Capítulo 26
1725palavras
2024-02-04 08:35
Patricia
Acordei e fui recebida com um belo café na cama feito pelo Gabriel e com ajuda da dona Marta, bom noventa por cento feito pela dona marta mas o que vale é a intenção, isso me faz perceber o quanto ele se importa e o quanto o meu marido quer que isso dê certo, quer que a gente dê certo.
Só faz uma semana desde que eu voltei para casa e o Gabriel não tirou o olho de mim até passou essa semana sem trabalhar para cuidar de mim, mesmo depois de insistir que já estava me sentindo melhor e que ele não deveria faltar o trabalho ele sempre me respondia com
“-relaxa gatinha eu sou o dono daquele lugar,acima de mim só Deus”. E essa bendita frase me fez rir sem parar, porque ele fazia uma voz diferente de propósito para me fazer rir, e sempre funcionava, essa semana foi ótima eu só sai até o jardim mais isso não me importava, com o Gabriel cuidando de mim tudo parecia o céu, ninguém nunca tinha sido tão cuidadoso e gentil comigo como ele estava sendo, ele trocou meus curativos e me fez companhia o tempo todo, ele também insistiu para me ajudar a tomar banho mas as intenções dele não era me socorrer e por mais tentador que fosse eu rejeitei sua oferta.
Recebi várias visitas ao longo da semana, a Geovana passou algumas tardes aqui e me contou tudo o que tinha perdido quando estive fora, a dona Joana também veio e me trouxe uma torta deliciosa de morango e o meu pai me trouxe flores, ele se emocionou quando me viu e deixou claro o quanto me ama e quanto estava feliz por eu estar bem, basicamente repetiu várias vezes o que já tinha me dito pelo celular outro dia.
É incrível como o tempo passa rápido quando estamos felizes e com pessoas que gostamos, mas hoje o paraíso acaba, tenho que voltar para realidade, o Gabriel precisa voltar a trabalhar hoje, que lástima já estou mal acostumada com tanto carinho e atenção, como eu queria que ele pudesse trabalhar de casa e continuar cuidando de mim, o que não será mais necessário, já que não preciso mais trocar curativos, mas que droga essa semana passou tão rápido, como eu queria que ele ficasse aqui comigo. O que eu vou fazer aqui nessa casa? Bom, acho melhor achar uma distração.
Tudo parece ótimo, obrigada gente- dona Marta colocou a bandeja com o café na mesa enquanto Gabriel não parava de sorrir para mim e me abraçar tão apertado que quase não conseguia respirar.
Bom, vou deixar vocês tomarem café da manhã em paz, qualquer coisa é só chamar, estarei lá embaixo se precisar.
Obrigada, dona Marta-eu e Gabriel agradecemos a ela quase em coro e ela sorriu e saiu deixando-nos a sós
Gabriel voltou a me agarrar, me puxando para o seu abraço de urso, que me fazia quase sumir, ele conseguia me cobrir como um cobertor só que mais forte e pesado o que me fez ter dificuldade para respirar.
AAAAAH, assim eu não consigo respirar Gabriel aaaaaaaah-meu grito saiu um pouco abafado e ele me soltou na hora e a cara de preocupação nele aflorou na hora, ele nem notou que eu gritei para fazer drama, mesmo abafado eu adoro seus abraços e ficar presa entre os braços daquele pedaço de mal caminho era tudo de bom.
Desculpa meu amor! eu te machuquei? Você tá bem?- ele me perguntou com carinha de assustado, eu não consegui controlar o riso.
Eu tava brincando, não era pra você ficar preocupado- não parei de rir, me deitei de novo na cama ao lado dele rindo sem parar e sua cara de preocupação se dissipou e um sorriso malicioso surgiu no seu rosto.
Vem aqui, sua diabinhaaaa- ele gritou, quando se jogou para cima do meu corpo, me prendendo com a suas pernas uma de cada lado do meu corpo. E logo após o grito ele começou a me atacar, mas ao invés de beijos, ele me atacou com cócegas.
Naaaaao,hahahaha, não, não ... .-eu gritava de volta rindo sem parar.
Não, faz isso..
Isso é para você aprender a não brincar assim comigoooo..- ele gritava de volta e não parava de rir.
Não meu amor! Não faz isso.-gritei e em um segundo o meu marido parou de me fazer cócegas e me encarou.
Não o que?-ele perguntou me encarando.
Não faz isso. -eu repeti.
Não, antes disso.-ele disse.
Antes?-perguntei confusa.
Você me chamou de meu amor.-ele respondeu.O meu marido me olhou como nunca antes.
Chamei?-eu perguntei um pouco envergonhada, chamei que nem percebi, saiu de forma bem natural.
Chamou pati, e não adianta negar.-ele respondeu sorridente.
E que tal a gente ir comer? Estou com muita fome.-Eu respondi tentando mudar de assunto, afinal eu fiquei um pouco constrangida, não é tão normal para mim chamar o meu marido assim, por mais que isso pareça besteiras aos olhos de todo mundo,é um pouco constrangedor para mim, chamá-lo de apelidos carinhosos.
Tentando mudar de assunto, né? Acho que eu não percebi.-ele disse sorrindo para mim.
Tudo bem meu amor,vamos comer antes que esfrie.-ele continuou, dando ênfase na frase que eu mencionei a alguns segundos atrás.
Vamos, estou morrendo de fome.-Eu disse sorrindo.
Mas antes…-ele disse antes de levar o seu rosto para perto do meu , e me dar um delicioso beijo longo e suave. O clima estava começando a esquentar, quando ele parou. Admito que fiquei decepcionada com o interrompimento do beijo malicioso.
Pronto, agora vamos comer.-ele disse ao se levantar de cima de mim, me deixando com mais calor do que o normal.
O café da manhã foi uma delícia, eu amei de verdade, ainda mais sabendo que o meu marido ajudou a fazer. Nossa agora eu percebo o quando estou ficando gamada nesse homem, mas me diz, que mulher hetero, não se apaixona por um homem assim? Alto, lindo, forte, extremamente atraente, gostoso para um caralho, bom de cama, gentil, doce,um cavalheiro, cuida de mim, passou poucas e boas para estar comigo, puta merda, esse cara é perfeito.
Claro tem o fato de que ele me comprou,como um objeto numa feira, e que eu fui carregada para a casa dele por dois capangas malucos que me amaram numa cadeira e me fizeram de refém porque acharam que eu estava sendo sequestrada. E também por causa disso e por acreditar na ex-namorada maluca dele, que disse que ele tinha um problema com excesso de violência, eu tentei fugir, e quase acabei sendo arrastada para fora do país por um maluco psicopata, que dizia estar apaixonado por mim e acreditava que eu correspondia. Mas se tirarmos esse pequeno detalhe, ele é a minha alma gêmea.
O Gabriel foi trabalhar, e eu fiquei parecendo uma criança mimada,não queria que ele me deixasse, só faltou eu grudar na perna dele impedindo ele de andar. Depois do meu drama , o meu marido foi trabalhar, e eu fiquei em casa, acompanhada dos seguranças de sempre, óbvio com a exceção do maluco que tentou me sequestrar, na verdade até hoje eu não sei o que houve com ele, na verdade eu não quis perguntar, eu realmente, não quero ter nada a ver com aquele psicopata.
O Gael está comigo hoje, a dona Marta também, eu pensei em ligar para a Geovana, aqui tem muito espaço, e eu acho que hoje ela não deve está fazendo nada demais,bom pelo menos eu espero que não, o que será que uma pessoa normal faz numa segunda-feira? Pegar metrô? Trabalhar? Agora que me dei conta, acho que nunca peguei o metrô. Tem muitas coisas que nunca fiz na vida, sabe sendo uma mulher adulta. O que uma mulher adulta faz?
Gael, o que uma mulher adulta faz? Uma mulher normal, que não foi sequestrada e obrigada a se casar?-perguntei a Gael, que aparentemente se surpreendeu com a minha pergunta aleatória.
Que?-ele me perguntou tentando segurar o riso.
O que uma mulher adulta normal faz?-eu repeti a pergunta e fiz um gesto para que Gael se sentasse no sofá, ao invés de ficar em pé feito um guarda da rainha Elizabeth II.
Como assim Patrícia? Onde exatamente você quer chegar com isso?-ele perguntou se sentando.
Eu preciso saber o que uma mulher adulta normal faz, porque eu não sei se você percebeu, mas eu não sou exatamente uma mulher casada que vive normalmente.-eu respondi tentando mostrar o meu ponto.
Hum, entendo.-ele respondeu.
E então?O que mulheres comuns fazem normalmente.-eu respondi
Mulheres normais, trabalham, estudam,empreendem, pintam, costuram, se alistam no exército ,constroem coisas, fazem o que querem.-ele respondeu dando de ombros.
Fazer o que quer… -eu repeti pensando sobre.
Depois da conversa mais do que aleatória com o meu mais novo segurança Gael, vulgo melhor amigo do meu marido. Fiquei pensativa, e fui falar com a dona Marta, nós conversamos um pouco, perguntei o que ele fazia quando não estava aqui em casa, e eu descobrir, que ela quase não faz nada, ela dedicou parte da sua vida a criação do meu marido, aparentemente ela pegou amor pelo menininho fofo e sem mãe, que despejava vulnerabilidade por onde passava, meu marido era apenas uma criança inocente e indefesa quando ela começou a trabalhar para a família do Gabriel.Ela era nova na cidade, não tinha parentes perto então apenas decidiu se dedicar a eles. Minha pesquisa em campo para saber o que uma mulher normal faz,não estava indo muito bem, então decidi perguntar a uma mulher normal,a Geovana, que por sinal eu ainda não fiz a ligação para convidá-la para passar um tempo comigo.
Primeiro mandei mensagem, até porque eu não o tipo de pessoa que só liga sem perguntar se pode, hoje em dia ligação virou algo mais pessoal sabe,pelo menos ao meu ver, eu detesto pessoa que liga sem mandar mensagem antes. Ela demorou alguns minutos para responder o meu singelo “Oi”. Depois ela demorou muito mais tempo para responder as mensagens seguintes, tempo o suficiente para eu tomar um banho demorado e lavar o meu cabelo, fiz até uma hidratação. Depois de eu bancar a diva ansiosa pendurada no telefone esperando as suas respostas. Ela me respondeu com uma frase que me fez pensar bastante.
Desculpe a demora Pati, eu estou trabalhando.
Trabalhando… ela está trabalhando… é isso, eu preciso trabalhar.