Capítulo 69
1196palavras
2024-05-10 09:50
Maria ainda não havia almoçado porque Sasha disse que viria almoçar com ela em um restaurante local, pois estava preocupada com ela e queria fazer companhia. Como estava tão preocupada e queria ser uma boa irmã, Maria iria retribuir o favor e ajudá-la a se abrir.
A garota viu que estava perto da hora marcada para o encontro e precisava chegar ao restaurante agora. Ela usou suas pequenas mãos para cobrir o estômago e olhou para Daniel com uma expressão de pena: "Cara, estou morrendo de fome. Não como desde ontem à noite. Tio, ouvi dizer que tem um lugar super legal aqui perto, onde a comida é feita na churrasqueira. Quer almoçar comigo lá?”
Daniel tinha uma viagem marcada para Vancouver hoje, mas não esperava que algo assim acontecesse! Por Maria, ele mudou seu itinerário e cancelou todos os seus planos apenas para poder ir até ela e explicar tudo. Mas para seu total aborrecimento, a garota não só parecia se importar com os boatos, como estava até disposta a perdoar a atriz.
Maria estava como um pug abanando o rabo, implorando por piedade e, quando o homem concordou, seu rosto estava cheio de sorrisos. Daniel também estava secretamente feliz por poder passar mais tempo com ela, sentia a falta dela desde que ela foi para a faculdade e estava disposto a fazer qualquer coisa para passar alguns minutos extras com ela. Ele mandou o motorista procurar o restaurante que Maria havia indicado.
Dois minutos de viagem e o telefone de Daniel já estava tocando, este homem estava sempre ocupado. Este foi um dos principais motivos para Maria ter escolhido um restaurante tão longe da universidade. Ela queria desperdiçar o máximo de tempo possível deste homem para que o trabalho se acumulasse para mais tarde e ele se cansasse do mesmo modo que ele a cansava todas as noites.
Assim que o carro chegou aos portões do restaurante, Maria imediatamente abriu a porta do carro e saltou para fora sem mesmo esperar que o carro estacionasse adequadamente. Daniel viu isso e reagiu saindo do carro também, mas assim que ele enfiou uma das pernas para fora, a porta do carro bateu em sua perna. Mesmo que Maria tenha dado a impressão de que foi por engano, a garota sabia no fundo que foi premeditado e proposital.
A pancada fez Daniel franzir a testa de dor e chamou a atenção dela. Maria sabia que devia ter doído, então ela abriu os olhos e cobriu a boca com as mãos, "Ai meu Deus! Sinto muito, Tio. Te machuquei? Eu não queria. Pensei que você sairia do carro pelo outro lado."
Daniel não disse nada, apenas se agachou e esfregou a poeira das calças com a mão. Maria ficou impressionada com a resistência deste demônio à dor, ele era bastante forte para sua idade. Ela nunca conseguiu nada fazendo tais coisas mesquinhas, mas a ideia dele sentir dor, mesmo que por apenas um segundo, fazia ela se sentir bem.
Maria ainda estava um pouco desapontada, ela esperava ver Daniel mancando e se contorcendo de dor, mas ele parecia bem. O andar era um pouco mais lento que o normal, mas ele ainda estava firme e forte.
As pessoas não costumam comer refeições feitas na churrasqueira durante o verão, então o restaurante estava praticamente vazio quando eles entraram. Haviam apenas uma mesa com convidados que pareciam ter acabado de sair, pois os pratos e talheres ainda não haviam sido recolhidos. E em um canto sob o ar condicionado, Maria também viu um grupo de jovens que estavam se preparando para ir embora.
Maria reconheceu de imediato um rosto familiar entre esses jovens e ele não era ninguém menos que o policial que multou o carro de Daniel na noite passada.
O homem bonito já não estava mais com seu uniforme e usava uma simples camiseta azul. A garota tinha que admitir que, não importava o que ele usava, ele era imensamente atraente.
Aaron também reconheceu Maria de imediato e então olhou para Daniel, que caminhava atrás dela. Seus olhos brilhavam com um olhar significativo e seus lábios se curvaram em um sorriso zombeteiro.
Maria, que se considerava alguém que não se importava com a opinião alheia, estava começando a se importar com o que esse jovem pensava sobre ela. Ela realmente queria agarrá-lo pela gola e discipliná-lo, dizendo: "Não estou dormindo com esse homem por vontade própria nem por dinheiro. Pare de me julgar assim."
O casal se sentou em uma mesa distante e Daniel entregou o menu a Maria. Ele a lembrou lentamente, "Não peça frutos do mar."
Maria deduziu que a última reação alérgica de Daniel deve ter sido muito grave, ou ele, com sua personalidade, optaria por sofrer tudo de novo se fosse algo pequeno.
Daniel não era fã desse restaurante tradicional a carvão. Assim que entrou, havia um cheiro de gordura de carneiro sendo cozida que tirava seu apetite. Maria, no entanto, gostava, provavelmente porque quando ela e Patricia moravam juntas, viviam com dificuldades e adaptaram-se a comer qualquer coisa.
Patricia levou-a para comer em restaurantes sofisticados como este apenas duas vezes quando recebia seu pagamento, ambos restaurantes que serviam refeições a carvão. O odor do carvão e o som do fogo a lembravam dessas memórias agradáveis.
"Tio Daniel, você está ocupado? Se estiver, não precisa esperar eu terminar minha refeição. Pode ir depois de terminar, eu pego um ônibus de volta para a universidade."
Maria disse isso quando os pratos foram servidos. O celular do homem não parava de tocar até que ele precisou deixar no silêncio. Isso a fez se sentir mal, ela era uma pessoa comum e não sabia o quanto seu tempo era valioso. Mesmo no carro, ele respondia uma ligação a cada dois minutos. Ela não entendia nada, a maioria da conversa era em Alemão ou Francês, dois idiomas que ela achava mais difícil de aprender.
"Não estou ocupado." Daniel serviu a comida para ela e não pegou nada para si; talvez ele estivesse receoso de comer em um restaurante tão barato após o incidente da última vez. Seu telefone tocou novamente e parecia ser uma ligação importante, já que a recepção dentro do restaurante não era boa, ele se desculpou e saiu.
Alguns segundos depois que ele saiu, Sasha entrou pela porta. Ela era uma jovem mimada e não estava acostumada a comer em lugares baratos. Ela não conseguia esconder o desgosto no rosto enquanto reclamava, "Que tipo de lugar imundo é este? Realmente tínhamos que nos encontrar aqui? A comida é mesmo higiênica?"
Sasha pegou um lenço de papel e limpou a cadeira várias vezes antes de se sentar, o que fez Maria lembrar de Daniel, que também era obcecado por limpeza e falou as mesmas palavras naquela feira de rua. Ela pensou que ela e Daniel combinavam bem. Maria podia sentir a diferença entre ela e esses jovens ricos agora; enquanto eles nem considerariam comer aqui, para pessoas como ela era um luxo.
A diferença entre eles era profunda; não importa o quanto Daniel tentasse fazer com que ela se adaptasse ao estilo de vida dos ricos, ela ainda seria frugal e preferiria restaurantes baratos aos sofisticados.