, não conseguindo abrir meus olhos, entregue ao prazer que era tê-lo comigo novamente. Ele desceu o vestido com facilidade, me deixando somente de calcinha.
- Você me enlouquece... – ele confessou.
- Ainda assim me rejeita... – olhei nos olhos dele.
- E isso é a pior coisa que eu faço, acredite.
Ele fez menção de tirar minha calcinha e eu segurei suas mãos, impedindo:
- Nick, eu não quero que brinque comigo novamente. Você não tem este direito. Vai iniciar tudo e depois sair, como fez todos estes dias?
- Não...
- Se fizer isso, eu juro que chamo Edu para acabar o que você começou.
- Você não vai fazer isso. – ele garantiu enquanto arrancou minha calcinha com força, rasgando.
- Nick, eu nunca sonhei fazer isso encostada num coqueiro... – falei rindo.
- Relaxa... Vai querer voltar aqui outras vezes... Garanto.
- Se eu quiser, você me trará? – perguntei enquanto puxava os cabelos dele, fazendo ele me encarar, olhando para cima.
- Sim...
Eu diria um “amo você”, mas me contive. Todas as vezes que falei não houve retribuição. Então tive medo. Não importava se ele não me amava mais ou não. Ainda assim eu queria fazer amor com ele. E se quisesse repetir, pelo menos encostada naquele coqueiro no meio do nada, ele me traria. Não sei se isso servia também para outros lugares.
Senti sua língua na minha parte umedecida de tesão. Fechei meus olhos e mordi com força meu lábio. Sinceramente, eu achei que nunca mais na minha vida sentiria aquilo novamente. No entanto ele estava ali, com sua língua dentro de mim, fazendo meu corpo queimar sem fogo e arrancando um prazer que eu só sentia com ele. Eu estava nua num resort de luxo, traindo meu marido que na verdade era namorado. Justo eu, que sempre fui contra traições. Justo eu, que evitei fazer várias coisas com Tom achando que desta forma trairia Nicolas e o nosso passado. Justo eu, que fui duas vezes humilhada por Nicolas depois de declarar todo meu amor. Lá estava eu, aceitando o que ele me dava e esquecendo como ele me feriu, como se o prazer da carne estivesse acima do meu amor próprio. Mas porra, era Nicolas, o meu Nick, que conheci há oito anos atrás. Eu não sei se conseguiria dizer não para ele uma única vez que fosse na minha vida. Porque ele simplesmente poderia me maltratar, no entanto era o único capaz de me salvar.
Ele não tinha pressa, ele queria que eu sentisse prazer... Porque ele era assim, o mais perfeito homem que eu já conheci. Porque sim, agora ele era um homem maduro e provavelmente bem mais experiente, assim como eu. No entanto, quando eu estava com ele, eu ainda era a virgem de oito anos atrás, que experimentava uma novidade a cada vez que fazia sexo. Seus dedos ávidos disputavam espaço com sua língua e eu senti meu corpo estremecer quando gozei de um jeito intenso, que só ele sabia me proporcionar.
Ele levantou e me beijou ardentemente, trazendo meu gosto junto do seu, com sua língua exigente dentro da minha boca. Eu virei o corpo dele e disse sedutoramente:
- Hora de você provar do conforto do coqueiro, senhor perfeito.
- Estou preparado... – ele sorriu.
Abri o zíper da calça dele, que era de um tecido que não consegui identificar, mais fino que um jeans, mais grosso que um linho. Enfim, não importava do que era feito a calça cara dele. Eu abaixei habilidosamente, o vendo esperando pela minha boca ansiosa e quente, que queria devorá-lo... E eu esperando por seis anos pelo gosto dele na minha boca.
O celular dele tocou dentro do bolso da calça, no chão, antes que eu começasse. Peguei a calça com a mão e joguei para longe.
- Preciso atender... – ele disse.
- Nick... Não.
- É de uma pessoa de minha confiança. Se ele ligou, é importante, ou ele não me interromperia de forma alguma.
Fiquei ali, ajoelhada e frustrada enquanto ele atendia. Nem prestei atenção ao que falavam, de tão furiosa que eu estava.
- Coloque logo sua roupa. – ele falou juntando as dele. – Otto está vindo para cá...
Levantei num salto e peguei meu vestido, colocando rapidamente. Fiquei olhando para minha calcinha rasgada. Nicolas pegou da minha mão e guardou no bolso da sua calça:
- Não tem como usar isso.
- Nicolas, se você não percebeu eu estou num encontro.
- Não me importo se você estiver usando calcinha ou não no nosso encontro. – ele ironizou.
- Meu encontro não é com você.
- Você não pode se encontrar com ninguém, Juliet. É comprometida.
- Não com você.
- Por enquanto. – ele riu enquanto quase caía tentando arrumar a roupa rapidamente.
- Nem nunca.
- Agora não me quer?
- Não...
- Então o que aconteceu minutos atrás?
- Sexo entre dois adultos. Nada mais que isso. – expliquei.
- Acho que foi ontem que você disse que amava? Ou antes de ontem?
- Eu sou uma mentirosa. Você não sabia?
Ele se aproximou de mim e eu fui indo para trás. Quando ele se abaixou para me beijar de novo, Otto gritou:
- Juliet, volte agora para o homem que você deixou esperando. Isso que vocês estão fazendo se chama sacanagem, traição e se eu listar tudo o resto vocês ficarão furiosos comigo.
- Eu concordo. Mas é tudo culpa do Nicolas. – acusei.
- Não comecem... Porque se tem alguém que conhece vocês dois melhor que qualquer pessoa deste lugar sou eu. E pouco me importo se você é o dono da porra toda, Nicolas. Respeite minha filha porque ela diz que não é casada, mas mora com Tom a pelo menos cinco anos.
- Tom não a merece. – ele disse.
- E você merece? – Eu perguntei. – Me deixou sozinha quando eu mais precisei de você. Me virou as costas sem olhar para trás.
- Foram tempo difíceis... Que você esteve longe. – disse Otto pegando minha mão. – Acredito nos sentimento de vocês. Mas já são adultos agora. E o fato de estarem juntos não os fará voltar no tempo. Existem outras pessoas agora.
- Otto, eu estou dizendo que Tom não é o que você pensa... – reiterou Nicolas.
- Eu não sei como Tom é, Nicolas. Mas eu sei que foi ele que esteve lá quando ela mais precisou.
Otto me pegou pela mão e voltamos pelo caminho quase escuro, que seguia pela lateral do restaurante. Não estávamos muito longe. Parecia quando eu era pequena e andávamos pelas ruas e ele me segurando firme, com medo que eu fugisse. Eu já disse que tentava fugir e correr? Eu ri, lembrando da minha mãe: “Otto, não larga a mão desta menina. Cuida que ela foge. Ela é terrível”. Sim, eu aprontava desde cedo. Nicolas nos seguia um pouco atrás, acompanhando nosso ritmo. Os três em silêncio, cada um com seus próprios pensamentos.
Em menos de dez minutos voltamos. E para minha surpresa, Edu não estava sozinho. Em nossa mesa tinha mais uma convidada. Eu sorri maldosamente... Bem vinda, Joana. A velha Juliet está de volta. Ela só precisava da sua cura. E já recebeu a dose do seu remédio de uso contínuo.
- Boa noite, Joana. – falei sentando no meu lugar.
- Boa noite.
- Me desculpe. – balbuciei para Edu.
- Está tudo bem? – ele perguntou.
- Sim. – assenti com a cabeça para ter certeza que ele entendeu.
Se eu estava usando Edu? Claro que estava. Se tinha dó dele? Claro que não. Desde o início ele sabia muito bem no que estava se envolvendo. Eu era uma mulher enrolada com dois homens e ainda assim ele estava ali. Não foi embora nem quando Nicolas me levou por não sei quanto tempo.
Nicolas sentou ao lado de Joana e perguntou:
- O que você está fazendo aqui? Seguiu-me por cada bar ou restaurante do Paradise?
- Claro que não... – ela disse, pegando o braço dele e o fazendo lhe dar a mão sobre a mesa. – Tenho minhas fontes.
- Boas fontes... Preciso encontrá-las. – ele disse seriamente.
- Bem, eu vou aproveitar que você encontrou sua amiga, Nicolas e vou deixá-los conversando à vontade. Até porque eu e meu amigo aqui tínhamos marcado este jantar para ser a dois, não é mesmo, Edu?
- Exatamente. – ele disse levantando.
Dei um beijo na careca de Otto:
- Boa janta, pai. Não se preocupe comigo. Provavelmente chegarei tarde.
Otto me olhou e balançou a cabeça, bravo, mas sem me contestar.
E assim saí dali com Edu, mesmo na vontade de ficar. Eu jamais aceitaria Nicolas com aquele vagabunda debochada perto de mim. Era hora de ele fazer suas escolhas.