Capítulo 45
1275palavras
2023-10-24 00:01
Ponto de vista da Madrina
-------------------------------------------------- ------------------------------------------
"Madrina, pare! Você vai..." Calei Santiago com um beijo áspero, e ele ficou paralisado por um tempo antes de começar a corresponder, quase parecendo que estava tentando revidar nos primeiros segundos, até finalmente ceder. Nossos lábios se moveram em sincronia, e eu sorri um pouco quando ele ajeitou as minhas pernas de tal forma que ficassem em torno do seu torso.
"Outra bebida?" Eu me afastei, e Santiago soltou um suspiro, inclinando-se quase instantaneamente para voltar ao beijo, fazendo-me recuar um pouco e levantar uma sobrancelha, com um sorriso nos lábios.
"Sim, claro!" Ele sussurrou rapidamente, com os olhos brilhando, mirando os meus lábios. Eu estava prestes a beijá-lo novamente, quando vi Derek andando no salão perscrutando todos os lugares, até encontrar os meus olhos e congelar repentinamente. Semicerrei os olhos, mal conseguindo vê-lo, então voltei a fitar Santiago, que estava mordendo o lábio, ainda encarando a minha boca.
"Não pedi para você se conter..." Foi tudo o que precisei falar para que seus lábios se conectassem aos meus novamente, e eu o beijasse apaixonadamente, querendo irritar Derek de propósito. Não sei por que achei que deixar o infame vampiro com muita raiva me beneficiaria de alguma forma para conseguir o que queria, mas estava desesperada para liberar o ódio que sentia por ele e todo o resto. Sim, eu sabia que o que estava fazendo era errado, e meu verdadeiro eu nunca teria feito isso, mas talvez fosse exatamente por isso que eles conseguiam me afetar tanto. E eu estava cansada disso. Já estava farta, e rezando a Deus para que, se recuperasse as emoções, nunca voltasse a ser aquele bebê chorão indefeso.
Abri um pouco os olhos e parei ao ver Derek correndo na nossa direção, meu coração bateu mais forte.
"Afaste-se dela!" Foi tudo o que ouvi antes do meu corpo ser literalmente arrancado de cima do de Santiago, e me virar para encarar Derek, que naquele momento olhava o irmão com ódio e raiva nos olhos, os quais estavam escuros como breu. Eu já tinha visto Derek zangado, mas nunca o vira tão furioso.
"Derek..."
"Ela não é alguém com quem você possa brincar, Santiago! Se eu te ver tocando nela de novo, não hesitarei em arrancar a p*rra da sua cabeça!" Ele gritou, mas felizmente a música estava muito alta, então ninguém o ouviu.
"Eu não a estava usando, ela..."
"Fui eu que o beijei, Derek." Eu finalmente o interrompi, e antes que pudesse me explicar mais, uma mão agarrou o meu pulso, e fui praticamente arrastada para fora do salão. Derek me levou para a sala de jantar e me empurrou para a parede mais próxima.
"P*rra, fique longe dele! Não quero mais te ver perto dele de novo!" Ele rosnou com a voz cheia de veneno, e eu parei para pensar se deveria retrucar ou não, pois claramente não queria fazê-lo.
"Por quê? Não fiz nada de errado! As outras garotas ficaram com todos os caras, por que sou tratada diferente?!" Rebati, respirando fundo, porém minha confiança desmoronou quando ele bateu as mãos em cada lado do meu pescoço na parede, dando-me arrepios.
"Porque você não é como as outras garotas!" Ele gritou, sem se conter nem um pouco, e eu estaria mentindo se dissesse que não fiquei nem um pouco intimidada.
"Você nem sabe como eu sou! Posso até ser pior que elas! Na verdade, sou pior mesmo! E não acho que você deveria se incomodar por eu ficar com o Santiago. Por que você se importa com isso?!" Levantei a voz, odiando-me por continuar a discussão.
"Porque você é minha e só minha, Madrina. Só eu posso te tocar e beijar! Só eu! Então, eu não quero as mãos sujas de outro homem em você nunca mais, fui claro agora?" Ele sibilou e cuspiu ao mesmo tempo, fazendo-me querer desaparecer através da parede contra a qual estava pressionada.
"Caramba, por que você tem que gritar…?" Seu queixo se contraiu de raiva quando murmurei baixinho, por isso mordi os lábios, nervosa. Derek os encarou por alguns segundos, antes de voltar aos meus olhos, deixando-me quase certa de que me beijaria. No entanto, e pela primeira vez, o vampiro se inclinou para mais perto e parou no meio do caminho, fazendo-me estremecer.
"Saia!" Ele simplesmente ordenou, recuando um pouco, e eu nem me preocupei em questioná-lo, simplesmente saí da sala e comecei a caminhar em direção ao quarto dele. Deus, aquela noite parecia durar para sempre, e meu cérebro estava literalmente implorando para descansar um pouco, mas eu o ouvi? Claro que não! Afinal, estava muito ocupada tentando encontrar uma forma de roubar a m*ldita caixa.
'O Derek pode chegar a qualquer minuto, mas vou arriscar.' Decidi, entrando no quarto dele, e comecei a procurar freneticamente em todos os lugares pela caixinha vermelha. Baguncei os lençóis, olhei embaixo da cama, depois dentro do guarda-roupa, rezando para que estivesse lá, mas infelizmente só havia uma pilha de roupas. Eu já estava quase saindo do quarto um tanto irritada, quando notei uma mesinha ao lado da cama com uma gaveta, e por algum motivo tive a sensação de que a caixa estava dentro dela. Talvez fosse apenas um instinto ou palpite, mas de qualquer forma, eu tinha certeza de que havia algo ali. Corri para abrir a gaveta orando silenciosamente, e meu pulso começou a acelerar quando vi uma caixa vermelha aparentemente antiga lá dentro. Sem hesitar ou pensar duas vezes, eu a peguei e abri, esperando encontrar algo, talvez verbena, porém para minha total decepção, não havia nada. Fiquei encarando a caixa vazia por alguns minutos, sem reação, sem saber se deveria estar com raiva, frustrada ou triste. Não sabia mais dizer.
"Tudo isso por nada..." Falei antes de cair na gargalhada, e de repente meu corpo ficou entorpecido e fraco. 'Por que estou rindo histericamente de novo?'
"Isso é tudo culpa dele." Murmurei em desamparo, e meus olhos caíram um pouco antes de eu me forçar a ficar em pé.
Então, saí do quarto e subi as escadas sem pensar direito. Depois de alguns minutos, cheguei ao terraço, e uma brisa fria me cumprimentou assim que saí noite adentro. Meus olhos examinaram o ambiente vazio antes de eu caminhar até a borda do parapeito, um pouco tonta.
"Deus, eu odeio este lugar!" Respirei fundo, olhando para a enorme piscina antes de me virar para os altos edifícios à minha frente. "Ele pegou o que estava dentro da caixa e escondeu. Será que ele sabia o que eu iria fazer?" Eu me perguntei, rindo sombriamente, extremamente furiosa por dentro.
"Madrina..." Ouvi a voz de Derek me chamando, então olhei para cima e vi que ele estava entrando no terraço quando parara ao me ver. "Volte para dentro, já é tarde." Ele finalmente disse, e eu lhe lancei um olhar de ódio antes de balançar a cabeça, furiosa.
"O que tinha dentro da caixa, Derek? Você sabia que eu estava tentando encontrá-la? Foi por isso que escondeu o que tinha lá dentro e brincou comigo a noite toda?!" Falei mais alto a cada pergunta, e observei-o me fitando com um olhar confuso antes de dar um passo à frente.
"Do que d*abos você está falando? Que caixa?" Ele me questionou, e eu suspirei de frustração.
"Como se você não soubesse que eu estava tentando roubá-la a noite toda! Você me enganou de novo, e estou tão cansada disso! Você acha que está sempre um passo à frente, é todo arrogante e..."
“De que p*rra você está falando agora? Eu não fiz nada..." Ele parou e franziu a testa quando recuei um pouco mais.