Capítulo 44
1955palavras
2022-06-30 01:58
Então chegou dezembro. E com ele a minha formatura de Ensino Médio. Foram os quatro anos mais legais da minha vida até então. E eu duvidava que o tempo pudesse apagá-los ou superá-los. Aqueles dias vividos intensamente ficariam para sempre na minha memória. Independente do que houve no fim, quando nossa amizade passou por uma forte “turbulência”, eu as levaria para sempre no meu coração, pois estiveram comigo nos momentos mais insanos e perfeitos que eu vivi.
A solenidade foi rápida e em pouco tempo eu estava na casa de Lorraine, junto de toda a família. Nicolas acabou chegando depois. Ele não foi à solenidade porque a preferência era para familiares. Então levei minha mãe, Otto, minha avó, minha tia, minha outra tia, meu tio e por aí vai... A família era grande e ele não quis tirar o lugar de ninguém.
A festa foi simples, mas muito bem organizada por minha mãe, Lorraine e a mãe dela. Além de minha prima ser a mais perfeita maquiadora, ela também era ótima com decorações, tanto quanto minha tia. Eu não havia herdado nenhuma destas habilidades da família. Aliás, acho que eu quase não servia para nada.
Minha mãe estava muito feliz com tudo. E Otto também. Ele me acolhia e me tratava como se eu fosse a filha dele de verdade. E isso me causava um grande mal estar... Pelas coisas ruins que eu fiz para ele por tanto tempo. Isso começou a acontecer depois que entrei na adolescência. Antes disso, quando eu ainda era criança, o tratava como pai. Eu comparava o meu verdadeiro pai, com todos os seus defeitos e o pai de Nicolas, que ele literalmente odiava, e percebia o quanto Otto era um bom homem. Sem vícios, afetuoso e preocupado com o bem estar meu e de minha mãe.
- Como estava a cerimônia? – perguntou Nicolas me puxando para perto da porta.
- Legal...
- Quando eu vou poder ficar um minuto a sós com você para dar o meu presente?
- Presente? – perguntei curiosa. – Onde está?
Ele riu:
- Ainda fui falar... Agora você não vai me deixar em paz.
- Vamos, Nick... Deixa eu ver meu presente. É de comer?
- Claro que não... Desta vez eu tive tempo para me preparar.
Eu abri a mão:
- Pode me dar, então.
Lorraine chegou e entregou uma caixa pequena, branca, decorada com corações vermelhos e um laço.
- Uma mão esperando pelo meu presente? – ela riu bebendo todo o líquido alcoólico do seu copo.
- Pois é, prima. Juliet quer presente o tempo todo. – Nicolas disse rindo.
- Abra logo. Não coloquei junto com os demais porque não é só para você. É para Nicolas também.
Olhei para ela apreensiva. Lorraine não era nada previsível. Abri a tampa e fiquei sem palavras para o que tinha dentro: preservativos, de todas as cores, tipos e sabores.
- Tem de todas as frutas possíveis. E menta. Encontrei alguns neons que brilham no escuro. Acho que vocês vão curtir. Estas bolinhas você enfia no...
Eu tapei a boca dela. Olhei em volta, mas ninguém estava nos observando. Olhei para Nicolas, que estava de braços cruzados, olhando tudo atento e irônico.
- Acho que a que brilha no escuro deve ser broxante. – ele disse.
- Também acho. Mas testem e depois me digam. – ela falou, acendendo um cigarro. – Tenho outro presente. – ela retirou do bolso uma chave e me entregou.
- Isto é a chave da minha casa? – perguntei olhando atentamente.
- Enquanto você estava no salão, eu, sua mãe e minha mãe organizamos uma surpresa para você. Precisa ir até lá e ver se gosta. Está no seu quarto.
- Mas... Minha mãe não falou nada.
- Sua mãe ajudou com tudo. E só para esclarecer: ela e Otto não voltam para casa hoje.
Senti um leve frio na barriga. Acho que aquele era o meu momento, tão esperado.
- Mas...
Nicolas pegou a minha mão:
- Nada me “mas”. Você não está curiosa com a surpresa? Eu estou.
- Preciso avisar minha mãe... Eu acho.
- Não precisa. – Lorraine disse. – Vai lá e faça bom proveito do que tem dentro da caixa. – ela completou sarcasticamente.
- Vocês não existem...
Ela olhou em volta e perguntou:
- Você veio de carro, Nicolas?
- Não... Detesto pegar o carro do meu pai.
- Eu levo vocês.
- Não precisa, Lorraine. Podemos ir caminhando. É perto. – eu disse.
- Quem andaria na rua com um sapato com salto dez e um vestido longo de festa? – ela perguntou.
- Eu andaria. – falei rindo.
- Claro, chamando a atenção, rainha do drama. – disse Nicolas.
Lorraine acabou nos levando até minha casa no carro do pai dela. Assim que entrei em casa fiquei tentando achar a minha surpresa. Mas não notei nada de diferente.
- Como vou achar a tal surpresa?
- Entendi que estava no seu quarto.
- Hum, você quer é ficar no meu quarto, seu depravado. – brinquei enquanto ele me abraçava com força.
- Eu estava com saudade... – ele disse enquanto me apertava contra si.
- Eu também. – confessei.
Sim, eu tinha saudade dele o tempo todo que ele não estava comigo. Fiquei na ponta dos pés e tentei roubar um beijo dele, mas não conseguia alcançar na sua boca. Ele começou a rir e não se mexeu:
- Acho que chegou a hora da minha vingança por tudo que você me fez passar, rainha do drama. – ele brincou.
Eu comecei a beijar o pescoço dele. Aquele perfume tão conhecido me deixava completamente louca.
- Está jogando sujo, menina... – ele disse fechando os olhos.
Senti sua pele arrepiar ao meu toque e dei leves chupões conforme descia pelo seu peito. Ele foi me empurrando até me encostar na parede. Então seus lábios tocaram os meus. E pela primeira vez nosso beijo foi leve e lento. Geralmente estes momentos eram até um pouco violentos, como se quiséssemos engolir um ao outro, tamanha necessidade que tínhamos daquele toque. Agora estava diferente... Sem pressa, como se nossas línguas estivessem se conhecendo. Suas mãos desceram até minhas nádegas, que ele apertou. Eu sorri, sem desgrudar dos lábios dele.
Então Nicolas me ergueu e eu enlacei minhas pernas nele enquanto ele me segurava firme e me levava para meu quarto, sem descuidar em momento algum do nosso beijo perfeito.
Ele ligou a luz e me deitou. Então percebi qual era a surpresa:
- Eu tenho uma cama de casal? – falei atônita.
- Acho que sua mãe finalmente admitiu que você cresceu.
- Não tenho dúvidas disso. – falei lembrando da nossa conversa quando ela me entregou os anticoncepcionais, que eu já estava tomando há algum tempo.
Continuei deitada, com os pés para baixo. Ele deitou ao meu lado, colocando a cabeça sobre o braço e ficou me olhando com aquele azul profundo e insano de seus olhos. Um dedo tocou o decote do meu vestido, entre meus seios e ele foi descendo lentamente, sobre o tecido do vestido, fazendo minha pele arrepiar ao toque dele e minha calcinha umedecer. Depois ele puxou meu vestido para cima, que eu retirei sem pensar duas vezes.
Seus dedos quentes continuaram a passear pelo meu corpo enquanto continuávamos o olho no olho.
- Esperamos um bom tempo... – ele disse.
- O suficiente. – falei alcançado o rosto dele com minha mão.
Ele mordeu meu dedo e eu ri.
- Eu também gosto de morder... – ele falou. – Não pense que é só você. Eu vou morder cada pedaço do seu corpo.
Eu subi para cima dele, abrindo botão por botão da sua camisa, vagarosamente. Ele despiu-a e ficou com o peito nu. Fui até seus lábios e puxei o inferior lentamente com meus dentes.
- Eu já disse que amo isso? – ele disse ofegante e já senti seu membro enrijecer e ficar duro sob minhas partes íntimas, que esfreguei propositalmente com meu corpo, arrancando um gemido dele.
- Gosta das minhas mordidas, Nick? – provoquei descendo até seus mamilos e mordendo fraco cada um deles.
- Gosto de qualquer coisa que você faça em mim...
Ele me virou subitamente e ficou em cima de mim, ajeitando meu corpo no colchão, com a cabeça para a parte inferior da cama.
- Acho que estamos errados aqui... – observei.
- Nós somos errados... Desde que nos conhecemos.
- Não mesmo...
- Sim, começamos errado. Mas depois consertamos...
Ele me beijou e puxou meu lábio, mordendo com certa força.
- Nick... Eu já disse que amo você?
- Hoje não...
- Eu amo você... Ontem, hoje e sempre.
- Pode repetir? – ele pediu sorrindo, parando tudo e me olhando.
- Amo você ontem, hoje e sempre.
- Não quero ficar longe de você nunca mais, Juliet. Você é tudo que eu tenho.
Ele me beijou da forma como eu amava: feroz, forte, como se fosse engolir-me de tanta ânsia por mim. Acho que se eu vivesse por mais mil anos, jamais conseguiria descrever com palavras o nosso beijo. Ele era perfeito, como se tivéssemos nascido para estarmos um com a língua na boca do outro. A sintonia era absurda e nosso gosto misturado era o mais perfeito sabor já produzido. Eu trocaria todos os beijos já dados até então pelo dele.
Sua boca ainda quente desceu pelo meu pescoço e sem pressa ele foi beijando cada centímetro da minha pele, sem pressa, sem medo, sem nenhum tipo de pudor. Ele retirou meu sutiã a antes de dar atenção aos meus seios ficou alguns minutos observando-os, com seu rosto ardendo como fogo. Depois chupou lentamente, um a um, dando leves mordidas, como costumávamos fazer um no outro.
Eu não sei exatamente quanto tempo ele ficou ali, pois não havia pressa. Era como se o tempo não existisse naquele momento. Dali ele seguiu pela minha barriga, até chegar na minha calcinha úmida. Quando senti sua língua sobre o tecido rendado, arqueei meu corpo e soltei um gemido de prazer, talvez o único verdadeiro até aquele momento. Eu sabia que aquilo era só o começo e fiquei com medo de como meu corpo reagiria com o que ainda estava por vir. Era possível sentir mais que o que eu sentia naquele momento?
Nicolas puxou lentamente a calcinha, e depois abriu delicadamente minhas pernas. E então sua língua explorou toda minha extensão úmida de tesão e desejo. Jamais imaginei que fosse possível sentir o que senti quando seus dentes puxaram lentamente meu clitóris. Soltei um grito, estarrecida de prazer. Puxei seus cabelos com força, trazendo-o novamente para o mesmo lugar. Ele poderia ficar ali a noite toda que eu não me importaria de saber como era o resto.
- Calma, meu amor... Estamos só começando. – ele disse descendo sua língua e adentrando profundamente com movimentos circulares.
- Nick... Isso é... Perfeito. – falei.
Ouvi a risada abafada dele enquanto eu continuava puxando com força seus cabelos. Os movimentos dele ficaram mais rápidos e eu gritei novamente com a sensação que aquilo me causou. Meu coração batia tão forte que eu conseguia sentir cada pulsação. E depois foi como se uma sensação de alívio e bem estar se apossasse de mim.
- Quero que goze de novo para mim, muitas e muitas vezes...
- Eu vou morrer... – falei.
Ele levantou a cabeça entre minhas pernas e disse:
- Não vai morrer. Eu garanto.
- Nick, pode repetir isso tudo?
- Posso... Desde o início?
- Sim... Tudo do mesmo jeito. – falei num fio de voz.
- Promete gozar do mesmo jeito?
- Sim... – prometi sem dúvidas que era isso que eu faria.