Capítulo 47
1356palavras
2023-10-26 00:01
Ponto de vista da Madrina
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'Onde estou?'
Fiquei totalmente perdida ao mirar o teto, com a respiração mais pesada à medida que a visão retomava o foco.
"Eu vi os olhos dela antes de ela desmaiar, Derek. Tem alguma coisa errada!"
"Não duvido que esse seja o caso..."
Gemi um pouco ao ouvir duas vozes familiares falando baixinho, então sentei-me, com a cabeça latejando, olhando ao redor do ambiente, que me parecia familiar. Era o meu quarto.
"Madrina..." A voz suave de Derek me fez estremecer, então me virei e o vi sentado ao meu lado. 'O que aconteceu? Só me lembro de cair... Eu morri?'
"Olhe para mim." Ele murmurou baixinho, fazendo-me encarar seus hipnotizantes olhos azuis, antes de virar a cabeça e ver Anthony com os olhos cheios de preocupação e suspeita, franzindo a testa.
"O que aconteceu? Você foi rápido o suficiente para me pegar?" Perguntei a Derek com um leve sorriso, e ele simplesmente ficou parado me olhando, indo dos meus lábios para o meu rosto.
"Sim, o que você achou que iria acontecer? Você desmaiou, e o Anthony aqui salvou a sua vida." Ele respondeu num tom surpreendentemente suave e calmo, dando-me um arrepio na espinha. F*da-se a velocidade incrível deles. Mas, novamente, eu não queria morrer. Meu objetivo era só irritá-lo, porém, para meu grande desgosto, minha tática não havia funcionado. Ele estava tudo menos zangado.
"Tanto faz..."
"O Anthony acha que você foi compelida. Isso é verdade?" Derek me cortou, e fiz uma cara feia para o outro vampiro, que me me encarou por um bom tempo antes de se virar.
"E por que ele acha isso?" Pisquei inocentemente, enquanto Anthony se aproximava e se sentava ao meu lado, para depois mirar os meus olhos, com as palmas das mãos apoiadas no colo.
"Se eu ameaçasse matar os seus pais aqui e agora, como você se sentiria?" Ele perguntou com calma, e eu simplesmente olhei para ele, sem vacilar. 'Por favor, não os machuque.'
"Eu não me importaria nem um pouco com isso." Murmurei baixinho, claramente sem querer de fato dizer aquilo. Mas, de novo, por que eu deveria me preocupar com os meus pais? Foram eles que me abandonaram quando eu mais precisei, e eu ainda precisava cuidar deles?
"Tá aí a prova!" Anthony se indireitou, e eu só tive tempo de mirá-lo uma última vez, antes de Derek me obrigar a encará-lo, apertando as minhas bochechas.
"Não admira que você esteja tendo esse péssimo comportamento, cara de boneca." Ele rosnou, enquanto meus olhos eram absorvidos pelos dele. "O que o Termis fez?" Ele perguntou, e eu fiquei em silêncio por alguns segundos antes de falar.
"Ele disse para eu não deixar as minhas emoções me atrapalharem."
"Então, ele te compeliu?"
"Sim."
"Quero que pare de fazer o que ele mandou agora mesmo!" Derek finalmente ordenou, com o rosto contorcido de raiva, mas ignorei a vontade de fazer o que ele falara.
"Não consigo, só ele pode fazer isso..." Finalmente expliquei, então ouvi Anthony gemendo e balançando a cabeça. "É óbvio que só ele pode..."
"Traga a verbena!" Derek ordenou ao me soltar, e eu me virei, sentindo-me perdida mais uma vez.
"O quê? Mas temos só um pouco dela, e se..."
"Eu não me importo, apenas a traga! Aquele m*ldito b*stardo está completamente enganado se pensa que vai escapar impune disso. Vamos libertá-la da compulsão agora mesmo." Anthony assentiu, hesitante, e desapareceu do quarto.
"Nossa... que chato..." Murmurei, abraçando as pernas pelos joelhos. Derek iria se livrar da compulsão de uma forma ou de outra, o que obviamente significava que eu voltaria a ser um bebê chorão. E eu odiava a ideia.
Poelo canto dos olhos, peguei Derek olhando para mim e sentando ao meu lado na cama, porém não retribuí o olhar.
"Madrina, por que você fez aquilo?" Ele perguntou do nada, e eu levantei uma sobrancelha, ainda com os olhos fixos nos lençóis da cama.
"O quê?" Perguntei sem emoção, e ele suspirou, frustrado.
"Pular da p*rra de uma mansão!" Ele retrucou, com a voz um pouco embargada, fazendo-me respirar fundo antes de balançar a cabeça. "No que d*abos você estava pensando..." De repente, ele deitou na cama e colocou um braço sobre os olhos, exausto, fazendo-me encará-lo desconfiada.
"Não me diga que você estava realmente preocupado?" Eu o provoquei, aproximando-me, e ri quando o vampiro levantou um dos joelhos, provavelmente para manter distância de mim. Foi quando tentei alcançá-lo pelo outro lado, rindo por dentro ao vê-lo em silêncio, Derek Brunswick estava exausto ou cansado.
"Derek, Derek, você anda muito estranho ultimamente. Está quase parecendo que se importa demais comigo, não acha?" Continuei, deitando-me ao lado dele e apoiando o queixo no seu ombro, só para para encarar seus lábios, esperando seu ataque de fúria.
"Fique quieta!" Ele finalmente murmurou, e eu mordi o lábio inferior com raiva antes de soltar um suspiro, não querendo de fato ficar brava ou irritada.
"Sem falar que também parece que está com ciúmes de mim e do Santiago." Coloquei a palma da mão ao lado do seu queixo, antes de acariciar seu lábio inferior com o polegar. "Ficar com ele foi muito divertido." Sussurrei, esfregando os dedos nos seus lábios, e sua mandíbula retesou, antes de ele agarrar a minha mão e se virar.
"Pare com isso!" Ele disse com os dentes cerrados, puxando o meu pulso para mais perto, e eu engasguei de dor, fazendo uma cara feia para ele.
"Não me toque..."
"Aqui está!" Anthony me interrompeu jogando uma garrafa que Derek pegou facilmente no ar, antes de se virar para mim.
"Beba isso!" Ele ordenou, e eu comecei a rir. 'Não vou beber essa m*rda de jeito nenhum! Pelo que sei, pode até ser veneno.'
"Não!"
"Madrina..."
"Já falei que não vou beber nada." O vampiro me lançou um olhar mortal antes de se sentar.
"Não é uma escolha! E saiba que só estou tolerando o seu comportamento por causa da compulsão, cara de boneca." Eu me encolhi um pouco, franzindo as sobrancelhas em desgosto.
"Você não vai conseguir me fazer beber isso. Não quero nem preciso voltar ao que eu era, então..."
"Anthony, saia!" Derek me interrompeu, e Anthony saiu depois de me lançar um olhar de compaixão. Será que eu deveria interpretar isso como um aviso e fazer o que o Derek queria?
'Vá com calma com ela." Foi a única coisa que o vampiro murmurou antes de sair.
"Beba!"
"Não!"
"Não estou pedindo, Madrina, estou mandando!"
"E eu estou falando que não vou tomar nada! Quero que se f*da se você está mandando ou não, por que você não..." Antes que eu pudesse terminar a minha linha interminável de palavrões, Derek me deitou na cama e se elevou sobre o meu corpo, apertando o meu torso com as pernas quando comecei a me contorcer.
"Se eu fosse você, pararia de desperdiçar o fôlego." Ele murmurou, sacudindo a garrafa prateada cheia do líquido rosa-escuro, e eu agarrei a barra da sua blusa, lançando-lhe um olhar furioso enquanto tentava tirá-lo de cima de mim.
"Saia de cima de mim!" Tentei parecer despreocupada, algo difícil quando ele estava sentado calmamente em cima de mim, parecendo até estar se divertindo com a situação.
"Me tire daqui, então." Ele disse sem emoção, abrindo a garrafa. Senti um arrepio no corpo quando ele me olhou, pois ao mesmo tempo que queria voltar ao normal, não queria.
"Você tem duas escolhas..." O vampiro começou, e eu congelei ao sentir seus dedos frios deslizando sob a minha blusa. "Ou você bebe isso agora ou..." Ele parou, e eu o encarei bem nos olhos, desafiando-o.
"Ou o quê?!" Rebati, tentando ignorar a sensação desconfortável de ter um homem que eu odiava em cima de mim enquanto ele se inclinava para mais perto do meu rosto com um leve sorriso.
"Ou vou te f*der a noite toda, cara de boneca." Ele terminou, e meus olhos se arregalaram com suas palavras, meu coração titubeou por alguns segundos.
"Blefe!" Zombei, mas parei quando ele permaneceu inexpressivo.
"Então pague pra ver!" Ele murmurou, alternando o olhar dos meus lábios para os olhos.