Capítulo 29
1208palavras
2023-10-12 18:04
Ponto de vista da Madrina
"Você não teria conseguido fugir a menos que..." Comecei a divagar, e congelei quando cheguei à resposta... Não, não, de jeito nenhum. Isso estava fora de questão.
"A menos que o quê?" Ele perguntou, claramente divertido com a minha expressão de surpresa, e eu soltei uma risada nervosa balançando a cabeça em descrença.
"Nada, isso é impossível..." Respondi, enrijecendo ao vê-lo dar um passo à frente, diminuindo o único espaço que restava entre nós.
"Eu não teria tanta certeza disso, amor." Ele sussurrou, inclinando-se para mais perto do meu ouvido, e aclerando a minha respiração.
"Você está dizendo que é..." Termis pressionou o dedo indicador nos meus lábios, silenciando-me e balançando a cabeça com um sorriso.
"Deixemos isso para outra hora, o que acha?" Ele sugeriu, antes de se virar e sair correndo.
"Espere!" Gritei, mas ele não parou. Então, com um suspiro, virei-me e olhei a hora, suspirando, já haviam se passado quase dez minutos. 'O que diabos está acontecendo com esse cara? Ele quer me ajudar ou não?'
Corri para dentro e abri a porta da mansão bem devagar, entrando um pouco irritada por ter tido os únicos minutos de solidão que conseguira arruinados por aquele perseguidor assustador.
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"Graças a Deus" Fiquei aliviada ao perceber que não havia ninguém por perto e comecei a subir as escadas para o meu quarto. Porém, assim que entrei, deparei-me com uma figura familiar parada perto do meu guarda-roupa. Meu pulso acelerou, e comecei a tremer ao ver a expressão furiosa de Derek.
"Onde d*abos você estava?!" Ele gritou, correndo até mim com tanta velocidade que me assustei e recuei até bater contra a porta.
"E... eu só saí para dar uma..."
"Quem d*abos te deu permissão para sair?!" Ele esbravejou, batendo as mãos em cada lado do meu pescoço na porta, e eu choraminguei, respirando fundo e tentando equilibrar os batimentos cardíacos.
"Eu... me desculpe..."
"Eu não quero ouvir outra p*rra de desculpas! Já avisei, Madrina, cansei de jogar os seus joguinhos." Ele falou com veneno na voz, e eu senti sua respiração soprando contra os meus lábios enquanto juntava as mãos para me impedir de tremer ainda mais.
"Eu juro que não foi nada mais do que uma caminhada, eu nunca mais fugiria..."
"Talvez eu deva fazer outra visita aos seus pais." Ele me interrompeu, lançando-me o habitual olhar frio, e eu balancei a cabeça, com os olhos do tamanho de um pires.
"Eu não fiz nada! Foi só uma caminhada, se eu soubesse..." Parei, engolindo o nó na garganta.
"Tarde demais, cara de boneca." Sua voz ficou toda suave, e ele agarrou os meus ombros, empurrando-me bruscamente para o lado e abrindo a porta. 'Não, meus pais, não!'
"Derek, pare! Me desculpe!" Gritei, correndo pelos corredores para acompanhar o seu ritmo acelerado até conseguir agarrar a sua mão, com lágrimas já ameaçando cair.
"Não desperdice o seu fôlego!" Ele afastou a mão e se virou para partir, quando me coloquei na frente dele, agarrando com força o seu casaco de couro preto, balançando a cabeça freneticamente.
"Eu faço qualquer coisa que você quiser! Mas por favor, não os machuque, Derek! Qualquer coisa menos isso, você não pode fazer isso de novo, eu nunca te perdoaria!" Gritei, batendo no seu peito, e engasguei quando ele agarrou os meus pulsos e me jogou contra a parede. Estremeci de dor quando o vampiro olhou para mim, e minha respiração falhou de medo.
"E por que você acha que preciso do seu m*ldito perdão, cara de boneca?" Ele perguntou com os dentes cerrados, apertando os meus pulsos.
"Eu faço qualquer coisa que você quiser, qualquer coisa! Eu prometo, Derek, por favor..." Decidi recorrer ao último recurso, implorando de novo.
"Qualquer coisa?" Sua voz ficou suave, então assenti ao vê-lo aproximando o rosto do meu.
"Sim, eu juro..." Ele me lançou outro olhar e aproximou os lábios bem pertinho dos meus, fazendo-me comprimi-los em uma linha fina, para caso ele me beijasse.
"Me beije, cara de boneca." Ele sussurrou, com os lábios quase tocando os meus, e eu abri a boca tamanha a perplexidade.
"Por quê? Por que você quer que eu...?"
"Porque eu sei o quanto você odeia isso." Ele pressionou os lábios nas minhas bochechas, depois foi até o meu ouvido, fazendo-me congelar. "E quero que saiba o quanto gosto de te ver assim." Suas palavras foram doentias como sempre, e estremeci quando sua respiração atingiu os lóbulos das minhas orelhas, a ponto de não conseguir conter o gemido que escapou dos meus lábios. Tenho certeza de que Derek estava adorando tudo porque o senti sorrindo contra o meu queixo antes de encarar os meus olhos, quando vi a tensão no seu rosto desaparecendo, e ele ficou mais sério.
"Derek..."
"É perdão que você quer?" Ele perguntou, agarrando a minha cintura e me puxando para mais perto dele. "Então, me beije." Ele murmurou, inclinando o rosto para mais perto, e eu mordi o lábio inferior, enxugando as lágrimas enquanto respirava trêmula. Não havia tempo para pensar ou fazer concessões, pois eu sabia do que Derek era capaz, e era sempre melhor não questioná-lo. "O... ok, mas me prometa que..."
"F*da-se!" Eu o ouvi dizer antes de agarrar as minhas bochechas e me inclinar para um beijo áspero, cobrindo perfeitamente os meus lábios com os dele e pressionando o meu corpo contra a parede. Agarrei a sua camisa tentando me afastar quando ele mordeu o meu lábio inferior com tanta força que engasguei de dor. E Derek sendo Derek, aproveitou a oportunidade para deslizar a língua para dentro e pressionar o seu corpo contra o meu, enquanto eu tentava ao máximo não ceder e cair no chão. Assim que ele aprofundou o beijo, alguém limpou a garganta, e eu imediatamente me afastei, esfregando rapidamente as costas da palma da mão na boca, com desgosto. Derek rosnou de frustração e se virou para Sherlock, que andava na nossa direção com um leve sorriso no rosto que me fez enrubescer e me virar.
"O que foi?" Derek perguntou, envolvendo um braço em volta da minha cintura para me segurar no lugar quando tentei passar por ele.
"É sobre os Amani..."
"O que tem eles?" Derek o interrompeu, e Sherlock bagunçou o cabelo castanho liso antes de suspirar, e a cor do seu rosto desaparecer em segundos.
"Eu não sei os detalhes, mas, aparentemente, eles voltaram para a nossa cidade para encontrar algo." Ele começou, olhando para mim com seus lindos olhos cinza, e eu semicerrei os olhos. "Alguém." Ele se corrigiu, mirando Derek e de novo eu, seus olhos brilhavam de forma suspeita e confusa.
"Presumo que eles já encontraram essa pessoa?" Derek o questionou sem emoção na voz, e Sherlock assentiu devagar, olhando novamente para mim enquanto se inclinava contra a parede mais próxima, cruzando os braços sobre o peito de uma maneira séria.
"Eles estão procurando por ela." Ele afirmou com calma, apontando o dedo indicador para mim, e meu queixo caiu com suas palavras antes de eu me virar para olhar para Derek, que se encolheu um pouco.
"E... eu não estou entendendo..."
"Eles estão procurando você, Madrina." Sherlock esclareceu com a voz séria enquanto dava um passo à frente.
"Eles querem você."