Capítulo 41
1288palavras
2023-10-17 14:39
Ponto de vista da Madrina
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"As pessoas estão olhando, Derek." Anthony murmurou, enquanto eu mirava os meninos, que me olhavam confusos e preocupados, mas não me importei. Afinal, tinha uma missão a cumprir, a de conseguir aquela caixa.
"Me soltem, tenho que ir embora!" Gritei, chamando ainda mais a atenção dos convidados, que começaram a se amontoar ao nosso redor, mas eu não conseguia parar. Estava sob a compulsão de Termis, e não tinha escolha senão obedecer a todos os seus comandos.
"Madrina, por favor, acalme-se." Santiago implorou baixinho, e eu neguei com a cabeça, cheia de raiva.
"Você está fazendo uma cena, gatinha."
"Podemos conversar sobre isso lá dentro."
Os meninos começaram a se aproximar, tentando me persuadir a ir embora com eles, então comecei a gritar por socorro. Porém não demorou muito para que meus gritos fossem abafados por uma mão grande, que agarrou a minha boca por trás, e antes que eu pudesse perceber o que estava acontecendo, comecei a ficar um pouco tonta e paralisei.
.
"Que p*rra deu em você?!" Derek esbravejou, e eu percebi que estava no quarto dele ao abrir os olhos. "Onde você esteve?" Ele exigiu, batendo as mãos em ambos os lados do meu pescoço na porta, fazendo-me estremecer e suspirar antes de ficar em silêncio. Foi quando meus olhos finalmente encontraram o seu olhar penetrante.
"Eu tenho que ir." Eu me peguei dizendo, dando um empurrão forte no seu peito, mas ele não se moveu nem um centímetro. Em vez disso, encarou-me com um olhar mais severo, que me fez parar de querer irritá-lo.
"Você não vai a lugar nenhum." Ele disse com os dentes cerrados, e eu olhei ao redor do quarto, tentando avistar a caixinha.
"Onde..."
"Eles levaram você à força? Eles te machucaram? Onde falaram com você? Eles vão pagar caro pelo que fizeram..."
"Eu fui por vontade própria." Eu o interrompi, e mordi o lábio inferior ao vê-lo se encolher com as minhas palavras. 'Quanto tempo? Quanto tempo mais ficarei sob compulsão?'
"Do que você está falando?" A voz do vampiro ficou surpreendentemente suave, e eu respirei fundo antes de mirá-lo nos olhos, encontrando-os cheios de raiva e mágoa. Porém, não me importei com isso.
"Fui porque quis..." Repeti, levantando um pouco a voz, e Derek ficou ali parado com uma expressão que eu não conseguia ler.
"E pretendo voltar para ele."
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Já fazia uma hora que Derek havia literalmente me trancado dentro do meu quarto, e eu ficara batendo na porta, esperando que alguém, qualquer um me deixasse sair eventualmente. 'Quanto tempo ele vai me manter aqui?'
"Você vai ficar aqui." Foi tudo o que ele disse ao praticamente me forçar a entrar no quarto. No entanto, a reação dele não me deixou surpresa, considerando o fato de ter dito que tinha ficado com os Amani por vontade própria, o que, aliás, não era verdade.
"Deus, quanto tempo..." Finalmente desisti, deslizando contra a porta, massageando os nós dos dedos já doloridos.
"Madrina!" Estremeci ao ouvir a voz de Termis, então olhei para frente e o vi na minha janela. "Você achou a caixa?" Caminhei até ele, negando com a cabeça, e ele semicerrou os olhos, soltando um suspiro frustrado.
"O que devo fazer?" Perguntei, enquanto ele entrava no quarto e endireitava a postura.
"Você vai dar um jeito de encontrá-la."
"Por quê? O que há nela, afinal?"
"Isso não é da sua conta, querida." Levantei uma sobrancelha, e enrijeci quando percebi que Derek poderia chegar a qualquer minuto.
"Não acho que conseguirei achar essa caixa pra você." Mudei de ideia, recuando um pouco, mas Termis me puxou pelo pulso.
"Você vai consegui-la para mim, Madrina..." Ele começou com os dentes cerrados, fuzilando-me com os olhos, fazendo-me choramingar ao apertar o meu pulso com mais força. "Se você realmente quer a sua liberdade, sugiro que faça o que eu digo." Ele terminou, e eu o encarei.
"Mas como? Como vou achá-la? Além disso, por mais que odeie admitir, tenho medo do Derek. Ele tentaria matar os meus pais e..."
"Derek Brunswick não tem coragem pra isso, querida. Na verdade, você deveria ter muito mais medo de mim do que dele." Engoli em seco diante da ameaça, semicerrando os olhos.
"Não estou disposta a correr esse risco..."
"Só porque você está deixando as suas emoções te controlarem. Que tal parar de reclamar e fazer o seu trabalho?" Ele me interrompeu, impaciente, então me virei, após encará-lo uma última vez. "Ah, não faça essa cara feia, querida. Eu nunca disse que não te ajudaria!" Sua voz ficou suave e doce enquanto ele se aproximava e pegava o meu rosto, levantando-o para que eu encontrasse o seu olhar.
"E como você me ajudaria, Termis? Até agora você só piorou a minha situação." Ele soltou uma risada sombria, um hábito dele do qual eu já estava ficando cansada.
"Mas o que eu vou fazer agora vai deixar tudo muito mais fácil pra você, não se preocupe." Congelei quando notei seus olhos ficando um pouco mais escuros. "Quero que você desligue as suas emoções. Quero que deixe transbordar todo o ódio que sente, e jogue tudo em cima deles." A minha mente absorveu o seu comando, e meu estômago deu um nó quando me peguei assentindo.
"Termis, espere..."
"Ah, e ninguém pode fazê-la retomar as emoções, só eu, entendeu, amor?"
"Sim, mas..."
"E só vou fazer isso se você conseguir aquela caixa para mim, Madrina. Fui claro?" Essa foram as últimas palavras dele antes de se virar e correr em direção à janela. Então, segundos depois, alguém bateu à porta, e eu respirei fundo antes de me acalmar do nada. Foi quando percebi que praticamente não sentia nada! Não havia tristeza, angústia ou desamparo, nada. Eu simplesmente... não sentia nada.
"Madrina, o que você está fazendo?"
"Um dia foi o suficiente para ela voltasse correndo para nós."
"Você tem algumas explicações para dar, gatinha."
Fiquei extremamente irritada com a abordagem dos caras, por isso me virei para encará-los, meus olhos perfurando cada um deles.
"Não devo nenhuma explicação a nenhum de vocês." Eles recuaram um pouco antes de Anthony soltar uma risada curta.
"Ela está de mau humor, e eu me pergunto por quê..." Nick entrou no quarto e, pela primeira vez, não senti necessidade alguma de esconder o que estava sentindo.
"O seu rosto me deixou de mau humor."
"Mas que p*rra é essa?!"
"Nick, recue, ela não deve estar se sentindo bem." Santiago se colocou na frente do outro vampiro, e pela primeira vez em muito tempo, abri um sorriso vitorioso, na verdade, um sorriso malicioso, assim que vi o olhar furioso de Nick.
"Nem por isso ela tem o direito de falar assim comigo!" Nick murmurou, e eu simplesmente levantei uma sobrancelha para ele antes que outro comentário espirituoso escapasse pela minha boca.
"A verdade dói, não é, querido Nick? Supere!"
"Madrina..."
"Você está pedindo briga, Madrina!"
"Estou implorando, Nick!" Retruquei, parando bem na frente dele, e se não fosse por Santiago, tenho certeza que teria dado um soco nele.
"Uau, gatinha, de onde veio toda essa ousadia?" Anthony riu, passando um braço em volta dos meus ombros, e eu logo me virei, encarando-o de forma brusca, o que o fez morder o lábio.
"Nossa..."
"Talvez devêssemos levá-la para jantar lá embaixo." Felipe sugeriu, e Troye concordou, então eu simplesmente revirei os olhos e decidi ignorá-los. Afinal, tinha que descobrir uma maneira de conseguir aquela caixa, precisava encontrá-la antes que fosse tarde demais.
"Vou conversar um pouco com ela." Ouvi Santiago dizer antes dos meninos saírem do quarto, e levantei uma sobrancelha para ele quando ficamos sozinhos.
"O Derek vai te procurar à meia-noite, então se prepare para lhe falar a verdade..."