Capítulo 12
1638palavras
2022-04-08 01:23
Ele gargalhou:
- Eu avisei você...
- Avisou depois que eu já tinha pedido. – peguei a faca e dividi ao meio um dos sanduíches. – Você vai me ajudar com meio.
- Não mesmo... Eu mal dou conta de um.
- Vai comer sim.
- Ok... Eu como. Tenho medo do que você pode fazer comigo se eu não comer.
Eu comecei a rir.
- Mas para eu tomar o refrigerante terá que me matar antes...
- Eu vou deixá-lo livre do refrigerante, Nick. Aposto que posso beber tudo sozinha.
- E ainda assim sem ter celulite. – ele ironizou.
- Sim, Senhor Perfeito: sem celulite. Esqueceu que eu só tenho 18 anos?
- Garotas de 18 anos não tem celulite?
- Não sei as outras, mas eu não tenho. – falei comendo o sanduiche absolutamente perfeito.
Fechei meus olhos enquanto saboreava aquilo. Peguei a outra metade e disse:
- Mudei de ideia, vou comer os dois inteiros.
Ele gargalhou novamente:
- Ok, ainda vou continuar duvidando que você vai conseguir.
Quarenta minutos depois e eu havia comido tudo e bebido o refrigerante inteiro.
- Nunca vi uma garota comer tanto... – ele me olhou impressionado.
- Então não conhece garotas. – eu disse limpando a boca com o guardanapo.
- Não vai querer sobremesa, não é mesmo?
- Não... Não caberia. – confessei.
Ele ficou me olhando um tempo e perguntou:
- Do que você gosta?
Antes que eu pudesse responder, ele disse:
- Não vale dizer “Cadu”.
Eu ri:
- Eu gosto de TNT.
- A banda?
- Sim. Sou louca, pirada, surtada por eles.
- Eles não andam muito em alta ultimamente.
- Acho que exatamente por isso eu gosto. Não gosto do que todo mundo gosta.
- Sim... Eu imaginei. Conheci um pouco do seu gosto.
- Eu aposto que há meninas que se interessam sim pelo Cadu. – contestei, sabendo ao que ele se referia.
- Eu não disse que não...
- Mas se referiu a isso.
- Quero falar sobre TNT, seu gosto exótico.
- Não é tão exótico...
- É exótico... E antigo. Anos 80.
- Gosto de gostar do que poucas pessoas gostam... Gosto deles também porque amo as músicas. Porque elas tem tudo a ver comigo. Falei muito “gosto”? – perguntei rindo.
- E não porque eles são bonitos. – ele fez uma careta.
Eu ri:
- Não mesmo. Curto a música, acredite. Mas eu ficaria com um deles sim, caso recebesse uma proposta.
- Faria isso?
- Claro. Adoro um roqueiro tatuado.
Ele arqueou as sobrancelhas:
- Cadu tem tatuagens?
- Não... Mas meu primeiro amor foi um surfista tatuado, dez anos mais velho.
- E vocês ficaram quanto tempo juntos?
- Nunca fiquei com ele... Acabei namorando com seu melhor amigo para ficar próxima, porque ele nunca ficaria comigo.
- Você é intensa demais, Juliet.
- Muito intensa e pouco tensa. – eu ri. – Já me falaram isso.
- Se apaixonou e nunca ficou com ele?
- Nunquinha. Mas não perdi as esperanças ainda.
- Por que alguém que gosta de uma pessoa fica com outra, no caso o melhor amigo dele?
- Não me pergunte... Muitas vezes eu ajo sem pensar. E você, quem foi seu primeiro amor? E já sei que não foi uma garota tatuada.
- Eu poderia dizer que ainda não tive o prazer de conhecê-la.
O encarei perplexa:
- Como assim? Você nunca amou uma garota?
- Já gostei de algumas... Mas nunca me apaixonei.
- Nick... Isso é um absurdo. Quantos anos você tem mesmo?
- Dezenove.
- Então há possibilidade de Valquíria ser seu primeiro amor?
- Sim.
- Eu gostaria muito que isso desse certo. E se depender de mim, vou fazer o possível para você ficar com ela, acredite.
- Eu não duvido do seu esforço em fazer as coisas acontecerem. – ele sorriu. – Acredito em você.
Um carro parou ao nosso lado e o vidro desceu:
- Juliet?
- Tom? – perguntei surpresa de vê-lo ali.
Ele olhou para Nicolas e disse seriamente:
- Espero não estar atrapalhando.
- Não está, amigo. – garantiu Nicolas
- Vocês vão ao Manhattan depois daqui? – ele perguntou.
- Não.
Os carros começaram a buzinar atrás dele. Olhei para Nicolas e disse:
- Se importa se eu for com ele?
Ele me olhou confuso e disse:
- Não... Claro que não.
Saí dali e entrei no carro de Tom. Ele me olhou:
- Para onde vamos, gatinha?
- Poderia me levar em casa?
Ele riu e começou a dirigir:
- Achei que me diria qualquer coisa, menos isso.
- Não vou ao Manhattan hoje.
- Então vou ser seu táxi?
- Se importa?
- Não mesmo... Prefiro levá-la do que outra pessoa fazer isso.
Senti o cheiro bom do perfume dele dentro do carro. Ele vestia uma camisa escura e calça da mesma cor. Cabelos bem penteados e a barba perfeita. Que vontade de não ir para casa e parar num motel de beira de estrada e perder minha virgindade com aquele deus grego cheio de músculos e... Tatuagens. Observei as tatuagens nos braços dele, na parte de baixo. Eu não tinha visto no Manhattan naquela noite. Ou estava tão bêbada que não reparei.
Levantei a manga da camisa dele e observei os desenhos coloridos. Ele sorriu:
- Quer que eu tire tudo para que você observe melhor?
- Não. – falei envergonhada.
- Hum... Deixei-a envergonhada... – ele pegou meu queixo e sorriu enquanto dirigia.
- Só estava tentando entender os desenhos.
- Tem alguns que você não vai conseguir ver com a minha roupa. Posso garantir que as escondidas são as mais perfeitas.
- Confesso que fiquei com vontade de ver. – provoquei.
Ele parou o carro próximo da calçada na mesma hora. Não tenho certeza se fiquei arrependida do que eu disse. Eu estava louca para que ele me agarrasse.
E foi o que ele fez. Tirou o cinto de segurança que o prendia ao banco e me beijou. O beijo dele era quente e magnífico. Seria bom perder a virgindade com um homem experiente como Tom. Aposto que eu não me arrependeria. Mas eu sabia que ainda não era a hora. Não que eu sonhasse em perder com o homem da minha vida ou meu futuro marido. Mas seria com Cadu. Eu havia decidido que era ele o escolhido.
O beijo foi ficando mais intenso e as mãos dele desceram pelas minhas costas, me deixando quente enquanto sua língua explorava minha boca avidamente. Eu puxei a camisa dele, que estava por dentro da calça e passei a mão pela barriga sarada, subindo para o peito. Ele abriu os botões da própria camisa, não deixando de me beijar um minuto sequer. Quando o vi sem camisa, com o corpo cheio de tatuagens, não resisti e passei a beijar seu pescoço, descendo pelo seu peito. Estávamos pegando fogo ali dentro. Vi que ele estava duro sob a calça. O volume era enorme e fiquei um pouco temerosa do que eu havia começado. Seria capaz de conseguir parar? Ou seria capaz de fazê-lo parar quando eu quisesse? “Eu” queria parar?
- Minha gatinha... Precisamos sair daqui. – ele disse alisando meus seios por cima da roupa.
- Eu... Preciso ir embora.
- Eu não posso deixar... – ele disse ainda sem camisa, corado e respirando ofegante.
Ele pegou minha mão e levou até seu membro pulsante sob a calça:
- Olhe o que você faz comigo...
- Eu gostaria muito de fazer algo por você, mas realmente preciso ir...
- Não sei se posso permitir.
- Me diga que sim... Por favor. – pedi no ouvido dele, com voz doce e mansa.
Provocá-lo era uma boa ideia. Eu fiquei excitada e ele também. Mas não poderia simplesmente agora dizer que não queria e deixá-lo assim. Ele não era um garoto com os quais eu estava acostumada a lidar, que deixava de pau duro, ia embora e ficava tudo bem. Depois eles iam lá, se masturbavam e o problema estava resolvido. Tom queria mais, ele precisava de mais... O corpo dele era um vulcão entrando em erupção. Ele tinha músculos perfeitos, abdômen perfeito... Ele devia foder uma mulher como ninguém. Depois que eu perdesse a virgindade com Cadu eu iria dormir com Tom.
Entreguei a camisa para ele, que a colocou a contragosto:
- Mulher, quando eu pegar você vai se arrepender de ter nascido. Vou foder você como nunca ninguém fez em toda a sua vida.
- Eu não duvido disso. – falei. – Mas isso não pode ser hoje, Tom.
Porque eu tenho 18 anos, porque eu menti tudo para você e acredite, eu sou virgem.
Felizmente Tom me levou em casa sem problemas. Assim que paramos em frente ao portão, ele disse:
- Quando nos encontramos novamente? Ou vai continuar fugindo de mim, gatinha?
- Eu não estou fugindo... – falei alisando o rosto dele.
- O Manhattan não é a mesma coisa sem você.
- Faz de conta que acredito. – revirei meus olhos, duvidando.
- Vou pensar em você a noite inteira.
- Encontrará a substituta perfeita, eu tenho certeza. – falei dando um beijo no rosto dele.
Ele virou e nossos lábios novamente se encontraram. Tentei sair, mas ele segurou com os dentes meu lábio inferior, delicadamente. Acabei cedendo e colocando minha língua na dele, saboreando o beijo quente e profundo. Tentei me afastar e ele colocou minha mão no seu membro completamente duro novamente:
- Só de beijá-la isso acontece comigo. – ele falou entredentes.
- Tom, preciso ir... – falei tentando me afastar.
- Prometa que vai me deixar lhe dar todo prazer que tenho guardado para você da próxima vez.
- Eu... Prometo. – falei saindo e batendo a porta.
Ele não saiu até eu entrar em casa.