Com tudo acontecendo, Ari detestava gastar tempo pensando no Natal, mas o feriado estava a menos de uma semana de distância e todos precisavam da pausa do drama. Grayson, especialmente. E como ela não podia fazer muito para ajudar nas investigações, Ari fez seu objetivo criar um Natal maravilhoso para todos. De certa forma, ela sentia que era loucura pensar em comemorar um feriado agora, mas ela se recusava a se entregar ao medo. Seria também o primeiro Natal dela e de Grayson juntos, e ela queria que fosse um bom. E se não apreendeu nada mais da doença de sua irmã, era que você tem que viver o momento, porque ninguém sabe o que o futuro guarda, ou quanto tempo você pode ter com seus entes queridos.
　　Ari desejou que ela tivesse seu laptop consigo para que ela pudesse encomendar o que precisavam, ou pelo menos ter algumas ideias, mas ela também sabia que Grayson devia ter um lá em algum lugar. Ela olhou no armário dele e encontrou uma caixa. Ela não queria bisbilhotar, mas não resistiu a olhar suas relíquias. Ela levantou a tampa e deu uma olhada, e parecia ter fotos antigas, um pedaço de tecido e uma fita. Não resistindo, ela levou para a cama e abriu a tampa.
　　Dentro, havia fotos de dois meninos pequenos, obviamente Grayson e Xavier com um casal feliz e atraente, que eram obviamente sua mãe e pai quando eram jovens. Ari pegou com cuidado a foto para estudá-la mais de perto. Sua mãe era absolutamente deslumbrante com cabelos loiros, perfeitamente arrumados em ondas, e ela também usava luvas e um chapéu, lembrando-a das fotografias de Jackie O. O pai de Grayson também parecia diferente, sem as linhas de expressão na pele que vieram de anos de governar um país.
　　Ao ver a foto de Grayson ainda criança com seus pais, ela percebeu o quanto a vida dele deve ter mudado após a morte da mãe. Ela era verdadeiramente uma mulher bela, por dentro e por fora. Parecia ser o tipo de mulher que fazia todos sorrirem e trazia alegria diariamente para sua família. Ver Grayson como uma criança com sua família aqueceu seu coração. Ele ainda tinha o mesmo sorriso, os mesmos olhos inocentes, mas agora alguma coisa estava faltando.
　　Não querendo invadir mais sua privacidade, Ari fechou a tampa e não olhou mais. Grayson tinha direito a suas memórias. Ela apenas esperava que um dia ele pudesse compartilhá-las com ela.
　　Depois de colocar a caixa de volta em seu lugar na prateleira do armário, Ari se vestiu rapidamente, decidindo fazer uma rápida viagem à cidade. Grayson não ficaria feliz com isso, mesmo que ela levasse um guarda-costas, mas ela estaria segura.
　　Encontrar as fotos da infância de Grayson e ver sua mãe lhe deu ainda mais incentivo para fazer deste Natal algo especial para ele e sua família. Ela queria que este Natal fosse sobre a família. Ela apenas desejava que sua mãe e irmã também pudessem se juntar a eles. Mas neste Natal, isso simplesmente não era possível. Talvez no próximo Natal.
　　Sam estava parado fora de sua porta. Devido à sua associação próxima com Piers, ela também não confiava nele, mas talvez fosse diferente para ele sem Piers dando ordens e sendo uma má influência sobre ele.
　　"Princesa." Sam acenou com a cabeça.
　　"Bom dia." Ari deu-lhe um pequeno sorriso. "Eu vou ao vilarejo hoje para pegar algumas coisas para o Natal. Você poderia organizar isso, por favor?"
　　Ele acenou com a cabeça, mas uma ruga se formou entre seus olhos. "Princesa, eu não acho que o Príncipe gostaria que você saísse dos limites do castelo hoje..."
　　Ari suspirou. "O Natal está a menos de uma semana de distância e precisamos de algumas coisas, como uma árvore de Natal, pra começar. Eu também gostaria de comprar alguns presentes. E com o tempo limitado para fazer isso, eu realmente não tenho muita escolha. Além disso, eu não pretendo perder tempo discutindo sobre isso."
　　Sam soltou um suspiro profundo. "Veja se outro guarda pode ir conosco."
　　Ari sorriu. "Obrigada, Sam."
　　"Só espero não ser demitido por isso." Sam parecia estar apenas meio brincando. "Já volto." Então ele seguiu por um corredor e desapareceu.
Ari dirigiu-se à frente do castelo para esperar. Um momento depois, Arnold correu pelo corredor com uma expressão preocupada. “Princesa, você realmente não deveria sair hoje, especialmente sozinha."
Um sorriso se espalhou pelo rosto de Ari, feliz em vê-lo. De todos os guardas, ele era o que ela confiava mais. Bem, ele e Ralph, mas Ralph estava fora. Ela afastou o pensamento de sua mente, determinada a aproveitar ao máximo o dia para se preparar para o Natal.
"Eu não vou ficar sozinha," Ari respondeu. “Você estará comigo. Você e Sam."
Arnold soltou um suspiro profundo. “Eu poderia ser demitido por isso, sabe."
Ari riu. “Eu não vou deixar isso acontecer."
“É, é o que todos dizem," Arnold murmurou baixinho, mas Ari fingiu não ouvir. “Para onde você gostaria de ir?"
“Apenas para a vila buscar uma árvore de Natal e algumas decorações." Então Ari pensou em algo. “Sabe se temos aqui no castelo decorações de Natal? Talvez em um sótão ou algo assim?"
Arnold sorriu. “Eu não tenho certeza, mas posso pedir à Sra. Jackson para procurá-las enquanto estamos fora."
Ari concordou com a cabeça. "Seria bom. Obrigada."
"Eu já volto." Arnold se dirigiu pelo corredor enquanto Sam saía para a limusine que esperava. Arnold voltou um momento mais tarde com uma mulher mais velha e robusta, tentando fazer o seu melhor para acompanhar seu ritmo. “Princesa Ari, esta é a Sra. Jackson. Sra. Jackson, Princesa Ari."
A mulher fez uma ligeira reverência enquanto estudava Ari. “Bom dia, Princesa," Ela disse com um típico sotaque irlandês bem marcado. “E que você pensa que está fazendo, saindo para fora com um assassino à solta?" Sua postura inchou enquanto colocava as mãos nos quadris, fazendo-a parecer maior do que sua baixa estatura.
Mesmo Ari acabando de conhecê-la, ela já gostava da mulher. “Eu só pensei em buscar uma árvore e alguns presentes, já que o Natal é daqui menos de uma semana. Gostaria de vir comigo? Eu poderia usar a ajuda para escolher uma árvore.”
A mulher riu, acenando com a mão de forma despreocupada. “Oh, Deus me livre! Está mais frio lá fora do que a orelha de um mineiro! Não, não! Eu vou ficar bem aqui no castelo, onde está seguro e quente." Então ela se inclinou de forma conspiratória. “Mas o Sr. Pepperini aqui me disse que você gostaria que eu vasculhasse os enfeites enquanto você estivesse fora?"
Embora a mulher tivesse uma expressão séria, com as sobrancelhas erguidas quase até a raiz dos cabelos, Ari não pôde evitar um sorriso. “Sim, por favor," Ari respondeu. “Isso é, se não for muito trabalho."
“Oh, de modo algum! Absolutamente não!" A Sra. Jackson se inclinou de forma conspiratória mais uma vez. “Eu vou pedir à Natasha para me ajudar. Ela gosta de fazer coisas assim! Vasculhar o sótão, mas não conte para os outros Reais."
Ari gargalhou, surpresa que a mulher já a considerava parte da Família Real. E de certa forma, ela adivinhou que era. "Não, claro que não." Ari abaixou a voz. “Seu segredo está seguro comigo."
"Bem que deveria estar!" A Sra. Jackson deu um tapinha em sua mão. “Não entre em muitas encrencas enquanto estiver lá fora hoje! Ouviu? Divirta-se, mas esteja segura.” Então ela se apressou pelo corredor. “Natasha! Natasha! Eu tenho uma tarefa para você fazer!" Um momento depois, ela desaparecia ao virar um canto, se apressando o tempo todo.
"Ela é uma figura!" Ari disse, rindo.
"Uma o quê?" Arnold perguntou, uma ruga se formando entre os olhos.
"Uma mulher simpática, mas um personagem," Ari esclareceu.
Arnold riu. “Isso ela é.” Então ele a guiou até o carro que aguardava e Sam abriu a porta lateral de trás conforme se aproximavam.
Quando todos estavam com os cintos afivelados, Sam olhou para ela pelo espelho retrovisor. "Para onde, Princesa?"
"Há árvores de Natal à venda na vila?" Ari perguntou, animada com a perspectiva de ter um bom Natal este ano.
Sam voltou os olhos para a estrada quando respondeu. "Sim. Na praça da cidade."
"Então a praça da cidade é o nosso destino!" Ari olhou pela janela para a neve caindo, sentindo o espírito natalino tomar conta dela. Ela só desejava que Grayson estivesse aqui para aproveitar com ela.