Capítulo 57
862palavras
2024-05-10 09:30
Ela correu imediatamente até ele, pisando no vidro triturado e ajoelhando-se diante dele.
"Meu amor!" Exclamou ela, segurando-o em seus braços.
"Eu a amava. Eu a amava e agora, por sua causa, acabou, Nelson, acabou. E eu estou furioso porque não posso fazer nada a respeito. Nada!"
"Meu amor, do que você está falando? Do que está falando?" Nelson disse e começou a chorar também. Ela apertou Octavio firmemente em suas mãos, seu tecido de seda e cheiro de lavanda envolvendo-o. Seus pés começaram a sangrar, tingindo o assoalho branco de vermelho.
"Eu preciso ir até ela agora. Preciso vê-la." Disse Octavio tentando escapar do aperto de Nelson, mas ela segurou mais firme e recusou-se a soltá-lo. "Me solta." Ele disse, ainda chorando.
"Não! Não, Octavio. Você não pode." Ela disse chorando mais alto, puxando-o para si mesma. A visão de Octavio assim a assustava e partia mais ainda seu coração. Ela chorou e segurou-o ainda mais perto.
"Por favor, Nelson, me solta. Eu preciso vê-la."
"Você está bêbado."
"Nelson, você não entende."
"Você irá vê-la em outra ocasião, ok?"
Octavio vacilou enquanto se levantava e a empurrou para longe dele. Ela perdeu o equilíbrio e caiu sobre os cacos de vidro. Nelson gritou de dor e Octavio parecia não notar.
"Apenas me deixe sozinho. Você não entende." Ele gritou e saiu tempestivamente.
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Octavio desviou imprudentemente para a entrada da casa de Mariana. Sua mente estava nublada de raiva e desejo. Ele queria Mariana e a queria agora. Ela estava longe dele há tempo demais e ele não aguentava mais. Ele saiu forçadamente do seu carro e bateu a porta. O álcool o atingiu forte e ele mal conseguia enxergar direito.
Ele foi até a campainha de Mariana e a tocou. Ninguém respondeu. Ele se moveu até a porta e bateu com ambas as mãos.
"JESSICA! ABRA ESSA PORTA AGORA!" Ele berrava.
Ele foi recebido pelo silêncio e isso o feriu.
"JESSICA!" Ele gritou. "Bastardo!" Ele cuspiu.
"Bastardo!" Ela provavelmente estava com Thales de novo. "Bastardo." Ele disse pela terceira vez. A raiva nublou sua mente e o consumiu por dentro.
Ele correu de volta para o seu carro e pulou dentro. As chaves caíram de sua mão e ele as apanhou de volta. Tentando retomar seu foco, ele fechou os olhos e os abriu novamente, mas estava difícil. Ele socou o volante com raiva.
Deborah espiou pela janela. Ela estava dentro de casa e não queria deixá-lo entrar. Ela tinha medo do que ele poderia fazer. Mariana! Ela pensou.
"Droga! Droga! Droga! Droga!" Octavio amaldiçoava ainda socando o volante. A buzina do carro soou alto e atraiu olhares. Ele amaldiçoou novamente, deu ré no carro e foi embora.
No momento em que Octavio se foi, ela discou o número de Mariana com medo. O telefone tocou e pareceu uma eternidade.
"Atenda, atenda. Por favor, atenda." Ela implorou enquanto discava novamente. Mariana atendeu no terceiro toque.
"Alô." Mariana disse sorrindo alegremente. "Qual é a urgência?" ela riu.
"Onde você está?" Deborah perguntou com medo na voz.
"Na casa do Thales."
"Fuja! Tem problema à vista."
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"Não, não, Thales. Deixe-me fazer isso sozinha. Já é hora de alguém dar um basta nele." disse Mariana furiosa ao ver o carro do Octavio estacionando. Thales era contra ela estar presente ou até mesmo conversar com Octavio, mas ela se sentia determinada.
"Mary-" Ele começou.
"Não, Thales." Ela disse com a palma da mão no ar. "Deixe-me resolver isso." Ela disse, virando-se para olhar para Octavio.
"Ok. Vou estar bem aqui dentro." disse Thales, dando alguns passos para trás. O inferno congelaria duas vezes antes que ele a deixasse sozinha com esse escória, pensou ele, olhando para Octavio, que cambaleava em direção a Mariana.
"Ei, Thales! Seu bastardo. Aonde você pensa que está indo?" Ele perguntou e tropeçou. "Com medo de mim, hein? E você me deixa pegar o que vim buscar sem nem mesmo uma resistência?" perguntou ele, tropeçando novamente. Ele parou um momento, tentando firmar-se em pé. Levou os dedos até os olhos e apertou com força. Quando abriu os olhos, Mariana estava diante dele.
"Oi Mariana, meu amor!" Ele exclamou, tentando abraçá-la, mas ela deu um passo para trás.
Thales se inclinou para a frente e se conteve. Mariana poderia se defender. Ele deveria confiar nela.
"Não. Osa. Tentar." Ela disse, palavra por palavra, entre dentes cerrados. A simples visão de Octavio a deixava enojada. Ela deu um passo para trás dele e cruzou os braços sobre o peito.
"Você nem sequer veio sóbrio. Pensando bem, você nunca foi são." disse ela.
"Ei, querida. Sem palavras duras. Eu vi a luz! Eu percebi- Eu recobrei os sentidos, sabe. Me desculpe por como te tratei. Você não pode me deixar por causa disso." disse ele, circulando em torno dela.
"Você não sente a minha falta? Não está desejando por mim? Implorando por meu toque?" ele perguntou.
"Saia." disse ela.
"Eu sei que fui ruim para você, fui cruel. Mas você é minha. Eu te possuo!"
Mariana estendeu a mão e deu-lhe um forte tapa no rosto. "Você respeita a mim! Eu mereço ser tratada com respeito!" Ela cuspiu.