Capítulo 39
1567palavras
2023-11-22 00:01
Ponto de Vista da Daniela
"O QUÊ?!" Rayssa gritou quando eu lhe contei a novidade.
"Shh! Será que você se importa?" Eu a silenciei, tentando não me deixar abalar pelo sorriso radiante em seu rosto. Deus, eu era assim quando ela e Matheus começaram a namorar? Revirei os olhos para a vaga felicidade dela, mas não demorou muito antes que um sorriso encontrasse o caminho até os meus lábios também. "Não é nada demais! Só vou sair com o Leandro."
Ok, então não estava contando todo o boato para ela. Como eu disse, eu queria ser demitida por um tempo e namorar antes que todos soubessem que somos companheiros. Sobre ser Luna e talvez me acostumar com a ideia também. E para piorar, um Alfa não marca seu companheiro até que ela/ele tenha concluído o treinamento de Luna. E tenha a aprovação do Conselho.
Então, estávamos fazendo as coisas de forma um pouco confusa …
"Com o Leandro?" Rayssa ponderou como se soubesse de algo que eu não sabia. "Por quanto tempo vocês dois se chamam pelo primeiro nome?"
"Não sei," dei de ombros, tentando parecer que não era grande coisa. "Apenas aconteceu!"
"Ah ha!" ela questionou suspeitosamente, cruzando os braços e me analisando de cima a baixo. "E o cheiro dele espalhado por todo o seu corpo?" Fiquei ligeiramente pálida, o que só provocou uma gargalhada da Rayssa. "Você achou que eu não perceberia por causa da montanha de perfume que você está usando?" Ela riu, agitando as mãos na frente do nariz, para provar seu ponto. "Credo, é suficiente para afastar maus espíritos!"
"Ok! Ok!" cedi, sentindo minhas bochechas praticamente brilhando vermelhas. “Então nós poderíamos ter feito --- sexo também, mas ..."
"Ooooh?" ela entoou, prolongando o 'o' até o céu e de volta, enquanto também conseguia deixar meu rosto todo na cor de merda cozida.
"Ai, por favor, não me lembro de te atormentar assim quando você saiu com o Matheus," eu a repreendi, mas antes que pudesse continuar, a silenciei com um dedo de aviso sob o nariz. “E desapareceu por dois dias?"
"Ei, eu mandei mensagens!" ela retrucou, o sorriso nunca falhando.
"'Estou viva agora me deixe em paz' não é uma mensagem, é um insulto a uma amiga!" Eu disse, estalando os dedos na frente dela. "Louvo ter sorte de estar acima disso!"
"Ok. Eu paro," Rayssa sorriu, levantando as mãos em sinal de rendição. Ela fingiu estar ocupada com o almoço antes que aquele sorriso malicioso retornasse e ela lançasse um olhar para mim. Tentei ignorá-lo, mas um sorriso já encontrava o caminho pelos meus lábios.
Caramba, às vezes você tem que odiar melhores amigas! Elas são tão boas em mexer com a gente ...
"Foi bom?" Rina sorriu maliciosamente. Mentalmente, eu gemi.
"Não é como se eu tivesse muito com que comparar", tentei em um tom neutro. Mas no segundo em que cruzei o olhar com Rayssa, não consegui contê-lo mais. "Foi bom."
"Assim bom?"
"Assim bom!"
Rayssa guinchou, suas mãos puxaram meu pescoço e ela me apertou como se quisesse me matar. Eu ri, como o cachorro apaixonado que eu era e antes que percebêssemos, estávamos guinchando como pinguins recém-nascidos.
Ah, o amor!
"Daniela e Leandro, sentados em uma árvore", Rayssa divagou, tentando me provocar enquanto dançava sua própria dança da vitória. "B-E-I-J-A-N-D-O!" Eu dei risada. Se ela soubesse que na verdade eu não estava só beijando e dormindo com o Alfa, mas também totalmente acasalada com ele, ela explodiria como um pinguim.
Olhei em volta, vendo se tínhamos atraído atenção indesejada.
Foi quando vi novamente dois lobos, que eu também havia notado antes da escola nesta manhã. Eles pareciam relaxados, mas também atentos e alertas. Eles estavam nos observando...
Imediatamente minha pele ficou fria e minha mente voltou para os pícaros que tentaram me sequestrar. Sem perder um segundo, puxei meu celular e disquei para Leandro.
"O que você está fazendo?" Rayssa perguntou, tentando localizar o que de repente havia mudado tanto meu humor.
"Provavelmente é nada", tentei dissuadi-la tranquilamente, enquanto um ataque de pânico interno acontecia em minha mente. Como poderiam os pícaros estar tão longe no território? E no terreno da escola? O que --- por quê --- como ---?
"Daniela," A voz calma e sorridente de Leandro me alcançou através do alto-falante. "Você não deveria...!"
"Eles voltaram!" Eu sussurrei, tentando não chamar a atenção de ninguém. "Os pícaros...!"
"O quê?!" Um rugido alto soou através do alto-falante, fazendo o telefone inteiro vibrar. "Onde você está?"
“A escola,” sussurrei, tentando manter minha voz baixa para que Rayssa não ouvisse e tivesse um ataque de pânico também. “São dois deles!”
De repente houve um silêncio assustador do outro lado. Pelo vínculo, pude sentir seus pensamentos se agitando, bem como a conversa mental que ele estava tendo com seu lobo. Meu estômago se apertou. E agora?!
“Eles são gêmeos idênticos, por acaso?” perguntou Leandro, cuja raiva de algum modo parecia ter evaporado.
O quê?!
Olhei em volta, encontrando-os rapidamente; desta vez flertando com algumas das garotas humanas no campus. Um deles tinha tingido seu cabelo de uma cor branca vibrante, enquanto o outro permaneceu naturalmente castanho. Mas seus traços faciais eram idênticos. Eles eram gêmeos!
“Como---?” murmurei, sem conseguir entender como ele poderia ter sabido disso. A menos que ...! Tentei, sem sucesso, conter um rosnado: “Leandro!”
“São seus guardas, amor,” ele confirmou o que eu já suspeitava. Ele riu e pude sentir seu alívio através do vínculo. Bom! Talvez ele pudesse sentir eu estrangulando-o mentalmente! “Desculpe”, ele continuou, esperançoso de que estivesse sentindo meus pensamentos assassinos. “Eu deveria ter te contado antes da escola, mas,” pude quase ver o sorriso maroto no rosto dele. “Eu me distraí.”
Franzi a testa para o telefone.
Tá, ele estava certo --- de certa forma. Nós dois tínhamos nos distraído bastante naquela manhã. Primeiro, teve sexo no chuveiro, depois panquecas e mais sexo na cozinha. Antes de me deixar na escola --- depois de mais uma intensa sessão de beijos no carro dele ---! Meu Deus, por que eu não havia percebido antes o quanto ele me deixava carente? Estávamos agindo como adolescentes hormonais!
E gostamos disso! Minha loba felizmente entrou no assunto. Bem, realmente não posso discutir com isso. Ele era tão bom.
“Eles estão te incomodando?” ele perguntou, tirando-me dos meus pensamentos.
“Não!” Eu ladrei, liberando o ar que não sabia que estava segurando. “Eles só me assustaram até a morte!”
E agora a Rayssa está nos olhando como se fôssemos loucas, minha loba apontou. Olhei para cima e, com certeza, Rayssa estava me dando um olhar de "você precisa explicar algumas coisas". Eu gemi. Ser quase sequestrada, atacada por vampiros e destinada a Leandro tudo em um único final de semana era muita coisa para absorver. Ver aqueles dois 'guardas' se esgueirando por aí apenas trouxe tudo de volta…
“Desculpe, amor”, Leandro sussurrou, sentindo minha ansiedade através do vínculo. “Eu deveria ter te contado. Com tudo que aconteceu, não ia arriscar sua segurança.”
“Tudo bem,” eu suspirei, me sentindo um pouco melhor sabendo que eu não estava sozinha; caso algo acontecesse. “Eu entendo.”
“Eu te amo, Daniela”, ele continuou, sua voz escura me acalmando quase tanto quanto seu perfume; quase! “Você sabe disso, certo?”
“Eu sei”, sorri, sentindo um calor crescente dentro de mim. “Eu também te amo.” Um rosnado baixo ressoou do outro lado do telefone, enviando calafrios pela minha espinha. Eu sabia o que ele estava pensando… Minha loba saltou alegremente com a perspectiva de sexo, mas eu não estava prestes a deixá-lo ter seu jeito tão facilmente; desta vez! “Mas você não está livre, senhor! Aqueles guardas me assustaram pra valer!”
“Eu aceitarei qualquer punição que você considere merecida, amor”, ele sorriu, obviamente não muito assustado.
Isso ai! Eu o amaldiçoei, pensando em uma punição perfeita. Vou usar lingerie sexy a noite toda enquanto o ignoro!
Como se ele tivesse ouvido meus pensamentos, ele soltou uma gargalhada.
“Eu sou muito persistente, você sabe”, disse ele, confirmando que ouviu meus pensamentos. Um novo agrado do vínculo de companheiro. Eu sorri sarcasticamente.
“Eu. Também. Sou”, retruquei, sentindo um excesso de confiança correr pelo meu corpo. “Vejo você mais tarde.”
Antes que ele pudesse responder, desliguei e joguei o telefone de volta na bolsa. Respirei fundo. Deixe ele suar por um tempo!
“E então?” Rayssa questionou, me observando com desconfiança.
“Aqueles caras ali?” Eu suspirei, apontando na direção geral dos meus guardas gêmeos.
“Dupont e Dupond?” ela questionou, referindo-se a um antigo desenho animado pelo qual tinha uma leve obsessão quando era criança. “Eu vejo eles. Bonitos, mas atualmente já tenho compromisso.”
“Esses são meus guardas”, clarifiquei, ignorando o olhar sujo que ela estava me dando.
“Muito possessiva, né?” ela sorriu, sabendo que era Leandro que os colocou lá. Eu concordei com a cabeça e deixei meu olhar vagar para eles. Eu sei que a maioria das pessoas se sentiria presa sendo vigiada – especialmente lobos, pois é de nossa natureza andar livremente. Mas saber que eles estavam ali – e sabendo quem os colocou lá – me fez sentir segura. Amada, até…
Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios e minha raiva em relação ao meu companheiro lentamente evaporou. Em vez disso, senti gratidão e fiz uma promessa silenciosa, que só faria Leandro trabalhar pelo seu perdão por um pouco de tempo hoje à noite.
“Vamos!” Interrompi, instigando Rayssa a vir comigo. “Vamos dar um oi!”