CapĂtulo 26
1777palavras
2024-05-21 10:10
Kingsley colocou todos os outros arquivos de lado e pegou aquele com o “Confidencial” escrito na frente. A hesitação o impediu de abrir a pasta. Ele não pode admitir nem nos olhos de seu assistente que estava com medo de conhecer o conteúdo.
"Do que vocĂŞ tem medo?" Uma parte dele perguntou. "VocĂŞ tem medo de conhecer a verdade?"
"Você tem medo até de reconhecer seu erro?"
EntĂŁo Kingsley se virou para Alex e perguntou. "EntĂŁo, me diga,"
"O que está escrito neste relatório?"
Alex ficou surpreso por um momento antes de dar a ele os detalhes do relatĂłrio. “VocĂŞ encontrará dentro da pasta os detalhes do remetente daquela encomenda especĂfica…”
“O nome do remetente é Mario de Guzman,” seu assistente mencionou o nome. Kingsley tocou o queixo, pensando se já havia ouvido o nome ou até mesmo familiar para começar. Mas nada vem à sua mente. “Nós já checamos as imagens das câmeras de segurança daquele dia. Vimos um homem suspeito que achamos que ele é. Mas aparentemente, ao verificar a identidade apresentada na agência, ela foi falsificada. E quando procuramos por ele com o endereço escrito em sua transação e identidade, ninguém com o nome de Mario de Guzman estava morando naquele estabelecimento. Até os vizinhos não conhecem o homem.”
Ele jogou a pasta contra seu assistente. Alex nĂŁo se machucou fisicamente, ele nem mesmo foi atingido pela pasta. Mas os montes de papeis dentro dela se espalharam por todo o seu escritĂłrio. Seu assistente nĂŁo disse uma palavra enquanto ele demonstrava sua ira.
Kingsley não precisava ler o relatório. O que Alex disse foi o suficiente para fazer seu sangue ferver de raiva. Quem se atreve a bagunçar com sua vida e seu casamento? Ele não conhece Kingsley Henry, o CEO do Grupo de Desenvolvimento KH, para fazer tal ato ominoso? A audácia! Ele tinha certeza que havia um peixe maior se escondendo por trás das cenas. E esse Mario de Guzman era apenas um de seus homens contratados para fazer sua vontade.
Quem quer que se atreva a fazê-lo parecer um tolo diante de seu avô, ele fará questão de fazê-lo pagar. Ninguém se atreve a bagunçar com ele e sair impune. Ele fará questão de procurá-lo até os confins da terra só para ter sua vingança.
Por causa disso, sua posição, seu poder, riqueza e o legado quase lhe escaparam das mãos. Sua ignorância o tornou um tolo. E ele não deixará essa chance de ter seu casamento de volta apenas para poder ter tudo de volta.
O resultado poderia ter sido diferente se David Lawrence não tivesse interferido em seus assuntos. Aquela única cláusula no contrato estragou seus planos para o futuro. Mas não há tempo para se lamentar sobre algo que já foi feito. Tudo o que Kingsley tinha que fazer era obedecer as regras do jogo.
Se David Lawrence queria seu casamento e Ann de volta, então ele faria o que pudesse para realizá-lo.
“Não é só a esposa que ele queria”, uma parte de sua mente o lembrou daquela cláusula que quase esqueceu. "Ele queria um herdeiro..."
"Um herdeiro que continuará seu legado..."
Um herdeiro com Ann, a primeira esposa, e nada mais. Kieth sorriu ao perceber quão seu velho pai adorava Ann ao ponto dele já o ter forçado a cumprir seu desejo. Como esperado do próprio David Lawrence.
Irritado no momento, Kingsley se levantou e pegou seu terno atrás de sua cadeira giratória. Em um instante, vestiu o elegante blazer e pediu a Alex para acompanhá-lo. "Diga à secretária para não deixar ninguém entrar no meu escritório. E não toque em nada ou ela vai pagar!"
"Claro, senhor."
Kieth passou pelo corredor e viu alguns funcionários que o cumprimentaram. Ouviu um pejorativo dizer que ele parecia proibitivo. Bem, ele nunca considerou ficar confortável com seus próprios funcionários. Ele é o CEO. E antes que eles pudessem ganhar seu respeito, ele queria ver os resultados de seu árduo trabalho. E até agora, apenas alguns haviam demonstrado excelentes resultados ultimamente, mostrando como outros estavam preguiçosos dentro do escritório.
Ele saiu do saguão e viu Alex esperando do lado de fora com seu carro. Seu assistente imediatamente abriu a porta de trás para ele. Kingsley entrou no carro e ordenou a Alex para levá-lo à casa de Ann.
A cidade estava certamente cheia de tudo, menos beleza e encanto. Conforme seus olhos passavam pelos prĂ©dios de luxo, Kingsley pensava no melhor presente para dar a Ann desta vez. O que ele deveria dar que faria com que ela atĂ© conversasse com ele ao menos uma vez? Ela recusou tudo que ele deu atĂ© agora. Nada havia sido frutĂfero em suas tentativas passadas de cortejá-la.
"O que devo dar a ela?" Kingsley murmurou para si mesmo, o que Alex aconteceu de ouvir.
"Para quem, senhor?" seu assistente perguntou, olhando para ele pelo espelho retrovisor.
Kieth limpou a garganta e cruzou as pernas. "O que devo dar para Ann desta vez?"
"As mulheres nunca se cansam de receber flores e chocolates", disse Alex, seus olhos agora focados na estrada. "Mesmo que elas nĂŁo queiram, os presentes ideais sĂŁo esses dois, senhor."
"VocĂŞ sabe o que aconteceu com todas as flores e chocolates que eu mandei para ela", suspirou Kingsley. "Talvez ela jogue no lixo quando entra na casa dos pais."
"Então tente de novo, senhor", Alex o encorajou. "Dizem que o esforço pode levá-lo longe. E as mulheres amam homens que se esforçam para alcançá-las além de flores e chocolates."
Alex parou no canto da rua principal onde uma pequena floricultura estava localizada. Kingsley entrou na loja com Alex e foi ele quem escolheu as flores para o buquĂŞ. Entre as flores frescas em suas bandejas, ele escolheu todos os tipos de rosas brancas e rosa bebĂŞ."
"Você quer mais alguma coisa, senhor?" A florista entregou-lhe o buquê recém-feito. "Também temos arranjos com balões, presentes, chocolates —"
"Estou pensando em dar Ă minha esposa tudo que Ă© combinado de branco e rosa", ele expressou. A florista sorriu e sugeriu inĂşmeros arranjos.
No fim, Kingsley recebeu um buquĂŞ de flores, uma cesta cheia de chocolates decorados com flores ao lado, e um grande arranjo de balões com um ursinho de pelĂşcia dentro. Alex carregou tudo e colocou dentro do carro ao seu lado. Eles saĂram imediatamente e pegaram a estrada em direção Ă casa da Ann.
Olhando para todas aquelas coisas fofas ao seu lado, Kingsley percebeu que nunca soube como namorar adequadamente. NĂŁo era a sua praia. Mulheres entram e saem em suas mĂŁos como ele muda suas roupas todos os dias. Ele nem mesmo teve que conquistar Sally. Tudo entre eles foi um romance avassalador. Eles sĂł se elogiam e preferem conversar na cama em vez de fazer aquela bobagem.
Sally tinha sido sua namorada de idas e vindas por anos. E mesmo quando terminaram, terminaram ficando juntos de novo. Bastava Sally dizer uma palavra e eles estavam juntos novamente. É assim que ele vê seu relacionamento passado. Que o namoro era apenas perda de tempo e ele prefere ir direto ao ponto.
E agora Ann. Ele estava mudando de uma forma que nenhuma mulher se atreveu nos Ăşltimos anos.
Eles ficaram presos no trânsito e chegaram na casa dela quase às seis da tarde. Kingsley notou que ainda não havia luzes dentro e fora da casa. Ann deve ainda estar a caminho de casa.
Kingsley estava prestes a sair de seu carro quando um Maybach preto estacionou na frente do seu veĂculo.
Ele ficou surpreso ao vĂŞ-lo novamente, aquele Ryan Andrews, saindo do carro e abrindo a porta do passageiro do seu veĂculo. E seu humor mudou para furioso quando viu que a mulher que ele estava acompanhando era nada menos que Ann.
"Alex, ligue para o meu advogado," Antes de Kingsley sair do carro, ele olhou para seu assistente. "E diga a ele para me ligar mais tarde Ă s sete."
Kieth fechou a porta do carro. Alex apenas suspirou perante seu patrĂŁo tempestuoso antes de discar o nĂşmero de seu advogado.
~*~
Ele é um incômodo que ela não consegue se livrar, não importa o quanto ela tente ignorá-lo. Ann tentaria qualquer coisa apenas para se afastar, mas Ryan sempre encontrava uma maneira de cruzar seus caminhos. De qualquer maneira, esta é uma das tardes em que ele a alcançou na estação.
Ela suspirou, ficando irritada com essa cena repetitiva. "Alice estará aqui a qualquer momento..."
"EntĂŁo devemos ir," disse ele sorrindo e abriu a porta Ă sua frente automaticamente. "Vamos..."
"Precisamos comprar todos os remédios na sua receita."
Novamente, ela nĂŁo conseguiu suportar os olhares curiosos da multidĂŁo ao lado deles. Para evitar causar uma cena, acabou indo com ele.
"Por que vocĂŞ se importa tanto?" Ela ousou perguntar depois de saĂrem da farmácia e comprarem todas as suas vitaminas e medicamentos. Ryan pagou por tudo. Ele insistiu e, mesmo que ela nĂŁo quisesse se endividar com ele, ele já tinha entregue seu cartĂŁo para o caixa. "VocĂŞ nĂŁo precisa fazer isso..."
Da mesma forma, Ryan sempre sorria para ela. "Como nos velhos tempos, considere isso como minha prática para referência futura. Nada de especial..."
Ela não acreditou, mas discutir com um homem inteligente como ele não iria beneficiá-la. Ela só iria perder no final. Então, Ann simplesmente deixou ele fazer o que lhe agrada. Mas ela se lembra de dizer a Alice para sair exatamente às cinco da tarde para que ela possa acompanhá-la.
Eles ficaram presos no trânsito na cidade e apenas chegaram ao bairro quase às seis da noite. Ann avistou o carro familiar estacionado bem em frente de sua casa. Ela não poderia estar enganada. Esse é um dos carros que Kingsley usava para ir ao trabalho.
O que ele estava fazendo aqui?
"VocĂŞ precisa de ajuda?" Ryan perguntou enquanto estacionava o carro na frente de Kingsley. Ele deve ter percebido algo estranho em sua expressĂŁo facial.
Ela balançou a cabeça. "Não se envolva com os meus problemas, Sr. CEO." Ela respondeu com um sorrisinho. "Esse é um problema meu e não seu." Antes que ela pudesse sair do carro, Ryan a parou.
"Deixe-me abrir para você do lado de fora", disse ele. "E, para sua informação, eu já estou envolvido nessa confusão. Você ainda não percebeu isso."
Ann estava prestes a dizer algo, mas Ryan já estava fora do carro. E como um cavalheiro, ele abriu a porta para ela e ajudou-a a sair do carro.
"Cuide-se", disse ele enquanto ia para o outro lado do carro. "Mande-me uma mensagem ou até me ligue se precisar de mais alguma coisa."
Ann suspirou. Ryan apenas complicava as coisas entre ela e Kingsley Henry.