Fui enviado com a missão de te matar.
Matar você.
Matar você.

As palavras continuavam girando na minha cabeça. Quem iria querer me matar? E desde quando o Will se tornou um execultor? Eu não era ninguém - menos do que ninguém.
"Deve haver algum engano", eu disse, balançando a cabeça. "Quem iria querer me matar? A única pessoa com o menor incentivo seria o Dreck e ele está na prisão."
Will pigarreou. "Dreck foi morto há dois dias em um acidente estranho na penitenciária estadual."
Merda, o que?
"O que você está falando?" Minha voz soava pequena e assustada.
"Quem quer que você tenha incomodado não está de brincadeira, Sherry. Eu preciso saber de tudo e de todos com quem você teve contato nos últimos sete anos."

O que eu estive fazendo nos últimos sete anos; ele está brincando? Milhões de pensamentos passam pela minha mente quando tento pensar no que eu poderia contar para esse homem. Eu não sou a pessoa que costumava ser. Não sou a pessoa que ele conhecia todos aqueles anos atrás e agora eu devo abrir minha alma para ele.
Eu acho que não.
Olhei nervosamente para a cama antes de levantar meus olhos para o Will e me perguntar o que eu havia feito para me colocar nessa posição.
"Will, talvez devêssemos ir com calma?" Eu tropeço nas palavras para dizer a ele que isso era difícil para mim. Eu passava a maior parte dos dias tentando esquecer, e agora ele queria que eu trouxesse tudo à tona novamente.

"Sherry, eu não estou tentando me intrometer na sua vida à toa. Eu não sou mais aquele garoto magro que te seguia por aí. No entanto, eu quero te proteger. Merda, a última coisa que eu quero é te encontrar jogada em uma vala. Você tem que confiar em mim. Encare isso, neste ponto você não tem mais ninguém para recorrer."
Tive um mal-estar na barriga. "E a minha família?" Perguntei preocupada. Aconteceu alguma coisa," tive que respirar fundo, "aconteceu alguma coisa com a mamãe?"
Will suspirou, "Não, sua mãe está bem. Eu a coloquei em um lugar onde ela não será machucada, mas ela sabe que você está em perigo, Sherry, e sabe que eu saí para protegê-la."
Eu tinha me sentido tão envergonhada sobre as drogas e a prisão que quando minha mãe veio me ver pela primeira vez, tudo que eu conseguia fazer era chorar. Ninguém no mundo é como minha mãe. Lágrimas escorriam pelo rosto dela enquanto ela segurava minhas mãos e me dizia que não havia nada que eu pudesse fazer que arruinaria o amor dela por mim. Eu estava em um lugar onde pensava que ninguém poderia se importar com quem eu tinha me tornado.
Minha mãe continuou a me visitar na prisão. Ela só podia vir a cada poucos meses, mas ela vinha. Eu morreria se algo acontecesse a ela, especialmente por minha causa. Mas havia algo que estava me incomodando e eu precisava perguntar a Will sobre isso.
"Will, por que alguém entraria em contato com você para me matar? O que você faz? Não faz nenhum sentido; você é algum tipo de assassino ou mafioso?"
Will riu, mas não havia humor nisso. "Não, eu não sou um mafioso. Eu trabalho por conta própria."
Notei que ele não disse nada sobre não ser um assassino e fiquei assustada com o quanto eu não sabia sobre Will como adulto.
Como se Will pudesse sentir minha hesitação, ele se aproximou de mim e pegou minha mão. "Eu nunca vou te machucar, Sherry."
"Mas você machuca outras pessoas." A acusação saiu antes que eu pudesse impedi-la. "É isso que você está tentando dizer? O que é tudo isso? Onde estamos? Como você se envolveu?"
Will deu um suspiro profundo. "Da maneira usual, eu acho. Sherry, isso não importa."
Isso não funcionou para mim. "Que tal se você responder à pergunta e depois eu vou responder à pergunta — tit-for-tat. Isso é justo e assim podemos nos conhecer melhor. Éramos amigos todos aqueles anos atrás, certo?"
O olhar de Will estava me confundindo — era como se ele soubesse algo que eu não sabia. Eu senti um agito no meu estômago e me perguntei o que diabos esse homem estava fazendo comigo e com minha vida e por que deveria confiar nele, quando tudo ao meu redor dizia que eu não deveria.
"Acho que eu vou primeiro", eu disse. "Eu tenho que ficar neste quarto, ou posso ir para o resto da casa? Estou ficando bem cansada destas quatro paredes para ser honesta."
Will deu um sorriso presunçoso. “Você não é uma prisioneira, Sherry. Eu estava apenas preocupado que algo pudesse acontecer com você se não ficasse comigo. Além disso, eu não sabia como você receberia a notícia sobre o atentado. Há uma coisa que preciso pedir desculpas. Você nunca deveria ter sido machucada e sinto muito que Jamie tenha te acertado. Espero que Gina tenha sido mais do seu agrado.”
Eu assenti. "Gina é legal, e ela tem sido muito gentil, mas não está vindo nenhuma informação dela. É pior do que falar com a parede quando se trata de descobrir algo sobre você. A única coisa interessante que ouvi dela foi que todos te chamam de 'o grande chefe'. O que isso significa?"
Will esfregou a parte de trás do pescoço. “Bem, eu sou o chefe deles; dela e de Marco, então suponho que é por isso que eles me chamam assim. O resto deles simplesmente me chamam pelo meu sobrenome. Ninguém me chama de Will mais, desde que minha mãe faleceu. Na verdade, é até bom ouvir isso de você.”
"Sinto muito pela sua mãe, Will. Por quanto tempo ela esteve doente?" Eu tinha ouvido falar que a Sra. Jennings tinha câncer cerebral e que ela morreu rapidamente.
"Três meses desde o diagnóstico até quando a colocamos na terra", ele respondeu asperamente.
Eu tinha a sensação de que esse não era o tipo de coisa sobre a qual ele falava, e estendi a mão e segurei a dele. "Eu realmente sinto muito."
Ele sorriu para mim, e eu senti minhas bochechas esquentarem.
"Qual pergunta você tem para mim?" Eu gaguejei.
"Por que você mudou para a cidade saindo de Otterville Falls?" Seus olhos estavam fixos no meu rosto, e eu sabia que não podia mentir para ele, mas não tinha um bom motivo para ter me mudado para a cidade.
Eu só queria sair daquela pequena cidade do interior para me encontrar. Ah, eu tinha grandes aspirações de me tornar uma atriz. Só são necessários alguns meses sem comer para perceber que você está seguindo o caminho errado; havia um milhão e uma garotas tentando fazer a mesma coisa que eu. Para piorar as coisas, eu não conseguia cantar, e mal conseguia dançar. Os produtores e diretores queriam o pacote completo. Eu era louca por pensar que tinha uma chance.
Engolindo, eu disse a ele a verdade. "Eu vim para a cidade para ser uma atriz."
O queixo dele caiu. "Você queria ser uma atriz? Você nunca fez algo assim no ensino médio, fez?"
"Acho que você ultrapassou o seu limite de perguntas, senhor, mas eu vou responder mesmo assim. Eu fiz algumas coisas no ensino médio, principalmente por trás das cenas. No entanto, sempre foi o meu sonho de infância, então eu vim para cá para conquistar o mundo. Quando não consegui nenhum trabalho, decidi ser uma garçonete. Assim como milhares de outras garotas que fazem a mesma coisa. Foi quando conheci minha amiga Madrina, e nos tornamos colegas de quarto. Nós compartilhávamos um péssimo apartamento na parte mais assustadora da cidade. Mas ela tornou isso divertido. Madrina foi uma boa amiga para mim."
Esta foi a parte que eu detestava admitir. "E eu fui boa para ela por um tempo. Mas após o meu acidente, tudo pareceu ir para o inferno."
Will me olhou com surpresa, "Madrina? Você está falando de Madrina Dnieper? A mesma mulher que estava nas notícias acusada do seu desaparecimento?"
Eu hesitei um pouco. "Não é o que você está pensando. Além disso, você já fez a sua pergunta. Você vai ter que esperar, é a minha vez. Como você entrou no que está fazendo agora?"
"Meu tio", disse Will em resumo. "Eu precisava do dinheiro para as contas médicas da minha mãe. Nós nunca tivemos dinheiro e meu tio tinha trabalho para mim que pagava bem sem perguntas feitas. Não era como se tivéssemos dinheiro para a faculdade. Eu teria feito qualquer coisa para ajudar a apoiar minha mãe. Então, quando ele perguntou, eu aceitei. Ok, me fale sobre Madrina Dnieper."