Capítulo 25
1714palavras
2024-02-04 08:31
Gabriel
Sai do banho, e já está mais tarde do que imaginei , já passava das nove horas da noite,eu ficaria em casa se pudesse conter a ansiedade de ver a minha esposa, e o Gael ficou com ela o dia inteiro, tenho que dar um descanso ao meu amigo. Está aí uma palavra que não vou cansar de dizer quando me referir ao Gael, o meu amigo, um verdadeiro amigo, nele eu sei que posso confiar. Vesti uma roupa confortável, uma calça e um moletom, ambos na cor cinza, me arrumei, coloquei um perfume bom, afinal vou ver a minha gata. Desci as escadas, as luzes ainda estavam acesas, mas pude confirmar que a Sol já havia ido embora, eu já estou muito mais calmo e agora sei que a minha princesinha está bem, e segura e isso me dá muito mais muito alívio mesmo.
Eu sabia que poderia estar me apaixonando por aquela mina doida, mas não sabia que ficaria com um crush tão grande nela. Peguei um dos meus carros e dirigi até o hospital, fui no ritmo que a estrada e o trânsito me permitiu, sinceramente tô ficando cheio dessa cidade já, puta que pariu que ódio do engarrafamento que surge todo dia a qualquer hora que eu vou sair. Depois de passar mó cota naquele maldito trânsito, finalmente cheguei ao hospital, na recepção perguntei sobre a minha esposa logo me contaram o número do quarto e eu segui até lá.
Bati na porta de leve, e entrei no quarto.
Oi!- eu falei baixinho ao entrar no quarto.
Iai mano! - o Gael respondeu também em baixo som.
Como é que ela está?- perguntei apontando para minha esposa que estava apagada em um sono profundo.
Está ótima! Só precisa descansar, ela vai ficar um pouco aqui ainda, mas vai receber alta assim que os médicos acharem que ela já pode ir.-ele me explicou.
Muito obrigado cara, pode ir para casa, não precisa vir trabalhar amanhã, tire o dia de folga.-eu respondi.
Amanhã? Ou hoje? Porque já passou da meia noite. -ele perguntou, mas não era meia noite ainda.
Qual a diferença mano?-eu perguntei.
É que, se amanhã é o meu dia de folga, então eu tenho que voltar hoje mais tarde. Ou se hoje é amanhã são meus dias de folga então eu só volto em dois dias.-ele respondeu,querendo um dia a mais de folga.
Então volte em dois dias. Você merece.-respondi saindo do bug que ele me deu.
Ok, hahaha, obrigada Gaba, vou embora que já estou cansado. Boa noite cara. -O Gael respondeu.
Eu que agradeço mano, boa noite! E cuidado na estrada! -eu respondi.
Certo, mamãe!- ele respondeu ironicamente.
O Gael pegou as suas chaves e se dirigiu para fora do quarto. Após aquela porta ser fechada, a minha respiração ficou ofegante e o meu coração batia feito louco, olhei para o leito onde a minha esposa dormia e eu a observei. Ela estava tão linda, tão tranquila e tão vulnerável. Não pude conter o meu sorriso, ao ver a Patrícia bem, e descansada.
Fiquei observando ela por um tempo e me deitei no sofá que estava próximo a cama dela. Fiquei naquela posição por alguns minutos, mas fiquei inquieto,então levantei uma poltrona que estava ali, e levei para ao do leito hospitalar. Segurei a sua mão que por sinal estava com um curativo, então eu não apertei, apenas segurei sem fazer nenhuma pressão.
***
Patricia
Acordei com os raios de sol vindo direto da janela do quarto do hospital, me espreguicei levemente, e a cena que os meus olhos presenciaram me encheram de amor, uma ternura que eu ainda não havia sentido em todos esses anos da minha vida.
O senhor Gabriel Almeida, o todo poderoso,metido a machão, vulgo o meu marido lindo e muito delicioso, estava debruçado naquela cama de hospital, dormindo como um anjinho,como um lindo bebê inocente, segurando a minha mão,num gesto tão singelo e tão carinhoso. Meu coração se encheu de amor, ao ver o meu marido numa posição tão fofa. Ele se mexeu, despertou do seu sono tranquilo e me encarou.
Pati?Você está bem? Dormiu bem?-O meu doce marido perguntou. Seria hipocrisia minha não admitir, e reconhecer como o Gabriel tem cuidado de mim, estou muito grata por ele ter salvo a minha vida.
Estou, Gabriel eu sinto muito… Por favor me perdoe… eu não… -eu comecei a tentar me desculpar, por ter cometido tamanha burrice, mas fui interrompida por meu marido.
Pati… Meu amor… Não precisa ficar assim, tá tudo bem, a culpa não foi sua.-ele disse de um jeito gentil e doce.
Não, eu… -tentei mais uma vez, mas o Gabriel não me deixou terminar.
Não precisa se desculpar meu amor, eu já sei de tudo, não precisa se preocupar, tá bom, vai ficar tudo bem.-ele disse se levantando da poltrona e sentando na cama ao meu lado e me abraçando. Nossa aquele abraço era com certeza algo que eu precisava, quando menos esperei, já estava derramando rios de lágrimas,e soluçando que nem uma criança chora depois que cai ao andar de bicicleta sem as rodinhas. Passamos alguns minutos abraçados, o meu marido passava a mão em minha cabeça e nas minhas costas me consolando, com beijinhos na minha cabeça, eu nunca me senti tão aliviada.
O abraço se encerrou e quando percebi os meus lábios já estavam colados nos dele, aqueles lábios macios e doces, que agora me beijava de forma delicada, foi um beijo longo e suave, eu pude sentir a saudade que ele sentiu de mim através daquele beijo.
toc toc
Uma batida na porta nos interrompeu e nos arrancou naquele momento de carícias e saudade.
Com licença!- disse a médica com um prontuário na mão.
Bom dia doutora!-eu respondi, me ajeitando, e tentando não focar no momento anterior.
Bom dia Patricia, como está?-ela me respondeu.
Bem melhor obrigada!- eu respondi sorrindo.
E esse é o?- ela perguntou apontando para o Gabriel que estava se levantando da cama.
Eu sou o marido dela, muito prazer!- Ele respondeu estendendo a mão para ela.
Muito prazer!-ela respondeu -Ah , então o senhor é o marido? Achei que era o outro rapaz que estava aqui ontem.-ela perguntou um pouco confusa.
Não, não, aquele era um amigo meu, eu não pude vir antes, então eu pedi para que ele viesse.
Ah, entendo!-ela respondeu.
E quando vou poder ir para casa?-eu perguntei, já estou ansiosa para voltar, que ironia não? Até poucos dias eu estava louca para ir embora, e agora estou louca para voltar.
Se tudo der certo, hoje mesmo pode ir para casa. Só preciso chegar se está tudo em ordem, nós não precisamos fazer nenhum tipo de exame, já que os ferimentos foram apenas superficiais.-ela respondeu.
E a que horas possivelmente podemos ir para casa?- o meu marido perguntou.
Muito provavelmente no horário da tarde, depois que aferirmos a sua pressão e ter a certeza de que está tudo bem com ela.- a doutora respondeu.
Após a conversa com a doutora, ficamos apenas o Gabriel e eu, nós conversamos por um tempo e o telefone do meu marido tocou,ele atendeu e era o meu pai, eu atendi, agradeci a ele por ter falo com o meu marido, porque se ele não tivesse ligado, a essa hora eu estaria muito longe daqui,sabe-se lá Deus sabe onde. Nós conversamos por um tempo E depois eu fui descansar, não me sentia cem por cento bem, mas estava muito melhor que antes isso com certeza.
***
Então vamos?- o Gabriel me perguntou.
Vamos!- respondi!
O Gabriel me levou até o carro em uma cadeira de rodas, eu deixei claro que não precisava, porque eu conseguia andar, mas ele insistia e quando chegamos ao carro ele me pegou no colo e me carregou até o assento. A viagem até em casa foi tranquila apesar do Gabriel reclamar um pouco sobre o trânsito. Chegamos em casa e eu fui recebida pela dona Marta, dona Joana e Geovana, todas sorridentes na sala de estar. Eu as cumprimentei, todas nós conversamos por um tempo e como ainda estava me recuperando , fui para o quarto, e o Gabriel mais uma vez fez questão de me levar para o andar de cima. Ele me colocou na cama e decidiu citar algumas regras para que de agora em diante eu não decida simplesmente fugir e acabe encrencado novamente.
A primeira regra é simples mas essencial: sempre devemos conversar sobre tudo e qualquer coisa que achemos necessário. O diálogo tem que estar em primeiro lugar sempre.
A segunda também é bem razoável, a partir de hoje, nós sempre dormiremos no mesmo quarto, de preferência na mesma cama.
E a terceira regra é que agora o Gael seria o meu Guarda Costas.
Eu entendi o motivo das regras, e as aceitei, afinal é uma punição merecida
Eu fiquei feliz por ter chegado em casa e a Sol não está mais aqui. Porque sinceramente eu não aguentaria olhar para cara dela depois de tudo o que houve.Nós nos deitamos, e acabamos dormindo, Gabriel me agarrou com força, e eu pude sentir o calor do seu corpo, foi muito bom poder sentir que estava segura novamente, e o melhor de tudo é que eu posso sentir que estou com ele, e dessa vez estou com ele de verdade.
Espero que possamos resolver as nossas diferenças, e começar a nos entender cada dia mais. Acordei com o Gabriel fazendo carinho no meu cabelo, ele me observava com tanta ternura, parecemos recém casados, na verdade somos recém casados, mas agora tem algo mais envolvido além da atração física que eu já sentia antes.
Talvez eu realmente possa dar uma chance ao meu marido e viver uma linda paixão. Bom eu não sei se vou conseguir chegar a isso, mas eu sei que podemos começar a construir algo legal, um relacionamento baseado em comunicação, amizade e respeito, e claro, com um corpo como o dele faço questão de ser baseado em muito sexo também.
Eu sorri para o meu marido, e ele me deu um beijo no rosto, suas mãos ainda faziam carinho no meu rosto. Fomos interrompidos por dona Marta trazendo o nosso jantar, como eu ainda estou um pouco debilitada a dona Marta me trouxe sopa de legumes, sim galera, sopa é jantar.