Capítulo 53
2634palavras
2022-07-15 19:55
Chegamos na casa de praia em torno de uma hora e meia depois de sairmos. Minha tia ficou organizando tudo e mandou nós aproveitarmos o dia. Eu e Lorraine colocamos nossos biquínis e fizemos exatamente o que ela mandou: aproveitar.
Levamos cadeiras e guarda-sol e deitamos na areia, fora da proteção. Por quê? Porque éramos as mais loucas primas da história. E só nós nos entendíamos. Eu contei à ela sobre meu pai ter me procurado e a briga com Nicolas. E sim, Lorraine me ouvia, me entendia e jamais contaria a alguém. Porque ela era a melhor guardadora de segredos que eu já conheci. Assim como eu era fiel aos dela, ela seria aos meus.
- Juliet, só acho que você não deve envolver Nicolas com os problemas com seu pai. Vai que depois você briga com seu namorado, seu pai vai embora e você fica sem nenhum dos dois.
Eu ri:
- Quanta tragédia... Não é bem assim.
- Meu tio é gostosão? – ele me perguntou retirando parte dos óculos de sol e me encarando com seus olhos azuis.
- Arrasaria corações nesta praia. – admiti.
- Coitada da sua mãe, com Otto. Ele é muito legal, mas é bem feio, não acha?
Começamos a gargalhar.
- Alguma coisa ele deve ter de bom. – falei.
- Deve ter um pau bem grande escondido.
- Você não vale nada, Lorraine.
- Puta que pariu, olha aquele salva-vidas, Ju... – ela levantou imediatamente, saindo.
- Onde você vai, Lorraine?
- Me afogar, porra. Quero boca a boca.
Virei de bruços e fiquei olhando ela passar por ele sedutoramente, se jogando no mar. Balancei minha cabeça e virei de volta. Peguei um livro e comecei a ler. Ninguém merecia ler livros da faculdade no sábado pela manhã. Mas aquela era minha vida. Tentava me concentrar sob o sol forte do meio dia e minhas pernas ardendo, mesmo com protetor. Vi algumas pessoas correndo em direção ao mar e virei para ver. Havia um pequeno aglomerado num burburinho, em torno de alguém. Procurei por Lorraine e não a encontrei, nem no mar, nem entre as pessoas. Levantei preocupada e fui até os curiosos. E lá estava minha prima, no chão, realmente afogada. Deus, será que ela foi castigada? Assim que a vi deitada, de olhos fechados, fiquei apavorada. E se ela morresse? Minha tia me mataria, então seríamos duas mortas na mesma família. E quem choraria pela outra? Encostei nela e vi que estava gelada. O tal salva-vidas responsável por aquilo tentava afastar todo mundo enquanto apertava o peito dela. E sim, ele fez o boca a boca. E milagrosamente ela acordou, arrancando palmas de todos os presentes.
Em pouco tempo os curiosos se dissiparam e ela ficou ali, respondendo as perguntas dele.
- Lorraine, está tudo bem? Precisa de mim? – perguntei preocupada. – Vamos voltar para casa?
- Não! – ela gritou. – Estou bem, Ju. Como é mesmo o seu nome? – ela perguntou para o homem puro músculos e quase desnudo na nossa frente. E sim, ele era lindo.
- Felipe.
- Ah, Felipe... Você consegue um pouco de água para mim? Sinto que ainda não estou bem. Meu peito dói um pouco. Aqui... – ela pegou a mão dele e colocou sobre seus seios.
Cara de pau. Ela estava mentindo. Eu conhecia Lorraine e sim, era tudo enganação. Não acredito que ela fez aquilo. Eu quase morri de preocupação. Passei por ela e falei no seu ouvido:
- Puta maldita.
Ela gargalhou enquanto Felipe saía para buscar água para ela. Voltei furiosa, com meus pés enterrando na areia quente e quando cheguei no lugar onde estavam nossas coisas encontrei Nicolas sentado, debaixo do guarda-sol. Senti meu coração disparar e fiquei parada, incerta se devia continuar ou parar ali mesmo e morrer de amor por ele.
- Eu já disse que você e Lorraine não valem nada? – ele perguntou tranquilamente, de bermuda, camiseta e óculos de sol.
- Eu já disse o quanto odeio você de bermuda? – falei andando até ele.
Ele levantou e me encarou:
- Andei horas de moto, deixei meus trabalhos por fazer, fiquei noites sem dormir, comprei um celular novo e é isso que você tem para me dizer?
- Eu quis dizer que prefiro você nu... – brinquei.
- Rainha do drama, você merece umas palmadas bem dadas... E sem dó.
- É o que eu mais quero... – falei no ouvido dele enquanto o abraçava.
Quando senti as mãos dele sobre meu corpo, senti dor:
- Está ardendo...
Ele levantou a alça do biquíni e disse:
- Você está horrível. Passou protetor?
- Claro...
- Bem, vou ter que passar mais protetor... E depois loção pós sol... E depois cuidar da sua pele, com muitos beijos molhados. Ouvi dizer que isso melhora a ardência.
- Nick... Pode me desculpar?
- De novo? Claro que sim... Por isso eu sou o senhor perfeito, não é mesmo?
- Não quero brigar com você por nada neste mundo. Me dói quando você não está comigo.
- Eu fiquei com saudades de nós...
- Eu amo você, Nicolas Welling... Ontem, hoje e sempre.
- Eu só quero o seu bem. Não quero que você sofra... Por nada neste mundo.
- Eu sei. Prometo que vou ter cuidado. Mas não me peça para não ver meu pai... Porque eu não posso. Eu esperei ele me procurar por toda a minha vida, Nicolas. E isso finalmente aconteceu. E eu sinto que ele gosta de mim e está arrependido do tempo que perdeu longe.
- Meu amor, qualquer um que a conheça gostará de você e se arrependerá se tiver ficado longe de você.
- Bobinho! – apertei ele com força contra meu corpo. – Ai... Está doendo.
Lorraine apareceu como se nada tivesse acontecido, como se a cena do afogamento fosse coisa da minha cabeça.
- Como você consegue ser tão dissimulada? – perguntei furiosa.
- Vou sair com ele hoje à noite. – ela disse dando um beijo no rosto de Nicolas e sentando na cadeira.
- Nicolas, se você visse o que ela fez...
- Eu vi. – ele disse tranquilamente, sentando na cadeira e colocando os braços para trás. – Eu estava observando vocês há um tempinho já.
- Como nos encontrou aqui? – perguntei confusa.
- Sua mãe e Otto. E depois sua tia. Sua família me ama. – ele se gabou.
- Lorraine fingiu se afogar. Eu quase morri de preocupação.
- E você fingiu que estava bêbada para roubar Nick no Manhattan. – ela deu de ombros.
- Dissimuladas... Mal de família. – ele disse. – E ainda assim eu entrei de cabeça... Sabendo que era uma tremenda furada.
- Sim, dissimulada, hipócrita, vingativa e convencida. – lembrei.
- E o amor da minha vida. – ele disse calmamente.
- Eu já disse que quero ser madrinha do casamento, não é mesmo? – falou Lorraine.
- Vai ser. – garantiu Nicolas. – Eu não escolheria outra pessoa, prima.
Ela bateu palmas e deu um beijo nele:
- Eu sabia que você não esqueceria de mim. Porque esta prima ingrata é capaz de me tirar fora desta honra...
- Eu não tiraria você. – falei. – Você pode sim ser a madrinha. Mas isso vai demorar. Nós teremos 30 anos... Todos nós na verdade.
- Que velhos! Eu vou estar com os peitos caídos com 30 anos, eu acho.
- Bota silicone. – dei de ombros. – Além do mais, ninguém vai querer ver os seus peitos no “meu” casamento.
- Será que caem com 30? – perguntou Nicolas curioso.
- Vou saber quanto tempo os peitos levam para cair? Eu sei que se der de mamar eles caem.
- Por isso você não quer filhos? – ele perguntou.
- Não... É porque eu não quero. Não gosto de crianças.
- Eu quero ter. – disse Lorraine. – Com a cara daquele salva-vidas gostosão que está me olhando. – ela levantou. – Aliás, vendo vocês dois se amando deste jeito me dá até vontade de vomitar. Vou ali ver se ele quer me acompanhar num casamento daqui há dez anos, com meus peitos caídos e nossos filhos lindos à nossa volta.
E ela realmente foi.
- Cara, Lorraine é pior que você. – disse Nicolas. – Eu não duvido que ela fale tudo isso para ele.
- Nem eu.
- E se ela falar, ele vai simplesmente cair de amores por ela. Então sim, ele estará no nosso casamento daqui há 10 anos...
- Por que você acha isso?
- Porque eu me apaixonei por você justo porque você nunca teve filtros... Sempre intensa, sincera, impulsiva... E linda.
- Eu vou agarrar você aqui mesmo, Nicolas.
Ele me puxou e caí no colo dele. Agarrei-me ao seu pescoço e nos beijamos intensamente. Eu era loucamente apaixonada por aquele homem e por tudo que ele fazia. Ficar sem ele realmente doía não só meu corpo, mas também minha alma. Ele fazia eu rever toda minha vida e meus conceitos. Ele fazia eu querer acreditar num futuro e no sempre. Porque eu tinha certeza de que o amaria para sempre. Mas não a mesma certeza de que ficaríamos juntos para sempre, porque eu tinha medo, porque eu não acreditava... Mas ele apareceu para me mostrar que tudo que eu pensava poderia estar errado. Porque só de pensar num futuro sem ele, era como se tudo fosse um vazio... E completamente sem sentido.
À noite, saímos com Lorraine para o encontro com o salva-vidas. Enquanto andávamos na rua, perguntei:
- Você vai contar a verdade a ele? Que você fingiu?
- Eu tenho a sensação que ele sabe que foi tudo fingimento. – ela disse tranquilamente.
Assim que chegamos a um bar ao ar livre, com música ao vivo, Felipe estava sentado numa mesa, esperando por ela. Fomos com Lorraine até lá. Cumprimentamos Felipe e depois saímos, para deixá-los sozinhos.
- Aonde vamos? – perguntei balançando nossas mãos entrelaçadas despretensiosamente.
- Para a praia.
- Praia? Agora? – perguntei.
- Nunca fui no mar à noite. – ele disse.
- Eu também não.
- Já imaginou fazer amor com o barulho do mar, sob a luz da lua?
- Já começo a imaginar.
Andamos pela rua quase deserta em direção à praia. Não havia iluminação naquela parte, somente na área central, onde havia o calçadão na beira do mar. A lua cheia nos brindava com sua beleza estonteante. Molhamos nossos pés no mar e para minha surpresa a água estava morna, mais do que durante o dia. Eu estava de short e com meus chinelos nas mãos. Nossas mãos entrelaçadas não se soltaram em momento algum.
Nicolas me enlaçou pela cintura e depois me beijou. Quando meus braços encontraram seu pescoço, ele me levantou na altura dele, me apertando contra seu corpo. Eu amava quando ele fazia aquilo. Sua língua invadiu minha boca de forma exigente. Desta vez eu queria engolir seus lábios e ele inteiro se possível. Era o beijo mais perfeito da vida. E eu não entendia como depois de repetidas vezes fazendo aquilo, ficava cada vez melhor. Havia intensidade, fogo, desejo e necessidade nos movimentos das nossas línguas em sincronia. Ele foi andando e eu não abri meus olhos, muito menos sentia meus pés no chão, porque eu estava sendo carregada. E minha única obrigação era deixá-lo louco com meu beijo, no qual eu me entregava completamente.
Ele me deitou no chão e nossas bocas se afastaram. Olhei para os lados e não havia ninguém ali... Só nós dois, o mar, as estrelas e a lua. O som das ondas era música para meus ouvidos. A paz que aquilo trazia era simplesmente como se fosse um sonho.
Seus lábios encontraram meu pescoço e depois desceram até meu colo. Abri meu zíper e ele disse baixinho:
- Calma... Temos tempo, Juliet...
- Você sabe que seu beijo me deixa louca não é mesmo?
- Bom saber... Vou aprimorar.
- Como se isso fosse possível... – falei mordendo o lóbulo de sua orelha.
- Então meu beijo é o melhor?
- Sim... – confessei mordendo seu lábio.
- Pode morder com força. – ele disse. – Amo ver no dia seguinte as marcas de que você esteve comigo.
Apertei meus dentes com força, até ele soltar um gemido.
- Dor ou prazer? – perguntei.
- Me parece que tudo é meio interligado quando estou com você. – ele disse ofegante enquanto sua mão descia por dentro do meu short, alcançando meu centro quente e úmido.
Seus dedos começaram a me massagear e eu arqueei meu corpo, gemendo. Tentei tirar o short, mas ele impediu.
- O que você quer fazer comigo? – perguntei.
- Matá-la de prazer.
- Você sempre me mata, Nick... Sempre.
Abri o zíper dele e baixei a bermuda, agarrando seu membro duro, estimulando-o com movimentos intensos, que ele correspondia da mesma forma dentro de mim. Nossas bocas se procuraram com urgência novamente. Mas o beijo passava de intenso para agressivo. Havia força em nossos lábios. Queríamos mais, muito mais do que nossos corpos nos davam.
Nicolas tentou afastar a boca da minha e o puxei com força pelos cabelos, arrancando um gemido dele, que abafei com minha boca na dele novamente. Eu queria sua língua novamente... Senti seu membro no meu corpo e rapidamente retirei meu short.
- Porra, eu vou morrer... – falei.
Como me descuidei ao falar, ele fugiu da minha boca e desceu até meu colo, retirando um seio de cada vez, mordendo levemente os bicos intumescidos. Depois começou a chupar, causando ainda mais tesão e deixando meu corpo completamente fervendo. Beijou-me novamente antes de descer pela minha barriga, alcançando meu canto mais profundo, que esperava por ele de qualquer forma: fosse sua língua ou seu membro pulsante.
Senti-me um pouco incomodada com a areia que o vento soprava sobre nós. Ainda assim, era uma experiência inesquecível. Sua língua quente estava dentro de mim enquanto minha bunda pegava toda a areia da praia. E eu só queria ele dentro de mim... Mas gozei apenas com sua língua. Quando percebeu que eu já havia gozado, ele passou os dedos, colocando levemente para dentro e depois se enterrou em mim. Peguei sua mão e suguei cada dedo com minha boca, sentindo meu líquido no corpo dele e agora no meu... Porque não éramos dois... Éramos um só.
- Nick... Diga-me que tem preservativo com você. – implorei quase sem voz, quando senti que gozaria novamente com a força que ele fazia contra meu corpo.
- Não tenho... Mas posso parar... Quando você quiser... Basta pedir.
- Eu já disse que odeio você?
Ele se afastou, me deixando com o coração acelerado e prestes a ter meu segundo orgasmo. Só podia ser brincadeira...
- Por que fez isso?
- Quer me chupar ou quer que eu continue?
- Eu... Quero que continue. E que goze dentro de mim.
Vi o sorriso dele na penumbra. Foda-se. Eu tomava anticoncepcional. E tinha que confiar que aquilo era suficiente.
Não precisei falar duas vezes. Ele voltou com mais força e intensidade. Meus seios mexiam conforme as estocadas e ele não tirava os olhos dali, completamente louco. Senti meu corpo amolecer junto do líquido quente sendo jorrado dentro de mim. E por incrível que pareça, mesmo com a areia ridícula que tentava atrapalhar nosso momento, foi o melhor sexo até então. Sentir sua pele na minha era a melhor sensação da vida... E o gozo dele depositado no lugar mais profundo do meu corpo era absolutamente perfeito.
- Agora eu quero de quatro... – falei me virando. – E me bate... Forte, do jeito que eu gosto.
- Como quiser, senhorita. Seu pedido é uma ordem.
- E nunca mais vamos usar preservativo. – avisei.