Capítulo 38
2173palavras
2023-11-21 00:01
Perspectiva da Daniela
Leandro gemeu enquanto eu ficava de todas as cores de vermelho.
Era Matheus.
"Droga!" Eu murmurei baixinho, pronta para pular fora da banheira e me esconder debaixo da cama. Como se sentisse meus planos, Leandro envolveu um braço em torno de mim, me mantendo no lugar.
"Vou me livrar dele," ele suspirou e beijou minha bochecha molhada... E não fez mais nada! Eu não sei o que estava esperando, mas isso não era!
Confusa, eu olhei para ele--- Meu coração parou quando finalmente percebi o que ele estava fazendo. Seus olhos haviam se transformado em uma cor prateada brilhante, indicando que ele estava ligando mentalmente ao seu Beta.
"O quê?! NÃO, não..." Eu suspirei, sentindo meu corpo praticamente queimar de vergonha. Eu não sabia muito sobre a ligação mental, mas eu conhecia a curiosidade de Matheus. No segundo em que ele descobrisse algo, ele iria investigar. E pela forma como eu e Leandro estávamos indo--- Digamos apenas que seria fácil para ele descobrir...
"Já feito...," Leandro respondeu, olhando para mim com um olhar questionável. Mas antes que ele pudesse terminar, a risada estrondosa de seu beta ecoou pelos corredores.
Meu coração parou e acho que até minha loba estava cobrindo o rosto.
"Estamos ferrados," eu murmurei, sentindo a vergonha me inundar como um tsunami.
"De qualquer forma, estaríamos ferrados," Leandro disse em um tom 'dã'. "Você tem a minha marca agora, lembra? E meu cheiro está por todo você."
"Droga!" Eu continuei, as palavras de Leandro afundando profundamente. Eu soltei mais alguns palavrões, enquanto minha mente entrava em frenesi. Droga, droga, droga... TODO MUNDO saberia! E Tyler! Droga, ele ainda era meu tutor legal! O que ele diria? Melhor ainda, o que ele faria? Eu fui marcada pelo Alfa! Eu era a companheira do amigo dele!
DROGA!
Sério, isso foi um choque para você? Minha loba perguntou, gostando muito da ideia de ser companheira de um Alfa poderoso. Na verdade, ela não queria nada mais do que marcá-lo de volta...
Eu rosnei para ela. Sério, ela não viu aonde isso iria? Uma coisa eram os rumores em torno de mim e do Leandro - que nunca realmente me incomodaram porque eu era muito estúpida para perceber que tinha sentimentos por ele - MAS entrar em sua casa como sua EMPREGADA e sair como sua COMPANHEIRA!
Claro! Isso foi completamente natural! (NOTA: SARCASMO!!!)
"Você está envergonhada?" Leandro perguntou, aparentemente ainda confuso! Maldito idiota!
"Ainda sou sua empregada!" Eu sibilei. "O que você acha que as pessoas vão pensar?"
"Que você está conseguindo algumas casas extras", ele sorriu.
Maldito idiota!
Virei-me rapidamente, olhando para ele com incredulidade, que logo se transformou em raiva e depois em pura fúria. Minhas bochechas estavam queimando de embaraço e lágrimas beliscavam meus olhos.
Como ele pôde dizer aquilo?!
Minha loba rosnou e parecia que alguém acabara de atravessar meu coração com uma espada.
"Droga!", ele resmungou, arrependendo-se de suas palavras no segundo em que deixaram seus lábios. "Daniela…"
"Você é inacreditável!" Eu gritei, interrompendo-o antes que tivesse tempo para dizer qualquer coisa. Saí da banheira e peguei uma toalha. Envolvi-me firmemente com ela, bati a porta do banheiro antes de entrar no quarto dele. Peguei minhas roupas e, embora ainda estivesse molhada, comecei a me vestir.
Meu corpo e sangue estavam fervendo de raiva. Uma coisa seria todo mundo, mas como ele poderia ---?! Lágrimas de raiva beliscavam meus olhos. Acho que isso apenas confirma! Todo mundo vai pensar...
"Daniela!” Leandro agarrou meu braço, virando-me para ele. Não havia nem percebido que ele havia saído do banheiro; pele ainda gotejando de água e vestido apenas com um par de cuecas molhadas. "Eles vão entender que isso não foi como..."
"Como a empregada transou para conseguir o posto de Luna?" Eu gritei com ele, e se não estivesse tão zangada, acharia graça, vendo o grande e mau Alfa recuar de mim. "Sim, tenho certeza de que eles serão muito compreensivos com isso!"
"Isso não foi o que aconteceu ..." ele rebateu, mas novamente eu o interrompi.
"Eu sei disso!" Eu praticamente berrava. "Você sabe disso! E é exatamente isso que NINGUÉM jamais vai acreditar!" Eu estava gritando no final da frase.
Saí de seu abraço, rosnando e gemendo de frustração. Peguei uma camiseta, uma das de Leandro, e a vesti, sem me importar se ficasse molhada.
Merda!
Nunca fui a garota que se importava com o que os outros pensavam de mim e, honestamente, não me importava. Então, por que isso estava me atormentando tanto? Quer dizer, meu irmão é Tyler Ridley! Quanto pior poderia ser...?
E foi aí que me ocorreu: Eles pensarão que sou como ele! Que eu exploito as pessoas, me aproveito de Leandro e me despojo de qualquer dignidade por um 'sugar daddy'! Inferno, aposto que eles acreditariam que esse era o plano desde o início e...!
Eu posso morrer agora, por favor?!
"Deus, isso é tão constrangedor..." eu gemi, sentando-me na cama. Sentindo como se alguém acabasse de me dar um banho de realidade. Merda! merda, merda, merda...!
"Então manteremos isso em segredo", a voz de Leandro me cortou.
"O quê?!"
Eu olhei para cima e encontrei um Alfa genuinamente preocupado ajoelhado diante de mim.
"Mantemos isso em segredo", ele repetiu, seus olhos verdes tempestuosos e oceânicos jamais deixaram os meus. "Você vai se mudar. Você dirá que o trabalho tomou muito do seu tempo de estudo. Vamos sair, como casais normais e-e-- quando for a hora certa, nós vamos..."
Ele parou no meio da frase e, enquanto tentava encontrar a palavra certa a dizer, eu o olhei novamente. Ele era um dos homens mais lindos que eu já tinha visto; uma aparência rústica, claro, e seus olhos eram principalmente frios e duros. Mas eles também podiam expressar tantas emoções. Como agora: geralmente eles eram de uma cor azul-acinzentada fria, mas agora, me lembravam principalmente da cor do mar, logo após uma tempestade. Verde profundo, com um toque de azul e preto neles.
Ele também estava lutando. Ele estava lutando por nós!
"V-você faria isso?" eu gaguejei, sentindo meu a ansiedade desaparecendo do meu corpo como num passe de mágica. "P-para mim?"
"Você ainda não percebeu?" ele perguntou, suas grandes mãos calosas acariciando minhas bochechas; com um suspiro, me recostei em seu toque. "Eu faria qualquer coisa por você!"
E agora, eu estava à beira de chorar.
Nunca tive alguém que cuidasse de mim antes. Sempre fui eu, tendo que cuidar do meu irmão, ter que protegê-lo, preocupar-me com ele, não chamar atenção para mim, por causa dele... Mas ali estava um homem, disposto a dar tudo por mim. Até mesmo ir contra a sua própria natureza e lobo possessivo, só por mim…
“H-hey! Não-não chore,” Leandro parecia quase em pânico, enquanto uma lágrima solitária escorria pelo meu rosto. “Hey, me desculpe! Eu não deveria ter dito isso…”
Balancei minha cabeça e envolvi meus braços em volta do pescoço dele. Eu só queria que ele parasse de falar, mas eu não conseguia encontrar palavras para descrever minha gratidão, minha felicidade e meu amor por esse homem. Em vez disso, esmaguei os meus lábios nos dele, derramando tudo o que sentia neste beijo.
Ele pareceu chocado no começo, mas rapidamente me retribuiu o beijo. Com cuidado, como se testasse as águas turbulentas, a língua dele tocou meus lábios, pedindo entrada. Eu aceitei prontamente e a língua dele se moveu com novo vigor em minha boca. Como se ele tivesse acabado de prová-la pela primeira vez.
Antes que eu percebesse o que estava acontecendo, Leandro me puxou para ele. Minhas pernas se enrolaram automaticamente em sua cintura, enquanto ele se levantava do chão. Ele nos sentou de volta na cama, comigo agora montando nele. Nossos corpos molhados se esfregavam um contra o outro, o tecido entre nós não fazendo muito para esconder nosso desejo um pelo outro.
Eu o amava. Deusa, eu o amava muito!
“Então,” Leandro disse quando finalmente nos separamos para respirar; sua voz rouca e escura de respiração pesada. “Só um palpite, mas --- Não estou em apuros?”
“Ah, você está em apuros sim!” Sorri, puxando-o para mais um beijo. “Você só aconteceu de estar em apuros com uma mulher que te ama. Muito, muito mesmo.” Deitei minha cabeça sob seu queixo, inalando seu cheiro amadeirado. Deixando que acalmasse minhas emoções arrebatadoras e a tempestade dentro de mim. Eu já sabia que Leandro faria qualquer coisa por mim e me sentia uma idiota por duvidar disso mesmo que por um segundo. Por permitir que eu me esqueça do que ele estava disposto a desistir por mim; por nós. Eu queria retribuí-lo. Não por culpa ou dever, mas pelo amor puro que sentia por ele. “Eu não quero sair e não quero que fiquemos separados,” confessei, me afastando para que pudesse olhá-lo. “Mas eu gostaria que a gente namorasse e fizesse coisas que casais normais fazem, antes de revelar…” apontei para a marca dele. “Isso.”
“Bom,” ele suspirou, o alívio estava escrito em seu rosto. “Eu realmente não quero que você saia também. Na verdade, quero que você se mude para o meu quarto.”
De alguma forma isso instigou instantaneamente o diabo no meu ombro; também conhecido como 'a feminista vermelha'.
“E se eu quiser que você se mude para o meu quarto?” Desafiei, cruzando meus braços à minha frente.
“O meu é maior,” Leandro contra-argumentou rapidamente, com uma confiança soberba. “E tem um closet amplo, com um banheiro anexo e uma banheira de hidromassagem.”
“Bem, estou convencida,” Sorri, não vendo razão para tentar lutar por independência hoje (O quê? A banheira de hidromassagem é irresistível! E feminista ou não, eu não ia me negar isso só por birra) “Seu quarto é então.”
Se possível, acho que o ego de Leandro acabou de inchou para o tamanho do país! O sorriso largo em seu rosto e o brilho nos olhos dele o tornaram irresistível, e provavelmente impossível de conviver daqui para frente…
“Quer que eu te ajude a se mudar?” Ele ofereceu rapidamente. Eu nem tive a chance de responder. Soltei um grito, quando ele me prendeu na cama, roubou um beijo, e saiu. Franzi o cenho, confusa, e observei enquanto ele desaparecia pela porta. Alguns minutos depois e ele reentrou no quarto --- carregando minha cômoda! Eu ri, sem saber o que mais fazer. Caramba, isso era sexy! E engraçado ao mesmo tempo!
"Meu homem musculoso," eu murmurei, enquanto ele voltava. Ele murmurou algo incoerente em resposta, enquanto seu sorriso se tornava tão grande quanto o de Yellow Stuart. Ele mergulhou na cama, seu corpo pairando sobre o meu, enquanto se inclinava e roubava vários beijos.
Eu arqueei minhas costas para sentir mais dele. Ele me recompensou roçando sua ereção contra minha intimidade, fazendo-me tremer de prazer.
Caramba, ele era bom...
Mas, por outro lado, ele provavelmente já havia feito isso um milhão de vezes...
Ai caramba! Agora eu estava me perguntando: Abrir a lata de 'números' ou não abrir a lata de 'números'? Essa é a questão...! Mas eu realmente queria saber? Não? Sim? NÃO! Eu era a companheira e futura dele! Todas as outras garotas eram apenas o passado. E-e---
E--- ah, danou-se! Eu não conseguia parar...!
"Leandro," eu suspirei, minha mente já tinha se preparado para o pior. "Com quantas garotas você já transou? Nesta cama?"
Não me importo, minha loba rosnou, lembrando-se de uma certa Clara que ela ainda precisava enterrar a seis pés do chão. Nós queimaremos isso de qualquer maneira!
Leandro se levantou sobre os cotovelos. Seu sorriso não me dava nenhuma pista sobre o que viria a seguir.
"Só com você," ele respondeu. O que eu certamente não esperava. Até minha loba estava confusa.
"Você espera que eu acredite nisso?" Eu desafiei, imitando sua sobrancelha levantada quando ele me questionou.
"Você é a única garota com quem eu já fiz sexo - em toda esta casa," ele respondeu novamente, com um sorriso divertido em seu rosto. Tentei não demonstrar, mas meus olhos se arregalaram de surpresa.
"Mas..."
"A Casa da Matilha tem paredes à prova de som," Leandro me interrompeu. "Eu tenho um quarto extra ali."
"Isso é perturbador," eu franzi a testa.
"Nunca senti vontade de levar alguém para casa," ele deu de ombros, antes de sorrir de volta para mim. "Não até você invadir a minha vida."
"Que fofo," fingi um sorriso, antes de ficar séria novamente: "Mas o que é perturbador, é que o seu segundo quarto é à prova de som." Segurei seu ombro, colocando cuidadosamente alguma distância entre nós, caso precisássemos conversar. "É algum tipo de '50 Tons de Cinza-Sala Vermelha'? Porque não tenho certeza de que estou pronta para tudo isso?"
"Não é," ele respondeu, tentando muito não rir. "É porque eu trabalho muito e não instalei um escritório em casa nos meus primeiros anos como um Alfa."
"Então, basicamente, você é preguiçoso," eu brinquei, sentindo-me um pouco mais relaxada sabendo que ele não estava... interessado naquilo. Mas ainda havia a possibilidade de algo mais apimentado...
"Quer descobrir?" ele sugeriu maliciosamente antes que seus lábios devorassem os meus.