Ponto de vista da Madrina
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Por alguns segundos, Derek ficou ali parado, completamente estupefato, como se não esperasse um "sim", e eu simplesmente tentei evitar seu olhar, olhando para o chão e o teto de vez em quando.
"Você ia entregar a caixa pra ele?" Ele perguntou novamente, e dessa vez não respondi. Em vez disso, tentei fugir, mas uma mão bateu na parede, impedindo-me de ir a qualquer lugar, e eu sabia exatamente o que aconteceria se eu tentasse evitar a conversa. Por isso, sendo a supercovarde que sou, fiquei parada por um tempo, até ter coragem de mirá-lo nos olhos.
"Ele... ele me mandou pegá-la, então eu..."
"Então você ia fazer o que ele queria?" Ele perguntou, aproximando o rosto do meu a ponto de eu conseguir sentir o seu hálito mentolado antes de balançar a cabeça.
"Não sei o que te dizer... Eu estava desesperada!" Respondi honestamente, e o observei abrir a boca para dizer algo, para depois parar e me encarar novamente.
"Por acaso você tem alguma ideia do que tinha lá dentro..." Ele deu um passo para trás e soltou um longo suspiro.
"O quê?"
"Esqueça, suba e durma." Ele estava prestes a ir embora, quando involuntariamente agarrei sua blusa, fazendo-o parar para me olhar, enquanto colocava as mãos nos bolsos mais uma vez. Então outra imagem perturbadora dele e daquela garota juntos passou pela minha mente, e eu o agarrei com mais força.
"Fique... não vá..." Congelei quando avistei uma figura familiar, e meu queixo caiu ao perceber que era Mark, sentado casualmente no sofá, ao lado de algumas garotas. 'O que ele está fazendo aqui?!'
"Por quê?" Derek me questionou, e eu voltei a atenção para ele, balançando a cabeça.
"Não, nada! Pode ir..." Falei sem pensar, mas logo vi Mark olhando nos meus olhos e fiquei aflita, o meu pulso acelerou dez vezes mais. 'O que ele quer? Ele veio para me sequestrar? Para me levar de volta? Não quero voltar!'
"Tudo bem então..." Derek disse e se virou para sair quando agarrei seu antebraço, balançando a cabeça repetidamente. "O que foi, Madrina?" Ele perguntou irritado e, sem avisar, comecei a arrastá-lo para a sala de jantar, onde não havia ninguém por perto, enquanto o infame vampiro me chamava várias vezes, frustrado, porém o ignorei completamente e acelerei o passo.
"Calma, o que deu em você?" Ele finalmente puxou a mão, e eu me virei para encará-lo com o rosto contorcido de preocupação e medo ao relembrar Termis.
"Não... não vá embora! Apenas fique esta noite comigo..." Sugeri, mirando e desviando do seu rosto, até seus olhos se arregalarem em descrença, e ele rir.
"Você está brincando comigo, né? Levou uma pancada na cabeça ou algo do tipo, cara de boneca?" Ele perguntou, um pouco entretido e confuso com a minha reação, e eu simplesmente comecei a andar de um lado para o outro, roendo as unhas, nervosa. 'O que ele está fazendo aqui?! Ele sabe que se for pego por Derek, será morto, certo?'
"Madrina..." Derek me chamou de novo, mas eu o ignorei, ainda tentando descobrir o que Mark estava fazendo ali. "Madrina? Gatinha." A forma como ele me chamou me fez estremecer, então olhei para ele, que já estava encostado na parede, com os braços cruzados sobre o peito, encarando-me de forma divertida.
"Não me chame assim..." Eu disse finalmente, não gostando nem um pouco da ideia de ele me chamar por outro apelido carinhoso. Mas Derek sendo o i*iota que é, aproveitou-se da situação e, pelos minutos seguintes, continuou me chamando por esse apelido, frustrando-me além das palavras.
"Gatinha, gatinha, gatinha, gatinha..." Ele continuou tentando me irritar, e honestamente eu estava começando a ficar brava. "Madrina? Gatinha, ga..."
"Oh meu Deus, cale a boca e me deixe pensar, por que você continua..." Ele apareceu de repente na minha frente, e eu engasguei e dei um passo para trás, tentando recuperar o equilíbrio.
"Não faça isso!" Olhei para cima e vi Derek inclinando a cabeça para o lado com um sorriso torto. 'Deus, como ele pode ser tão infantil?'
"Você é muito cara de boneca!" Ele levantou o meu queixo para encontrar os meus olhos.
"E você é muito i*iota!" Murmurei, tentando ao máximo não me xingar por falar isso. Desde quando eu ficara tão confortável perto dele?
Derek soltou uma risada que pela primeira vez soou genuína, e foi uma risada contagiante, como aquelas dos caras perfeitos e gostosos dos filmes. Sim, com certeza foi uma dessas risadas.
"Vá dormir um pouco agora!" Ele disse finalmente, e eu neguei com a cabeça.
"Não posso, então fique..."
"Madrina, não posso ficar aqui o resto da noite, nem você! Então vá dormir um pouco. Já é tarde." Ele falou com a voz fria, e meio que me entristeceu saber que ele estava ficando impaciente comigo de novo.
"Vou ficar aqui, não posso ir..."
"Por que não?" Ele me interrompeu, levantando a voz, e eu respirei fundo, antes de ficar em silêncio novamente.
"Pelo amor de Deus, Madrina, vá logo. Vou mandar o Anthony te levar para o quarto se te vir andando por aí." Ele começou a se virar para ir embora, quando me pus na frente dele mais uma vez.
"Por favor, é só por hoje, prometo. Eu realmente não quero ficar sozinha." Afirmei baixinho, fazendo-o semicerrar os olhos.
"Por quê? Tem alguma coisa errada?"
"Eu só... não quero ficar sozinha esta noite, então, por favor, Derek..." Comecei a implorar, mordendo o lábio inferior para me impedir de falar mais alguma coisa. Foi quando vi seus olhos encarando os meus lábios por alguns segundos antes de olhar para mim novamente.
"Pode ser apenas por algumas horas ou..." Congelei quando percebi seus lábios nos meus, e senti borboletas no estômago. E antes que eu percebesse, fui levantada e colocada na mesa de jantar enquanto envolvia as pernas em volta do seu torso e o beijava apaixonadamente, nossos lábios saboreando um ao outro, até ele lamber o meu lábio inferior, pedindo entrada. Não consegui me conter, por mais que quisesse, então o deixei entrar quase na mesma hora, permitindo que explorasse a minha boca. 'O que eu estou fazendo? Por que estou correspondendo ao beijo?'