Capítulo 67
983palavras
2023-11-09 18:11
JUAN
No caminho para o hospital pego meu telefone e o ligo, em uma pasta escondida em um monte de arquivos, lá estava meu passado algo que arranquei de mim e guardei a sete chaves.
Sorrio me lembrando da cena,essa foto foi tirada pelo Dante,ele me enviou e disse que eu já estava gamadão na nerd... Idiota....
Mas Nina nunca foi uma nerd,ela tinha um objetivo e a deixei livre para esse sonho, ela falava tanto,com tanto amor e paixão em ser médica.
O carro para na porta do hospital e desligo meu celular,assim que Pardo abre a porta eu saio.
Juan — Vou demorar, qualquer coisa ligue para o Dante e só me interrompam lá dentro se o caso for de urgência.
Falo para ele e vou em direção a entrada do hospital,vejo que meus homens estão lá dentro andando de um lado para o outro,como meu filho está aqui quero que ele tenha a mesma segurança que em casa, passo por todos que abaixam suas cabeças ao me ver,entro no elevador e vou até o quarto andar,as portas se abrem e a secretária do doutor Pedro vem em minha direção.
Secretária— Senhor Cochelo, o doutor está esperando o senhor.
Ela fala e noto a outra recepcionista no telefone, andamos alguns metros e paramos na porta ela mesma bate e a abre,mas é aí que meu mundo para.
Meus olhos e o dela se encontram e Porra,ela está ainda mais linda, não que ela não fosse mas...mas...
Nina — Juan....Ela fala me olhando seus olhos demostrava todas as emoções que sentia por mim,raiva, tristeza, rancor.
Juan— Nina...
Juro que não esperava por isso, não imaginava que um dia fosse encontrar ela,um dia pensei em todas as formas de explicar a ela o que aconteceu,um dia pensei em pedir perdão,mas a podridão em minha vida me fez esquecer, a voz do doutor Pedro me trás de volta a realidade.
Pedro— Que bom,vejo que já se conhecem.
Ela que tinha abaixado a cabeça a ergue me olhando nós olhos termino de entrar no consultório, sinto o cheiro do perfume dela ainda é o mesmo almíscar que tanto gostei.
Nina — Sim,nos conhecemos na faculdade, olá senhor Cochelo.
Ela fala vindo e estendendo a mão na minha direção,ela me olha e não tira o contato visual,estendo a minha e pego em sua mão, a pele macia de sua mão,o aperto que ela me deu apesar de forte,estava um pouco fria e trêmula,ela tira a mão a puxando quando instintivamente fiz o que fazia quando estávamos juntos,meu polegar passou por cima de seus dedos.
Pedro— Bom, já que os dois se conhecem vou deixá-los sozinhos para conversar sobre a condição do paciente,senhor Cochelo, doutora Macnamara.
Ele fala e sai do consultório fechando a porta atrás de si, Nina vai até a mesa dele e se senta me olhando.
Nina — Sente-se senhor Cochelo,precisamos falar sobre a situação de seu filho, ah e pedi para que sua esposa viesse também.
Ela fala firme e forte tentando não demostrar nenhuma emoção,mas falha miseravelmente.
Sorrio com isso e vou até a cadeira e me sento a sua frente.
Juan — Não precisa me ignorar ou fingir que não me conhece.
Falo e ela sorri dizendo:
Nina — Mas não te conheço mesmo, aliás conheci um Juan a dez anos atrás,mas ele não era o que me dizia ser.
Ela fala e sorrio,se fosse outra pessoa teria dado um tiro na cabeça dela.
Me sento da forna mais confortável possível a olhando,a admirando,os anos fez muito bem a ela.
Juan — Touché... Você tem razão o Juan que você conheceu já não existe mais.
Falo e ela arranha garganta e olha para os papéis na mesa.
Nina — Vamos falar sobre a situação de seu filho,acho que passado é passado o que importa aqui é somente essa cirurgia,mas como disse vou precisar de sua esposa aqui.
Ela fala e levo minha mão a boca sorrindo.
Juan — Ela não tem a mínima serventia aqui,tudo que precisar falar sobre o Rafael,fale somente comigo.
Ela me olha levantando a sobrancelha em questionamento.
Nina — Como uma mãe não vai estar a par do que vai acontecer ao filho?....
Ela fala e dessa vez sou eu que levanto a minha sobrancelha em questionamento.
Juan — Pelo simples fato de que eu disse, que ela não será necessária aqui.
Ela fala e fecha a pasta em cima da mesa.
Nina — Olha senhor Cochelo, não quero saber como o senhor e sua esposa vivem,o que me importa aqui é o paciente,e sobre ele é que lhe peço a vinda da mãe,meu trabalho não é só ir lá e fazer a cirurgia,eu trabalho com o emocional da criança,sua parte psicológica,seu emocional,essa doença eu já senti na pele e sei como faz parte da qualidade de vida de uma criança a união familiar.
Ela fala e estranho,espera Rafael está com a mesma doença que ela.teve quando criança.
Juan — Espera,espera... Você disse que sentiu na pele essa doença, Nina o Rafa tem a mesma doença que você teve.
Eu falo e ela me olha.
Nina — Sim, seu filho tem um Glioblastoma em estágio avançado e por isso estamos aqui falando.
Ela fala me estreitando os olhos de uma forma bastante atrevida.
Juan — Sim,claro.
Nina — Preciso da autorização dos pais para realizar um exame chamado ressonância nuclear do cérebro, vou fazer uma biópsia e depois a cirurgia,preciso saber se o câncer é benigno ou maligno para possíveis tratamentos.
Ela fala e começo a ver a gravidade atrás de suas palavras.
Juan — Eu entendi,estarei a disposição para o que for necessário Nina....
Eu estava falando e ela me para na hora.
Nina — Doutora Macnamara... Aqui sou a médica do seu filho, então me chame de Doutora Macnamara...
Ela fala e me estende um papel, ao qual pego sorrindo a boca atrevida continua ali.