CapĂ­tulo 38
1673palavras
2024-05-21 14:40
Ann estava crochetando babadores para seu bebê, um novo hobby que ela havia desenvolvido nos últimos dias, enquanto ouvia a televisão. Ela estava cantarolando sua música favorita enquanto fazia um design fofo para o babador, quando uma notícia de última hora chamou sua atenção.
O magnata dos negĂłcios e fundador do Grupo de Desenvolvimento KH, David Lawrence Henry, havia falecido aos setenta anos. A causa da morte foi um ataque cardĂ­aco...
Ela deixou cair todas as suas coisas no chão. Ann estava além de abalada ao ouvir a notícia. David Lawrence estava morto? Não pode ser! Ele a tinha visitado apenas alguns dias atrás...
Então lágrimas quentes fluíram em seus olhos, pois ela sentiu que algo querido para ela havia sido tirado novamente. É como se fosse apenas ontem quando David Lawrence falou com ela. E então isso aconteceu de repente...
Ryan veio até ela e ajoelhou-se diante dela. Ele enxugou todas as lágrimas que corriam pelo rosto dela. Ele veio à casa apenas para fazer uma visita. “Por quê?” E sua atenção foi desviada para a notícia mostrada na televisão.
“O que aconteceu?”
“O avô de Kingsley já está morto”, disse ela entre soluços. “Isso simplesmente não parece certo...”
“O vovô ainda era forte como um touro jovem”, exclamou ela e lágrimas rolaram de seus olhos sem parar. “Por que isso teria que acontecer de repente?”
Ryan a abraçou como se a protegesse de mais dor por essa perda inesperada. “Calma agora…”
“Chorar nunca será bom para o seu bebê.”
Ann olhou mais uma vez para a televisão e viu a foto recente de David Lawrence. Como sempre, ele raramente sorri em público. Parece que seu sorriso tem um alto preço. Então, ela viu o prédio externo do Grupo de Desenvolvimento KH. O repórter correu em direção à entrada do prédio assim que percebeu a imagem de Kingsley Henry.
Kingsley parecia completamente arrasado com a notĂ­cia. Mas ele informou calmamente aos repĂłrteres que seriam informados por uma mĂ­dia separada sobre os detalhes do funeral de seu avĂ´. Ele estava com pressa e nĂŁo respondeu a nenhuma pergunta da multidĂŁo. Como CEO do Grupo de Desenvolvimento KH, ele foi imediatamente escoltado para seu carro com vidros escuros. E saiu para ver pessoalmente o enterro de David Lawrence.
O bebĂŞ dentro de sua barriga se moveu, como se estivesse triste pela morte de seu bisavĂ´. Ann chorou no peito de Ryan e nĂŁo consegue parar tĂŁo cedo.
Ryan se afastou e segurou o rosto dela. Ele se inclinou para nivelar seus rostos. “Pare de chorar já…”
“Vamos conversar sobre o que faremos durante o jantar. Alice já está nos esperando na mesa.”
Ele ajudou-a a caminhar até chegarem à sua área de jantar. Alice tinha um sorriso estampado no rosto que desapareceu ao vê-la a chorar. Sua melhor amiga imediatamente se levantou e veio ao seu encontro.
"O que aconteceu? Por que você está chorando?" Alice perguntou, preocupada enquanto acariciava seu rosto.
"Alice," ela soluçou e a abraçou em seguida. "David Lawrence está morto..."
"Está em todas as notícias."
"Sinto muito ouvir isso," Alice acalmou-a, acariciando suas costas. "Mas vamos resolver tudo depois do jantar. E pare de chorar agora. Lembre-se de que você está grávida e não pode se estressar por muito tempo..."
Enquanto as duas comiam conversando casualmente, Ann comia em silĂŞncio. Ela nĂŁo conseguia se permitir comer com entusiasmo mesmo com toda a comida deliciosa servida. Ela pensou em Kingsley e como ele estava lidando com a perda repentina. Ela sentiu a necessidade de estar com ele durante esses tempos difĂ­ceis.
Ela sabia muito bem que Sally certamente assumirá o papel que ela deixou por uma razão. Mas por causa dos velhos tempos, Ann estava disposta a se render e prestar sua homenagem ao falecido David Lawrence Henry.
Ela pode deixar de lado o cessar-fogo para prestar seu respeito ao avĂ´ de Kingsley, que sempre foi gentil com ela desde o inĂ­cio. Ann decidiu ligar para ele depois de alguns minutos de reflexĂŁo depois do jantar.
Ann saiu para o terraço e encarou o nada à frente. E até a escuridão parecia inquietante enquanto tirava o telefone do bolso e discava o número que ela desejava ter apagado, mas falhou. Por quê? Simplesmente não aconteceu e ela não conseguiu encontrar uma boa razão para isso.
Sua antecipação estava a matando conforme o telefone continuava a tocar. Ela pensou que talvez ele estivesse muito ocupado no momento ou que já tinha esquecido dela.
Ann estava prestes a desligar quando ouviu a voz familiar do outro lado da linha.
"Olá, Ann.
A voz dele estava baixa, carregada de tristeza. Emoções que atravessaram a distância até ela. Sentiu a dor e o sofrimento dele pela perda de alguém muito querido. Ann suspirou profundamente. Por mais que ela quisesse confortar Kingsley naquele momento, ela sabia que não tinha direito de fazê-lo, pois eles já haviam seguido caminhos diferentes.
Ela não era mais a mulher que Kingsley precisava ao seu lado. Mas por que esse fato se sente como uma facada em seu coração já machucado?
"Kingsley," ela suspirou mais uma vez enquanto as lágrimas começavam a encher seus olhos. "Eu ouvi as notícias sobre o Vovô."
"Sinto muito pela sua perda", sua voz falhou enquanto as lágrimas caíam novamente. "Eu sinto muito..."
"Ann, é suficiente que você tenha ligado. É suficiente para mim que você ainda respeita meu avô", Kingsley disse sinceramente. "Estou fazendo o melhor que posso para acertar tudo agora que ele se foi..."
"Eu sabia que David Lawrence queria que eu me reformasse, que mudasse meu velho modo, mas isso será um caminho difícil de seguir."
"Kingsley, vocĂŞ precisa de alguma coisa? Precisa de ajuda?" Ela perguntou em seguida.
Houve silĂŞncio por alguns segundos antes de Kingsley murmurar seu pedido.
"Se não for um problema para você", ela o ouviu suspirar do outro lado da linha como se estivesse lutando para não se despedaçar. "Ann, eu quero que você esteja ao meu lado pela última vez."
~*~
Sally estava em um dos clubes de Los Angeles, Califórnia. Kingsley havia aprovado sua recente iniciativa de entrar na indústria da moda. Um olheiro de uma agência internacional de modelos tinha dado a ela um cartão de visita. E, após avaliar os prós e contras da situação, Sally aproveitou a oportunidade.
Ela nĂŁo tem nenhum interesse em negĂłcios e coisas do tipo. Sempre se mimou como filha de Shaina Francis. E agora, como amante de Kingsley Henry, queria explorar mais do que podia fazer com todo o dinheiro que poderia extrair dele.
Não é realmente um mau acordo. Ser uma modelo era certamente uma das carreiras emergentes e lucrativas. E com seu rosto angelical e um corpo e altura de morrer de inveja, não havia dúvida de que ela poderia ganhar milhões apenas posando diante de câmeras e desfilando nas passarelas.
Ela quase pensou que estava se explorando. Mas pelo amor ao dinheiro, ela poderia fazer tudo. Tudo apenas para financiar sua vida luxuosa até que ela não pudesse mais fazê-lo.
Ela estava segurando seu copo de martini com sua amiga modelo quando ouviu seu telefone tocar. Sentiu como um deja vu, mas mesmo assim Sally decidiu atender a ligação. A ligação era do Ryan. E só de ver o nome dele registrado na tela estragou sua noite.
"O que Ă© agora?" Sally resmungou. "Estou com meus amigos agora. E Ă© noite aqui em L.A..."
"VocĂŞ ainda nĂŁo ouviu a notĂ­cia?" ele perguntou de volta. Agora, sua testa se franziu.
"Que notĂ­cia?"
"Confira você mesma", e assim como na última vez, ele encerrou a ligação. Então, o bastardo enviou um link e, sem pensar muito, Sally clicou.
E as Ăşltimas notĂ­cias apareceram diante dela. Ela apenas leu as manchetes e ficou horrorizada ao saber da morte repentina do avĂ´ de Kingsley, David Lawrence Henry.
~*~
Shaina Francis estava tomando seu chá no terraço quando Felipe se aproximou. Ela olhou para seu mordomo e pareceu que a informação que ele estava prestes a dar era um assunto importante.
Há tantas coisas a serem feitas que ela não foi capaz de visitar seu Tio Lawrence. Como ele estava agora? Ela espera que ele esteja com boa saúde. E ele está sempre incluído em suas orações todos os dias.
"Apenas me diga o que você quer dizer, Felipe", disse Shaina e deu um gole no chá. "Você sabe que o que eu mais odeio é esperar—"
"David Lawrence está morto, madame", disse o mordomo após alguns segundos. Shaina olhou para Felipe com cara de confusa.
"Como Ă©? VocĂŞ pode repetir isso?"
"Está em todas as notícias, madame", Felipe olhou em seus olhos sem demonstrar qualquer emoção. Ele é esse mordomo eficiente. Não importa quais circunstâncias ocorram, não há emoções que possam ser vistas em seus olhos. Ele é profissional. "David Lawrence morreu e a causa foi um infarto."
E assim, Shaina derrubou sua xícara de chá no chão. O objeto de porcelana imediatamente se quebrou e se espalhou em pequenos pedaços. O chá se espalhou por todo o lugar. Mas o que mais a abalou foi o fato de que seu Tio Lawrence agora estava morto.
David Lawrence era um bom amigo do falecido pai dela. Melhores amigos seria o termo certo para dizer. Ela se lembrou de que eles tinham prometido arranjar seu casamento com o filho do tio. Acabou sendo em vão, já que ele se desviou do plano original e se casou com outra pessoa, a mãe de Kingsley.
Bem, talvez fosse para o melhor. Se aquele homem não tivesse se tornado problemático, ela não teria conhecido o amor de sua vida e tido sua linda filha. Mas tudo isso é uma lembrança distante agora. Uma bela memória que ela não quer esquecer enquanto viver.
Saber deste incidente infeliz trouxe de volta todas as tristes lembranças de sua família sendo tirada dela. Shaina derramou lágrimas, pois nunca pôde ver seu Tio Lawrence pela última vez. Faz muito tempo que ela não chorava tanto, a última vez foi quando sua filha foi tirada dela pelo destino.