Capítulo 21
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2024-02-02 07:59
Capítulo 21
Patricia
APARECA PATRÍCIA, OU VAI SOFRER AS CONSEQUÊNCIAS!!!-meu deus ele parece possuído sua voz está soando diferente de tudo que já ouvi! Como um rugido doentio, continuei a descer, olhei para cima por um segundo e o vi e ele também me viu. Ele estava com uma cara horrível e distorcida como se algo maligno tivesse possuído o seu corpo.
VOCÊ VAI SE ARREPENDER!!!-ele gritou quando me viu se debruçou na janela, por um momento eu pensei que ele iria pular, ele olhou para o chão e recuou, olhou para mim,e depois saiu correndo. O que me deixou ainda mais apavorada, ele me olhou como se eu fosse a presa e ele o caçador.
Comecei a descer mais rápido, tentando sair daquela árvore o mais andar rápido,o que para mim infelizmente não adiantou, minhas mãos estavam completamente arranhadas, quase em carne viva, dei um passo em falso e quase cai, acabei batendo a bunda em um galho, a dor foi tão grande que desiste de escalar aquela coisa, só existia uma escolha do que fazer agora e essa escolha, era pular.
Meu deus acho que estou a uns dois metros do chão, é melhor eu pular logo, pior não pode ficar, a hora é agora, aii que medo, será que eu vou morrer?! Não, não, respirá é só pular.
Vai ser como numa piscina, eu já pulei de trampolins mais altos, a diferença é que eu não vou cair na água e sim direto no chão de concreto, puta merda! pensar não está me ajudando muito.
Vamos lá- eu dei um impulso para frente e pulei com os joelhos flexionados, meus pés tocaram o chão e o impacto me fez cair de frente, o vestido que estava usando rasgou me deixando quase totalmente descoberta, meus joelhos agora sangrando após rasparem no concreto, tentei me segurar com as mãos durante a queda o que piorou ainda mais o estado das duas em carne viva e ainda recebe um galo no meio da testa de presente, ainda um pouco tonta eu levantei cambaleando e comecei a andar.
Mas foi tarde demais o desgraçado já estava correndo em minha direção, ele estava bem perto, não escutei ele correndo enquanto eu caia, dei as costas para ele e comecei a correr na direção oposta com todas as minhas forças que ainda me restavam.
Meu corpo estava em chamas,a minha pele parecia estar toda dilacerada e ardia como se eu estivesse mesmo queimando, cada passo era uma tortura interminavel, minhas pernas estavam pesadas, minha cabeça girava o que fez o meu equilíbrio ir para o espaço, continuei correndo aos tropeços, com as mãos em tremenda agonia,minha respiração estava ofegante, meu coração pulsava muito forte, e cada batida era como levar uma porrada no peito. Eu estava toda suja de terra e do meu próprio sangue,e ainda sim continuava correndo, mas todos os meus esforços não foram o suficiente para fugir daquele monstro que me perseguia.
Vem aqui sua vagabunda! -ele me alcançou, e puxou o meu braço com tanta força que me desequilibrei, só aí eu percebi o quanto a minha perna esquerda estava machucada, mal conseguia pisar firme com ela, eu estava toda ferida e completamente indefesa,e pior, nas mãos daquele monstro outra vez.
Aii está me machucando, não aperta meu braço assim!
Você quem pediu por isso, eu tentei ser gentil, mas você insiste em fugir, esquece terminamos essa conversa no avião, nós vamos sair daqui agora!- ele continuou puxando meu braço, e me arrastou para dentro daquela pousada, tive muita dificuldade para subir aquelas malditas escadas,mas ainda sim ele me levou a força para aquele quarto outra vez, de volta para o lugar em que acabei de me detonar para escapar, essa merda de fuga nem sequer valeu a pena.
Troca de roupa agora! ele aponta para as roupas que comprou!
Eu to toda suja de sangue, todos vão notar, é isso que quer?!
ÓTIMO!- ele pegou as roupas e me arrastou pelo braço até o banheiro que ficava fora do quarto, para eu lavar o sangue e me vestir. Cada passo até chegar ao banheiro me deixava em completo sofrimento, minhas pernas pareciam chumbo, o Luiz teve que me arrastar para que eu continuasse porque já não tinha forças, acho que a essa altura ele não se importava mais se eu estava morta ou viva,aquele psicopata me levaria com ele de qualquer jeito.
Entra logo, e se veste e eu vou esperar aqui ,para o de caso você pensar em se atrever a tentar fugir outra vez, não temos muito tempo, então vê se não demora, e caso tente enrolar aí dentro, eu entro para de dar uma mãozinha.-não respondi ele, só entrei no banheiro antes que ele decidisse entrar junto.
Passar água nos ferimentos para lavar o sangue me fez chorar de tanta dor todo o meu corpo ardia e doía em algumas parte os machucados estavam coberto de terra o que fez arder ainda mais quando passei a mão para sair, me vesti com muita dificuldade,e com o menor atrito do tecido em contato com a minha pele, fazia tudo doer,e arder ainda mais.
Eu estava vestida com uma calça jeans que era um número maior, ele não sabia meu tamanho, graças a Deus, porque os ferimentos já estavam desagradáveis demais para ter que aguentar uma calça muito apertada, eu também vestia uma regata cinza e o mesmo tênis de antes.
Devo ter levado uns vinte minutos no total, até o Luiz ficou surpreso quando eu saí sem manchas de sangue com o cabelo amarrado para trás.
estar limpa não mudava minha aparência de morta viva, toda arranhada e machucada parecia que eu tinha sido atropelada por um ônibus rosa.
Já estou pronta!
***
Gabriel
Depois da tortura que foi esperar no transito,torcendo e pedindo a Deus para que eu consiga chegar a tempo, espero que minha esposa esteja bem. Cheguei à pousada, que mais parecia um prédio da prisão, estacionei o carro e fui até a recepção.
Bom dia , como posso ajudar?-uma mulher alta,e meramente bonita,atrás do balcão falou.
Bom dia, eu estou procurando a minha esposa.-respondi à mulher, que fechou a cara para mim.
Qual é o número do quarto senhor?-Ela perguntou como se fosse óbvio eu saber.
Eu não sei o número, mas sei que está aqui, o nome dela é Patricia Lemos Almeida. Ela está com um homem chamado Luiz.
OK, vou verificar…-ela respondeu antes de abaixar a cabeça e olhar o computador velho,da idade da pedra.
Obrigado!-eu respondi.
Me desculpe senhor, mas não temos nenhuma hóspede com esse nome.-ela me respondeu
E Patrícia? tem alguma?-perguntei levemente alterado.
Temos uma Patrícia Fernandes.-ela me respondeu com a sua voz anasalada , quase como a da Fran Fine, (a babá de um seriado dos anos oitenta chamado The nanny).
Qual o número do quarto?-perguntei nervoso.
Não posso te dar essa informação senhor.-Ela me respondeu.
Eu preciso encontrar a minha esposa! Você não está entendendo, ela está em perigo!- eu supliquei.
Senhor, por favor se acalme, não posso te dar essa informação, e não adianta vir para cá com essa história de corno inconformado para cima de mim não, se sua esposa está com outro, deveria se conformar e deixar ela em paz. Inclusive se quiser dar o troco, meu expediente acaba em vinte minutos.-Ela respondeu.
Escuta aqui… senhorita.-Respirei fundo para não ter que ultrapassar os limites com essa mulher à minha frente.
É uma situação de perigo… e… Quer saber, quando você quer para deixar eu mesmo ir procurá-la? -Perguntei sem paciência.
Duzentos e cinquenta!- ela falou após olhar para os dois lados.
Toma, aqui tem trezentos!- falei após tirar três notas de cem da minha carteira que estava no bolso de trás da minha calça.
Obrigada! O quarto é 309, no terceiro andar. É só subir as escadas.-ela agradeceu e deu um dos sorrisos mais cínico que eu já vi na minha vida.
Obrigado!Agradeci e subi rapidamente até o terceiro andar,muitos lances de escadas, tive o cuidado de reparar em todos os corredores, para ter a certeza de que não perderia ela de vista.
Quando finalmente cheguei até o terceiro andar, no final do corredor tinha um pátio. Vi a minha esposa, ela estava irreconhecível , com uma roupa que com certeza não era a dela, estava pálida, debilitada,e mancava, e ao lado dela estava aquele filho da puta desgraçado. Ele a puxava e arrastava pelo braço. Minha fúria e ódio vieram incontroláveis, senti como se um leão estivesse rasgando o meu peito de dentro para fora. E fui a toda a velocidade que o meu corpo de um metro e noventa conseguia ir. Num movimento rápido, soquei a cara do Luiz com tanta força que ele caiu desacordado no chão.
Gabriel…- A minha esposa que fugiu ou foi sequestrada, falou. Ela estava mancando,e chorando muito.
Calma tá, está tudo bem, você vai ficar bem agora.Falei envolvendo ela em meus braços, por alguns segundos.
Patricia presta atenção, vai até o seu quarto pegar as suas coisas,não precisa pegar tudo, pega só os seus documentos.
Ele está com meus documentos, no quarto dele.-ela disse apontando para o Luiz.
Sabe onde fica o quarto dele?-perguntei a ela.
Sei!-ela confirmou.
Então , vai pegar,e desse , o meu carro está lá embaixo.-Eu retirei as chaves e dei a ela.
A Patricia foi em direção as escadas mas o idiota se levantou e a segurou pelo braço.
SOLTA ELA!-ordenei.
O que está fazendo aqui Gabriel? Ela não quer estar com você!- ele disse. Puxei a minha esposa de volta para mim.
Você não sabe respeitar quando uma mulher diz não?- A mula que eu considerava um amigo me perguntou.
Patrícia, faça o que eu te mandei!-ordenei a minha esposa, deixando ela ir.
Patricia me obedeceu , desviou do Luiz, e foi até o quarto na velocidade em que ela conseguia se locomover , mancando daquela forma.
Você é muito patético mesmo Gabriel.-O Luiz disse,um pouco antes de eu conseguir perceber que ele tinha uma arma na cintura.