Capítulo 40
1765palavras
2024-02-19 23:24
Capítulo 40
Patricia
Não saia daqui e fiquem juntas o tempo todo, eu vou mandar uma mensagem para os outros seguranças para te encontrar aqui então não saia eu volto já.-O Gael falou muito seriamente, a pessoa de casaco preto estava distante mas não o bastante para não ser vista pelo meu ótimo segurança, ele colocou a mão no bolso e caminhou na direção onde a pessoa estava mas quando o cara de capuz preto percebeu começou a correr e o Gael correu atrás sumindo entre os corredores daquele lugar imenso. Eu fiquei com um leve medo, uma sensação ruim pairou sobre mim.
Depois da saída do Gael eu perdi a fome, a Geovana ficou tão preocupada quanto eu nós só pensamos no quão perigoso poderia ser isso que o Gael estava metido.
Acho que é melhor a gente sair daqui, ele está demorando muito!- Não sei quantos minutos passaram, mas já tinha sido tempo demais, eu já estava muito nervosa.
Mas ele disse para esperar aqui!- A Geovana falou apreensiva olhando na direção que Gael desapareceu, logo hoje estava tudo vazio, provavelmente é algum dos milhares feriados nacionais que eu não me importo, só sei que estava ficando tarde e eu estava com medo pelo o que pode ter acontecido com o Gael.
Olha Geo, eu sei onde o carro está estacionado e os outros seguranças estão lá, não sei por que eles não apareceram aqui ainda, mas se ficarmos aqui sozinhas corremos perigo, por favor vamos, assim que chegarmos eu mando um dos seguranças ir atrás do Gael para checar se está tudo bem com ele, e nós podemos ficar no carro.
Tá bom, você tem razão, melhor irmos logo, vamos!- A Geovana carregava as sacolas que o Gael estava levando antes e eu ainda carregava a caixa surpresa embalada.
Começamos a andar para fora da praça de alimentação.Nós passamos por um corredor vazio, estávamos quase correndo para o elevador que estava logo adiante quando de repente escuto uma voz grossa e assustadora, vinda de atrás de mim, na direção do meu pescoço:
Parada, isso é um assalto.!!- Puta merda! Naquele momento eu gelei por inteiro,e o meu corpo estava completamente dormente, eu só consegui escutar as batidas do meu coração batendo cada vez mais rápido, ele encostou algo frio em meu pescoço e falou para eu me virar.
Fui virando devagar, quando meus olhos cruzaram com os de Geovana percebi que ela já estava chorando em pânico.
Quando me virei completamente olhei para o grupo de bandidos, eram dois homens, mascarados, usando bonés pretos, tênis preto,calça preta e camisa pólo preta, as roupas deles poderiam facilmente serem confundidas com as roupas dos seguranças do shopping., acredito que por isso ninguém os impediu de chegar até nós duas.
Eles eram dois homens muito altos e bem fortes, não mostravam nenhuma arma , apenas um deles colocava a mão no bolso segurando algo com um volume que por um acaso realmente parecia uma arma. Mas eu resolvi não arriscar, e apenas obedeci eles entregando tudo o que tinha na minha carteira a eles.
Aqui pode levar tudo, tem pouco dinheiro em espécie, mas tem um cartão muito bom aí, o meu celular, e o relógio.-entreguei a um deles. A Geovana fez a mesma coisa, entregou o celular, o dinheiro e o relógio. A Geovana parecia estar mais assustada do que eu.
O cara com o que parecia ser uma arma, segurou o meu punho com muita força, aparentemente ele não queria que eu tentasse escapar, e o outro com cara de marrento pegou a minha bolsa, abriu, vasculhou, mas como parecia sem paciência ele jogou todas as minhas coisas no chão e achou a minha carteira com os meus documentos, mas eu não entendi o porque ele estavam fazendo isso, ele olhou a minha identidade, olhou para o outro cara, como se eles soubessem quem eu era, isso foi muito estranho, depois disso o cara simplesmente me deu um tapa e eu caí no chão.
Eu me desequilibrei e derrubei a única coisa que eu não tinha entregado a eles a caixa que eu iria dar para o meu marido para lhe fazer uma surpresa, será que era isso que eles queriam?Porque diabos o cara iria me bater? Porque ele iria olhar a minha carteira de identidade?
PODE FICAR COM A CAIXA , FICA COM TUDO, MAS POR FAVOR DEIXA A GENTE IR EMBORA!- Eu implorei aos gritos e prantos.Eu estava desesperada sem entender o porquê eles estavam fazendo aquilo, afinal a gente não reagiu, entregamos tudo o que tínhamos.
Eu continuei implorando e chorando, o bandido mascarado apenas me deu um soco e começou a me surrar, como se eu tivesse feito algo a ele, e a Geovana coitada, levou um soco tão forte e apagou completamente.
Eu não consigo lembrar de muito depois que os bandidos foram embora levando os celulares e o nosso dinheiro, apenas de estar sentindo o gosto de sangue na minha boca, e da voz do Gael pedido para eu aguentar forte pois ele iria me levar até o hospital.
****
Gael
Eu corri até o cara de capuz,acabei esquecendo de mandar mensagem para o João e para o Anderson, eu apenas me concentrei naquele cara muito estranho que estava seguindo a gente, eu corri por um tempo, e o segui até o segundo estacionamento do shopping, aquele cara é realmente muito estranho, eu acabei perdendo ele de vista, então eu decidi retornar para onde estavam as meninas, eu estava muito cansado mais não demorei muito até chegar a praça de alimentação onde eu deixei elas, cheguei até mesa, mas não havia nem rastros das duas, eu tentei ligar para Patrícia, mas o celular estava desligado, e quando fui ligar para a Geovana a minha bateria acabou, eu olhei ao redor e nem sinal daquelas duas, Então depois de procurar por alguns minutos, eu decidi ir até o estacionamento, mas no caminho eu ouvi gritos, eu fui até a origem do som que ficava próximo aos elevadores.
Quando eu estava mais perto do local , eu consegui ver dois caras muito suspeitos, eles vestiam roupas completamente pretas e cobriam o rosto, ele estavam correndo para fora nesse momento eu tinha duas opções, correr atrás daqueles caras , o que não resultaria em nada, ou correr até o local dos elevadores, para descobrir o que estava acontecendo, por mais maluco que eu possa parecer, eu resolvi ser sensato e escolher a melhor opção.
Eu continuei correndo, até o local em questão, e o que eu mais temia se concretizou, encontrei a Patricia e a Geovana jogadas no chão, além delas também haviam as sacolas de compras, a caixa que demoramos tanto para montar estava destruída no chão, havia a bolsa e um celular,aparentemente aqueles caras não vieram atrás de dinheiro. Porque se esse fosse o motivo eles não deixariam o celular para trás, e muito menos eles machucaram elas.
A Patrícia estava muito machucada, e Geovanna estava desacordada. Eu gritei o nome de cada uma delas ao me jogar no chão para ajudá-las.
Eu as chamei, mas sem tocar nelas porque elas poderiam ter algum ferimento interno, e se esse fosse o caso,se eu movesse elas de alguma forma,isso poderia provocar uma hemorragia interna e agravar o problema ainda mais, levando a morte. E tudo o que menos precisamos agora é agravar o problema que por minha irresponsabilidade aconteceu. E acima de tudo a Patrícia está carregando uma criança em seu ventre. Precisamos fazer de tudo para que esse bebê saia ileso disso tudo.
A Patrícia estava começando a perder as suas forças e estava ficando cada vez mais lenta, ela não falava muito, em contra parte a Geovana estava começando a acordar, eu tentei acalmá-la e disse para ela não se mexer pois poderia ter algum ferimento interno. Ela me explicou rapidamente, que ela levou um soco e desmaiou, e que provavelmente a Patrícia estivesse precisando de mais ajuda do que ela. Eu peguei o celular que estava no chão que para a nossa sorte, ainda tinha carga, e estava funcionando bem e liguei para a emergência, eles me disseram que uma ambulância estava a caminho, eles me orientaram a não mexer nela e me pediram para explicar a situação, o problema é que a essa altura a Patrícia já tinha apagado.
A ambulância demorou uma eternidade, eu consegui contatar o João e o Anderson que estavam na garagem até agora. Eles subiram e perguntaram o que houve, eu expliquei a situação e contei que não deveríamos mexer nelas , para que elas não tivessem nenhum ferimento interno.
Por fora eu parecia estar frio e calmo, resolvia e fazia tudo calmamente, diferente da Geovana que não parava de chorar, eu tentei acalmar ela, eu disse que iria dar tudo certo, e que logo estaria tudo bem, que a situação já passou, mas aquela mulher não parava de chorar, ela tremia muito, eu segurei a mão dela por alguns instantes, para que ela se acalmasse.
Por fora a casca dura e o escudo que eu criei para mim, não permitia que toda a culpa e o desespero que eu estava sentido por deixar elas sozinhas, por deixar que isso acontecesse, tomasse conta de mim e eu chorasse como uma criança desesperada. Deus queira que nada aconteça a esse bebê, porque eu acho que nunca vou me perdoar por isso.
A ambulância demorou cerca de vinte e cinco minutos para chegar até o shopping, e mais cinco minutos para que os paramédicos chegassem até o local colocassem elas em macas e as levassem até a ambulância a caminho do hospital.
Eu pedi para que o João e Anderson fossem para a casa do Gaba avisar a dona Marta o que houve, e que assim que chegássemos ao hospital eu ligaria para ele.
Na ambulância eu fui acompanhando elas . Ambas receberam oxigênio, e a caminho do hospital eu resolvi ligar para o Gaba. Como ele não atendeu o celular, eu liguei para a empresa, a secretária dele disse que ele é em uma reunião muito importante, mas como era uma emergência ela interromperia e o avisaria. Eu contei a ela que a Patrícia tinha sido levada ao hospital devido ao assalto, mas não contei os detalhes, afinal eu não sabia de tudo é eu não acho que deveria contar a ela. Eu agradeci e desliguei o telefone logo em seguida.
Quando estávamos mais perto do hospital a Patrícia abriu os olhos, e tirou a máscara de oxigênio colocando ela para o lado e num sussurro piedoso ela disse: Meu bebê…