Capítulo 24
1461palavras
2023-10-12 14:35
Ponto de vista da Madrina
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"Como assim?" Perguntei, com a voz quase inaudível quando ele estendeu a mão para trancar a porta e se virou, caminhando até a cama.
"Não gosto de me repetir." Ele murmurou, sentando-se, e eu congelei ao vê-lo fazendo um sinal para que eu me sentasse ao lado dele.
"Não quero dormir aqui..." Sussurrei, pressionando as costas com mais força contra a porta, então ele se levantou, parecendo atirar um milhão de punhais com o olhar, o que causou arrepios por todo o meu corpo. "Posso voltar para o meu quarto?" Perguntei baixinho quando ele apareceu na minha frente e encarou os meus olhos, balançando a cabeça com brutalidade.
"Você vai fazer o que estou pedindo ou vou ter que te obrigar?" Ele ameaçou, e fiquei em silêncio. 'Pense em uma desculpa, Madrina.'
"As minhas roupas estão no quarto!" Balbuciei, e ele me encarou por um bom tempo até levantar uma sobrancelha.
"Vou te dar cinco minutos para se trocar." O vampiro disse finalmente, e eu aproveitei a oportunidade para me virar e abrir a porta, saindo correndo do quarto.
"O que eu vou fazer?" Comecei a entrar em pânico enquanto marchava pelo corredor, mordiscando o lábio inferior até chegar ao quarto.
"Talvez não aconteça nada." Falei para mim mesma ao entrar e abrir o guarda-roupa. Aham, vai pensando... Mas que escolha eu tinha além de esperar pelo melhor? Afinal, ele não mudaria de ideia, muito menos faria o que eu queria. Sentindo-me impotente, escolhi uma blusa lisa creme com um short azul, e logo me vesti. Eu precisava de algo para cobrir os braços, então coloquei um cardigã cinza e respirei fundo enquanto fechava o guarda-roupa. Depois de verificar a minha roupa um milhão de vezes para ter certeza de que não estava muito reveladora, saí e fui em direção ao quarto de Derek com o pulso acelerando a cada passo que dava.
"Entre!" Eu o ouvi de dentro do quarto antes mesmo de chegar perto o suficiente para bater à porta. Respirando fundo pela última vez, entrei, e meus olhos se arregalaram quando o vi lendo um livro na cama. O cobertor cobria metade do seu peito, e engoli em seco quando ele se virou para olhar para mim, estreitando os olhos para minhas roupas antes de voltar a olhar para o livro. 'Só vamos dormir juntos, nada mais, certo? Certo. Portanto, não preciso me preocupar com isso.' Dei alguns passos à frente e apressei o passo em direção à cama quando Derek sibilou, em sinal de impaciência. Mas, também, quando ele não estava assim?
"Tire isso, não está tão frio aqui." Ele afirmou, apontando para o cardigã, e meus olhos se arregalaram antes de eu engolir em seco.
"Mas..."
"Eu disse..." Ele levantou a voz, e seus olhos ficaram um pouco mais escuros, causando um arrepio na minha espinha. "Para tirar!" Ele terminou com os dentes cerrados, e eu rapidamente tirei o cardigã, deixando os braços à mostra e jogando-o no chão, sem nem pensar em pendurá-lo no guarda-roupa.
"Agora deite-se." Ele murmurou, e eu fiquei em silêncio, lançando-lhe um olhar de súplica, não queria dormir ao lado daquele monstro.
"Não é tão difícil assim!" Ele retrucou de repente, agarrando os meus pulsos e me puxando para a cama assim que me aproximei. Com um suspiro, caí bem ao lado dele e rapidamente virei as costas. Meu corpo tremia enquanto eu permanecia absolutamente imóvel, sem nem mesmo ousar respirar muito alto, para não incomodá-lo ou chateá-lo.
"Boa noite." Ele murmurou, apagando a luz ao lado dele, e a escuridão cercou o quarto enquanto eu tentava acalmar os meus batimentos cardíacos. Se não fosse pelo luar que brilhava através da janela e dentro do quarto, eu já estaria morrendo de medo. Por que ele me quisera dormindo ao lado dele? Achei que me odiasse.
"Derek..." Choraminguei, lembrando de repente da promessa que ele fizera naquela noite. "Você disse que eu poderia falar com os meus pais." Murmurei ao que ele respondeu com um completo silêncio.
"Boa noite, Madrina." Ele finalmente respondeu, desconsiderando completamente o que eu acabara de falar.
"Mas você disse que eu poderia..." Continuei, virando-me, e congelei ao encontrar seus penetrantes olhos azuis.
"Eu menti." Ele afirmou sem rodeios, e eu mordi o lábio inferior, impotente. Afinal, eu já deveria ter previsto isso.
"Pensando bem, que tal chegarmos a um acordo?" Ele perguntou suavemente, mirando os meus lábios, e eu olhei para ele confusa. Acho terrivelmente perturbador quando a voz dele fica suave e doce. "Vou deixar você falar cinco minutos com os seus pais se..." Ele parou, e eu balancei a cabeça ansiosa.
"Se o quê?" Questionei diante do seu silêncio, e me deparei com o canto dos seus lábios se curvando para cima antes de ele continuar.
"Se você me beijar!" Ele se aproximou, e eu estremeci, balançando a cabeça. 'Eu ouvi errado, não é?'
"O... que você disse?" Gaguejei um pouco, e ele se aproximou ainda mais enquanto eu aproximava as mãos dos lábios.
"Eu disse para você me beijar." Ele sorriu, de alguma forma achando a situação desconfortável divertida.
"Não." Respondi bruscamente, inspirando fundo, e seu sorriso se alargou.
"Como quiser..." Ele começou a se virar, quando eu agarrei seus braços involuntariamente.
"Promete que vai me deixar ligar para eles?" Eu o observei se virar, e seus olhos ficaram um pouco mais escuros com as minhas palavras. Será que o tinha irritado?
"Eu já não falei que faria isso?" Ele levantou a voz, e eu engoli em seco, concordando. Sem mais questionamentos, cheguei mais perto, tão perto que seu nariz quase tocou o meu. Respirei fundo pela última vez antes de colocar as mãos trêmulas na lateral do seu queixo. Seus olhos fitaram os meus, e eu devolvi o olhar, meu coração disparou ao nos encararmos ali deitados pelos próximos segundos, como se ambos estivéssemos procurando por algo a mais. 'Acabe logo com isso, Madrina. É só um beijinho, não precisa durar nem um segundo.'
"Isso já está ficando chato..." Antes que ele pudesse se virar, cobri os lábios dele com os meus perfeitamente, e não demorou nem um segundo para ele corresponder, colocando um braço em volta do meu pescoço enquanto aprofundava o beijo. Nossos lábios se moveram em sincronia, e eu contive a vontade de vomitar quando ele lambeu o meu lábio inferior, pedindo entrada. Neguei, recebendo um grunhido em troca, porém isso não pareceu impedi-lo. Eu já queria muito me afastar, mas o vampiro não tinha intenção de fazer o mesmo, a julgar pelas suas ações. Ele mordeu o meu lábio inferior e o puxou, fazendo-me engasgar. Meu coração quase parou quando ele se inclinou para outro beijo áspero e lascivo, enroscando um dos braços na minha cintura e me puxando para mais perto. Eu estava detestando tudo, e por trás das pálpebras fechadas, rezava para que o beijo terminasse antes que eu literalmente vomitasse na boca dele. Respirei fundo e finalmente me afastei, olhando para Derek, que soltou um suspiro quando nossos lábios se separaram. Seus olhos ficaram um pouco mais escuros, tomados pela luxúria enquanto ele se inclinava para outro beijo, mas eu mantive a palma da mão no seu peito, com o coração batendo forte. Eu não faria aquilo de novo de jeito nenhum, a menos que ele realmente quisesse que eu vomitasse nele.
"O telefonema..." Eu o lembrei, fazendo-o revirar os olhos antes de se virar e soltar um suspiro, obviamente não satisfeito com o fato de eu estar "arruinando" o momento. Não que aquilo realmente tivesse sido um momento ou algo do tipo. Pelo menos não para mim, e realmente esperava que ele sentisse o mesmo.
"Você tem três minutos." Ele disse, enfiando as mãos dentro da calça cinza e pegando o telefone.
"Mas você disse cinco minutos." Reclamei, sentando-me direito, e ele desbloqueou o telefone, sentando-se também.
"Eu menti." Ele murmurou, fazendo uma cara feia, e eu mordi o lábio inferior com raiva. Como ele tinha simplesmente mentido?! O homem realmente não imaginava o quão difícil fora para mim beijá-lo!
"Mas..."
"Três malditos minutos, Madrina. Não me faça mudar de ideia." Ele levantou a voz, e eu segurei a vontade de chorar enquanto pegava o telefone. Que filho da p*ta. Virei-me e disquei o número do meu pai, enrolando nervosa alguns fios de cabelo entre os dedos.
"Alô? Pai, sou eu." Eu disse assim que ele atendeu.
"Madrina? Oi, querida. Como vai?" Ele perguntou do outro lado da linha, e eu olhei para Derek, que me observava, sem tirar os olhos de mim nem por um segundo, estudando os meus movimentos.
"Estou bem pai, como você está? O que aconteceu esta noite? A mãe está bem?" Após enchê-lo de perguntas, eu o ouvi suspirar do outro lado da linha.