Capítulo 54
1798palavras
2022-07-15 19:57
Dias perfeitos são inesquecíveis. E os meus ao lado de Nicolas Welling eram sempre os melhores da vida inteira. Ainda assim eu tinha medo... Medo do “sempre” e da forma como eu estava dependente dele, tanto do seu corpo, quanto do seu amor.
Era sábado à tardinha quando meu namorado chegou na minha casa. Já fazia uma semana dos nossos dias perfeitos na praia. Não encontrei meu pai depois da cafeteria. Eu tive medo que ele tivesse partido sem se despedir de mim. Nicolas também não tocou mais no assunto. Não queríamos brigar.
- Agora você tem uma namorada que pode dirigir. – minha mãe falou orgulhosa para Nicolas assim que ele chegou.
- Fiquei feliz quando ela me contou, dona Olga.
- E vocês não precisam mais sair de moto. Ela usa o carro.
- Mãe, nós gostamos da moto. – aleguei.
- Quem sabe hoje usamos o carro. E você me prova que sabe dirigir. – ele disse para agradar minha mãe.
- Por isso eu amo você, Nicolas. – minha mãe deu um beijo nele.
- Ela dizia isso para todos os meus namorados. – eu provoquei.
- Mas nenhum era melhor que eu, não é mesmo, dona Olga?
- Nicolas, você foi a salvação desta casa.
- Não começa, mãe. – critiquei. – Assim me deixa sem jeito... E Nicolas se achando...
Otto me entregou a chave do carro:
- Vai lá, Juliet. Você consegue.
Olhei para ele apavorada. Será que eu conseguiria? Era diferente sair de carro por aí sem estar com o instrutor ao meu lado. Mas tinha Nicolas. Acho que era hora de enfrentar o medo.
- Ligue para Lorraine. – pedi para Nicolas. – Quero ela junto. Fico mais segura com ela.
- Mas eu sou o seu namorado, menina. – ele ironizou pegando o telefone e ligando para minha prima.
Em menos de uma hora passei na casa de Lorraine. Nicolas foi ao meu lado, no banco do passageiro. Lorraine atrás, com a cabeça quase em cima de mim, preocupada:
- Eu quero viver até meus trinta anos... E levar meus filhos no seu casamento. Já imaginou eles correndo por todos os lados e quebrando tudo? Você vai ficar furiosa...
- Não me distraia, sua putinha.
- Acha que me ofende? Eu amo ser chamada de putinha. E olha que nunca quis ser pega numa esquina e...
- Lorraine, cala a boca. Eu fico tensa.
- Mas vai levar carona e mandar a pessoa ficar muda?
Nicolas botou a mão na minha perna e disse:
- Relaxa, você está indo bem. Faz de conta que Lorraine não está aqui.
- Nicolas, eu estou aqui. Não podem fingir que não estou.
- Você que mandou eu ligar para ela. – ele me olhou atordoado.
- Não pensei que ela ia falar de um futuro tão distante... E dos filhos que ela ainda tem. Ninguém merece. – reclamei.
- Será que nossos filhos poderiam namorar, Juliet? Porque não vão ser primos de verdade... Teoricamente, em segundo grau e...
Ela me deixou tonta. Acabei quebrando o retrovisor do carro estacionado ao lado e continuei dirigindo.
- Querida... Você bateu no retrovisor... E quebrou... E derrubou. – Nicolas falou preocupado, olhando para trás.
- Eu não vou voltar... Acho que o dono deixou muito perto da rua.
- Claro que deixou... Era o lugar de estacionar. Vai mais devagar... – ele disse tenso.
- Ai meu Deus... Vou ficar viúva antes de casar... – disse Lorraine fazendo sinal da cruz, me deixando ainda mais nervosa.
- Lorraine, você está deixando ela nervosa.
- Puta que pariu... Por que vocês me tiraram de casa, da minha segurança? Eu sempre achei que Juliet não daria boa motorista. Ela é muito nervosa... E ansiosa e...
- Cala a boca. – falei freando e fazendo todos me olharem assustados. O carro de trás quase bateu em mim e o motorista passou gritando palavrões.
- Quer que eu dirija? – perguntou Nicolas.
- Não. E vou conseguir.
Acelerei novamente.
- Você está muito próxima dos carros estacionados. – ele avisou olhando pela janela.
- Vamos botar uma música? – sugeri.
- Não. – os dois disseram juntos.
- Eu também estou preocupado... Acho que nossos filhos não se conhecerão, Lorraine. – falou Nicolas.
Começamos a rir. Realmente eu não estava me saindo bem.
- Otto vai me matar se eu estragar o carro dele.
- Coitado do motorista que ficou sem retrovisor.
- Podemos voltar e deixar um bilhete. Você paga o conserto para ele, Nick?
- Sim... Depois de lhe dar dois celulares agora vou pagar um carro. Vou ter que arranjar outro emprego para bancar você.
- Prometo compensá-lo, meu amor. – falei tocando seu membro sob a calça.
- Juliet... Eu amo quando você me toca... Mas por enquanto, só dirija... Olhe para frente, pelo amor de Deus.
Finalmente chegamos em frente ao Shopping. E eu tremia enquanto estacionava. Quando desliguei o carro, senti o suor escorrendo pelas minhas costas. Respirei fundo e disse:
- Estão salvos.
- Obrigada, meu Deus. – disse Lorraine. – Meus filhos, vocês nascerão.
Nicolas me olhou e disse:
- Cara, eu achava que já tinha passado tudo que podia ao seu lado. Até que você decide ser a motorista da vez. Nunca na sua vida dirigirá a minha moto.
- Isso me deixa entristecida, gente. Não confiam em mim?
- Ou você treina mais ou desiste de vez. – falou Lorraine saindo do carro.
- Treina mais. – ele disse me dando um beijo no rosto. – Eu tive medo.
- Então você dirige na volta. – entreguei a chave para ele e bati a porta com força, andando indignada até a entrada do Shopping.
Ele veio rapidamente atrás de mim, tentando me abraçar enquanto eu me desvencilhava. Foram cruéis comigo. Eu nem queria ter pego o carro para começo de conversa.
- Desculpe, rainha do drama. Fui mal com você.
- Muito...
- Me perdoa.
- Ainda estou pensando nisso. – falei rindo enquanto ele me puxava para perto dele. – Onde está Lorraine?
- Deve estar pagando as promessas que fez até chegar aqui.
- Nicolas Welling... – falei brava.
- Ok... Desculpe.
- Mas eu não quero dirigir na volta. Eu definitivamente não nasci para isso.
- Vai andar de táxi a vida inteira?
- Vou.
Andei mais rápido e ele me acompanhou. Quando chegamos na praça de alimentação, Lorraine estava com Felipe.
- Como ele chegou aqui? – perguntei confusa.
- Amor... – ele disse. – Só pode.
- Lorraine não ama ninguém.
- Um dia vai acontecer. Ela até pensa em ter filhos para estragar nossa festa de casamento.
- Com o salva-vidas que ela enganou? Duvido.
- Quer comer alguma coisa? – ele perguntou.
- Quero... Na escada de emergência.
Ele parou e me olhou surpreso:
- Está falando sério?
- Eu disse que o compensaria por sua “quase morte”.
- Não precisa falar duas vezes, rainha do drama.
Ele me pegou pela mão e quase correu entre as pessoas até chegar à porta de ferro pesada. Abriu e descemos as escadas sem dizer nada.
- Vou lembrar da minha prima. – falei.
- Duvido. – ele me olhou travessamente.
Eu não tinha ideia de quantos degraus mais ele desceria. Então o empurrei com força até escorá-lo na parede.
- Hora do pagamento, senhor perfeito.
Abaixei-me e abri o botão da calça dele, descendo junto com a cueca. E para minha surpresa ele começou a ficar duro instantaneamente.
- Isso nunca fica mole?
- Não com você. Traz-me para escada de emergência, me joga na parede e tira minha calça em segundos e ainda quer que eu não fique duro? Só se eu tivesse um grande problema, meu amor... O que não é o caso.
Coloquei seu membro duro na minha boca sem pensar duas vezes. Eu gostava de fazer aquilo... Bem como da forma como o via reagir ao meu toque. Ele sempre se preocupava com o meu prazer. E eu começava a entender que ele também tinha que sair satisfeito, como eu. No fim, era uma troca mútua, onde ambos tínhamos que ter desejos saciados.
Houve uma vez que eu era bem desajeitada para aquilo. Não era mais o caso. Eu havia ficado expert. Enquanto o bombeava, chupava e sugava o mais profundamente possível, arrancando gemidos altos dele. Eu gostava de ouvi-lo gemendo por mim. Eu queria ser tudo que ele precisava, para que nunca quisesse outra pessoa além de mim. Eu sabia que não existiam casais perfeitos... Mas éramos absolutamente perfeitos juntos, mesmo com todas as nossas imperfeições. Quando senti que ele iria gozar, aprofundei o máximo que pude, para que ele se sentisse a vontade para jorrar na minha boca. Sua mão alcançou minha cabeça, que ele segurou enquanto eu engolia cada gota que saía de dentro dele. A velha cena de limpar com o dedo a boca não rolava... Porque nunca sobrava nada. Eu era uma vagabunda?
- Pode tentar me matar quantas vezes você quiser. – ele disse me colocando dois degraus acima, para que eu ficasse da altura dele.
Sua boca tomou a minha com gosto, roçando ardentemente nossos lábios e sua língua entrando profundamente em mim. O envolvi meu meus braços, apertando-o com força. Nicolas era tudo que eu queria... Para sempre.
- Agora só falta um desejo. – ele disse roçando os lábios no meu pescoço.
- Eu sei. E você... Qual seu desejo sexual de verdade, Nicolas? Não é só pegar a puta na esquina e levar ao motel de beira de estrada. – eu brinquei.
- O meu desejo é que você esteja comigo em todas as vezes que eu fizer sexo.
- Eu estou falando sério.
- Eu também. – ele disse olhando no fundo dos meus olhos. – Eu só quero você... Nada além de você.
Na volta, ele dirigiu. Realmente eu não quis colocar a vida de ninguém em risco. Muito menos o carro de Otto em cheque.
- Eu vou namorar com Felipe. – disse Lorraine no banco de trás, sentada desleixadamente.
- Onde ele mora? Como assim vai namorar? Você está louca?
- Ele mora há uns trinta minutos daqui. Ele quer ser minha companhia no casamento de vocês.
- Você falou com ele sobre isso? – perguntou Nicolas.
- Claro. E ele disse que vai. Podem preparar o convite dele também.
- E você disse que será daqui há dez anos? – perguntei rindo.
- Sim.
- Eu não sei quem é mais louco... Eu que estou ouvindo vocês neste momento ou o pobre Felipe, que aceitou ir ao meu casamento daqui há dez anos. Cara, tem alguma coisa errada com as mulheres da família de vocês.
Eu e Lorraine começamos a rir. Realmente era hilário.