Capítulo 56
2169palavras
2022-07-15 19:58
Tarde da noite liguei para Nicolas, certa de que ele já havia chegado da faculdade.
- Oi... – ele disse atendendo de forma diferente de como costumava me atender.
- Por que você contou para eles?
- Porque era o correto a fazer. E você não faria.
- Me desculpe se eu não sou perfeita como você. – ironizei.
- Eu nunca disse que era... Foi você que inventou isso.
- Você acha que tinha este direito, Nicolas? É a minha vida.
- Achei que dividiríamos nossos problemas, assim como nossas alegrias. Mas pelo visto você não tem maturidade para isso.
- Já ouvi sobre “imaturidade” o dia inteiro. Então me poupe dos seus “elogios”. Hipócrita, dissimulada, vingativa, convencida...
- E imatura. – ele completou.
- Nicolas, por que você não quer entender o que está realmente acontecendo? É o meu pai...
- Sua família... Eu sei. Otto e sua mãe não significam nada. Se você soubesse tudo que tem e não dá valor... Mas enfim, são “suas” escolhas e nem eu nem ninguém tem nada a ver com isso.
- E ainda assim você tentou intervir e me prejudicar, contado para minha mãe.
- Jamais pensei que brigaríamos por conta do retorno de seu pai. E nunca foi minha intenção prejudicá-la.
- Nem eu pensei que brigaríamos por isso... Mas estou tranquila, pois sei que estou agindo corretamente.
- Você tem mais alguma coisa para falar?
- Não.
- Então boa noite.
Antes que eu respondesse, ele desligou. Fiquei olhando para a tela, furiosa. Eu estava com raiva de Nicolas e da forma com ele estava agindo com relação ao meu pai.
Na noite seguinte, fui ao Hotel entregar o dinheiro para meu pai, conforme combinado. Cheguei em torno das 20 horas. Anunciei-me e fui autorizada para entrar pela recepção, pois ele já me aguardava.
Eu estava ansiosa e meu coração batia forte. Quando bati na porta, ele abriu imediatamente. Recebi um beijo afetuoso e entrei.
- Bem vinda, bebê.
O quarto dele era simples e pequeno, todo branco. Havia uma cama de casal, uma luminária em cada lado da cama, um armário de duas portas e uma porta onde provavelmente havia um banheiro. A janela era ampla e envidraçada e estava com a cortina pesada aberta, entrando o ar fresco da noite. Eu conseguia sentir o cheiro do cigarro... Provavelmente ele havia fumado há pouco. Ele me ofereceu uma cadeira que estava próxima da janela e sentei-me. Ele ficou sentado na cama, me observando:
- Fico vendo o quanto você se tornou uma mulher linda! E quanto tempo eu perdi... Não quero mais que isso aconteça. Eu não posso perder contato com você, meu bebê.
- Eu também não quero perder contato, pai.
- Juliet, eu amo você. – ele disse com os olhos lacrimejantes. – Perdoe meus erros.
Eu peguei as mãos dele e apertei com as minhas:
- Pai, eu também amo você. E quero fazer parte da sua vida. Quanto tempo você ainda vai ficar?
- Eu... Ainda não sei.
Eu retirei da bolsa o cheque, com todo o valor que eu tinha na minha conta e entreguei a ele.
- Obrigado, meu bebê. Sua família agradece. Você sabe que não é sozinha... Você tem, lá em Paraíso, dois irmãos, uma madrasta e uma meia irmã que amam você. E quando decidir ir, será muito bem recebida. E seremos eternamente gratos pelo seu gesto de bondade para com seu irmão. Você salvou a vida de Damon.
- Fico feliz por ter podido ajudar de alguma forma, pai. Espero, do fundo do meu coração, que dê tudo certo.
- Vai dar, querida. Vou enviar o dinheiro o mais rápido possível para que Alicia já inicie o encaminhamento da cirurgia. Ainda tenho algumas situações para resolver por aqui. Assim que estiver tudo, ok, parto também.
- Pai... Eu acho que quero ir junto. – falei certa de minha decisão. – Vou ficar alguns dias. Posso tentar ajudar... E conhecer minha nova família.
- Não é nova... Sempre foi sua. Mas, como pretende fazer isso? Sua mãe aceitará?
- Eu não preciso da autorização dela. Eu sou adulta e posso tomar minhas próprias decisões... Assim como tomei a de lhe dar o dinheiro.
- Ela sabe que você me deu o dinheiro? Você contou?
- Não fui eu... Meu namorado. Mas, enfim, não quero tocar neste assunto.
- E vai perder suas aulas na faculdade? Olga vai ficar furiosa. Vai querer me matar.
- Ela já quer igual. Quando você parte?
- Creio que em uma semana, talvez menos. Podemos combinar antes. Você vem até aqui e deixamos tudo acertado.
- Pode ser.
- Obrigado mais uma vez, bebê.
Eu o abracei:
- Eu preciso ir.
Despedi-me e me dirigi até o carro, que eu havia deixado próximo. Eu odiava dirigir, mas para ir encontrá-lo à noite foi necessário. Se meu pai soubesse quantas coisas eu fiz por ele... Briguei com minha mãe, com Otto, com Nicolas, dirigi, lhe entreguei todo meu futuro. Porque eu acreditava nele... E sabia que era responsável por ajudar minha família, se eu tinha como fazer isso. Eu esperava, do fundo do meu coração, que ele não me decepcionasse. Porque se isso acontecesse, acabaria comigo. Ele me chamar de bebê, acalentava meu coração e me trazia um amor tão forte e uma sensação de segurança e aceitação que esperei ter a minha vida inteira. Eu sabia que ele me abandonou, nunca me procurou por muitos anos. Ainda assim nunca passou pela minha cabeça não aceitá-lo quando ele me procurasse. E eu sabia que mais cedo ou mais tarde, aquele momento aconteceria.
Eu havia decidido ir com ele quando o vi tão feliz com a minha presença. Seria realmente uma viagem breve, de alguns dias, só para conhecer minha família, principalmente o pequeno Damon, que estava doente e logo faria a cirurgia. Eu sabia que minha mãe ficaria furiosa. Mas ainda assim ela precisava entender. Eu não iria morar em Paraíso. Eu não a deixaria. E minha decisão estava tomada. Eu não voltaria atrás.
E Nicolas... Ah, Nicolas simplesmente decidiu não me compreender. Eu entendia a preocupação dele comigo. Mas eu era adulta e o fato de querer me aproximar de meu pai e aceitá-lo, mesmo depois de ele ter me abandonado, era uma decisão que cabia somente a mim, ninguém mais. E isso não era questão de imaturidade. Era uma escolha, uma decisão. E ele precisava aceitar. Ela era meu namorado. E isso não lhe dava o direito de se meter naquela situação. Eu esperei por meu pai por 20 anos. Nicolas estava na minha vida há dois. Por mais que eu o amasse, se ele me mandasse escolher, seria minha família em primeiro lugar.
Mas ao mesmo tempo que eu estava me desentendendo com Nicolas, sentia sua falta. Eu não queria brigar com ele por aquele motivo. Tinha esperanças que nos acertássemos.
Liguei para ele quando cheguei. Demorou para que me atendesse.
- Oi, Nick. – falei, ao receber o silêncio dele.
- Oi, Juliet.
- Como você está?
- Bem.
- Estou com saudades de nós... – falei sentindo meu coração partido.
- Eu também.
- Podemos nos ver amanhã? Por favor...
- Tenho aula o dia inteiro.
- Preciso conversar com você... E vê-lo. Meu corpo precisa de você.
- Só seu corpo?
- E meu coração...
- Para não brigarmos, não quero falar sobre seu pai.
- Não há como lhe prometer isso. É este o assunto que tenho a tratar.
- Juliet, eu...
- Nick, por favor. Não quero brigar por telefone. Amanhã nos falamos melhor. Deixa eu curtir este momento ouvindo você como se não tivéssemos nenhum problema.
- Mas temos problemas no paraíso, rainha do drama.
Fiquei calada, ouvindo a voz dele e sentindo aquela sensação de bem estar e amor que só ele conseguia me dar.
- Está aí, Juliet?
- Sempre, Nick... Não importa nossas brigas, você não me entender, não aceitar... Ainda assim sempre estarei aqui com você e por você.
- Eu te amo.
Eu sorri:
- Achei que não me falaria mais isso.
- Eu não concordo com suas atitudes. Mas amar você não tem a ver com isso. É um sentimento que não conseguirei nunca tirar de dentro de mim.
- Vai me amar para sempre, Nick?
- Por toda a minha vida.
- Eu também. Mesmo você sendo horrível comigo.
- Eu não estou sendo horrível com você. E me senti magoado com o que me disse. O problema é que você tem meu coração no seu peito. Isso me deixa completamente vulnerável.
Eu ri:
- Queria você comigo agora... Na minha cama... Em cima de mim.
- Tem certeza?
- Sim...
- Estou indo.
- Como assim?
- Estou indo aí.
- Nick, você está louco? Já passa da meia noite.
- Eu preciso de você... Eu preciso de nós.
- Estarei esperando... Sempre estarei esperando por você, Nick.
Ele desligou a chamada. Troquei de roupa rapidamente, colocando um pijama mais sexy. Fiquei esperando ele no portão. Ele chegou em vinte minutos.
- E sua mãe? – ele perguntou me dando um beijo no rosto.
- Ela e Otto já estão dormindo.
Ele pegou meu corpo, levando até a altura dele. Envolvi minhas pernas na sua cintura e mal deu tempo de fechar a porta e ele me levou até meu quarto. Nosso beijo foi ainda mais intenso. Porque estávamos brigados... Porque estávamos há tanto tempo sem “nós”. Eu não resistia a Nicolas Welling. Ele era o ar que eu respirava, o sangue que corria nas minhas veias. Ficar sem fazer amor com ele me deixava doente. Eu tinha saudade do beijo dele todos os dias, da forma como ele me tocava, da sua voz, dos seus olhos...
Ele me deitou na cama, se ajoelhando sobre mim, intensificando o beijo, procurando minha língua ansiosamente, impacientemente. Abri o zíper da calça dele, procurando por seu membro, já duro para mim. Eu precisava de Nick dentro de mim para satisfazer a necessidade que meu corpo sentia do dele.
- Me fode, Nicolas... Agora – pedi entredentes enquanto ele mordia meu lábio com força.
Ele puxou a parte de baixo do meu pijama junto com a calcinha e me preencheu sem deixar minha boca. Eu estava absurdamente molhada... E só queria aquilo. Ele dentro de mim, até meu corpo se sentir completamente extasiado e satisfeito. Minhas mãos alcançaram seus ombros, trazendo-o com força de encontro ao meu corpo. Ele sabia que eu gostava do sexo de forma mais agressiva. Seus movimentos iam se intensificando enquanto minhas unhas apertavam sua pele com a sensação prazerosa e intensa que ele me proporcionava. Ouvia o choque do seu corpo contra o meu, enquanto seus olhos me fitavam expressivamente, cheios de desejo e luxúria.
- Quer que eu pegue o preservativo? – ele perguntou com a voz fraca.
- Não... Não quero.
Arqueei meu corpo, deixando-o entrar o mais profundamente possível. Suas mãos se apoiavam na cama enquanto meu corpo inteiro se movia com as estocadas dele. Uma mordida no lóbulo da minha orelha era o que faltava para eu gemer alto e gozar, sentindo ele se jorrar dentro de mim ainda com os movimentos rápidos e intensos. Ele permaneceu com as mãos apoiadas na cama e disse:
- Sempre que precisar de sexo, é só me ligar. Eu venho.
- Eu não precisava só de sexo... Eu precisava de você...
Ele riu:
- Eu não disse que podia ser com outra pessoa. Claro que tem que ser comigo.
- Se eu disser que sinto falta de você dentro de mim, acreditaria?
Ele se jogou para o lado e me puxou, deitando minha cabeça no seu braço:
- No que você se transformou, rainha do drama. Uma viciada em sexo.
- Não sou viciada em sexo. Sou viciada em você, Nicolas Welling.
Ele deu um beijo no meu rosto:
- Amo você, baixinha dramática.
- Não pensei que viesse tão rápido. Então suponho que também me queria.
- Eu sempre vou querer você... – ele disse se colocando em cima de mim novamente.
- Pode fazer tudo de novo? Do mesmo jeito?
- Só estava esperando você pedir. Mas vamos fazer de outro jeito...
- Primeiro do mesmo jeito. Depois de outro jeito. – argumentei.
- Eu não quero mais brigar com você, Juliet.
- Nem eu. Porque eu amo você, Nick, ontem, hoje e sempre.
- Eu também amo você... Mesmo você achando que eu não faço parte da sua família.
- Não quero começar isso novamente.
- Mas você me disse que precisava conversar.
- Pode ser amanhã? Não quero estragar nosso momento.
- Então amanhã será estragado?
- Nick...
Ele começou a beijar meu pescoço, descendo pelos meus seios. Retirou minha blusa e disse:
- Eu não falei que não seria igual?
- Nunca é igual com você. – eu confessei.
- Então não consigo atender seu desejo nunca? – ele fingiu tristeza.
- Não... Você sempre faz melhor. – admiti.