Capítulo 41
2114palavras
2022-06-30 01:56
Ele voltou a me beijar enquanto eu tentava ocupava o espaço da cama, onde poderíamos caber os dois. Eu estava completamente entregue a Nicolas. Eu acreditava no que ele me disse. Acho que eu sempre acreditei. Ele nunca me mentiu. E naquele momento eu queria pensar em tudo, menos em Valquíria. Pela primeira vez as mãos dele encontraram meus seios. Inicialmente ele acariciou por cima do vestido, depois passou as mãos pela minha pele, alcançando os bicos enrijecidos dentro do sutiã. Desabotoei a parte de trás. Ele me encarou, com os olhos cheios de desejo. Desci as alças do vestido e ele ficou me admirando, sem dizer nada. Depois ele levantou a parte de baixo do vestido, e seus lábios encontraram a minha barriga, onde ele foi depositando beijos lentos e quentes até chegar aos meus peitos. Ele beijou um de cada vez, delicadamente. Depois chupou um enquanto seus dedos apertavam o outro. Arqueei meu corpo, sentindo o fogo me consumindo de uma forma insana. Sua língua subiu até meu pescoço, que ele lambeu até eu me arrepiar completamente.
- Eu poderia ficar beijando o seu corpo para sempre... – ele disse com a voz rouca de desejo.
- Pode fazer isso... Basta querer... – falei o encarando.
Novamente nossas bocas se encontraram num beijo feroz e selvagem. Ele baixou as mãos, alcançando minhas nádegas, em momento algum esquecendo nosso beijo perfeito. Meu vestido estava todo enrolado, abaixo do meu umbigo.
Nicolas levantou um pouco e ficou olhando meu corpo. Seu rosto estava corado e ele tinha uma expressão que eu nunca vi nele: pura luxúria e desejo sexual. E eu sentia o mesmo. Como eu queria me entregar a ele exatamente naquele momento, sem me preocupar com nada. Mas estávamos na minha casa, no meu quarto, com Otto e minha mãe passando o tempo inteiro de um lado para o outro. E eu não duvidava que logo ela voltasse ali para nos oferecer mais coisas para comer.
- Nick... Está maravilhoso tudo isso... Mas não pode ser assim.
- Eu sei... – ele disse levantando. – Me desculpe... Mas não havia como resistir. Você me enfraquece de todas as maneiras possíveis. E faz-me perder a noção de tudo.
Eu sorri e sentei sobre ele, abraçando-o, encostando meus seios enrijecidos no seu peito. Senti seu membro duro embaixo de mim.
Ele abriu o botão da calça. Eu olhei sua dureza sob a cueca. Não resisti e coloquei a mão, enquanto o encarava, atiçando ainda mais seu desejo. Depois sentei em cima, deixando nossas roupas nos impedindo do ato de fato. Passei meus braços pelo seu pescoço, me aconchegando a ele, quase sem minha roupa por completo. Ele começou a me movimentar sobre ele, com força. Aquilo era absolutamente excitante. Sentia minha calcinha completamente encharcada. Nos olhávamos olho no olho, como se precisássemos ver a sensação que causávamos um no outro.
- Você quer me enlouquecer? – ele falou baixinho.
- Quero... Quero que você não tenha tempo para mais nada a não ser pensar em mim...
- Como se já não fosse assim... – ele disse mordendo levemente meu lábio.
Ele passou a mão sobre a minha calcinha e sorriu:
- Tudo isso é para mim?
- Acho que sim... Na verdade, tenho certeza.
Sua mão entrou pelo lado da peça íntima, alcançando a umidade e espalhando-a por toda a extensão. Desci mais forte, sentindo seus dedos entrarem vagarosamente. Fechei meus olhos e não consegui deixar de escapar um gemido. E agora eu entendia porque havia gemido no sexo. O prazer era tão intenso que simplesmente saía... Involuntário do corpo, creio eu.
Se eu não parasse naquele momento, não conseguiria mais. E eu não queria que fosse assim, rápido, com medo de alguém aparecer... E que depois que acontecesse ele tivesse que ir embora. Eu queria acordar com ele no dia seguinte. E isso não aconteceria se decidíssemos que seria aqui e agora.
- Nick... Eu acho que devemos parar... Não quero que seja assim.
Ele me apertou contra si, com tanta força que senti até um pouco de dor:
- Não consigo mais ficar longe de você, minha rainha do drama.
- Não nos separaremos mais, Nick.
- Me chame de novo...
- Como assim?
- Sabe que eu sempre detestei que me chamassem de Nick? – ele riu.
- Não...
- Sim, eu detesto. Mas quando sai da sua boca, eu amo...
Eu ri:
- Jura? Por que não me falou antes? Eu não teria chamado... Ou continuaria só para provocá-lo.
- Jamais eu diria... Porque vindo de você sempre teve um significado mais íntimo e especial.
Antes que fizéssemos amor ali mesmo, levantei e arrumei meu vestido, ainda ofegante. Ele se deitou, sem fechar a calça. Ficou me olhando enquanto eu me recompunha.
- Eu nunca me cansaria de ficar olhando para você. – ele disse colocando os braços atrás da cabeça.
- Então vá se acostumando... – eu sorri.
- O vestido foi planejado para o momento? – ele perguntou.
- Claro que sim. Você sabe que não faço nada sem planejar antes.
- Então quando me chamou para lhe ensinar Matemática já havia segundas intenções?
- Na verdade não. Queria realmente ver você, mas não esperava que tivéssemos sido separados por uma mentira. Não pensei que fôssemos falar sobre isso, já que tanto tempo havia se passado.
Ele fechou o botão da calça e levantou:
- Quer que eu fale com ela?
- Não, Nick. Acho que eu preciso ter esta conversa. E demorou até demais. Não sei como vai ser, mas precisa acontecer.
- Juliet, foi você que eu vi naquela noite... Era você que eu queria... Sempre foi. Eu acabei pegando a garota errada. Mas depois, quando nos encontramos na escadaria e eu comecei a conhecê-la... Sabia que não conseguiria mais me desvencilhar de você. Depois eu vi que não adiantava agir com você como com as outras garotas. Porque você não é como elas.
Eu sorri e o abracei:
- Obrigada por me salvar, Nicolas. De tudo... Você é como um remédio que cura minhas dores.
Ouvimos o trinco da porta mexer. Eu ri. Era minha mãe. E demorou para ela voltar. Se continuássemos o que começamos, estaríamos sendo interrompidos na melhor hora.
Fui até lá e destranquei. Ela nos fitou, desconfiada:
- Tudo bem por aí?
- Sim. – falei.
- Tudo certo, dona Olga. – ele disse.
- Não deu um chupão na minha filha, não é mesmo, Nicolas?
- Ainda não, dona Olga.
Ela riu:
- Bem vindo de volta, meu querido.
- Obrigado. É bom estar de volta. – ele disse com os braços para trás do corpo, sorrindo encantadoramente para minha mãe, que se derretia por ele.
Depois disso ele foi embora. E pela primeira vez nos despedimos no portão da minha casa.
Não vi minhas amigas naqueles dias que se seguiram, pois estávamos fazendo nossos estágios em locais diferentes e distantes. Provavelmente só nos veríamos de novo na formatura.
Vi Nicolas somente no final de semana, pois ele também estava completamente concentrado em sua efetivação na empresa onde havia feito seu estágio. Mas nos falávamos todos os dias ao telefone.
Na sexta-feira, quando cheguei em casa, havia uma torta e um buquê de flores sobre a mesa. Achei estranho. Não havia cartão nem nada. Assim que minha mãe e Otto apareceram, perguntei:
- Tem alguém de aniversário que eu não lembro?
Os dois riram:
- Não... Mas alguém está de parabéns.
Olhei-os desconfiada:
- Não seria eu, não é mesmo?
- Sim, minha querida. Você!
- Eu? O que eu fiz?
- Você passou entre as dez primeiras na listagem do vestibular.
Fiquei olhando-os incrédula. Eu ter passado já era uma vitória... Mas entre as dez primeiras... Isso parecia até um milagre.
- Acho que sou mais inteligente do que imagino. – falei confusa.
- Estamos orgulhosos de você! – disse Otto.
- Obrigada... Posso comer o bolo?
- Primeiro você vai tomar banho... Acabou de vir da rua. Depois venha que temos uma surpresa.
- Mais uma? Um carro? – eu ri.
- Quem sabe... – brincou Otto.
- Então vou tomar um banho de gato. Estou muito curiosa. Não aguento surpresas. Isso não faz bem para o meu coração.
Se eu tomei um banho rápido? Claro que sim. Estava quase morta de curiosidade. E também louca para provar a torta, que parecia saborosa. Acho que eu outra encarnação eu tive algum problema com doces. Porque eu simplesmente amava. E também com flores... Elas não despertavam absolutamente nada em mim. Claro que eu não diria isso para minha mãe e Otto, que compraram com o maior carinho. Ainda assim eu achava dinheiro jogado fora. Murchariam e morreriam e eu teria que colocar no lixo.
Coloquei um pijama largo e confortável e prendi meus cabelos sem pentear. Quando cheguei na cozinha encontrei Nicolas sentado com eles. Passei os braços por cima dos meus seios e disse:
- Meu Deus... Estou horrível. Por que não me disseram que Nick estaria aqui?
Ele gargalhou e veio até mim, me dando um beijo na testa:
- Você está linda, como sempre.
- Acha mesmo que eu vou acreditar em você? Vou me arrumar.
Tentei voltar para meu quarto, mas ele me segurou pelo braço e me puxou para perto dele, me impedindo de sair.
- Nick... Eu não posso ficar assim na sua frente.
- Está linda, meu bem. Não se preocupe com isso. A décima garota mais inteligente que está para entrar na faculdade. Aposto que o seu professor de Matemática era muito bom.
- Há possibilidade de ele ter uma parcela de mérito nisso. – admiti.
Sentamos à mesa e minha mãe partiu a torta em fatias.
- Eu quero o pedaço maior. – falei entregando meu prato.
- Sempre o maior pedaço é seu... – disse Otto. – Não esqueça disto, Nicolas. É assim desde que ela é pequena.
Ele me olhou e sorriu:
- Não vou esquecer.
- Mas o que você faz aqui, Nick? Nem foi capaz de me avisar que viria. Parece que foi tudo planejado para você me ver com meu pior pijama.
- Ora, não vai perder o casamento por isso. – disse minha mãe.
A torta estava fabulosa. Eu não lembro de ter comido algum dia uma torta ruim.
- Por esta eu não esperava... Passar e entre as dez primeiras. – confessei.
- Está de parabéns... – disse Nicolas alisando meu rosto.
- Mas... Vocês esqueceram de um detalhe. Como vamos pagar?
Eu sabia que a faculdade para a qual prestei o vestibular era uma das mais caras e conceituadas tanto das proximidades quanto do estado. O valor era alto demais para minha mãe e Otto pagarem.
- Vamos pagar. – disse Otto.
- Sinceramente, não é necessário. Eu já testei e percebi que posso passar. Vou tentar uma federal.
Otto e minha mãe se olharam sorrindo e ela retirou um envelope debaixo da toalha da mesa, me entregando. Fiquei desconfiada e abri curiosa. Dentro havia um extrato com um valor absurdo depositado no meu nome.
- Isso é para eu comprar meu primeiro carro? – perguntei incrédula.
- Não, sua boba. É para pagar toda sua faculdade. – disse minha mãe.
- De onde... Vocês tiraram este dinheiro?
- Guardamos algumas economias um bom tempo... Para quando chegasse este momento.
- Eu... Não acredito que fizeram isso. – deixei uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
- Você sempre será o que temos de mais especial nas nossas vidas. Nunca esqueça disto. – falou minha mãe emocionada. – Estou orgulhosa de você... Em todos os sentidos.
Eu levantei e abracei com força. Minha mãe me cobrava muito quando eu era mais nova. Mas nos últimos tempos estávamos tendo uma boa relação. Na verdade, desde que Nicolas apareceu começamos a falar abertamente sobre muitas coisas que antes não falávamos. Também passei a implicar menos com Otto... E pedir menos informações sobre meu pai. Ela era muito insegura e ciumenta com tudo que tivesse relação com Simon Dawson.
Abracei Otto também. Sabia que ela não havia feito nada sozinha. Ele também estava por detrás daquilo tudo.
Quando os larguei, Nicolas disse:
- Não ajudei no dinheiro, mas para mim você também é o que eu tenho de mais especial.
Eu ri e o abracei. Ele sempre estava perfumado. E aquilo me deixava completamente louca. Ouví-lo dizer que eu era especial era muito importante para mim. Eu queria fazer parte da vida de Nicolas... Se não para sempre, por um longo tempo.
- Agora que estou rica, vou embora de casa! – brinquei levantando o envelope.
- Nem se atreva, Juliet Dawson. – avisou minha mãe.