Capítulo 13
1604palavras
2024-01-30 06:21
Gabriel
Esses dias estou meio bugado, a minha mina tá estranha, mais do que o normal, tudo bem que ela não me ama, mas porra, achei que ela gostava de mim. Não consigo nem se quer abraçá-la, claro pode ser só um mal entendido da minha parte, e eu realmente estou torcendo para que seja só bug da minha cabeça. No começo do nosso casamento eu não tinha certeza de que era o certo, mas eu me apaixonei por ela, e foi muito rápido, foi apenas sentir o seu cheiro, beijar a sua boca, e poder acariciar o seu cabelo, que quando eu notei, eu já estava completamente apaixonado por ela.
A coisas na empresa sempre foram muito bem, eu sou o acionista majoritário, herdei as ações da minha mãe, quando fiz dezoito anos assumi a empresa, minha mãe deixou para mim uma empresa multimilionária que foi dirigida pelo vice-presidente até que eu completasse a maioridade. No começo meu pai queria dissolver a empresa, ele venderia as ações e guardaria para minha herança. Mas ele não conseguiu porque os acionistas e sócios não deixaram. Por isso assumi a empresa,e porque eu quero manter o legado da minha mãe. Essa é a única forma de me sentir perto dela.
A minha infância foi muito perturbada, meu pai não estava muito comigo, eu viveria jogado as moscas se não fosse pela Marta, aquela mulher esteve comigo, em cada febre, em cada birra, trabalhos de escola, e primeiras experiências. Eu realmente a amo como uma mãe, devo a ela tudo o que eu me tornei, é graças a ela que hoje eu me tornei um bom homem.
Meu velho sempre se meteu com coisa errada, ele começou sendo corrupto, roubava um pouco aqui, um pouco ali, minha mãe e eu não sabíamos de nada disso,vivíamos num condomínio top de luxo, perto da casa onde a minha mulher vivia com o pai dela. Meu pai trabalhava em uma empresa, minha mãe era a única herdeira da fortuna dos seus pais, e como eles morreram num acidente de avião pouco depois do meu nascimento, então tudo era dela, meu pai não era tão rico quando se casou com minha mãe, na verdade nem perto disso, ele era apenas um jovem sonhador, que gostaria de ter seu próprio negócio um dia.Meu pai se casou com a jovem Melinda ( Minha mãe) e dessa relação nasceu um lindo e doce e esperançoso garotinho, eu.
Minha familia, sempre foi uma família de muito amor e muito afeto, sempre fomos uma família unida, lembro de muitas idas ao parque , a restaurantes, a praças, e a sorveteria,inclusive lembro de uma vez em que fomos tomar sorvete, eu tinha uns oito anos eu acho, eu escolhi uma bola na casquinha do meu sorvete favorito, o de chocolate. Nós três saímos da sorveteria, eu estava segurando o sorvete, eu vi uma borboleta azul e branca, bem pequena, e eu achei ela muito linda, então eu a segui, comecei a andar atrás dela e esqueci que estava segurando o sorvete, meus pais apenas ficaram me observando, andando um pouco atrás de mim.
A borboleta pousou na minha mão esquerda, fiquei admirando aquele bichinho tão indefeso, que apenas voou depois de alguns longos segundos parado ali. Eu fiquei indignado e corri atrás dela, como fui muito rápido sem prestar atenção, acabei tropeçando e caindo, derrubei o meu sorvete de casquinha e ganhei um arranhão no joelho.
Como qualquer criança normal, eu fiquei triste e chorei, afinal eu perdi a borboleta, o sorvete e ainda ganhei um arranhão, meus pais me ajudaram naquele dia, meu pai me ajudou a levantar, me sentou em um banco de praça e foi até a farmácia comprar um curativo e soro para limpar a ferida, minha mãe que ficou sentada ao meu lado naquele banco, me acalmou, e me disse:
Olha filho, não precisa chorar, vai ficar tudo bem. Mas eu quero que preste atenção no que aconteceu hoje. Você tinha uma coisa preciosa, que amava tanto, o seu sorvete, porém assim que viu a borboleta, que era algo que você sabia que não poderia ter, você esqueceu o que tinha de mais precioso para persegui-la. E no final, acabou sem o sorvete e sem a borboleta, sei que é muito novo para entender do que estou falando, e sei que quando crescer e for um lindo homem maduro e responsável vai entender do que estou falando.
Naquele dia eu não havia entendido, porque eu era muito novo, mas hoje que já estou perto dos trinta, eu entendo o que ela quis que eu tirasse de lição daquela situação, eu amava aquele sorvete e ele já era meu, porém me distrai com a linda borboleta, que era livre, e que não era minha, e mesmo sabendo que nunca seria minha, até mesmo quando ela foi embora, eu simplesmente corri atrás dela, e perdi os dois, e acabei ferido.
Hoje eu relembro e repenso, eu nunca faria algo assim com a minha esposa, nunca a deixaria por causa de uma simples diversão, eu realmente a amo.
Me dei conta de que estava me apaixonando pela patrícia no momento em que ela começou a me aceitar mais, não sei se foi por hábito, ou apenas pelo conforto e paz que ela me dá, eu gosto de chegar em casa e ter alguém esperando, alguém que me deseja, eu sei que ela ainda não me ama, mas eu tenho a certeza de ela me deseja. Eu consigo provocar ela, e ela se faz de difícil mas sempre acaba indo atrás de mim, pelo menos vinha atrás de mim , porque agora eu não tenho ideia do que está acontecendo com ela, eu preciso reverter essa situação. E vou fazer isso hoje.
Vou levar a minha esposa para jantar. Conheço um bom restaurante e espero que seja do agrado dela, acredito que seja, a Pati é uma mina que curte luxo e esses bang(coisas). é um restaurante no centro, famosinho, precisa de reserva mas eu conheço a dona, vou ligar pra ela e pedir esse favor. Liguei da minha sala do escritório na empresa.
Quem é vivo sempre aparece!-disse Sônia ao atender o telefone.
Sônia querida! Como vai?-perguntei sendo cortês, enquanto girava na cadeira da mesa do meu escritório.
Bem, apenas um pouco desconfiada ,você nunca me liga. Alguém morreu?
O que? Não! Credo Soninha… Eu estive ocupado, por isso não liguei.-eu tentei justificar.
Hum, sei.-Ela respondeu desconfiada.
Olha Soninha, para falar a verdade…-eu comecei a falar.
Quando começa assim já sei que alguma coisa você quer.
Você me conhece muito bem!-respondi
Me diga senhor Gabriel Almeida, o que quer de mim?-ela perguntou um pouco manhosa.
Eu preciso que me faça um favor.-disse sem mais demora.
Uma noite deliciosa como as de sempre?-ela me respondeu.
Não exatamente, preciso de uma mesa hoje a noite, vou levar a minha esposa para jantar.- eu respondi
Aaah, então é verdade Gaba, você se casou mesmo querido?-ela perguntou um pouco decepcionada.
Isso mesmo! Me casei, e foi a melhor coisa que eu já fiz na vida.-o que não era totalmente verdade mas também não é mentira.A cada dia que passa eu quero saber mais sobre a minha esposa, quero saber sobre os seus gostos, suas preferências e suas metas.
Que ótimo, querido,bom para você! Inclusive parabéns! Só não vou dizer que não estou com inveja dela. Mas fico realmente feliz que você tenha tomado jeito e um rumo na vida. - A Sônia e eu tivemos algumas noites divertidas depois que terminei com a Sol. Na época eu fiquei arrasado então encontrei consolo em muitos ombros amigos como o dela.
E então Sôninha? Consigo uma reserva para hoje?-perguntei sem mais enrolação.
Claro, querido! Hoje à noite , às 20 horas, é só aparecer.-Ela me respondeu sem mais demora.
Liguei para a Pati, a minha doce esposa, para avisá-la que hoje iria sair,achei que ela nem iria querer falar comigo, pelo jeito que estamos indo, de mal a pior ,mas acho que esse jantar vai ajudar a mudar isso. Estou meio tenso com tudo o que está acontecendo esses dias, a Pati sempre foi alguém com quem achei que poderia construir uma boa relação, algo sólido cheio de carinho , respeito , amizade e amor, porém a cada dia perto dela eu acho que estou fazendo tudo errado. Eu já estou apaixonado por ela, mas ela nem sequer olha para minha cara a dias. No início eu achei que o motivo fosse a Sol, afinal eu levei a minha ex-namorada para nossa casa. Obviamente nunca tive a intenção de magoá-la, eu apenas pensei na Sol como a amiga que ela sempre foi para mim, nossa infância foi divertida, nós nos apaixonamos e tivemos um bom relacionamento, eu até queria me casar com ela, mas não era o nosso destino então não foi o que rolou.
Na hora do almoço eu fui até uma loja de luxo e comprei um vestido verde, acho que a minha esposa vai gostar, mandei para ela junto com um boque de rosas , na esperança de que possamos voltar a nos dar bem, ou pelo menos que possamos voltar a nos dar bem de novo. Também comprei um lindo conjunto de jóias. Um par de brincos e um colar, ambos de prata com esmeraldas cravadas, os brincos são pequenos e delicados, são bem elegantes acredito que ela vá gostar.
Quando sair do trabalho, eu vou direto para casa, ela já confirmou o convite. Vou ser o mais doce, gentil e paciente possível, eu realmente quero consertar as coisas entre nós, estou disposto a tudo por Patricia.