Capítulo 73
1216palavras
2024-01-10 00:01
Alyssa encarou o homem que havia tentado destruir sua vida sozinho. “Por quê?” ela perguntou finalmente. "O que é tão importante para você que matou nossa família e quem sabe quantos outros?"
Frank franziu a testa. “Isso importa?”
“Eu acho que mereço ao menos saber isso,” ela disse com mais confiança do que realmente estava sentindo. “Afinal, eu sei que você arranjou as mortes dos meus avós e pais. Eu vi você cortar a garganta daquele homem. Está claro que você não tem problemas em matar. Acho que mereço saber por quê.”

Frank a observou por um momento. “Você sabe que, com sua aparência e minhas ligações, nós poderíamos ter tudo.”
“Essa é a parte mais triste”, Alyssa respondeu. “Eu tinha tudo, até que você tirou isso de mim. Então, por quê? Foi pelo dinheiro? Drogas?”
Frank revirou os olhos e fez um gesto vago com os dedos. “Você realmente acredita que me importo com o dinheiro? Minha querida, nós sempre tivemos mais dinheiro do que sabíamos o que fazer. Dinheiro abre muitas portas; mas, no entanto, ele não é tudo.”
“Drogas então?” ela insistiu.
“De forma alguma”, ele respondeu candidamente. “Admito que no início da minha carreira, as drogas eram uma maneira fácil de obter lucro. Mas, novamente, isso só te leva até certo ponto. Não, Alyssa, você nunca conseguiu ver o quadro geral. Você me vê como este terrível vilão, e devo admitir, gostei de interpretar essa parte. O que você falha em ver é que eu sou apenas uma peça num plano muito maior. Sua desaparição e a do seu namoradinho do FBI serão seguidas por provas plantadas que irão ligá-los ao assassinato do homem que me viu matar, bem como a vários outros casos de alto perfil ainda sem solução do FBI.”
“Casos do FBI?” Alyssa repetiu, sentindo um medo crescente.

Seu sorriso maligno se alargou. “Por que você acha que ando livremente? Apenas alguém que tem muita certeza da sua posição no mundo faria tal coisa. Você não acha?”
Frank tirou uma arma e apontou-a para a taça de vinho intacta. "É rude fazer um homem beber sozinho."
Alyssa encarou-o com incredulidade. “O vinho provavelmente está envenenado.”
Ele deu de ombros e pegou o copo. Dando um grande gole, seu olhar zombava dela por trás da borda do copo. Uma vez que terminou, Frank levantou a arma novamente e apontou para ela.

“Eles irão pegar você,” Alyssa disse de dentes cerrados.
“Tenho certeza que sim. O chefe do Agente Tabor deve aparecer a qualquer momento para ajudar a se livrar dos seus corpos. Foi fundamental para ele manter um olho no Agente Tabor. Realmente, sem a assistência do FBI, eu teria tido um tempo infernal acompanhando você.”
"Agente Jackson?" O tom horrorizado de Alyssa fez os lábios de Frank tremerem para cima.
"Ele é um dos muitos que precisaram dos meus serviços. Veja, querida, não é o dinheiro, ou as drogas, ou qualquer outra coisa que eu desejo. É o poder. Tenho juízes, generais, agentes do FBI, líderes do nosso país, e muitos outros no meu bolso. Você não tinha a mínima chance contra mim. É triste, na verdade. Eu gosto de você. Não permito muitas pessoas no negócio."
"Você queria que eu matasse por você?" Alyssa cuspia.
"Nada tão plebeu quanto isso, querida," Frank respondeu. "Mas há algumas delicadas situações onde o toque de uma mulher poderia ter sido benéfico. Na verdade, não importa. Você se tornou um incômodo para mim. Está na hora de nos separarmos."
Vendo Frank se preparando para atirar nela, Alyssa ficou ali, paralisada. Ele ia matá-la a sangue frio. Sua mente ficou em branco e suas mãos pareciam dormentes. Era agora ou nunca. Ela tinha que fazer algo.
"Ok!" ela disse rapidamente, jogando os braços para cima. "Você venceu. Vou fazer o que você quiser. Só..."
"Só não machuque o Agente Tabor?" Frank disse, recuando um pouco a arma. "Tenho medo de não poder manter essa promessa."
"Eu não ia dizer isso," Alyssa disse rapidamente. "Eu ia dizer... Deixa eu ser a única a contar para ele."
"Contar a ele que você se juntou ao lado obscuro?" Ele riu de sua própria piada. "Não, eu consigo perceber quando é uma manobra de diversão. A sua jornada acabou...."
Ele foi interrompido quando Alyssa agarrou a garrafa de vinho mais próxima e a lançou contra ele. A arma disparou. O cheiro de pólvora e vinho fino preencheu o ar. Uma dor aguda raspou o ombro dela, mas Alyssa mal a registrou.
Frank se curvava, procurando a arma. Sem pensar duas vezes, Alyssa pegou outra garrafa e bateu com força na cabeça dele. Frank caiu no chão.
Com cuidado, Alyssa chutou a arma para longe da mão sem vida de seu tio. Quando estava fora de alcance, ela se curvou para pegá-la e sentiu outra dor forte irradiando do ombro. Sua mão esquerda foi automaticamente para a ferida e voltou coberta de sangue.
Ainda não havia realmente registrado em Alyssa que ela tinha levado um tiro. Tudo o que ela conseguia pensar era em tirar Scott da sala trancada. Com a mão não ferida, ela pegou a arma e foi em direção ao painel oculto.
No instante em que se abriu, Scott estava ao lado dela.
"Maldição!" Ele exclamou ao ver o sangue no ombro dela. "Você está bem?"
Alyssa estava praticamente certa de que estava tão longe de estar bem quanto uma garota poderia estar, então ela fez o que qualquer um faria e assentiu.
Foi quando pontos começaram a aparecer em sua visão.
Scott a puxou suavemente para ele, envolvendo-a em seus braços sem machucá-la.
Apontando para o tio dela, ele perguntou, "Ele está morto?"
Alyssa começou a tremer, exibindo os primeiros sinais de choque.
"Deixa pra lá, vamos te tirar daqui. Jackson deve estar aqui a qualquer momento."
Alyssa lembrou do que Frank tinha dito. Impaciente, ela tentou se afastar. "Não, você não entende. Ele está trabalhando com o Frank."
"Quem está trabalhando com o Frank?" Scott perguntou.
"Seu chefe, alguns dos superiores, muitas pessoas segundo Frank. Eles planejavam plantar evidências apontando para nós depois que Frank nos matou."
"Eu não acredito nisso", disse Scott, balançando a cabeça.
Mas Alyssa já não tinha mais energia para continuar falando. Ela desabou em seus braços, a escuridão a dominando.
Scott carregou Alyssa para fora da adega. Ele se movia com discrição e graça, não querendo encontrar nenhum dos cúmplices de Frank. Ele encontrou a governanta vindo para a direita na cozinha. Depois de desamarrá-la, Scott pegou o telefone e colocou-o em suas mãos trêmulas.
"Ligue para o 190 e fique aqui com a Alyssa," Scott instruiu. "Tranque a porta atrás de mim e não a abra por qualquer motivo. Diga à ambulância para vir pela parte de trás."
A governanta assentiu, pegou o telefone e discou 190.
Quando a operadora atendeu, ela trancou a porta atrás de Scott e correu de volta para Alyssa.
"Alguém invadiu nossa casa. Uma mulher foi baleada. Por favor, se apressem; eles ainda estão lá fora."
"Apenas fique na linha, senhora. A ajuda está a caminho. Você pode responder algumas perguntas para mim?"
Justo quando ela estava prestes a responder, mais tiros foram ouvidos atrás da porta trancada.
"Socorro! Por favor, alguém ainda está atirando..."
Foi quando a linha telefônica ficou muda.