Capítulo 50
1708palavras
2022-07-15 19:53
Ele retirou a própria roupa e me olhou, perguntando:
- Juliet, você está aí?
- Sempre. – eu ri.
- Parece tão distante.
- Nick, não queira saber o que eu estou pensando.
- Espero que não seja nada ruim.
- Não mesmo.
Puxei-o para a cama e montei em cima dele:
- Presente parte dois? – perguntei sensualmente enquanto me esfregava nele.
- Ver você nua somente com o cordão no pescoço é a melhor visão da minha vida.
Ele colocou as duas mãos nos meus seios enquanto eu friccionava-me sobre ele. Suas mãos desceram vagarosamente até alcançar meu clitóris, que ele começou a estimular, me arrancando um gemido. Retirei a mão dele e fui até sua boca, beijando-o da maneira que fazíamos: absolutamente urgente e necessária, como se fôssemos morrer se nossas línguas não estivessem juntas. Ele me puxou para baixo dele, sem deixar minha boca. Seus dedos alcançaram minha intimidade absolutamente encharcada.
- Eu já disse o quanto gosto quando você está assim... Esperando por mim? – ele disse entre meus dentes, com nossas bocas ainda juntas.
- Sempre assim por você... – falei fechando meus olhos e puxando-o para mais perto da mim, com força.
Queria senti-lo o mais profundamente possível dentro da minha boca... Queria ficar sem ar com sua língua... Queria enlouquecer e gozar repetidas vezes ouvindo o quanto eu era o amor da vida dele.
Sem pedir licença ele me penetrou. Dobrei minhas pernas para senti-lo mais dentro de mim. Seus movimentos eram intensos e fortes e nossos corpos se chocavam e ao mesmo tempo se encaixavam perfeitamente. Ele mordeu meu lábio com força. Ambos sabíamos o quanto aquilo era motivo para queimar o outro de desejo. Quando senti que iria gozar, ele saiu de dentro de mim. Fiquei olhando para ele ofegante, sentindo meu coração descompassado e sem entender nada.
- De quatro. – ele ordenou.
Olhei-o confusa, ainda desnorteada com meu quase orgasmo interrompido.
Fiquei de quatro e ele me puxou para a beirada da cama. Eis uma coisa que eu só tinha visto nos meus filmes pornográficos. Tive medo que fosse doer. Mas não. Eu já tinha feito tanto sexo com ele que acho que nenhuma posição ficaria mais dolorida. Enquanto ele se enterrava em mim com mais força do que geralmente costumava fazer, suas mãos prenderam meus cabelos. Droga, não acredito que ele ia fazer! Meu sonho erótico da vida toda se realizando. A puta que levava tapas na bunda.
- Eu achei que não conseguiria bater em você... – ele disse enquanto alisava a minha pele. – Embora eu tenha sonhado muito com isso.
- Para de falar e bate logo, Nicolas. – reclamei.
- Mas lembrando de você naquela noite, no meu colo, tentando ficar com meu melhor amigo... Faz-me querer te bater até ficar vermelha.
- Bate logo, porra! – gritei.
- Cara, você é muito louca.
- Não me chama de “cara”. – pedi ofegante.
- Porra, você merece umas palmadas pra valer.
Ele me deu um tapa na bunda.
- Sério, Nick? Eu quero que bata forte. Isso não é um tapa. Bate como fez naquela noite... Se não bater, eu vou atrás do Pedro. E vou mandar ele bater.
Ele bateu com força desta vez. Ouvi o estalo e aquilo me excitou ainda mais.
- Bate de novo. – pedi.
- Eu não quero machucar você, meu amor...
- Não vai machucar, Nick... Eu gosto.
Então começaram as palmadas. Claro que ele não batia forte... Não tanto quanto eu gostaria. Nick jamais seria capaz de me machucar... Nenhum pouquinho que fosse. Embora eu nunca tenha levado palmadas, até porque minha experiência no sexo era bem recente, sempre me imaginei fazendo aquilo. E na vez que ele me pegou no colo, enquanto me roubava de Pedro e deixava Val sozinha, ele me deu umas palmadas como punição. Naquela noite eu jurei para mim mesma que o teria batendo na minha bunda nua enquanto ele se enterrava em mim. E lá estava eu, num motel chique (não de beira de estrada), realizando mais um desejo ao lado do meu senhor perfeito.
Eu sentia minha bunda quente e ele se afundando cada vez mais intensamente. Eu iria gozar em pouco tempo. Aquilo era mais do que meu corpo suportava.
- Nick... Preservativo...
- Que porra! – ele disse saindo.
Não, eu não estava preparada para sexo sem camisinha. Independente do uso contínuo do anticoncepcional. Eu não era a rainha só do drama... Eu era a rainha dos métodos contraceptivos também.
Ele voltou emborrachado e então fiquei mais tranquila e pude finalmente gozar, junto dele. Claro que eu tinha vontade de algum dia não usar aquilo e sentir nossas peles se tocando e seu sêmen dentro de mim. Talvez quando estivéssemos casados, depois dos trinta anos, conforme o combinado. Quem sabe nestas hipóteses eu me sentisse segura quanto a isso.
Depois da cama, testamos a hidromassagem e o Box do banheiro. Cheguei em casa quando o dia já estava amanhecendo. Entramos pé por pé para não acordar minha mãe e fomos para o quarto. Finalmente deitamos na cama, cansados e extasiados. Ele me aconchegou aos seus braços e ficamos abraçados, cada um com seus próprios pensamentos. Os meus eram simples: que este momento não acabe nunca mais... Que eu fique aqui, quieta, ouvindo o coração dele bater junto de mim para sempre.
- Nick, eu nunca vou esquecer este dia. Obrigada.
Ele ajeitou meus cabelos e disse:
- Boa noite, rainha do drama.
- Boa noite, senhor perfeito.
No domingo, acordei antes de Nicolas. Encontrei minha mãe preparando o café da manhã. Sentei à mesa depois de ter preparado meu café. Eu não costumava comer pela manhã. Só tomava uma xícara de café.
- Você parece de bom humor esta manhã. – disse minha mãe ironicamente.
- Sim, acho que eu precisava de uma boa noite de sono.
Ela riu sarcasticamente.
- Otto dormiu mais do que a cama? – perguntei, tentando mudar de assunto.
- Sim. Hoje ele resolveu tirar férias de você… Não vai ter bolo.
- Eu só como pela manhã se tiver o bolo de Otto.
- E eu não sei?
Eu ri.
- Juliet, eu gostaria de dizer que estou muito feliz...
- Por que, mãe?
- Pela forma como você tem tentado tratar Otto. Você sabe que é importante para mim que você se dê bem com ele.
- Eu sei.
- Agradeço todos os dias por Nicolas ter entrada na sua vida.
- Nicolas? O que ele tem a ver com isso?
- Depois que você conheceu este garoto, tudo mudou.
- Ora, mãe. Nicolas não tem nada a ver com isso.
- Duvido... Ele fez você amadurecer... Se acalmar... E crescer. Tenho certeza que ele é responsável por boa parte de suas mudanças positivas.
Eu fiquei calada. Não tinha certeza se era ele... A única certeza que eu tinha era de que ele me fazia muito bem... Um bem danado na verdade.
- Mas ainda tenho medo de você montada naquela moto daquele tamanho com ele. Prometa que vai tomar cuidado.
- Prometo.
- E esta semana mesmo vou providenciar tudo para você começar suas aulas de direção.
- Ah, mãe... Eu não sei se consigo. Sou tão desastrada.
- Todo mundo consegue. E você tirou o décimo lugar na colocação geral da faculdade. Dirigir é muito mais fácil.
- Mãe, você nunca mais vai esquecer minha colocação?
- Nunca... Ou como você diz: “Nunquinha”.
- Mãe...
- Fale. – ela disse sentando na minha frente.
- Eu amo você.
- E eu amo você, Juliet. E lembre-se sempre: você não precisa mendigar amor... Porque quem lhe ama de verdade, jamais lhe fará sofrer.
Se eu pudesse pegar as palavras da minha mãe e guardar numa caixinha comigo para sempre... Mas quando se tem dezenove anos, você ouve muito pouco do que sua mãe diz.
Naquela semana eu estava atarefada com os trabalhos da faculdade. Tinha algumas aulas pela manhã, outras a tarde e algumas poucas à noite. Adaptei-me fácil, mas não podia desfocar nunca, ou não daria conta.
Precisei comprar uns materiais e fui até o centro da cidade. No caminho me apaixonei por uma bota e fiquei um bom tempo na loja provando. Acabei levando duas. Quando saí da loja percebi o mesmo homem que eu tinha visto atrás de mim na livraria. Ele estava escorado na parede e assim que comecei a andar, ele veio fingindo-se distraído atrás de mim. Andei mais rápido e ele acompanhou meu passo. Entrei numa cafeteria e esperei que ele passasse reto, mas não. Acomodei-me numa mesa para duas pessoas e ele ficou ao meu lado. Tive medo. Ele não tinha cara de assaltante. Pelo contrário... Ele era um homem bonito e bem vestido. Será que estava interessado em mim? Ele era velho... Acho que mais velho que meu surfista tatuado.
Pedi um capuccino e ele café puro. Quando ele me encarou, puxei minhas inúmeras sacolas mais para perto de mim. Porra, se ele roubasse minhas botas eu ficaria puta. Diria: moço, leva tudo, menos os meus sapatos! Um ladrão tomava café em cafeteria? Talvez.
Ao mesmo tempo que ele me assustava um pouco, me causava curiosidade. Eu não tinha dúvidas que ele estava atrás de mim. Qual homem entra numa livraria sozinho e depois esperaria numa loja de sapatos pacientemente? Nem o senhor perfeito fazia isso. Quando eu ia comprar sapatos ele ficava inquieto e impaciente e para não me apressar ia fazer outra coisa. E aquele senhor, lindo – diga-se de passagem, esperou por mais de duas horas eu sair da loja. E ele gostava de café.
Fiquei insegura e pensei em ligar para Nicolas ou Otto. E se ele fosse um serial killer? Ou estuprador? Eu nunca fui seguida por um estranho na minha vida. Peguei o telefone e comecei a digitar os números quando ele sentou na minha frente e disse:
- Você cresceu, Juliet Dawson.
Fiquei confusa. Ele olhou dentro dos meus olhos e disse, seriamente:
- Senti saudades, filha.
O telefone simplesmente caiu da minha mão, se espatifando no chão. Eu não sabia se olhava meu celular quebrado ou para o homem que procurei por 19 anos que estava sentado na minha frente.