Capítulo 27
1118palavras
2023-10-12 16:28
Ponto de vista da Madrina
"Não vamos esquecer quem me delatou hoje e quase me fez ser punida sem motivo!" Falei alto, cutucando o seu peito com o dedo indicador, fazendo-o soltar uma risada nervosa e desviar o olhar com uma falsa culpa. "Você!" Terminei de falar com os dentes cerrados, cutucando o seu peito com mais força.
"Nossa, tudo bem. Faremos um trato, então. Distrairei Derek à meia-noite enquanto você sai para uma caminhada rápida." Abri um leve sorriso ao vê-lo ceder. "Uma caminhada muito rápida, Madrina." Ele acrescentou, agarrando o meu pulso enquanto eu fazia uma careta.
"Sim, pai." Murmurei, fazendo Santiago rir e soltar um longo suspiro.
"O que você tem?" Ele perguntou, percebendo a minha exaustão, e eu balancei a cabeça, sorrindo de leve.
"Só estou me sentindo cansada, só isso." Respondi, tentando ignorar a dor no corpo que estivera presente desde o começo da tarde. Afinal, não queria dar grande importância àquilo, pois devia ser reflexo da minha péssima alimentação dos últimos tempos.
"Tem certeza?" Ele perguntou de novo, como se já tivesse lido a minha mente, então tocou a minha testa, arregalando os olhos e franzindo a testa.
"Você está com febre! Por que não me falou antes?" Semicerrei os olhos diante da sua preocupação, e afastei sua mão, um pouco desconfortável. Claro que eu já estava meio acostumada com a companhia dele, mas isso não significava que o queria realmente se preocupando comigo.
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"Estou com febre?" Perguntei, tocando a testa, que realmente estava quente. Não era à toa que tinha ficado na cama o dia todo, então. Geralmente, eu passava o dia andando pelo quarto, pensando num plano de fuga idiota que acabaria falhando miseravelmente.
"Vou pegar um remédio pra você. Sua febre está muito alta." Ele começou a se levantar, mas eu o impedi, agarrando-o pelo pulso e balançando a cabeça.
"Eu não quero..." Antes que eu pudesse terminar de falar, a porta se abriu, e Santiago e eu nos viramos e vimos Derek, que já estava nos encarando.
"O que você está fazendo aqui?" Ele exigiu, franzindo as sobrancelhas para Santiago, que o fitou confuso. Por que ele estava bravo de novo? Santiago tinha feito algo errado?
"A Madrina está com febre e precisa de remédio." O vampiro respondeu, então a confusão de Derek foi substituída por seriedade.
"Eu cuidarei disso." Ele disse, ainda encarando a minha mão que segurava o pulso de Santiago. 'Ele está bravo porque estou conversando com o Santiago?'
"Está tudo bem..."
"Você pode continuar calada, cara de boneca." Derek me interrompeu, e eu olhei para ele, surpresa. Qual era o problema dele? O que eu tinha feito de errado para ser tão maltratada?
"Estou muito bem, Derek!"
"Saia, eu cuidarei disso." Santiago assentiu hesitante e me deu uma última olhada antes de desaparecer do quarto. Então eu sentei na cama em silêncio, enxugando o suor que escorria pela testa.
"Você comeu enquanto eu estava fora?" Derek me questionou, e eu neguei devagar com a cabeça, nervosa, fazendo-o sibilar de aborrecimento e caminhar até mim enquanto eu desviava o olhar.
"Por que não? Eu tenho que te forçar a comer agora? É isso que você quer?!" Ele esbravejou, e eu logo neguei em silêncio. Então, ele me lançou um último olhar e suspirou de exasperação antes de se sentar ao meu lado na cama. Estremeci quando ele de repente estendeu a mão para tocar minha testa, e engoli em seco ao vê-lo franzindo a testa.
"Por que você tem que ser tão descuidada?" Ele arregaçou as mangas, e eu soltei um leve suspiro, sentindo o corpo ainda mais fraco do que antes.
"Não sou descuidada! Só não achei que iria piorar, ok..." Parei de falar quando o vi aproximando o pulso da boca, e meu queixo caiu quando avistei suas presas, e ele abriu a boca e as enterrou na pele. Sangue começou a escorrer pelo seu pulso e pelos lençóis da cama, e eu me afastei quando ele aproximou a mão do meu rosto; meu coração disparou mais do que nunca.
"Lamba, isso vai te curar." Ele se aproximou ainda mais, e eu balancei a cabeça, meu cabelo dançando em volta do rosto.
"Isso vai me transformar em um vampiro!" Falei em voz alta, rastejando para mais longe dele.
"Não é assim que funciona, pare de se mexer!" Ele retrucou, saltando para frente e agarrando os meus pulsos.
"Não, não! Eu não quero me transformar em um vampiro!" Gritei, chorando só de pensar na possibilidade. Eu não sou burra! Beber o sangue de um sangue puro me transformaria em um vampiro, e Derek sabia muito bem disso!
"Acalme-se, estou tentando ajudar!" Ele cuspiu, prendendo os meus pulsos e pressionando-os sobre a minha cabeça na cama com apenas uma das mãos. E, infelizmente, eu estava fraca demais para me libertar, então fiquei imóvel, até levantar as pernas na tentativa de chutá-lo, o que de nada adiantou. Ele se elevou sobre mim, e antes que eu pudesse perceber o que estava acontecendo, já não conseguia me mexer, e minha respiração falhou de medo.
"Dr*ga, cara de boneca, você precisa relaxar." Ele falou duro, porém com suavidade, e eu balancei a cabeça enquanto ele inclinava o rosto para mais perto do meu, seu hálito quente e mentolado soprando contra meus lábios.
"Beba, não vai te acontecer nada." Ele tentou me tranquilizar, mas balancei a cabeça em protesto, por não acreditar nele. O vampiro aproximou o pulso dos meus lábios, e eu choraminguei ao sentir o sangue escorrendo pelas minhas bochechas, apertei os lábios com força para evitar o gosto.
"P*rra, estou tentando te ajudar, Madrina!" Ele apertou ainda mais os meus pulsos, fazendo-me engolir o nó na garganta. Se ao menos eu ganhasse um dólar por cada vez que ele xingava.
"Por favor..." Comecei, fixando o olhar no dele, e acabei falando de mais. "Não quero me tornar um monstro." Seus olhos se arregalaram com as minhas palavras, mas logo voltaram à frieza de sempre.
"Cansei de ser legal com você." Ele murmurou, de repente aproximando o pulso dos próprios lábios e sugando o sangue.
"O que você vai fazer..." Antes que eu pudesse terminar de falar, ele se inclinou para um beijo duro, e eu abri a boca implorando para ele parar, com o coração batendo forte contra o peito. Em vez de ouvir a minha súplica, Derek aproveitou a oportunidade para deslizar a língua dentro da minha boca, agarrando as minhas bochechas e levantando-as com força. Tentei afastá-lo, mas ele era muito mais forte do que eu, então enrijeci ao sentir um líquido quente escorrer pela minha garganta, quase me fazendo engasgar. 'Não, não, tudo menos isso!'
'Não quero me tornar um vampiro.'