CapĂ­tulo 14
1709palavras
2024-05-21 10:10
Kingsley não estava em seu melhor estado recentemente. Ele deveria ter percebido. Sua falta de foco havia sido notada por seus executivos e empregados. E isso dava a má impressão de que ele estava se acomodando, o que não era o caso. É só que havia uma certa mulher que sempre bagunçava sua mente. E essa certa mulher não era para ser um incômodo para ele de jeito nenhum!
Além da inquietação que estava sentindo no momento, ele tinha que se acertar com Sally. Ele não sabia qual era o problema dela, mas desde aquele dia, ela mudou bastante. Ele podia perceber que algo estava errado. E que seu cartão não podia mais satisfazê-la.
Talvez ela quisesse um pouco de qualidade no tempo que passavam juntos. Kingsley admitiu que havia perdido tempo com ela. Ou melhor dizendo, ele nĂŁo conseguia encontrar tempo para ela. E se sentia culpado que Sally tivesse que sentir isso.
Ele havia prometido o mundo a ela. Jurou estar lá para ela sempre que possível. E parece que estava negligenciando seus deveres como seu homem. Então ele precisa se redimir e acertar suas prioridades.
Por um bom tempo, Kingsley esteve presente na vida de Sally novamente, mostrando a ela toda a afeição e atenção que ela precisava. Ele a cortejava todos os dias, presenteando-a com flores e presentes após o trabalho. E a idolatrava à noite, tentando compensar o tempo perdido com ela.
Infelizmente, parecia diferente. Kingsley pensou isso uma noite enquanto olhava para o teto, pensativo. Sally já estava dormindo, seu corpo suave, pleno e satisfeito, descansando ao lado dele. Uma certa mulher sempre vinha à sua mente no auge de seu pensamento. E o incomodava ter que sentir assim.
"Ann..." Kingsley vocalizou seus pensamentos apenas o suficiente para que ele pudesse ouvi-los. "Como vocĂŞ pode me afetar tanto quando nĂŁo Ă© nada para mim?"
"Que maldição você lançou sobre mim?"
Dias se passaram e ele tentou ser ele mesmo novamente. Kingsley de alguma forma recuperou sua compostura, capaz de ver resultados significativos em seu trabalho. Justo quando pensou que tudo estava de volta nos trilhos, descobriu que Ann estava procurando emprego.
Um emprego? Para quê? Kingsley recostou a cabeça na cadeira giratória e começou a pensar novamente. Sinceramente, Ann poderia viver por anos com o dinheiro que teria após o divórcio. Não havia motivo... e então ele percebeu sua realidade mais uma vez.
Não haverá divórcio. Ele terá que refutar isso a todo custo ou ficará sem nada! A posição como CEO, a riqueza e o poder como portador do sobrenome Henry ficarão fora de seu alcance se isso acontecer.
Ele fez uma careta enquanto olhava pela janela. "Ah, VovĂ´..."
"Por que vocĂŞ tinha que fazer as coisas do seu jeito?"
Imediatamente, ele pediu a Alex para seguir Ann onde quer que ela fosse de forma incĂłgnita. E Kingsley obteve um relatĂłrio naquele dia de que ela tinha uma entrevista na Francis Properties. De todas as empresas conceituadas, por que a Francis?
Ela nĂŁo sabia que Sally era uma Francis?
Dito isso, ele continua com seu plano. Ele vai levar Ann para um jantar antecipado neste restaurante chique que ele tinha em mente. Ele ligou novamente para Alex e pediu um buquĂŞ de flores para ser entregue a ela pessoalmente. Kingsley especificamente instruiu-o a colocar um pequeno cartĂŁo no meio das flores.
Kingsley saiu do escritório perto das três da tarde sob o pretexto de se encontrar com os investidores do lado de fora. Ele não pode deixar nenhum de seus funcionários saber o que ele está prestes a fazer. Ele não era tão insensível. Kingsley sabia que seus funcionários estavam falando sobre seus assuntos por trás das cortinas. Seus olhos sempre observavam todos os seus movimentos. E ele teme que tudo será relatado ao seu avô.
Ele acredita que David Lawrence tinha alguém de confiança dentro da empresa que poderia contar em detalhes o que está acontecendo dentro e fora do Grupo KH Development.
Quando ele foi ao apartamento, Sally nĂŁo estava em lugar nenhum. Perfeito. Talvez ela tenha saido para fazer compras no shopping novamente. Aquela mulher realmente ama suas coisas de luxo em segundo lugar a ele, Kingsley acredita.
Ele tomou um banho rápido e se vestiu casualmente para essa ocasião. Kingsley optou por uma camisa de gola alta branca e jeans desbotados. Para completar o visual, ela usa seu blazer azul-marinho por cima e mocassins para seus pés. Ele borrifou seu perfume favorito e olhou sua reflexão no espelho.
Pensando bem, ele nunca se vestiu para sua ex-esposa antes. Sempre que ele voltava para casa depois do trabalho, Ann sempre estava acolhedora. Ela sempre tinha um sorriso genuíno nos lábios. E ela o recebia com aquele beijo breve.
Ele realmente não tinha prestado atenção nela e em seu casamento. Ann era a esposa perfeita que qualquer homem desejaria, uma submissa. Mas no fundo do coração, ele não tinha afeto por sua pequena esposa. E todos esses anos eles fingiam ser uma família real apenas por parecer. Bem, era para ele.
No entanto, nos dias de hoje ele ansiava por aquela parte insignificante de sua vida. Ele falhou em vê-la antes, mas agora sua memória era como um sopro de ar fresco. Kingsley balançou a cabeça, deixando de lado qualquer pensamento desnecessário. Isso também passará. Talvez fosse só um ritmo que ele precisava para sobreviver.
Ele chegou ao restaurante uma hora antes do horário marcado. Tudo estava planejado. Tudo o que ele tinha a fazer era esperar a chegada dela. Ele até mandou uma mensagem para o antigo número dela, esperando que a mensagem chegasse a ela.
Sua expectativa se transformou em frustração quando esperou por horas e Ann não apareceu à sua frente. Ele olhou para o seu relógio de pulso. São sete e meia da noite.
O nervo daquela mulher! Kingsley não vai se sujeitar a mais humilhações. Ele saiu imediatamente do restaurante e dirigiu seu caminho até a casa dos pais dela. Se ela não quer vê-lo, então ele vai ser aquele a fazer o arranjo sem aviso prévio.
Ele parou o carro bem na frente do portĂŁo deles e entrou. Ele nĂŁo se importava se isso era chamado de invasĂŁo. Ele queria ver Ann aqui e agora, para acertar as contas entre eles.
Kingsley bateu na porta continuamente até que alguém a abriu para ele. Ainda sonolenta, Ann bocejou e seus olhos se arregalaram ao perceber quem estava à porta naquele momento.
Ela estava prestes a fechar a porta, mas Kingsley bloqueou com seu corpo. E ele encarou Ann enquanto fechava a porta atrás de si.
~*~
Ann não deveria ter aberto a porta de casa naquele momento. Agora, Kingsley estava dentro de sua casa, andando como se tivesse todo o direito de fazê-lo. Ele fechou a porta atrás de si, seus olhos fixos nela. Ela se sentiu nua sob o olhar dele, e teve que apertar seu roupão ao redor de seu vestido de cetim de seda.
Ela esqueceu de pegar sua lavanderia na loja prĂłxima e ficou sem pijamas para usar. Por isso, Ann escolheu usar o vestido de seda que Alice havia lhe dado uma vez.
"Isso é claramente invasão!" Ela exclamou enquanto continuava dando passos para trás. "Saia agora, Kingsley, antes que eu chame a polícia!"
"Por que você não apareceu no café?" ele perguntou enquanto alcançava seu braço e o agarrava com força. Ela entrou em pânico, o medo envolvendo seu corpo.
"Eu estive esperando por horas e ainda te encontro aqui neste vestido tentador", seus olhos eram afiados. "Você está esperando por alguém, Ann?"
"E se eu estiver?" Ann o desafiou, mesmo com seus joelhos lutando para se manter firmes. "Realmente nĂŁo Ă© da sua conta, Kingsley..."
"Pelo que sei e continuarei dizendo, já estamos divorciados,"
"Você arruinou nosso casamento. Você me pediu para sair. E agora você está aqui -"
"Eu não vim por você!" Ele derramou os feijões. "Caso você não saiba, eu não quero nada disso..."
"Mas o vovĂ´ queria que eu resolvesse as coisas entre nĂłs dois."
Ann riu histericamente. Ah, essas eram as palavras que ela queria ouvir antes. Agora, parecia uma ideia ridĂ­cula. Ainda mais como um apelo desesperado, o mesmo que ela fez antes. Mas ele a escutou? Ele deu a ela a chance de se explicar que ela Ă© inocente?
Não. E o que Kingsley fez? Ele revelou a ela quão estúpida ela se tornou amando o mesmo homem que está se divertindo por aí.
"NĂŁo me venha com essa, Kingsley. VocĂŞ acha que eu me importo?" Ela grimaced at him. "VocĂŞ ainda se acha muito importante."
"Meu mundo não gira mais ao seu redor—"
Kingsley forçou seu caminho sobre ela, reivindicando seus lábios com brutalidade. Ela lutou para se libertar, mas ele era muito mais forte do que ela. Ann podia sentir sua intenção de machucá-la, seus beijos não eram nada além de uma punição. Seus lábios já estavam inchados.
Ele é um monstro, pensou ela, enquanto derramava lágrimas.
~*~
Kingsley perdeu a compostura. Ele nĂŁo queria admitir, mas aquela noite, Ann estava tentadora aos seus olhos. Ele nunca a tinha visto vestida daquela maneira antes. E despertou algo quente e potente dentro dele.
NĂŁo importava como ela tentasse esconder, Kingsley tinha visto tudo. E ele temia que nĂŁo conseguisse se conter por muito mais tempo. Aquela boca insolente dela nĂŁo ajudava a manter a paciĂŞncia dele sob controle.
Ele sentia-se como um homem louco, privado de carne por muito tempo. O sabor da boca doce dela era como um afrodisíaco para ele. Isso só intensificava ainda mais o desejo dele de devorá-la por completo.
Sua ilusão chegou ao fim quando ele provou as lágrimas dela em sua boca. Kingsley se recompôs ao ver Ann derramando lágrimas. Seus lábios estavam inchados de seus beijos. Antes que ele pudesse enxugar as lágrimas do rosto dela, um tapa forte atingiu seu rosto.
Sua cabeça virou involuntariamente na direção oposta. Isso o trouxe de volta à realidade.
"Esquecerei que isto aconteceu", ele se virou para ela. Ann estava enxugando suas próprias lágrimas, seus olhos o detestavam ainda mais. "Agora, eu quero que você saia da minha casa e da minha vida para sempre, Kingsley."
"Saia!"
EntĂŁo, uma batida repentina na porta interrompeu a cena.