Capítulo 42
999palavras
2023-10-21 10:30
Ponto de vista da Madrina
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"Aqui vai uma sugestão, Santiago, por que você não para de me dizer o que fazer?" Eu vi o vampiro estremecer um pouco, antes de ficar mais sério, mas quem se importava com isso, não é mesmo? Eu simplesmente não conseguia dar a mínima para o que pensavam de mim ou poderiam fazer comigo, não sentia nada. Tudo o que me importava era encontrar aquela caixa, entregá-la a Termis e ganhar a minha liberdade.
"Qual é o motivo desse seu comportamento, Madrina?" Ele perguntou calmo, e eu simplesmente balancei a cabeça, perscrutando o quarto.
"Vamos a algum lugar amanhã? Se não, o que acha de fazermos uma festa?" Sugeri após ter uma ideia, e Santiago ficou me observando por um tempo antes de dar de ombros.
"O que os Amani fizeram com você? Eles te machucaram?" Ignorei a pergunta e caminhei até o guarda-roupa para procurar uma roupa.
"Madrina..."
"Eles não fizeram nada que vocês já não tenham feito, então por que você está tão preocupado, Santiago?" Eu o interrompi, deixando escapar um resmungo quando percebi o quão suada estava me sentindo dentro do vestido naquele momento.
"O que você quis dizer com isso?" Ele perguntou com a voz toda suave, enquanto eu finalmente escolhia uma camiseta cinza larga de mangas compridas com um short preto.
'Deus, por que ele tem que me irritar com tantas perguntas o tempo todo?' Pensei comigo mesma antes de tirar o vestido.
"Madrina..." Ele se virou com os olhos arregalados, com um leve tom de rosa subindo nas bochechas. "Que d*abos, Madrina, o que você está..."
"Ah, relaxe. Até parece que você nunca viu uma garota de roupa íntima." Revirei os olhos, vestindo minhas roupas, sem me incomodar nem um pouco com a presença dele. Quem se importaria?
"Você está muito estranha..." Ele murmurou, e eu caminhei até ele, balançando a cabeça com pena.
"Eu me pergunto se algum dia você deixará de agir como mocinho, Santiago. O que você espera ganhar com isso?" Ele franziu a testa um pouco antes de me lançar um olhar confuso, que presumi ser falso.
"Eu já te disse que me importo com você, Madrina..."
"Então você tem sentimentos por mim?" Eu o interrompi, e vi algo brilhar nos seus olhos antes que ele ficasse quieto. "Que fofinho, Santiago... Mas vamos parar com o teatrinho agora! Tenho algo pra fazer esta noite, por isso não fique no meu caminho. O Termis me quer de volta logo e..." Antes que eu pudesse terminar de falar, o vampiro me agarrou pelos ombros, e tentei fugir, mas acabei perdendo o equilíbrio e caí na cama junto com ele. Lutei para tirá-lo de cima de mim, até suspirar, frustrada. Então Santiago se afastou para me encarar, com as mãos apoiadas firmemente em cada lado do meu pescoço na cama, causando arrepios no meu corpo.
"Você está muito diferente, o que eles fizeram com você? Eles te ameaçaram? Te machucaram de alguma forma?" A preocupação era evidente na voz do vampiro, porém, mesmo assim, e o fitei com um olhar inexpressivo, colocando uma das mãos na sua bochecha, fazendo-o estremecer um pouco.
"Você é realmente chato, sabia disso?" Finalmente murmurei e, a julgar pela expressão dele, minhas palavras o atingiram, deixando-me mais do que satisfeita. Toda a raiva, frustração e ódio que reprimira todos aqueles dias finalmente estavam sendo liberados, por isso meu coração estava muito mais tranquilo. No entanto, eu estaria mentindo se dissesse que não havia uma parte de mim que sabia que aquilo não parecia certo. Simplesmente não era certo.
"Madrina..."
"Você diz que se preocupa tanto comigo, mas literalmente não fez nada para me salvar!" Comecei, acariciando suas bochechas, até que ele fixasse o olhar no meu. "Você tem um rosto tão bonito..." Admirei suas feições, e deslizei o dedo indicador até a sua mandíbula.
"Madrina, pare..."
"Por quê? Eu sei que você quer isso desde o começo... Me usar e finalmente sentir o gosto do meu sangue." Falei devagar, querendo que ele finalmente fosse sincero.
"Isso não é verdade..."
"Eu não acredito em você."
"Você não precisa acreditar, mas..."
"Se você está dizendo a verdade, e realmente se importa comigo, então me beije." Provoquei, passando um braço em volta do seu pescoço, sabendo que o vampiro logo se deixaria levar pelos sentimentos. Eu queria que ele me beijasse e dissesse o quanto me amava, para então, dizer a ele o quanto eu odiava a sua existência. Era a melhor maneira de arruiná-lo.
"Não posso..." Revirei os olhos.
"Eu já deveria saber que você diria isso..." Murmurei, e observei a dor brilhar nos olhos dele, até que Santiago finalmente inclinasse o rosto para mais perto do meu, com os olhos um pouco mais escuros.
"É isso que eu quero, Santiago." Sorri quando ele começou a se aproximar ainda mais, seus olhos se enchendo de emoções incompreensíveis.
"Você está sendo tão fria, Madrina..." Ele parou, roçando os lábios nos meus, e eu estava prestes a puxá-lo quando a porta se abriu, e Derek entrou, congelando no lugar ao nos ver.
"O que vocês estão..."
"Não é nada, Derek." Santiago saiu de cima de mim na mesma hora, e eu zombei, enquanto me sentava direito, com o cabelo no rosto, o qual nem me preocupei em arrumar.
"Madrina..." Abri um leve sorriso ao observar a cor do rosto de Derek desaparecer quando ele deu um passo à frente.
"Ah, não comece, Derek! Eu só estava fazendo o que você mandou!" Quebrei o gelo, sorrindo ainda mais com a sua expressão estupefata.
"Do que d*abos você está falando?!" Ele bradou, dando um passo à frente, e eu lhe respondi com uma olhar sem emoção.
"Você queria que eu desse prazer aos seus irmãos, não lembra? Não foi pra isso que fui trazida aqui?"
"Isso foi antes de eu..."
"Então estou apenas seguindo as suas ordens, Derek." Eu o interrompi, levantando a voz, fazendo os dois vampiros me encararem surpresos.
"E é apenas o começo."