Capítulo 47
2035palavras
2022-07-15 19:52
E realmente não dormimos juntos durante a semana. Minha mãe não mudou sua palavra. No sábado Nicolas me convidou para irmos ao Lounge 191. Chamamos Lorraine para ir junto. Eu preferi ir lá do que no Manhattan para não correr o risco de encontrar Val e Alissa. Embora eu já tivesse dito a verdade para elas (em parte), não me sentia a vontade para que elas me vissem com Nicolas.
O pai de Nicolas tinha um carro e a mãe dele outro. No entanto ele se recusava a pegar o carro dos pais. E até mesmo aceitar um de presente. Queria fazer tudo por ele mesmo, embora sua família tivesse condições de lhe dar tudo que ele desejasse. Então ele pegou o carro de Otto para sairmos.
- Estou pensando em dirigir também. – falei enquanto o observava.
- Está na hora. – disse Lorraine. – Independência, prima.
- Não me importo de levar você para onde quiser. – Nicolas disse colocando a mão na minha perna enquanto dirigia.
- Sim, com o carro do meu padrasto. – ironizei.
- Sim, com o carro de Otto. – ele confirmou.
- Por que não aceita um carro dos seus pais? – perguntou Lorraine. – Se eles querem lhe dar, por que recusar?
- Porque não quero nada deles.
- Mas são seus pais.
- Ainda assim não quero.
- A relação dele com a família é complicada. – expliquei.
- E de quem não é? – limitou-se a dizer Lorraine.
- Eu simplesmente não tenho nenhum tipo de sentimento pelo meu pai... Ao menos não sentimentos bons. – ele disse seriamente.
Sempre que falava da família eu sentia como se uma nuvem pairasse sobre seus ele. Seus olhos escureciam e até sua voz ficava diferente.
- Apesar dos problemas que ele tem com o álcool... É seu pai. – eu disse. – Nunca pensou em perdoá-lo?
- Eu já não disse que não perdoo?
- Mas é seu pai...
- Por isso mesmo ele não devia fazer o que faz.
Eu alisei a mão dele que descansava na minha perna:
- Eu sinto muito, Nicolas.
- Vamos trocar de assunto então. – ele sugeriu. – Vamos falar você fazer aulas de direção.
- Ainda bem que estamos chegando. – falei quando vi que estávamos na rua do Lounge 191. – Porque sinceramente não me imagino dirigindo por aí.
Chegamos mais tarde que o habitual. Fazia um bom tempo que não íamos até lá. Nas últimas semanas eu Nicolas preferíamos ficar em casa do que sair. Mas ao sentir o som da música entrando nos meus ouvidos e a batida tão conhecida, me senti em casa. Embora Nicolas não gostava de dançar, foi conosco para a pista, pois sabia que amávamos. Ele se balançava enfadado enquanto eu mexia os braços dele, tentando animá-lo.
- Vamos lá... Se mexe, Nick. Você já foi mais animado.
Ele se abaixou e falou no meu ouvido:
- Isso quando eu ainda não havia provado você. Hoje sei que nada é melhor que fazer amor com minha baixinha.
- Podemos fazer isso... Aqui. – eu sugeri.
Ele me olhou surpreso:
- Eu havia esquecido do seu desejo...
Um casal se beijando quase caiu em cima de nós. Virei-me para reclamar e dei de cara com Nadiny e Cadu. Eu ainda segurava a mão de Nicolas quando fiquei olhando para eles, pasma. Eu não senti absolutamente nada com a cena, mas fiquei muito surpresa. Eu poderia esperar Nadiny com qualquer pessoa, menos com Carlos Eduardo. Perguntei-me há quanto tempo aquilo acontecia. E se ela me fazia de boba quando eu mandava recados para ele.
- Ju... Nick... – ela falou envergonhada, soltando a mão dele.
- Oi, Nadiny. Quanto tempo! – eu disse dando um beijo nela.
Nicolas e Cadu se cumprimentaram como meros conhecidos.
- Oi, Ju... – Cadu me falou, não olhando nos meus olhos.
- Oi... – acenei com minha mão livre.
- Vocês... Estão juntos? – perguntou Nadiny.
- Não... Estamos namorando. – expliquei.
- Eu... E Cadu... Só estamos nos divertindo.
- Legal! – falei.
O clima ficou estranho. E eu nem tinha o que dizer. E Nicolas ficou mudo, sem dizer uma palavra.
- Então... Nos vemos por aí. – ela falou saindo sem jeito.
Cadu acenou e foi atrás dela.
Nicolas me encarou como que exigindo que eu dissesse alguma coisa.
- O que foi, Nick?
- Você viu o que eu vi?
- Sim, eu vi... E está tudo bem.
- Como eu queria acreditar que você não sentiu nada.
- Nicolas Welling, sem cena de ciúme, por favor. – tentei brincar.
Mas ele ainda estava tenso. Eu o abracei:
- Não fique assim. Eu amo você... Ontem, hoje e sempre. Esqueceu?
- Eu ainda lembro quando você disse que queria perder a virgindade com ele.
Eu ri alto:
- Sério que eu disse isto?
- Sério que não lembra?
- Eu acho que estava bêbada.
Ele começou a rir e finalmente me abraçou de volta:
- Você não tem jeito, Rainha do Drama.
- Você me perdoaria, não é Nick? – me vi perguntando.
- Por que você acha isso? Está falando de Cadu?
- Não... De qualquer coisa. Se você ficasse bravo com alguma coisa que eu fizesse, me perdoaria? Ou o fato de não perdoar serve para mim também?
- Sinceramente, não sei. Mas se for qualquer coisa relacionada a Carlos Eduardo eu não perdoaria, com certeza.
- Ufa, então estou perdoada caso aconteça em algo num futuro distante. – brinquei.
Como o Lounge 191 era pequeno, não havia como não vermos ou cruzarmos com Cadu e Nadiny o tempo inteiro. Depois de uma hora lá dentro, Nicolas sugeriu:
- Vamos ao Manhattan?
- Agora? Mas faz pouco tempo que chegamos.
- Não quero ficar aqui, olhando para este otário.
Revirei meus olhos:
- Ok, se você quer, vamos. Só espero não encontrar Val por lá. Não sei se estou preparada para isso.
- Então sabe exatamente como me sinto. – ele disse olhando nos meus olhos.
Lorraine preferiu ficar, então combinamos de nos encontrarmos no final da noite.
Fomos andando até o Manhattan, que ficava há poucos minutos dali. Estar de mãos dadas com Nicolas na badalada noite da cidade era algo que eu nunca esperei. Muito menos me sentir feliz como eu estava.
Devido ao adiantado da hora, não havia fila no Manhattan. E então saímos de uma balada para outra na mesma noite.
Assim que entramos, ele disse:
- Não quero que se preocupe com Val. Acredite que eu só amo você e nunca amei outra pessoa na minha vida. No entanto eu quero que você me assuma para suas amigas. Preciso disso para me sentir seguro.
- Eu já assumi. Pelo menos uma parte... E não estou insegura com relação aos seus sentimentos por mim. Agora, vamos dançar?
- Eu não vim aqui para dançar. – ele falou no meu ouvido. – Vim aqui para comê-la no banheiro feminino.
- Isso é sério, Nick?
- Por que acha que vim até aqui?
- Achei que era por... Ora, deixa para lá. Como é que se faz isso? – perguntei enquanto o puxava pela mão para próximo do banheiro.
- Você entra lá, vê se não tem ninguém e me chama. Vou estar na porta, cheio de desejo por você e pronto para satisfazê-la, rainha do drama.
- Já sinto minha calcinha molhada. – dei um beijo nele e fui rapidamente para o banheiro.
Realmente naquele horário não havia muitas pessoas fazendo uso do banheiro. Puxei-o pela mão, trazendo-o para dentro e fechando a porta da cabine.
Ele me olhou e riu:
- O que eu não faço por você, rainha do drama?
- Eu lembro que disse que já fez com outra... Então não deve ser tão desafiador para você. Mas eu tenho que fazer melhor que ela. Literalmente eu tenho um problema aqui, senhor perfeito.
- Eu estava com saudades... – ele falou com a voz baixa, enquanto passava a mão no decote do meu vestido, descendo lentamente pelos meus seios. – Do seu corpo...
- Vamos ver se você é melhor aqui do que na cama, Nick... – desafiei.
Ele levantou meu vestido, passando a mão por cima da minha calcinha, me acendendo ainda mais. Abri o botão de sua calça, colocando a mão por dentro, sentindo seu membro duro querendo sair dali. Abaixei a calça o suficiente para libertá-lo para mim. Nossas bocas se encontraram enquanto nossas mãos tocavam avidamente o corpo do outro. Nosso beijo nunca era menos que “intenso”. Nicolas nunca me beijava sem fome da minha boca. E aquilo me deixava absolutamente louca. Era como se ele fizesse sexo com a boca quando sua língua tocava a minha. Mordi seu lábio com força, fazendo-o gemer, não sei de dor ou prazer. Ele pegou meus cabelos num rabo e puxou-os, fazendo eu ficar de costas para ele. Ah, como eu gostava quando ele ficava assim... Pronto para me maltratar de tanto tesão. Ele colocou meus cabelos para frente, sobre meus ombros e começou a beijar meu pescoço com sua língua quente, descendo pelas minhas costas até minhas nádegas.
- Lembra que eu falei que quando fosse dar chupões em você não seria num lugar visível? – ele disse com voz baixa, carregada de sensualidade.
- Lembro... – eu disse quase sem voz.
Então ele começou a dar chupões nas minhas nádegas, descendo pelas minhas pernas. E aquilo era muito, mas muito excitante. Depois de deixar suas marcas no meu corpo, Nicolas me virou de frente e me encontrou totalmente encharcada, esperando por ele. Seus dentes me morderam levemente sobre a calcinha e depois ele passou os dedos lentamente por toda extensão dela, quase me enlouquecendo. Tentei retirá-la, mas ele não deixou, segurando-a no lugar.
- Implore por mim... – ele disse me olhando de baixo, com seus olhos azuis profundos loucos de desejo.
- Por favor... – implorei. – Use sua língua em mim... Da forma como só você sabe fazer...
Ele sorriu lascivamente e desceu minha calcinha, colocando uma perna em cima de seu ombro enquanto sua língua adentrava na minha intimidade quente e aquosa. Procurei não emitir sons, mas era quase impossível. Fechei meus olhos e puxei os cabelos dele com força enquanto o colocava ainda mais profundamente em mim. Gozei enquanto ele ainda continuava a se embeber de mim, sem pressa de parar aquilo. Meu corpo amoleceu por alguns segundos. Ele subiu novamente, encontrando minha boca, misturando nossos gostos numa dança de línguas que nunca havia sido tão harmoniosa com ninguém que eu havia beijado até então.
Depois de encerrar o beijo perfeito, o empurrei para a parede marmorizada e desci até seu membro ereto me esperando. Bombeei várias vezes antes de colocá-lo na minha boca e chupá-lo vorazmente, como se fosse meu alimento preferido. Vi ele morder o lábio inferior com força enquanto fechava os olhos e aquilo me deu ainda mais prazer. Com uma mão eu fazia o movimento contrário ao da minha boca enquanto a outra alisava seus testículos. Quando ele começou a estremecer dentro da minha boca, tentou tirar, mas eu não deixei. Eu queria senti-lo, prová-lo, assim como ele fazia comigo. Coloquei-o o mais profundamente que consegui e deixei que ele se derramasse quase dentro da minha garganta, engolindo até a última gota, enquanto ele chamava pelo meu nome, completamente louco de prazer. Nem eu acreditava que havia feito aquilo... Mas eu fiz. Como nos meus filmes pornôs. Só não sobrou uma gota para limpar com meu dedo indicador olhando para ele com cara de “quero mais”.
Levantei e me aconcheguei a ele, sentindo seu coração bater descompassadamente, na altura do meu ouvido.
- Eu não acredito que você fez isso... – ele disse alisando meus cabelos.
- Posso fazer muito mais... É só você me pegar numa esquina... E pagar pelos serviços. – brinquei.
- Quer que eu a pegue hoje mesmo? – ele perguntou.
- Não vim com roupa adequada, meu bem.
- Você é minha perdição, rainha do drama.
- Me beije, Nick... – eu pedi mergulhando no oceano que eram seus olhos azuis.
Cadu não estava só morto. Já estava enterrado.