Kelsey e Katherine pediram pizza novamente aquela noite. Ela pensou que ouvir a voz de Edwiin a animaria, mas a única coisa que fez foi deixá-la mais deprimida. Ela e Katherine estavam sentadas no sofá, comendo pizza em pratos de papel, como se nada tivesse mudado e ainda estivessem na faculdade. Quando estava com Katherine, Kelsey sempre podia ser ela mesma... não importa o quê.
"Estou te dizendo, você precisa ir comigo esta noite!" implorou Katherine. "É véspera de Ano Novo e não vou te deixar aqui sozinha!" Katherine estava literalmente pulando no sofá agora.
"Ah!" resmungou Kelsey. “Pare com isso! Você vai fazer eu derrubar minha pizza! E uma grande mancha de pizza ficaria bem linda neste sofá bege."
Katherine deu de ombros. "Não faria mal. Provavelmente é resistente à manchas de qualquer maneira."
Kelsey revirou os olhos.
"Estou te dizendo, amiga! Esta festa vai ser incrível! E se você perder, vai se arrepender para sempre." Katherine a olhou e em seguida fez uma cara de cachorrinho abandonado, completa com olhos enormes e o lábio inferior caído.
"Ah, não vai!" Kelsey levantou e foi para a cozinha e sentou na pequena mesa redonda. "Isso não vai funcionar comigo mais!"
Katherine saiu do sofá e começou a se aproximar dela, como um gato à espreita. "Tem certeza disso?" ela disse em um tom cantarolante.
Kelsey fez o sinal da cruz com dois dedos. "Afaste-se! Afaste-se!" Isso era uma piada tradicional. Supostamente, cruzes funcionam contra vampiros.
Katherine sentou-se na cadeira ao lado dela e continuou com sua cara de choro.
"Sai de perto de mim!" Kelsey riu. Pegando sua pizza, ela olhou rapidamente ao redor. Mas, além de se trancar no quarto, não havia onde fugir nem onde se esconder. Finalmente, Kelsey desistiu e sentou-se novamente no sofá, derrotada. "Katherine, eu realmente não quero ir. Mas tome cuidado e beba por mim."
Katherine se jogou no sofá ao lado dela. "Não acredito que você vai perder a véspera do Ano Novo!" Ela reclamou tão alto que Kelsey temeu que o gerente viesse bater à porta delas com uma queixa de barulho.
Então Kelsey teve uma ideia. “Eu te digo o que. Vá para a festa e eu vou para o hospital e vou assistir a bola cair na Times Square com Shannon." Kelsey deu de ombros. "Mamãe estará em casa, e dará a Shannon e a mim uma chance de conversar."
"Tem certeza?" choramingou Katherine.
Kelsey assentiu, sorrindo, sabendo que tinha conseguido o que queria. "Mas me ligue se precisar de mim e eu vou te buscar."
Um brilho acendeu-se no olho de Katherine. "Ei! Por que assistir à queda da bola na TV quando podemos ir lá pessoalmente?"
Os olhos de Kelsey se arregalaram enquanto Katherine colocava outra fatia de pizza no prato dela. "Katherine, você não vai sozinha à Times Square!"
Katherine deu-lhe um sorriso sagaz. "Então venha comigo".
"Mas eu sou casada—"
"Ser casada não te dá licença para parar de viver!" Katherine pegou uma fatia de pizza para si mesma e deu uma grande mordida.
"Eu estou vivendo."
"Edwiin não se importaria se você fosse comigo!"
Não importava o que Kelsey dissesse, parecia que Katherine sempre tinha uma resposta pronta. “Tudo bem! Eu vou! Mas não vou ficar até tarde." Kelsey suspirou enquanto colocava o prato na mesa de centro. “Mas não preciso gostar disso."
"Sim!" A Katherine literalmente pulou de alegria no sofá.
"Ei!" Kelsey pegou sua taça de vinho da mesa de centro e foi até uma pequena cadeira branca, precisando se proteger de Katherine. "Quantos anos você tem?" Kelsey provocou.
"Vinte e um. Igual a você."
"Bem, você não age igual."
"Ui." Katherine deu de ombros, voltando a se jogar no sofá. “Não posso evitar se você está agindo como uma mulher casada agora."
Kelsey bufou. "Bem, se vamos, então é melhor começarmos a nos arrumar, não acha?"
"Sim!" Katherine pulou do sofá, passando por cima da mesa de centro, e correu para o quarto dela.
"Nada muito extravagante!" Kelsey gritou atrás dela, sabendo que seu pedido havia caído em ouvidos surdos.
***
Naquela noite, Kelsey se encontrou congelando no meio da Times Square com total desconhecidos, esperando a bola cair. Ela havia vivido em Nova York a vida inteira, mas não gostava de ir à Times Square na véspera de Ano Novo. Antes de conhecer Edwiin, ela sempre se divertia quando ia, mas não gostava de sempre ter que ser cuidadosa para não se colocar em risco de ser assaltada. E embora ela não tivesse claustrofobia, estar ombro a ombro com totais desconhecidos, apertada em um pequeno espaço com pessoas por todos os lados, não era sua ideia de uma divertida véspera de Ano Novo.
Katherine a cutucou com o ombro. "Vamos lá! Tente se divertir!"
Kelsey sorriu. "Eu estou."
"Ah, não, não está."
Kelsey deu de ombros. "Não vou discutir com você sobre se estou ou não me divertindo." Kelsey olhou em volta. "Vamos apenas tentar aproveitar o máximo possível."
Katherine olhou para ela como se tivesse quatro cabeças. "Quem é você e o que fez com a minha melhor amiga?"
Kelsey balançou a cabeça, se virando para ir embora. "Isso foi uma má ideia."
Mas Katherine segurou seu braço. "Não vá."
Justo então, todo mundo começou a gritar, "Dez, Nove, Oito...."
Os olhos de Katherine se iluminaram. "Viu? Você conseguiu chegar até a meia-noite sem virar uma abóbora!"
"Ainda não é oficialmente meia-noite," Kelsey resmungou.
"Três, dois, um! Feliz Ano Novo!" Os sentimentos para o novo ano começaram a surgir de todos enquanto os caras começaram a beijar garotas aleatórias.
De repente, alguém pegou seu ombro, virando-a. Kelsey olhou para cima para ver um homem alto com cabelo castanho escuro e olhos azuis. "Feliz Ano Novo, Baby." Ficou claro que ele estava bêbado. E antes que Kelsey pudesse detê-lo, ele a puxou firmemente para seus braços e colou seus lábios nos dela enquanto ela tentava empurrá-lo para trás.
Quando ele finalmente a soltou, ela olhou para o lado e Edwiin estava caminhando em sua direção, balançando a cabeça.