CapĂ­tulo 69
1986palavras
2024-05-21 14:50
Kingsley se encontrou em uma busca pelo hospital onde Sandro estava internado. Ele foi um tolo por não perguntar à mulher de mais cedo para onde eles haviam levado o garoto para ser examinado. De qualquer modo, ele não queria incomodar mais ninguém e buscou em todos os grandes hospitais da cidade.
Levou um tempo até Kingsley finalmente obter a resposta que estava esperando. No terceiro hospital que visitou, a informação foi confirmada: um garoto chamado Sandro Cullen foi admitido em um quarto privativo. Ele pegou o número do quarto e foi imediatamente ver a criança, apenas para checar se ele estava bem.
"Você veio aqui apenas para ver a criança ou também a mãe?" Uma parte dele se questionava. "Não tente enganar a si mesmo, Kingsley…"
Ele se pegava discutindo com sua própria mente às vezes. Não é fácil lidar com uma mente tão proativa que reflete o outro lado de si mesmo. Mas na maioria das vezes ele simplesmente ignora essa voz em sua cabeça, pois não seria benéfico para ele. Isso apenas o deixava confuso e irritado ao mesmo tempo.
Kingsley percebeu, assim que chegou ao segundo andar e perto do quarto 25, que nĂŁo havia trazido nada para o garoto. Ele parou em frente ao quarto e hesitou em entrar. E quando decidiu voltar com alguns presentes para Sandro, a porta se abriu e a enfermeira saiu do quarto.
A enfermeira ficou surpresa ao vĂŞ-lo parado logo fora do quarto, mas entĂŁo sorriu para ele e saiu. A porta nĂŁo estava devidamente trancada e Kingsley teve a oportunidade de espiar o que havia dentro do quarto.
Ele podia ver Sandro, que estava dormindo na cama do hospital. O garoto tinha alguns fluidos IV injetados em seu braço, provavelmente para repor os nutrientes perdidos em seu corpo. Seu coração pesou ao ver o menino. E Kingsley não percebeu que havia segurado a maçaneta da porta e estava prestes a entrar quando ouviu vozes familiares dentro do quarto.
Ele tinha certeza de que havia ouvido Ryan e Ann no interior.
"Parabéns! Você finalmente conseguiu o Grupo de Desenvolvimento KH. Finalmente, sua vingança contra o ex-marido chegou ao fim", disse Ryan aos seus ouvidos. E Deus o perdoe, mas ele queria estrangular o homem até que ele desse seu último suspiro.
Seu aperto na maçaneta apertou e todo o seu corpo ficou rígido. De repente, ele teve vontade de matar alguém. Suas mãos estavam tremendo para fazer isso. E ao ouvir que ambos zombaram dele apenas para Ann poder ter sua chamada vingança, ele quis provocar um caos. Eles não sabiam do que estavam falando. Isso é muito além de uma brincadeira de criança!
Assumir a empresa não para por aí. E eles ainda não perceberam as complicações de suas ações.
"E agora você está dizendo que, depois de tudo aquilo—"
"Cale a boca!”
“Eu não quero falar sobre isso agora." Ann disse em voz baixa. “Não é a hora nem o lugar certos."
“Não se preocupe, seu filho está dormindo profundamente.” Respondeu Ryan. “E ele não vai acordar por mais algumas horas.”
"Ainda assim, espero que nĂŁo se importe de ficar de boca fechada, Ryan."
"Animado como sempre. Bem, qual Ă© o seu plano depois disso?"
"Ainda não mudou. Ainda quero que ele pague por trás das grades pelo que ele fez conosco naquela noite."
A mandíbula dele endureceu ao ouvir essas palavras de Ann. Então, tudo era sobre o que havia acontecido cinco anos atrás. O que teria acontecido nessa época para que seu rancor contra ele fosse tão forte? Mesmo que ele explicasse seu lado de que não tinha ideia do que ela estava reivindicando que ele tramou naquela época, ela simplesmente não ouviria. É como se ele já tivesse sido julgado sem investigação prévia.
Ele fechou a porta e deixou o hospital com uma coisa em mente, saber a verdade sobre o que aconteceu com Ann e o resto há cinco anos. Kingsley foi ao seu escritório o mais rápido possível e pediu que Alex entrasse em sua sala privada.
"Alex, onde está o resultado daquela coisa que eu pedi para você investigar?" Ele perguntou de imediato ao seu assistente.
Alex voltou para sua mesa apenas para voltar com uma pasta de arquivos em mĂŁos. Seu assistente deu a ele enquanto fazia seu relatĂłrio.
"Cinco anos atrás, no horário do enterro do seu avô, a Srta. Ann estava prestes a ser sequestrada. Segundo os relatórios, os sequestradores estão perseguindo o carro em que ela está junto com sua melhor amiga Alice e Ryan. A van continuou a persegui-los até que o carro caiu direto do penhasco. Mais tarde, o carro explodiu. E desse incidente, apenas a Srta. Ann e Ryan sobreviveram."
Agora Kingsley entende de onde ela veio. Alice foi um grande apoio para Ann desde sempre. E ele sabia que sua melhor amiga nunca gostou dele antes, mas isso não significa que eu quero que ela saia da vida de Ann. Ele não é o tipo de pessoa que simplesmente apaga a vida de alguém apenas por um capricho.
No entanto, parecia que havia algo mais que ele precisava saber.
"É só isso?
Alex suspirou e contou a peça que faltava no relatório. "A Srta. Ann deu à luz aos gêmeos na mesma noite. Infelizmente, a menina não sobreviveu e o gêmeo que está vivo é o menino que você muito bem conhece, senhor."
~*~
Kingsley não sabia como processar tais informações. Então isso explica por que Ann não apareceu no enterro do avô dele. Que ela sofreu um acidente e ele nem sabia. No entanto, a informação mais chocante que abalou seu núcleo foi que ela estava grávida naquela época. Ele faz as contas e parece que Sandro pode ser seu filho.
Seu filho, embora ele tivesse que confirmar antes, a ideia de que ele tinha um filho com Ann trouxe felicidade em seu coração. Ele não conseguia explicar o sentimento por palavras. E por mais que ele quisesse culpar a Ann por não tê-lo informado sobre a gravidez, ele simplesmente não conseguia. Naquela época, eles já estavam divorciados. E ela nem sequer queria vê-lo ou se associar com ele mais.
Se sua teoria fosse de fato a verdade, ele gostaria que Ann tivesse a guarda compartilhada da criança. Embora o entristecesse que o gêmeo de Sandro não tivesse sobrevivido, pelo menos ele poderia compensar o tempo perdido com seu filho.
Seu filho. Isso soava tão familiar em sua língua. Ele mal podia esperar para voltar ao hospital e segurá-lo nos braços. Finalmente, ele tinha um filho próprio, além de sua amada filha, Kenny.
Ele amaria a criança sem pretensões ou qualquer vinculação por contrato. E se todas as feridas curassem e dada a chance, ele gostaria de começar de novo com Ann.
A coparentalidade nunca foi fácil. Mas eles podem se organizar se começarem a ceder de ambos os lados.
"De onde você tirou esse relatório?" Ele perguntou à sua assistente enquanto folheava os papéis para entendê-los melhor.
"Você não vai acreditar, Senhor. Mas ao investigar, eu aconteci de ver esses documentos na sua porta", Alex também parecia surpreendido.
"E eu deveria acreditar nessa história?" Kingsley balançou a cabeça. Não havia como essas informações valiosas serem colocadas em sua porta como se estivessem planejadas. Nenhum homem faria isso.
"Mas Ă©, Senhor. Estou dizendo a verdade", insistiu Alex. E entĂŁo ele deixou passar. Afinal, o que ele queria saber estava bem em suas mĂŁos. Nem mais, nem menos.
"Provavelmente Ann achou que ele foi o responsável pela morte de sua melhor amiga e filha", murmurou Kingsley após fechar a pasta. Não é uma pergunta. É a confirmação do motivo todo pelo qual ela está tão empenhada em planejar sua vingança contra ele. "Como faria para ela acreditar que eu não estou, nem de longe, ciente desse crime?"
"Então eu deveria sugerir que procurássemos quem está por trás de tudo isso, Senhor", disse Alex. "Lembra das fotos editadas?"
"Talvez, Ă© sĂł talvez, que tudo estava interligado entre si."
Ele assentiu para seu assistente. "Isso também é uma possibilidade..."
"Agora, quero que você investigue tudo, Alex. Quero dizer, tudo o que diz respeito a Ann. Preciso dos resultados o mais rápido possível."
"Sim, Senhor."
E então o rosto de sua filha veio à tona. E Kingsley olhou para Alex com aquela expressão séria.
"E também investigue a verdadeira identidade do Kenny. Eu sei que deveria ter feito isso há muito tempo, mas não o fiz por razões pessoais. Não acredito que ela foi deixada lá por alguém desconhecido. Talvez você ache interessante, Alex.”
“Por último, descubra onde o gêmeo do Sandro foi enterrado. Como ela morreu? Tudo sobre ela...” ele adicionou, em sua mente havia uma ideia que despertava seu interesse. Uma possibilidade que ele gostaria que se tornasse realidade.
"Considere tudo feito, senhor." E ele dispensou Alex depois.
Kingsley estava prestes a sair do escritório para encontrar Ann no hospital quando a porta se abriu e Kenny correu em sua direção. Ele carregou a filha e perguntou por que ela estava lá. Então, antes que a filha pudesse responder, ele recebeu uma ligação de Sally dizendo que havia deixado a criança no escritório já que Kenny estava doente. E ela não poderia cuidar da criança, pois tinha compromissos anteriores.
"É verdade?" Kingsley parecia preocupado ao tocar a testa de Kenny. “Você está com febre, querida.”
“Pai”, Kenny se inclinou mais para seu ombro e chorou. “Meu irmão está doente e eu me sinto mal também...”
~*~
Ann agradeceu o médico depois que ele examinou Sandro naquela tarde. Ele disse que a febre já tinha passado, mas ainda assim a criança precisava descansar e continuar a medicação. Dito isto, ela se certificou de lembrar tudo o que o médico havia aconselhado para garantir que Sandro se recuperasse logo.
Aquela vez quando ela ouviu que a escola havia levado seu filho ao hospital quase lhe causou um ataque cardíaco. E mesmo na importante reunião que ela havia preparado para anunciar sua nova posição como a nova CEO do Grupo de Desenvolvimento KH, Ann cancelou a reunião apenas para poder estar com seu filho naquele instante.
Sandro estava chorando quando ela o pegou na sala de emergência. Quando os médicos finalmente deram o sinal verde para que seu filho pudesse ser transferido para um quarto particular, ela estava lá ao lado dele e nunca saiu de perto.
Ele finalmente se acalmou e adormeceu assim que o medicamento fez efeito. Ryan veio por um curto período, mas nunca para verificar Sandro. Ele estava lá apenas para parabenizá-la por um trabalho bem feito. E honestamente falando, Ann não apreciou a arrogância em sua voz.
Ela foi retirada de seus pensamentos profundos quando ouviu alguém bater na porta. E Ann ficou surpresa ao ver Kenny junto com o pai.
Kenny imediatamente correu em direção à cama de Sandro e subiu nela. Ainda bem que seu filho estava acordado. Os dois estavam felizes em se ver. E Kenny mostrou todos os presentes que compraram para ele. Havia todos os tipos de frutas e brinquedos para meninos.
"Irmão, você sabia que eu também me sinto doente? Não tenho febre como você, mas depois eu peguei uma e me sinto tão cansada..." Kenny diz em um tom audível.
"Eu passei minha gripe para você?”
“Eu não acho isso...”
"Sandro, recupere-se logo. Quando estiver melhor, iremos pescar ou fazer qualquer coisa que você queira, o que acha?" Kingsley se aproximou do filho e acariciou sua cabeça. Ann virou-se, com medo que uma emoção pudesse ressurgir dentro dela.
"Sim, Tio."
As crianças certamente tinham seu próprio mundo enquanto falavam de todos os tipos de coisas. Ann estava apenas observando de canto, admirando a vista quando Kingsley decidiu estragar tudo. Ele se meteu e fez com que ela o olhasse como se fosse um tipo de Deus.
“Acho que precisamos conversar, Ann,” disse Kingsley, sua voz baixa e exigindo a submissão dela.